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Capítulo - 35


Como eu havia previsto, minha mãe se deu bem com os meus amigos. Giordana em especial.

Combinamos de passear por Roma naquele dia, passando em cada cantinho e experimentando comidas por onde passássemos. Fillipo falava com minha mãe sobre alguns costumes brasileiros que ele achava incrível enquanto gesticulava enfaticamente. Giordana, com seu italiano carregado, conversava com meu pai junto à Francesca. E Jean... Ele estava ao meu lado, em completo silêncio.

Martina e Lorenzo não puderam vir, haviam questões pendentes a serem resolvidas no restaurante. Mas prometeram uma próxima saída.

Bebi grandes goles da minha limonada. Estava desconfortável apesar de estar na sombra fresca de um guarda sol na varandinha de um restaurante movimentado. Eu sabia que o que estava perturbando minha paz mental não era o calor, ou as pessoas indo e vindo na rua à nossa frente, nem a falta de açúcar no meu suco, mas sim o rapaz sentado na minha frente.

Jean estava estranho desde o final do jantar de boas vindas, o que me deixou cismada.

Eu tinha esperanças, mas acho que estou sozinho nisso. Esquece, a culpa é minha.

O que ele queria dizer com isso? O que estava nas entrelinhas que ele não queria dizer com todas as letras?

Bebi mais limonada. Captei seu olhar ao levantar meus olhos.

— Você parece irritada — disse Jean, arqueando as sobrancelhas negras.

— Talvez eu esteja mesmo — rebati, fazendo a mesma coisa das sobrancelhas.

Ele assentiu.

— Quer contar o que está acontecendo?

Inclinei-me sobre a mesa.

— Eu que deveria perguntar isso. Quer me contar o motivo da sua saída repentina do jantar naquela noite? Ou por que ficou tão transtornado quando se despediu?

Ele quebrou o contato visual e foi salvo por Giordana, que se levantou anunciando que nosso passeio continuaria no Coliseu de Roma.

A noite chegou rápido, dando fim ao nosso dia de passeio. Eu já estava cansada e não via a hora de chegar em casa, mas como bons turistas que eram, meus pais queriam ver e provar de tudo na Itália. Incluindo os cem sabores de gelato* da loja em que estávamos.

Desisti no primeiro sabor e anunciei que pegaria um táxi de volta para a pensão. É claro que houve o habitual alvoroço de todos eles me perguntando o que havia acontecido e se eu estava mesmo bem. Até cogitaram todos irmos embora, mas insisti para que ficassem e terminassem o tour.

— Eu levo você — Jean disparou, as mãos nos bolsos da calça. — Tenho trabalho amanhã cedo, não posso ficar mais tempo.

Minha mãe assentiu tocando o braço dele.

— Mandem mensagem ou liguem quando chegarem — disse ela.

Assenti, beijando sua bochecha.

— Eu estou bem — falei para afastar seu olhar preocupado.

Andamos até o estacionamento onde estava o carro de Jean e entramos em silêncio. Era estranho estar assim com ele, afinal sempre tínhamos o que dizer e algo para rir.

O caminho até a pensão pareceu triplicar-se naquela noite. Eu já ansiava pelas janelas iluminadas do casarão. Quando finalmente chegamos, saí rapidamente do carro, sendo acompanhada por ele. Jean deu a volta no veículo e parou na minha frente.

— Obrigada. — Forcei um sorriso.

— Isso não é bom. — Seu rosto assumiu um ar de preocupação e tristeza. — Isso não somos nós.

Cruzei os braços.

— Parece que agora somos.

Jean balançou a cabeça.

— Estou confuso... — Ele passou as mãos pelos cabelos fazendo algumas mechas caírem sobre seu rosto. — Passei tanto tempo certo do que sentia, mas não pensei tanto no que você poderia sentir.

— O que você quer dizer com isso, Jean?

Seus olhos focaram meu rosto.

— Que eu não sei o que esperar que você sinta.

Aquilo me irritou de alguma forma.

— E como posso ter certeza disso quando não tenho certeza nem do dia de amanhã? — retruquei.

— Eu não sei... Talvez você nem sinta mesmo. — Ele ergueu os braços e os deixou cair ao lado do corpo.

Foi a minha vez de balançar a cabeça.

— Não sei onde você quer chegar com isso, ou o que pretendia realmente dizer, mas quero deixar claro que gosto sim de você. Você é meu amigo, um dos melhores, e se duvida que tenho carinho por você... então talvez não seja eu quem não sabe o que sente. — Eu podia ouvir meu coração pulsar em meus ouvidos, sentia fraqueza também. Minha visão começava a se turvar pelo esforço do dia e por aquela situação estressante.

Observei-o. A postura cansada, olhos marejantes, respiração tensa. Eu não sabia o que fazer com ele, com tudo aquilo que se punha entre nós.

Dei um passo para trás.

— Se isso for destruir a nossa amizade, se vai nos transformar em algo que não reconhecemos, então eu não quero senti-lo. — Minha voz soou baixa e fraca, mas tenho certeza de que ele ouviu, porque sua respiração vacilou. — Boa noite, Jean.

Entrei depressa na pensão sentindo um enorme nó na garganta.

Apesar do sentimento tempestuoso que se alojou em meu peito, tive vontade de rir, porque antes era com Lorenzo que eu brigava quase sempre. Agora havia brigado com quem eu jamais pensei que fosse brigar.

Jean costumava me fazer sentir coisas boas, como se ele pintasse a vida com novas cores e fizesse questão de me mostrar. Mas agora... Agora ele havia deixado tudo cinza e sem graça.


Lorenzo

Tinha sido um dia cansativo, reuniões que pareciam nunca ter fim e problemas que não paravam de aparecer.

Eu me sentia extremamente exausto e uma dor de cabeça me irritava desde cedo. Tudo o que queria agora era tomar um banho e dormir.

Mas quando entrei na pensão e a vi na sala, encolhida no sofá, esqueci de tudo.

— Achei que você tinha ido visitar sua velha amiga estátua da Piazza Navona* — brinquei enquanto pendurava meu casaco.

Os olhos brilhantes dela me observaram com falsa irritação. Um sorriso surgiu em seus lábios rosados.

— Eu já paguei a minha dívida. — Camila deu de ombros.

Assenti rindo. Me sentei ao seu lado no sofá.

— Onde estão os outros?

— Ainda passeando.

Havia algo de errado com ela. Sua voz soava um tanto triste.

— Eu estava cansada demais e resolvi voltar para casa — completou. Quase sorri ao ouvi-la chamar a pensão de sua casa. Era bom saber que ela ainda considerava esse lugar um refúgio.

Retirei meus sapatos pensando em algo para falar, apenas porque eu já não queria mais ir para o meu quarto e também porque não queria deixá-la sozinha quando estava, claramente, triste.

Uma ideia brilhou na minha mente.

— Não sei você, mas eu adoraria ver um filme agora — sugeri.

Notei pelo canto dos olhos que ela se empertigou, parecendo animada pela ideia.

— É, eu não ia fazer nada demais mesmo — respondeu, dando de ombros novamente.

— Muito bem. — Me levantei. — Vou fazer pipoca e você escolhe o filme que quiser, pode ser?

Camila sorriu e assentiu.

— Não reclame do que eu escolher — ameaçou, apontando o controle remoto para mim.

Levantei as mãos em rendição e fui para a cozinha.

Preparei pipoca de sal comum, pipoca temperada e pipoca doce. Também fiz suco de maracujá natural e peguei alguns biscoitos de canela preparados hoje de manhã.

Quando voltei ela já havia feito sua escolha.

Deixei meus ombros abaixarem-se ao ver que tipo de filme era.

Camila apontou para mim com as sobrancelhas ruivas erguidas.

— Eu disse nada de julgar! — lembrou.

— Eu devia adivinhar que seria algo assim — provoquei.

Ela estreitou os olhos e pegou uma das pipocas só para ela.

10 Coisas Que Eu Odeio Em Você é um clássico, se quer saber — ela rebateu empinando o nariz mostrando que a palavra final era dela.

Não consegui segurar uma risada. Me rendi à sua escolha de filme e apenas me sentei para assistir ao romance.

Devo ter cochilado algumas vezes e sempre que voltava a assistir ao filme os personagens estavam brigando. Em um dos rápidos cochilos fui acordado por Camila, que balançava meu braço loucamente enquanto apontava frenética para a televisão.

— Fala sério, você não pode dormir na melhor cena de todos os tempos! — dizia ela.

Balancei a cabeça para afastar o sono e foquei os olhos na tela. Na "melhor cena de todos os tempos" a personagem listava dez coisas das quais odiava no rapaz de que ela gostava, o que não entendi muito bem, mas explicou o título.

— Deixa eu ver se entendi. — Me ajeitei no sofá. — Eles se gostam, mas ela listou várias coisas que não gosta nele?

— "Mas eu odeio, principalmente, não conseguir te odiar..." — Camila recitou com um ar sonhador, bem diferente de como a encontrei quando cheguei. — É a minha favorita.

Balancei a cabeça fingindo surpresa, o que a fez me dar um soquinho no braço.

— Preste atenção nessa parte — disse com a boca cheia de pipoca e balançando meu braço novamente.

Fiz o que ela pediu e assisti ao filme até seu final torturante.

— Pelo menos ficaram juntos — suspirei.

— É claro que ficaram, é o melhor filme.

Eu não tinha percebido que Camila ainda segurava meu braço, e, pelo visto, ela também não.

Mas não nos afastamos, nos encaramos enquanto os créditos subiam pela tela seguidos de uma música.

Afastei um cacho acobreado de seu rosto, fazendo suas bochechas enrubescerem. Achei fofo.

Meu coração batia forte, principalmente agora que seus olhos percorriam meu rosto.

— Sabe, existem dez coisas que eu não odeio em você — disparei sem pensar muito. Foi a minha vez de corar.

Camila sorriu, afastando sua mão do meu braço para poder colocar o cabelo atrás da orelha. Ela abriu a boca para falar algo, entretanto o barulho das pessoas chegando a fez desistir.

Pelo menos eu havia feito ela rir. E pelo menos a ideia do filme fez aquela sombra de tristeza ir embora.

Nosso momento foi interrompido por risadas e conversas, mas nem mesmo todo aquele barulho dissipou a energia que se instalou entre nós. Não desfez o rosado de suas bochechas e o brilho nas írises castanhas que pareciam queimar como fogo.

Que poderiam queimar meu coração.


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TRADUÇÃO DAS PALAVRAS COM ASTERISCO*

Piazza Navona - Praça situada em Roma; Famoso ponto turístico.

Gelato - Sorvete

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