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Capítulo - 33


Passamos horas e horas conversando na sala de estar da pensão. Aquilo parecia mágico, a forma como eu me senti bem melhor apenas de estar onde meu coração queria estar.

Jean e Martina estavam animados, falavam como se não pudessem conter toda a energia que havia neles. Já Lorenzo estava calado, parecia pensar bastante em algo e estar analisando todo o momento.

Em algum momento nossos olhares se encontraram e eu não pude desviar sem que parecesse vergonhoso, e ele fez o mesmo. Senti um sorriso querendo aparecer em meu rosto, que foi inevitável quando um sorriso também brincou nos lábios dele.

Não sei bem quanto tempo se passou enquanto colocávamos parte do assunto em dia, mas eu já estava me sentindo exausta. Isso vinha acontecendo ultimamente, meu corpo parecia se cansar com mais facilidade e rapidez, como se fosse um aviso para que eu repousasse mais.

Achei gentileza da parte dos três não mencionarem sobre a minha saúde apesar de terem ciência, apenas me acolheram bem como eu precisava.

Lorenzo pareceu perceber o que eu sentia quando me recostei sobre as almofadas do sofá amarelo de Matina, porque disse o mais educado possível:

— Preciso sair daqui a meia hora... — Ele se levantou e pôs as mãos nos bolsos da calça.

— Ah, claro. Mal vimos o tempo passar. — Martina riu. — Vamos deixar que a Mila volte a se acomodar em seu quarto e conversamos mais depois. Aliás, mia cara*, eu estava pensando em preparar um jantar de boas-vindas para você e para seus pais quando eles chegarem amanhã. — Pelo brilho em seus olhos dava para ver que ela estava empolgada com a ideia, então apenas concordei.

— Me parece perfetto*!

Jean e eu também nos levantamos, ele com a mão em meus ombros em um gesto de carinho. Evitei olhar para Lorenzo, justamente por saber da sombra em seu olhar.

— Eu também preciso ir embora, tenho muito trabalho a fazer — anunciou meu amigo. — Não precisa me acompanhar até o carro, Mila. Você precisa descansar um pouco. — Ele piscou para mim e ergueu minha mão para beijá-la rapidamente.

Martina deu o mesmo sorriso que ela dava quando assistia seus personagens favoritos em suas novelas mexicanas. E também porque Jean Claude era mexicano.

— Obrigada por vir — disse Martina.

Jean levou a mão ao peito.

— Não sabe como senti saudades desse lugar.

Dei-lhe uma cotovelada leve em suas costelas.

— Não mais do que eu!

A senhora gargalhou.

— Obrigado pelo lanche, Lorenzo, é bom ver você também — Jean se dirigiu ao loiro, que estava tão calado quanto costumava ser.

A resposta de Lorenzo foi um sutil inclinar de cabeça. Jean despediu-se mais uma vez de Martina e de mim e foi embora.

— Acho que vou me recolher um pouco — falei abraçando meu próprio corpo.

— Você desce para o jantar? — perguntou a senhora, arrumando algumas das louças que estavam sobre a mesinha de centro da sala assim como seu neto já fazia.

— Desço sim.

— Maravilha. Mas antes de você subir, vou preparar um banho com sais relaxantes para você se recuperar da viagem longa. — Sua voz soou animada.

— Ah, não precisa, Martina...

Ela franziu as sobrancelhas.

Bambina*, deixe-me cuidar um pouco de você, estive longe demais para fazer isso antes!

Ergui as mãos em rendição, rindo de sua palavra final.

Martina largou tudo e subiu as escadas a fim de preparar o meu quarto como se eu realmente ainda fosse uma bambina*. Lorenzo se movia em silêncio para lá e para cá, não tão alheio à nossa conversa, pois riu e disse:

— Ela é bem decidida quando quer.

Pus-me a ajudá-lo, levando o resto das comidas para a cozinha.

— Jura? Acho que conheço alguém parecido — brinquei, arrancando-lhe um sorriso.

Ele balançou a cabeça provocativo.

— É mesmo? Também sei de uma pessoa assim — devolveu, me fazendo rir.

Fizemos as coisas em silêncio, apenas aproveitando a atmosfera harmoniosa entre nós. Entretanto, ao terminar de guardar os itens, uma onda de fraqueza acometeu meu corpo, fazendo-me cambalear. Por sorte consegui me apoiar na bancada atrás de mim.

Lorenzo largou tudo o que estava fazendo para me ajudar a sentar na cadeira mais próxima.

— Eu só preciso... — Era difícil raciocinar. — Só preciso respirar um pouco...

Mantive meus olhos fechados enquanto sentia a força voltar lentamente, quando os abri me deparei com Lorenzo ajoelhado na minha frente, os olhos preocupados analisando meu rosto e minha mão aconchegada entre as suas.

— Você está pálida — sussurrou, como se até mesmo suas palavras pudessem me atingir fisicamente e me deixar ainda mais vulnerável.

Apesar da minha lentidão, meu coração batia rapidamente.

Ele se levantou para buscar um copo de água e depois voltou à posição anterior, ainda segurando minha mão gélida. Confesso que gostei do modo como a pele quente de suas mãos parecia acalentar a minha.

Bebi a água em goles pequenos para que tudo em mim se acalmasse. Abaixei o olhar para nossas mãos juntas, algo que eu nunca pensei que fosse acontecer. Sendo sincera, achava que muitas coisas não podiam acontecer, e cá estou eu.

— Isso vem acontecendo — tentei justificar o episódio. — Estou me acostumando.

Lorenzo pareceu não saber o que dizer, porém seus olhos disseram. Ele entendia como era aquilo. Mas então sua expressão se abriu.

— Podemos arranjar um daqueles andadores de bebê para você, vai ser bem útil — brincou, quebrando a tensão.

Ri alto de sua ideia.

— Mas é claro que não! Consigo andar perfeitamente, obrigada — rebati.

Lorenzo riu e abaixou o olhar para as nossas mãos também.

— Você está bem? — Sua pergunta soou branda, e ao mesmo tempo tão cheia de significado.

Ele não estava perguntando do que acabara de acontecer, muito menos dos meus problemas de saúde. O que Lorenzo queria saber era como eu me sentia, como andava meu coração e minha mente.

Suspirei antes de falar:

— Morrer é difícil.

— Aceitar isso é mais difícil ainda — completou.

Assenti. Lágrimas quiseram despencar, mas eu as afastei.

— Não quero machucar as pessoas, Lorenzo. Não quero ser a onda que vai estragar tudo — confessei, deixando que meu coração falasse por mim.

Ele olhou nos meus olhos.

— Se serve de consolo, eu sou uma rocha — respondeu dando de ombros.

Sorri apertando levemente sua mão, ele devolveu o aperto.

Decidi subir quando me senti melhor. Lorenzo me ajudou pacientemente a subir as escadas e a chegar no quarto. Martina ficou alarmada, mas soube disfarçar dizendo que meu "banho super-relaxante" estava pronto.

Os dois saíram me deixando sozinha no quarto tão familiar quanto a minha própria sombra. Inspirei o perfume adocicado e cítrico que se espalhara pelo cômodo, provavelmente vindo do banheiro.

Me deparei com uma banheira cheia, com um pouco de espuma e folhinhas cor de rosa boiando na água quente. Agradeci mentalmente pelo cuidado de Martina, porque eu realmente precisava de um mimo assim.

Enquanto sentia cada músculo do meu corpo relaxar na água aromatizada, refleti sobre tudo o que havia acontecido naquele dia.

Era maravilhoso estar de volta, ainda que em circunstâncias tão diferentes. E por falar em diferente, eu me sentia diferente. Sentia algo desconhecido, mas bom, aconchegar-se no meu peito.

Como uma promessa boa do futuro. Eu só não sabia se podia confiar nesse futuro.

Lorenzo

Foi estranho, para dizer o mínimo. Na verdade, tinha sido aterrorizante. Eu sabia o quanto ela estava fragilizada, mas ver isso acontecer...

Camila me assustou com seu episódio de fraqueza. Tanto que precisei sentar nos degraus da escada para me recuperar após acompanhá-la até seu quarto.

Apoiei a cabeça nas mãos, respirando fundo.

Me perguntei se ela havia se sentido assim quando me encontrou desmaiado meses atrás e fiquei em coma. O que se passou pela cabeça dela? Como ela ficou diante de tamanha situação?

Deve ter sido péssimo.

Apesar de preocupado, no momento em que segurei sua mão fria, um sentimento indescritível fez meu coração saltitar. Algo que eu nunca tinha sentido em todos esses anos.

— Ah, il bambino mio*. — Minha avó aparece interrompendo meus pensamentos. Ela acaricia meus cabelos por sobre o corrimão da escada no qual está apoiada.

Não precisei falar nada para ela, nem explicar, nem demonstrar. Ela sabia de tudo e certamente entendia o que estava acontecendo dentro do meu peito.

Eu só queria que houvesse mais tempo nisso tudo, que a vida tomasse um rumo diferente do que esperávamos.


_______________________________
TRADUÇÃO DAS PALAVRAS COM ASTERISCO*

Mia cara - Minha querida

Perfetto - Perfeito

Bambina - Criança; menina. Designação genérica para referir-se à alguém jovem.

Il bambino mio - Meu filho; minha criança.

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