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Capítulo - 18


O ar deixou meus pulmões e parei de mexer a colher na panela. Não fazia ideia daquele fato. De que ele podia me escutar. Nenhum médico tinha dito aquilo.

Santo Deus, eu havia dito tanta coisa.

Ainda sem olhá-lo, eu disse:

— Até quando ameacei raspar a sua cabeça?

Um suspiro misturado com uma risada saiu dele.

— Principalmente isso.

Respirei fundo, reunindo coragem para me virar.

— Você... Você pediu para que eu resistisse e acordasse — ele continuou perante o meu silêncio. — Disse que me ajudaria a enfrentar. Estava falando sério quando disse isso?

Finalmente virei-me de frente para ele, que tinha levantado do banco e agora estava com as mãos apoiadas na bancada à sua frente. Os olhos verdes pinho carregavam algo que não pude decifrar.

— Estava sim — minha voz saiu baixa. — Era tudo verdade.

Ele deu a volta para se aproximar.

— Então por que ficou com raiva? Por que agiu daquele modo?

— Porque você disse que não queria ter acordado, que preferia morrer a viver assim — disparei zangada.

Lorenzo balançou a cabeça e levantou as sobrancelhas parecendo não compreender o que eu dizia.

— E por que se importa?

— Porque você teve mais uma chance, considere um privilégio ainda ter uma esperança! — exclamei sentindo meu coração pulsar nos meus ouvidos.

Ele podia fazer um transplante, e isso era uma oportunidade ainda que estivesse demorando para realizar.

— Isso não significa que vá funcionar.

— Mas você pode tentar — retruquei no mesmo tom.

Lorenzo passou as mãos furiosamente pelos cabelos loiros.

— Você não faz ideia de como é estar morrendo — suas palavras vieram amargas.

— Pode ter certeza que sei, porque isso é exatamente o que está acontecendo comigo! — Já não me importava mais com o que eu revelava, estava transtornada demais para conseguir manter meu segredo.

Sua expressão só ficou mais confusa.

— Do que você está falando? — Ele levou as mãos a cintura como se não acreditasse em nada do que eu falava.

Minha respiração estava rápida, meu coração martelava em meu peito e somente uma coisa se passava na minha cabeça.

— Eu tenho um aneurisma prestes a romper — revelei baixinho.

Levantei os olhos buscando os dele. A sombra de irritação e seriedade que ficava sobre eles se esvaiu, sendo substituída por algo como pena e compadecimento. As sobrancelhas grossas levantadas, em um gesto raro.

Não aguentei manter o contato visual, virei-me para desligar o fogo e terminar de fazer o macarrão.

— Foi por isso que passou mal naquele dia? Por isso ficou internada e não quis me falar nada dos exames? — Ouvi Lorenzo se aproximar mais de mim. — Mentiu quando disse que era anemia.

— Não. Eu tenho anemia, mas também um aneurisma, e sim tudo aquilo foi por conta dele — respondi pegando dois pratos brancos de porcelana no armário. — Eu sei como é ser uma bomba relógio, Lorenzo.

Ele deixou um longo suspiro escapar. Depois ficou apoiado na pedra de mármore bem ao meu lado.

Preparei nosso jantar e o dispus na bancada mesmo, puxei um banco para o meu lado de forma que ficamos frente a frente. O que deu a ele a oportunidade de ficar me encarando em silêncio.

Pensei que seria mais difícil contar aquilo. Imaginei uma situação totalmente diferente daquela, assim como o lugar. E muitas vezes também pensei em não contar nunca. Aliás, de todo modo ele não se importaria.


Lorenzo

Um aneurisma.

A garota ruiva, com um ar sonhador e alegre na minha frente tinha um aneurisma perto de romper.

Todo esse tempo ela tinha mantido aquilo somente para ela, tinha enfrentado aquilo sozinha e não compartilhado nada. O que me fazia perguntar por quê?

O dia em que discutimos e ela desmaiou não saía da minha cabeça. Ela tinha ficado tão pálida e tão frágil, mas ainda assim se manteve firme. Mesmo quando pegou chuva e ficou doente, mesmo quando estava cheia de trabalho, mesmo quando eu briguei inúmeras vezes com ela. Mesmo sabendo que morreria a qualquer instante.

Desejei ter pelo menos um terço de sua força.

Ela havia cuidado de mim. Todos os dias, pelo que me disseram. Passou horas e mais horas, dias e mais dias no hospital mantendo a esperança de que eu ficaria bem. Além de ter dado todo o apoio à minha avó. Tinha feito tanto por alguém que não merecia nem metade daquela bondade.

Eu queria agradecer, dizer o quanto aquilo tinha sido importante para mim e o quanto eu era grato. Mas as últimas coisas que ela havia dito tinham me calado profundamente, fazendo-me sentir envergonhado por tudo o que eu havia falado antes.

Levei mais uma garfada de macarrão à boca. Precisava confessar que, apesar de simples, estava excepcionalmente bom. Por mais que eu não admitisse, por mais que não demonstrasse eu reconhecia seu talento culinário.

Camila comia em silêncio e com a cabeça abaixada, com certeza pensando em milhões de coisas. Os cachos ruivos estavam domados em um coque, apenas alguns rebeldemente soltos. De alguma forma, parecia que toda aquela energia que ela emanava tinha ido embora quando contou sobre sua doença.

Era por isso que ela ficou furiosa quando eu disse que estava cansado de viver, porque viver era tudo o que ela mais queria.

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