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Capítulo - 08


— Uma oferta de paz? — perguntei fungando. Sentei-me na cama mantendo os cobertores quentes sobre mim. — Pensei que tinha vindo alimentar a fera de novo.

Lorenzo ponderou a ideia. Ele colocou a bandeja na escrivaninha e se aproximou da minha cama.

— O que eu fiz foi estúpido — começou ele. — Acho que passei tanto tempo sem ter alguém novo por perto, ou sem permitir que alguém se aproximasse, que me esqueci de como agir. De como acolher. — Seus olhos se mantiveram em suas mãos, que apertavam uma a outra.

Ajeitei minha postura para dar tempo de digerir suas palavras, afinal eu havia sido pega de surpresa.

— Eu sei que é difícil lidar com algumas coisas quando se está com problemas maiores na cabeça, sei disso muito bem — mantive a voz baixa. — Mas você não tem que enfrentar tudo sozinho, ou se afastar de quem quer se aproximar. Às vezes o melhor remédio é a companhia.

Um peso pareceu sair de seus ombros ao me ouvir falar. Lorenzo se abaixou ao lado da cama.

— Entendo se não aceitar, mas quero pedir desculpas pelos meus erros — sua voz soou sincera.

Lorenzo Romano pedindo desculpas para mim, e ainda por cima de coração aberto. Uau.

— Primeiro preciso saber de uma coisa — cruzei os braços. — Você foi forçado a trazer o almoço, não foi?

Uma risada, que eu jamais havia escutado, veio dele.

— Eu fiz o almoço reforçado para você — admitiu ele.

— Sendo assim, como eu não aceitaria suas desculpas de joelhos?

Só então ele notou que estava mesmo de joelhos, por estar abaixado.

— Eu não pretendia estar assim — respondeu estreitando os olhos com ar de brincadeira.

Lorenzo pôs a bandeja no espaço vazio da cama e saiu do meu quarto fechando a porta.

Fiquei uns instantes ainda tentando entender se aquilo era real, se aquele Lorenzo era real. Então era assim que ele era quando não estava arisco e emburrado?

Não pude deixar de sorrir.



Não havia nada mais revigorante que se curar de um resfriado.

Quando acordei naquele dia abri as janelas do quarto inspirando o ar primaveril. Nova estação, novos ares.

Era sábado, toda a cidade estava se preparando para o festival que começaria antes do pôr do sol, inclusive a pensão Bellini.

— Martina, você não acha que... — Parei de falar ao ver que a senhora não estava sozinha nos preparativos do festival. Lorenzo a ajudava.

Mia cara*, você está ótima! — Martina veio me abraçar.

Inspirei seu perfume de lavanda e chá.

— Me sinto ótima, pronta para ajudar — respondi animada.

— Muito bem, me ajude com os calzones* e a fogazza*.

Lorenzo não falava nada enquanto cozinhava, o que notei ser um hábito dele.

Logo o aroma dos temperos tomou conta do lugar, trazendo consigo alegria e tradição. Meu estomago só não reclamava porque eu experimentava um pouquinho de cada coisa uma vez ou outra. Eu podia apostar que as pessoas ficariam encantadas com os pratos ofertados pela pensão.

Após cozinhar fomos nos preparar para o evento. Eu havia pesquisado um pouco sobre o festival para saber mais dele, foi o que me levou a querer me vestir a caráter.

Minha saia rodada era verde, que combinava com a camiseta branca. Deixei o cabelo solto, já que era quase impossível domá-lo, e coloquei uma tiara com flores vermelhas na cabeça. Calcei sapatinhos pretos de salto baixo e desci para esperar Martina e Lorenzo na sala.

Mas eles já estavam lá quando cheguei. A senhora me olhou com luz nos olhos, já Lorenzo franziu as sobrancelhas.

Reparei que eles estavam com roupas normais, e não algo que se usaria em um festival.

— Por que não estão a caráter? — Ri sem jeito.

Lorenzo riu ao dizer:

— Porque ninguém vai assim, a menos que você vá dançar.

Martina deu um peteleco no neto, que não esboçou reação alguma além de querer rir de mim.

— Você está maravilhosa, querida. — Ela se apressou em pegar as bolsas com o que levaríamos. — Agora vamos logo antes que as ruas fiquem cheias demais!

Colocamos todas as coisas no porta malas do carro de Lorenzo, que por sinal ainda tinha cheiro de carro novo. Tivemos que empurrar a barraquinha de madeira desmontada para que o outro pudesse fechar a porta, o que não foi nem um pouco fácil.

Estávamos prontos para ir quando Martina se lembrou de buscar algo na pensão e saiu apressada do veículo. Ficamos apenas eu, Lorenzo e um silêncio um tanto constrangedor.

Me ocupei em passar as mãos pela minha saia na tentativa de alisá-la ainda mais e de não precisar falar nada.

Mas, por algum motivo, levantei os olhos e me deparei com os de Lorenzo me encarando através do espelho retrovisor, verdes e brilhantes. Ele desviou o rosto e limpou a garganta.

Tomei fôlego para falar e bem no exato momento Martina entra trazendo consigo um chapéu elegante com girassóis artificiais dando charme a ele.

Passamos por ruas enfeitadas com balões das cores da bandeira italiana, assim como faixas e bandeirinhas. E não foi diferente quando chegamos no local do festival.

Achamos um lugar para estacionar e carregamos nossas coisas através das muitas pessoas presentes.

Haviam barraquinhas coloridas com placas informando o que era vendido, as mesmas esbanjando variedades de comidas e bebidas típicas. Mais faixas verde, branco e vermelho se espalhavam acima de nós formando um arco que se separava para todas as direções. As milhões de bandeirinhas balançavam com o vento trazendo movimento ao cenário festivo.

Além de tudo isso haviam carrinhos de pipoca, jogos de parque de diversão e um palco com uma banda tocando.

Meu coração palpitava com tamanha beleza, com tanta alegria e emoção de estar ali vivendo aquilo. Tanto que não me importei com o fato de que Lorenzo estava certo quando disse que as pessoas não se vestiriam a caráter.

Nós três montamos nossa barraquinha em um espaço vazio entre a do dono da padaria local e da barraca das crianças da escola. Martina e eu organizamos perfeitamente os pratos enquanto Lorenzo pendurava a placa colorida.

— Eu não sei o que você fez para que ele mudasse de ideia, — Martina se aproximou, sussurrando. — mas eu agradeço de coração.

Ela se referia à vinda de Lorenzo e sua grande cooperação.

— O crédito é todo dele — sussurrei de volta dando um sorriso a ela, que retribuiu calorosamente.

Quando terminamos já havia uma fila de pessoas querendo comprar os sabores únicos dos pratos da pensão Bellini.

Tempo depois Martina me despachou insistindo que eu precisava aproveitar a festa e me divertir o máximo que conseguisse.

Tirei fotos de cada coisa que eu via para mandar para a minha mãe, caso contrário ela me daria uma bronca das grandes por não mostrar toda a beleza de Roma para ela também.

Comi as mais diversas comidas, cada uma deliciosa de seu próprio jeito. Desde rondelli* à gelatos* de sabores incríveis.

Admirei os artesanatos expostos, todos feitos com tanto esmero e carinho. Dentre eles pratos e xícaras pintadas à mão, tal como vasos de cerâmica, além de bolsas e cestas feitas de palha trançada. Também haviam jóias maravilhosas e enfeites lindos.

Parei para olhar melhor um colar prateado que tinha como pingente uma madrepérola em forma de gota. Era quase hipnotizante de tão belo.

— Vi você em todas as barracas possíveis, incluindo as de comida. — A voz de Lorenzo me tira a atenção e me dá um susto.

Continuo minha caminhada sendo seguida por ele.

— Quero ter a experiência completa para recordar para sempre — respondi tocando uma boneca matrioska um pouco assustadora.

— Como consegue comer tanto sendo tão pequena? — disparou curioso.

Me virei para encará-lo.

— Eu sou agitada, então gasto muita energia, e para ter mais energia preciso comer — rebati.

Lorenzo pôs os braços atrás das costas.

— Espero que não siga esse mesmo raciocínio quando passar pelas barracas de drinques — provocou ele.

— Eu não...

Dio mio! Veloce, ragazza!* — Uma moça de bochechas bastante coradas e cabelo loiro agarrou meu braço. — Já vamos começar e você ainda está aqui! — exclamou ela me puxando pela multidão.

— Espere! Você está me confundindo com alguém! — Tentei pará-la. — Para onde está me levando?

Vi Lorenzo apenas acenar esbanjando um sorriso no rosto enquanto eu era praticamente arrastada para sabe-se lá onde.

A moça me soltou quando chegamos na parte de trás do palco montado para apresentações. Foi quando notei que as roupas das pessoas que estavam reunidas a minha frente eram como a minha.

Ah não. Ela tinha me confundido com eles e achado que eu também fazia parte do grupo.

Alguém empurrou para mim um pandeiro rodeado de fitilhos coloridos.

— Espera um pouco, eu não faço parte disso! — gritei para as pessoas da manutenção.

Tarde demais. A música começou a tocar e fui empurrada pelo grupo para o centro do palco. Os dançarinos faziam passos claramente coreografados com perfeição, já eu olhava estática para a multidão que era a plateia.

— O que você está fazendo? Toque! — um homem rechonchudo e saltitante disse para mim através de um sorriso forçado.

— Mas eu não...

Fui novamente puxada, dessa vez um braço enlaçou o meu me incluindo na dança em roda. Tentei acompanhar o ritmo frenético e falhei drasticamente.

Corri os olhos pelas pessoas que assistiam e encontrei Lorenzo vermelho de tanto rir da situação. Cerrei os olhos para ele em desaprovação.

Eu fui girada, balançada, empurrada, puxada, abaixada e levantada. Tudo isso em uma única dança!

Meus pulmões imploravam por ar quando a bendita música acabou. Corri em disparada para fora do palco antes que alguém me pegasse por engano para dançar de novo.

Caminhei ofegante até um Lorenzo também ofegante, mas por motivos de gargalhadas.

— Você nem me ajudou! — Dei um soquinho em seu braço.

— Foi tão hilário! — Ele ria sem parar. — Os dançarinos te obrigando a segui-los na dança e a sua expressão de confusão foram impagáveis.

— Que bom que está se divertindo com o meu sofrimento! — Acabei por rir junto a ele.

Ao anoitecer o lugar foi tomado por luzinhas amareladas que impediram o fim do festival e deixaram tudo ainda mais bonito.

— Ora, Giussepe, seus pães recheados fizeram tanto sucesso quanto os meus calzones* e a fogazza* — Martina conversava animada com o senhor da barraca ao lado, que comia um calzone.

— Martina, você possui mãos de fada! — respondeu ele com o italiano carregado.

Ri com a cena, que não deixava de ser fofa.

No final do festival meus pés imploravam por descanso. Tínhamos vendido tudo e o dinheiro foi posto na urna de arrecadações. As expressões satisfeitas das pessoas não tinham valor, assim como demonstrar amor através da culinária.

Recolocamos tudo no carro e seguimos para casa. Cansados, mas felizes.

Nos jogamos no sofá da sala de estar quando chegamos na pensão, viemos conversando por todo o caminho contando o que havíamos gostado mais no festival. Eu, sinceramente, não fui capaz de escolher apenas uma coisa favorita, porque eu tinha amado tudo.

Martina, que estava entre mim e Lorenzo, se levantou para fazer um chá nos deixando novamente sozinhos.

Percebi pelo canto do olho que o rapaz ao meu lado estava de olhos fechados, com o rosto relaxado. Seus cabelos loiros caíam em todas as direções em uma bagunça charmosa, os cílios longos quase tocavam suas bochechas levemente rosadas. Seu peito subia e descia lentamente seguindo o compasso de sua respiração calma.

— Deve estar pensando no quanto eu sou bonito. — Ele abriu os olhos e virou o rosto para mim tão rápido que nem tive reação.

Balancei a cabeça e fiz uma careta para ele desviando meus olhos.

O final da noite resumiu-se em eu, Martina e Lorenzo sentados na sala bebendo chá e conversando tranquilamente.

Como se a vida também pudesse ser tranquila todo o tempo, como se nada pudesse macular aquele momento perfeito.

_______________________________
TRADUÇÃO DAS PALAVRAS COM ASTERISCO*

Mia cara - Minha querida

Calzone - Prato com massa semelhante à massa de pizza, a mesma é enrolada e possui recheios variados.

Fogazza - É um pastel italiano feito com massa semelhante à de pão, pode ser recheado das mais diversas maneiras.

Rondelli - Massa enrolada com recheio e molho por cima, como um rocambole.

Gelato - Sorvete

Dio mio - Deus meu

Veloce - Rápido

Ragazza - Moça, menina

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