Capítulo 15 - Desdito
Notas do autor
Olá meu povo lindo, olha quem tá dando as caras depois de tantos meses... Eu disso que voltaria, não disse?
Eu sou inevitável!
Mas então, essa historia está quase toda escrita, tô sofrendo com o ultimo capítulo (que vai ser o e epilogo) pq quero colocar um lemon, mas sou péssima em lemons escritos na terceira pessoa. Estou postando esse capítulo pra avisar que as publicações dessa historia vão ser mais frequentes, e quando eu terminar o epilogo, ai mesmo que as postagens serão com mais frequência.
Ah, eu quero lagrimas! To com saudades de beber as lagrimas dos leitores, minha pele está precisando urgentemente delas.
Boa leitura
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Steve se sentia enjoado e jurava que poderia vomitar a qualquer momento, por isso se curvou para frente abraçando seu corpo, comprimindo seus lábios, sentindo seu coração bater rápido no peito ao ponto de doer. Tudo estava girando ao seu redor, ele agradeceu o fato de estar sentado. Não conseguia acreditar na história que tinha acabado de ouvir.
Era maldade demais para ser verdade.
Após os Starks terem sido liberados para ver o filho, o trio de amigos decidiu que iriam para o pequeno apartamento de Bucky, afinal já tinham perdido o dia de aula e não conseguiriam prestar atenção nas palavras dos professores além de que precisavam muito conversar. Depois de informarem aos outros membros do grupo que o Tony estava fora de perigo, o casal de namorados se sentou à mesa com Steve, cada uma tinha uma xícara de café fumegante, então com um suspiro cansado e triste vindo de Natasha, os dois começaram a narrar o que aconteceu no período que Steve esteve fora.
Cada palavra que saia da boca dos amigos, Rogers sentia como se estivessem enfiando agulhas quentes em seu coração. A vontade de chorar e o arrependimento lhe acertaram com força de um trem de carga. Havia julgado e condenado uma pessoa inocente, alguém que era tão ou mais vítima do que ele, do jogo sórdido de um psicopata. Não havia palavras para descrever o que estava sentindo, mas agora conseguia entender a tristeza que parece estar impregnada nos ossos Tony e saindo de cada poro de sua pele.
Tony? Céus, como ele deve ter sofrido!
Steve gemeu dolorido, desejando poder voltar no tempo e impedir que machucassem o amor da sua vida. Não conseguindo mais segurar a ânsia, Rogers saiu correndo na direção do banheiro, levantou a tampa do vaso e vomitou o pouco que estava no estômago. Quando não havia mais nada para ser colocado para fora, ele sentou-se no chão com as costas apoiadas na parede e foi acompanhado pelo melhor amigo.
– Está tudo bem, eu também vomitei quando descobri o que o estava acontecendo com o Tony – Bucky quebra o silêncio pesado que se estendeu entre os dois.
– O que... Por quê? Por que ele fez isso? – Steve gemeu se curvando levemente para frente, seu estômago doía e sua cabeça estava latejando. Ele não conseguia entender como alguém era capaz de provocar tanto sofrimento em outra pessoa. O Tony não merecia.
– Jackson é uma pessoa doente! Um psicopata que está obcecado pelo Tony, Stevie – Bucky avisou nitidamente irritado.
– Isso é tão... – as palavras travaram na garganta de Rogers, devido ao bolo que tinha se formado na garganta. Ele estava se sentindo cada vez mais doente quanto mais compreendia o que tinha acontecido.
– Doentio? Monstruoso? Cruel? Eu também não consigo encontrar uma palavra para descrever o que aconteceu com o Tony – a voz pesarosa de Bucky fez o estômago de Steve se revirar novamente. – Nem sei se existe uma palavra para descrever o que ele passou.
– Eu tenho que fazer alguma coisa... Não posso ficar parado. Como... Como eu faço para ajudar? Diz-me o que fazer e como ajudar. Oh Deus! O Tony... Eu não... – Rogers falou desnorteado com lágrimas finas rolando pelo seu rosto.
– Não tenho a mínima ideia do que fazer! Boa parte do tempo, eu não tenho a menor noção do que estou fazendo... Mas eu fico lá, sentado do lado dele, tentando ser o que ele precisa – Barnes informou.
– Você pode começar ficando do lado dele – Natasha avisou chamando atenção dos dois. Ela estava em pé próxima à porta do banheiro, por isso foi capaz de ouvir o pequeno diálogo que tiveram. – O Tony vai precisar de todo apoio possível e você, é o cara que ele ama desde sempre. Seria muito bom para ele se pudesse contar com sua ajuda, mais do que já tem.
As palavras de Romanoff lhe deram uma direção, iria ajudar em tudo que tivesse ao seu alcance, seria o que Tony precisasse que fosse e não deixaria mais ninguém machucar o amor da sua vida.
[...]
No hospital, o casal Stark velava o sono do filho, e doía em seus corações tê-lo novamente ferido. Maria chorava silenciosamente desde que entrou no quarto, ela se sentou ao lado da cama onde Tony dormia e não soltou a sua mão nem por um minuto, volta e meia tocava de leve o curativo na testa do filho e encarava a panturrilha engessada.
Howard estava perto da janela observando a esposa e o filho. Quem o visse diria que ele não estava se importando com o estado de seu herdeiro, mas quem o conhece consegue perceber que não é bem assim. Ele estava possesso, na verdade, era uma palavra simples demais para descrever o que ele sentia, seria capaz de matar se encontrasse aquele garoto novamente.
O senhor Stark também estava se achando um inútil. Novamente não tinha conseguido proteger seu filho e isso doía no seu coração e no seu orgulho. Quebrou sua promessa de que o protegeria, mas dessa vez não permitiria que Tony se arriscasse, ele mesmo daria um jeito de provar que foi Theodore Jackson que enviou aquelas monstruosidades de fotos e o faria pagar por isso. Howard traria justiça para seu filho, de um jeito ou de outro, e nem que precisasse cobrar todos os favores que tinha.
Depois de horas inconsciente, para o alívio dos senhores Stark, Tony se remexeu um pouco na cama e abriu os olhos fazendo uma careta de dor. Maria se levantou e acariciou os cabelos do filho falando que tudo estava bem, mas ele não conseguia entender, sua cabeça estava confusa e doendo.
– Está tudo bem, meu querido – Maria falou passando a mão nos cabelos de Tony.
– Mãe? – a voz do herdeiro Stark saiu rouca e arrastada.
– Oi, meu lindo menininho – ela falou carinhosamente.
– O que aconteceu? – Tony indagou lentamente.
– Qual a última coisa que você se lembra? – Howard questionou, o mais novo no quarto não tinha percebido a presença do pai.
Tony franziu o cenho forçando o cérebro a funcionar, seus olhos se arregalaram quando se lembrou das fotos humilhantes que recebeu por mensagem. Sua garganta se fechou quando se tocou que não foi só ele que as receberam, todos na escola as receberam e o viram nu e sendo violado. Vergonha. Desespero. Sair correndo sem rumo. Um carro e a escuridão. Lágrimas embaçam sua visão, o ar se tornou pesado e entra com dificuldade em seus pulmões.
– Calma meu amor, já passou – a senhora Stark tenta amenizar as coisas quando notou Tony o olhar agoniado e a respiração ofegante do filho, mas ela mesma não estava conseguindo se controlar e lágrimas rolavam pelo seu rosto.
– Mãe! – ele gemeu tentando se encolher, mas a dor foi insuportável o que fez seu choro mais intenso e sofrido. Dói tanto, seu corpo e sua alma doem tanto.
– Meu amor! – Maria segurou o rosto do filho com as duas mãos e beijou sua testa. – Vai ficar tudo bem, vamos superar isso mio bambino.
– Eu não quero voltar para escola. Por favor, mamãe, não me faça voltar para a escola. Eu vou para um internato se for preciso, mas não me faça voltar – Tony pediu desesperado.
O mais jovem dos Stark tenta respirar, mas não consegue. Não há ar, seus pulmões estão queimando. A dor em seu peito é tão aguda, ele só quer que a dor acabe.
– Não pense nisso agora, meu querido. Recupere-se, depois nós falamos sobre esse assunto – a senhora Stark pediu falando baixinho e alisando os cabelos do filho – Ouça, apenas... apenas tente respirar, certo? – ela pede aflita.
Tony acena com a cabeça e tenta tomar grandes golpes de ar; ele quase consegue, mas um forte soluço agita seu peito fazendo com que mais lágrimas escorrerem de seus olhos. De repente, Jackson está presente, em cima dele de novo, grunhindo com toda a sua loucura, para machucá-lo de novo. Ele precisa fazer alguma coisa. Ele não quer mais sentir dor.
O jovem Stark sente os olhos abertos e é estranho porque ele não se lembra de ter fechado. E agora sua mãe está em cima dele, com a preocupação estampada em seu rosto. Ela está falando gentilmente, mas ele não consegue entender. Tony respira fundo várias vezes, forçando-se a se acalmar. Sua mãe não o machucaria. Jackson não estava em cima dele, era apenas o fantasma de uma memória. Seu batimento cardíaco volta ao normal minutos depois e ele cobre a boca com a mão, fecha os olhos com força em seguida se curva para mais perto de Maria, buscando seu conforto.
Howard assistia a cena sentindo uma mistura de ódio, indignação e inutilidade. Ele saiu do quarto sem ser visto, mesmo sabendo que estava errado deixar sua esposa sozinha, para lidar com o filho deles desmoronando, mas ele era covarde nojento e estava quebrando mais rápido do que conseguia segurar. O pai de Tony caminhou desnorteado até a saída de emergência com a sensação de que seu coração estava sendo comprimido; subiu as escadas correndo, chegou ao telhado do hospital sentindo seus pulmões ardendo desesperados por ar.
Sozinho em meio ao cinza dos prédios da cidade misturado com o branco da neve, Howard gritou o mais alto que pode, em uma tentativa de afastar a dor de ver o seu único filho sofrendo e não poder fazer nada para aliviar. Seus joelhos cederam fazendo que caísse de quatro no chão, lágrimas de frustração começaram a rolar livremente pelo seu rosto, o vento frio assobiava em seus ouvidos e fazia os pelos do seu corpo se arrepiarem, mas o patriarca Stark não conseguia se importar com o desconforto, ele só queria chorar e colocar para fora todos os sentimentos insalubres em seu peito.
Essa coisa toda era uma tremenda bagunça e ele se sentia tão desamparado. Howard não conseguia tirar de sua cabeça a imagem do desespero estampado rosto pálido de Tony, o terror em seus olhos. Seu filho estava tão terrivelmente ferido, ele não podia falhar novamente.
Depois de muitos minutos chorando ao relento, sendo castigado pelo ar gelado do inverno rigoroso de New York, o Stark sênior levantou tropegamente e passou novamente pela porta de emergência do telhado do hospital, caminhou até o quarto do filho sentindo seus membros dormentes, se posicionou ao lado da cama e observou o rosto adormecido de Tony, que se encontrava mais pálido que antes – era demais para lhe dar alguma paz de espírito.
Maria estava tão concentrada em confortar o filho, que não estava notando o que acontecia ao seu redor, por isso demorou a perceber a ausência do marido, mas quando notou que estava sozinha no quarto, sentiu a revolta tomando conta de si. A senhora Stark não conseguia acreditar que Howard teve a coragem de abandoná-la, junto com o filho deles, nesse momento tão difícil. Guiada pela mágoa, quando ela viu o marido entrando no quarto, sua primeira reação foi adotar uma expressão severa, Maria estava pronta para começar uma discussão, mas toda sua disposição para brigar foi drenada de seu corpo quando percebeu os olhos e rosto inchados e vermelhos de Howard – ele precisa de um momento sozinho para desabar.
– Ele estava muito agitado, por isso a médica teve que seda-lo antes que tivesse uma crise ou se machucasse – Maria informou quando o marido, depois tocou o rosto do filho e recebeu um resmungo como resposta.
O senhor Stark curvou-se e deixou um beijo na testa do filho, depois sussurrou um "eu te amo". Sentindo todo o estresse acumulado, Howard puxou uma cadeira para mais perto da cama onde Tony repousava, segurou sua mão e olhou no relógio que marcava quatorze horas e trinta minutos. O seu estômago roncou avisando que ainda não havia tomado café ou almoçado, mas não estava disposto a levantar, sentia-se pesado, como se o mundo estivesse sobre seus ombros, não tinha ânimo nem mesmo para falar. Tudo o que quer fazer no momento é ficar perto do filho.
Quando Tony acordou novamente, ele não chorou, não falou, não se mexeu, apenas ficou olhando para o vazio, totalmente apático ao que estava acontecendo ao seu redor, o que deixou os médicos e os patriarcas Stark extremamente preocupados. O Dr Stephen Strange foi chamado, mas nem mesmo ele conseguiu tirar alguma reação do mais novo.
Tony suspirou cansado quando, pela milésima vez no dia, sua mãe suplicou para que falasse alguma coisa, mas ele não queria falar, não queria existir, o herdeiro Stark só queria desaparecer e esquecer tudo o que aconteceu. Seu queixo tremeu e lágrimas brotaram sem seus orbes castanhos, Tony queria se virar e dar as costas para a mãe, mas nem se mexer sem sentir dor estava conseguindo. Outro suspiro escapou dos lábios do menino Stark, em seguida ele fechou os olhos sentindo-se frustrado, queria ser deixado em paz, mas ninguém percebia isso.
Fadigado com tudo, Tony acabou dormindo, mas um pesadelo o fez acordar no início da madrugada, chorando e gritando, completamente em pânico. Seus pais tentaram socorrê-lo, mas isso apenas o deixou mais assustado, o que o fez quase cair da cama. E novamente o herdeiro Stark teve que ser contido e sedado novamente para que não se machucasse.
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Notas Finais
E ai meus lindos, o que acharam? Digam pra sua linda autora e lembrem-se de votar no capítulo
Bjus e até a próxima 😘
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