Puta que pariu, eu sou incrível.

Olho em volta, admirado pela grandeza e beleza do lugar.

EU ESTOU NO MELHOR COLÉGIO DA CIDADE.

Eu diria que graças ao meu cérebro incrível, mesmo assim, estou sendo modesto.

Eu sou a porra de um gênio.

Sandre's School é o colégio mais caro dessa cidade pacata, o melhor também.

Com seus pontos altos e baixos, o pior desses pontos é o bando de pessoas mesquinhas que passam por mim.

Andam como se fossem donas do mundo, seus narizes são tão empinados que nunca devem nem ter olhando para o chão.

Mas foda-se, eu sou um gênio.

Sorrio confiante enquanto caminho em direção ao meu armário e pela primeira vez, eu tenho um armário que realmente dá pra trancar.

Aonde eu estudava dificilmente deixávamos coisas neles, já que mau fechavam.

Coloco os livros que não vou usar dentro do armário, sentindo quase um prazer imediato quando escuto o barulho do cadeado o trancando.

Uma pena que só vou ficar um ano aqui, já que vou me formar no ano que vem.

Mas foda-se, eu sou um gênio.

Repetirei isso quantas vezes for necessário por eu ter passado em uma prova que poucos conseguem.

Minha atenção vai para duas garotas que conversaram de maneira agressiva a alguns armários de distância, felizmente ou infelizmente só ouvi uma parte da conversa.

—Deve está no meio das suas roupas podres. -A garota de cabelos castanhos fala, encurralando a loira, que tinha como desvantagem a falta de tamanho.

Franzo as sobrancelhas, sabia que as pessoas daqui eram filhas da puta, mas não pensei que as iria ver em ação tão cedo.

—Agora vaza da minha frente. -Ela rosna perto do rosto da loira, que praticamente sai marchando.

Levanto as sobrancelhas analisando a cena.

—Suas roupas não são lá aquelas coisas também...-Murmuro alto o suficiente pra que ela ouvisse.

Na verdade eram sim, essa merda de calça deve pagar o concerto do meu pára-brisa.

—Como? -A garota de cabelos castanhos diz procurando minha voz, até seus olhos claros me encontrarem.

Fico impressionado pelo tom de castanho que eles tinham, eu nunca vi um tão claro como nos olhos dela, mas não me distraio por muito tempo, voltando pra razão:

—Eu falei que suas roupas não são lá aquelas coisas. -Repito um pouco mais alto.

Ela levanta as sobrancelhas como se estivesse incrédula ao que eu disse.

Abro a boca pra repetir novamente, mas ela levanto o dedo, em um sinal pra eu ficar calado.

Ela me analisa dos pés a cabeça e sorri, um sorriso debochado.

—Pelo visto você é novo aqui. -Ela da alguns passos até chegar próximo a mim. —E bolsista.

Ela torce o nariz me analisando.

Sorrio com a afirmação dela, pronto pra dizer "foda-se, eu sou um gênio", mas ela continua falando:

—Finja que eu não existo. -Ela passa por mim, batendo seu ombro contra o meu, com uma pose idiota de superioridade.

Sorrio enquanto observava ela se afastar.

—Comecei bem. -sussurro pra mim mesmo, procurando a sala que eu faria aula.

—Posso me sentar com você? -Pergunto pra loira que estava sozinha em uma das mesas do refeitório.

Ela me olha por longos segundos antes de tentar falar algo:

—Po..po..de. -Ela gagueja nervosa e eu me sento.

Provavelmente ela é a minha melhor companhia nesse lugar.

—Qual seu nome? -Pergunto, analisando ela com calma, seus cabelos loiros caiam sobre seus ombros com cachos suaves, seus olhos eram um preto profundo, parecia um anjo.

—Sophie. -Ela sussurra olhando pra própria comida.

—O meu é Noah. -Sorrio vendo as bochechas dela corarem. —Eu vi a cena de hoje cedo, sinto muito por aquilo.

Falo olhando pra uma mesa afastada, vendo a outra garota de hoje cedo sentada com uma outra garota.

—Não se preocupe, é algo que eu já estou acostumada. -Ela da de ombros e olha na mesma direção que eu.

—Não deveria, por que não fala pra direção? -Sugiro e ela me olha com uma certa ironia no olhar.

—Pode apostar que essas coisas não dão certo por aqui. -Ela diz antes de levar o copo de suco até a boca. —Qual sua próxima aula?

Ela pergunta e eu tiro o papel com meus horários do bolso, vendo o que estava escrito.

—Geometria avançada, sala 177. -Leio o que estava escrito.

—Que sorte então, eu também. -Ela sorri. —Caso quiser ir comigo, tudo bem.

Ela sugere e eu concordo com a cabeça, pouparia meu tempo, já que me perderia umas dez vezes antes de eu achar a sala.

—Você vai entrar para o Time? -Ela aponta com a cabeça pra um grupo de caras sentando em uma mesa só. —Aqui o esporte é basquete, tem outros, mas não têm tanto destaques.

—Não tenho tempo pra isso. -respondo. —No meu antigo colégio eu já fui capitão do Time de futebol, mas tive que sair.

Dou de ombros, eu jogava por pura falta do que fazer, eu era até bom, mas eu acho que era porque todo o resto do time eram ruins.

—Ah, você faz algo? -Pergunta ela.

—Eu lavo carros nos tempos vagos.

As postagens certas, começam na próxima semana.