T R I N T A E Q U A T R O
Sorrio ao ver josh derrubando a Mary no meio das ondas, abraço meus próprios joelhos sentindo o vento frio bater sobre mim. O novato estava ao meu lado, em silêncio assim como eu.
-Você não quer entrar? -Crio coragem pra olhar pra ele, que ainda estava com a pintura que eu fiz em seu rosto.
-Não, não dá nem pra enxergar o fundo a essa hora. -Ele leva seus dedos até as pontas do meu cabelo.
E eu não me importo nenhum pouco com isso.
-Você é um medroso. -Zombo voltando a encarar o casal que se divertia no mar, me sentindo mal por no fundo sentir um pouco de inveja deles.
-Não da pra ser perfeito o tempo todo. -Ele zomba de novo, dessa vez eu sinto o olhar dele sobre mim, mas não o olho.
Eu estou com vergonha, que droga.
-Eu acho que você já pode tirar isso do seu rosto, está horrível. -Tento olhar pra tudo que não seja ele.
-Isso é impossível. -ele murmura de um jeito divertido, ainda mexendo no meu cabelo. -Você conseguiu pintar alguma coisa depois daquele dia?
Noah pergunta e eu nego com a cabeça.
-A não ser que isso que está no seu rosto valha de alguma coisa. -Olho pra ele, que me olhava de um jeito estranho, essa pintura no rosto dele não me ajudava a decifrar.
-Vale. -Ele reponde, mesmo não sendo uma pergunta. -Quer fazer mais ?
-Como assim? -encaro o sorrio que se formou nos lábios dele, um sorriso de lado e cheio de intenções.
-Já que eu sou sua fonte de inspiração, acho que eu poderia doar meu corpinho a você. -Ele sugere, esperando uma resposta.
O encaro tentando entender onde está o ódio que eu sentia tanto. Procuro em algum lugar dentro de mim o ódio que senti quando o vi pela primeira vez.
Mas não o encontro.
-E como isso funcionaria? -Pergunto, sem me importar com uma parte de mim que buscava justificativas pra tudo, não me sinto em perigo aqui.
-Do jeito que você quiser. -Ele olha para o casal que ainda estavam brincando no mar e depois levanta, estendendo a mão pra mim. -Mas precisa ser algo melhor do que um desenho que uma criança faria.
-Ou seja, você. -O corrijo, aceitando pegar a mão dele, que logo me ajuda a levantar.
-Não acho que você esteja no papel de me julgar. -ele brinca, e ao contrário do que eu pensei, não soltou minha mão quando levantei.
Ele começou a caminhar ao meu lado assim, puta merda, eu estou de mão dada com ele. Caminhamos em silêncio pra dentro da casa, eu odeio admitir, mas eu estou ansiosa.
Ele aperta minha mão enquanto subíamos as escadas e eu já estou sorrindo que nem uma idiota, meu Deus, eu deveria odiar ele.
Ele para no fim da escada, esperando eu abrir a porta do quarto que estou e eu simplesmente travei, o por quê? Eu não sei também.
Ele sorri de um jeito engraçando e decide abrir no meu lugar, fecho os olhos, sentindo minha dignidade se esvair aos poucos. Entro depois dele, esperando que ele me explique.
-Qual parte você quer pintar? -Ele da uma rodada desengonçado.
Analiso ele por completo dos pés a cabeça, olhando melhor agora, ele é muito bonito, seu corpo não era magro demais ou musculoso demais, é incrível.
O cabelo bagunçando na cabeça dava um ar de joavial, ainda mais quando acompanhado com o sorriso zombeteiro que ele me lança agora.
-As costas. -Respondo rápido, tentando fazer ele parar de me olhar desse jeito, mas meu olhos simplesmente arregalam quando ele tira a camisa.
Eu o tinha visto sem camisa na praia, mas nossa.
-Deita de barriga pra baixo, vou pegar as tintas. -Me mantenho firme e ele faz exatamente o que pedi, observando cada movimento meu.
Pego algumas tintas, olho pra alguns pincéis que estavam juntos, mas os descarto na hora, indo pra cima da cama com as tintas.
Suspiro agradecida por ele não me encarar dessa vez, meus olhos analisam toda a sua pele nua na minha frente e eu mordo o lábio, me sentindo uma criança ansiosa por um presente.
Passo meus dedos por cima da pele, sentindo a macieis dele. Abro a primeira tinta, ainda sem saber o que fazer.
-Você tem algum medo que te impede de viver? -Pergunto, mergulhando meu dedo na tinta preta.
-Não mais. -Ele murmura. -Mas meu pai era meu maior medo e eu nunca enfrentei o meu medo, perdi boa parte da minha vida por causa disso.
Eu o encaro, mesmo sabendo que ele não conseguiria ver a expressão em meu rosto.
-Eu não como pizza há 4 anos. -Falo como se isso fosse consolar ele.
E acho que consigo, já que ele ri.
-Você quer comer? -Ele vira o rosto na minha direção, eu dou de ombros sem saber ao certo o que responder. -Você sabe que é linda, não é?
-Você tem que parar com isso, Noah. -Bufo, sentindo meu rosto queimar, me forço a pintar algo, talvez um céu estrelado, como o de hoje.
-Não se você continuar me chamando assim.
Aproveitem o love, pq neeeeee.
Sem bônus, mas amanhã talvez volte a programação normal. Bj j
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