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Q U A R E N T A

Duzentos e noventa e nove, trezentos, trezentos e um, trezentos e dois.

-Jade. -Mary me chama, mas eu a ignoro de propósito.

Trezentos e três, trezentos e quatro.

-o sinal bateu a 5 minutos. -Murmuro.

-E daí?

Ela soa indiferente, mas tinha um sorriso no rosto, ela está amando me vê assim.

-E daí que eu preciso conversar com ele. -bufo. -Eu to confusa, Mary.

Desabafo, eu preciso falar com alguém.

-Eu percebi. -Ela diz. -Mas vamos ser transparentes, Jade, você gosta de complicar tudo e isso é muito simples.

Ela sorri.

-Você está apaixonadíssima e ele também. -Ela murmura. -Fiquem juntos, simples assim.

-Claro que não é simples assim. -Bufo, não parece ser simples. -Cansei, vou atrás dele.

Me levanto impaciente, ignorando a risada dela. Saio do refeitório sem saber pra onde ir, eu não faço a menor ideia que aula ele fez agora.

Caminho sem rumo algum, mas graças a Deus, não precisei me esforçar mais, já que o vejo sair de dentro de uma sala, infelizmente acompanhado pela ruiva baixinha, mais conhecida como Sam.

Bufo, parando de caminhar, eles logo me notam, Sam sorri e abaixa a cabeça, mas Noah me olha de um jeito estranho, sério demais para o Noah de sempre.

Ele diz algo pra ela antes de caminhar na minha direção.

-O que eu fiz agora? -pergunto quando ele se aproxima, estranhando o semblante ainda sério dele. -Noah?

-Você veio atrás de mim? -ele pergunta e eu dou de ombros, ele não precisa saber disso. -Vem comigo.

Noah me puxa pela mão, não sei se fico feliz pelo contato ou assustada pelo jeito que ele me olhava.

-Pra onde estamos indo? -Pergunto sendo puxada por ele, mas ele não responde, indo em direção a uma sala que eu nem sabia que existia, acho que nunca vim pra esse lado. -Que sala é essa?

Ele abre a porta.

-Sala do zelador. -Murmura ele, me puxando pra dentro.

-O que estamos fazendo aqui? -Ele fecha a porta.

-Eu não estava aguentando mais, porra. -Ele se aproxima. -Se você imaginasse o esforço que eu fiz pra ter que recusar ficar com você.

E sem me deixar falar, ele me beija, esse beijo foi tudo menos calmo, tinha pressa, desejo, meu Deus, tem tanta coisa nesse beijo.

Eu o beijo de volta, entregue a cada sensação que nunca senti. Ele me empurra contra aporta e caramba, eu posso sentir absolutamente tudo dele, literalmente.

Ele segura meu rosto com as duas mãos enquanto aprofundávamos cada vez mais o beijo.

-Eu me segurei pra caralho. -Ele desce os beijo para meu pescoço, eu simplesmente não consigo proferir palavra alguma, eu estava entregue a cada toque dele. -Mas aí você vem até mim e me chama pelo nome.

Noah murmurava enquanto dava toda atenção pra o meu pescoço.

-E eu amo quando você chama meu nome. -Ele volta os beijos para meus lábios. -Então quando estiver pronta, me diz.

Puxo ele pra mim, fazendo ele calar a boca, eu quero mais.

-Não. -Ele me afasta. -Eu quero fazer tudo direito.

Sorrio quando ele se aproxima de novo, voltando a me beijar.

-Que porra. -ele se afasta de novo. -Eu vou trabalhar hoje, então amanhã nós vamos sair.

-Vamos? -levanto as sobrancelhas, tentando me recuperar de tudo isso, mas eu ainda estou ofegante.

-Sim. -Ele passa as mãos no cabelo, bagunçando mais ainda seus fios naturalmente bagunçados.

-Que insolente. -Passo as mãos pela minha roupa, ajeitando a bagunça que ele fez. -A onde vamos?

Pergunto, vendo a bagunça que a roupa dele também estava.

-Não sei. -ele suspira.

-Por mim tudo bem. -Murmuro. -Como foi com a brux..Sophie?

Ele ri balançando a cabeça negativamente.

-Acho que ela não aceitou bem. -Ele termina de se ajeitar. -Qual sua próxima aula?

-Biologia avançada. -Ele franze o nariz com a minha resposta.

-Droga..-ele suspira. -A minha é química.

Ele puxa pra um último beijo, abrindo a porta logo depois.

-A gente se vê. -ele bisca antes de ir para o lado contrário ao meu, suspiro enquanto o observava partir.

Passo as mãos pelo cabelo, o ajeitando, sorrio antes de começar a caminhar pra longe dessa sala.

Mas pretendo voltar outros dias, gostei dela.

-Eu quero que você saia de perto dele. -Sophie diz, entrando sem bater no meu quarto, mas eu nem sequer me movo. Sabia que isso ia acontecer uma hora ou outra.

Continuo pincelando a tela, fazendo o mesmo céu estrelado que fiz nas costas dele.

-Não ouviu o que eu disse? -ela exclama.

-Sou surda por acaso? -Olho pra ela. -A resposta é não.

-Tem certeza? -Ela se aproxima com passos firmes. -Vou fazer minha mãe te enxotar daqui igual fiz com a Helena.

Levanto as sobrancelhas, totalmente surpresa.

-Como? -Deixo o pincel de lado.

-Você é surda? -ela repete o que eu disse, eu me levanto, calma, camuflando toda a raiva que eu estou sentindo no momento.

-Primeiramente, tenho vinte cinco por cento de tudo que é dele e mais da minha mãe, que levou cinquenta porcento com o divórcio, que aconteceu graças a sua mãe que abre a perna pra qualquer homem rico. -Me aproximo mais dela. -Segundo, a bastarda aqui é você e terceiro, sai da porra do meu quarto antes que eu te arraste pelos cabelos.

-Você não cansa não, Jade? -Ela zomba, ignorando tudo que eu disse. -Sempre foi desprezível, se achando melhor que todos, mas você é a pior.

Sophie aponta pra mim.

-O que o Noah vai pensar quando finalmente se tocar que você só está usando ele pra me atingir?

Ela pergunta e eu não seguro a vontade de rir.

-Você realmente acha isso? -Rio mais do semblante confiante dela. -A minha vida não gira em torno da sua, Sophie, ao contrário de você, não quero absolutamente nada que é seu. -Passo por ela, abrindo a porta como um convite pra ela sair. -E ele nunca foi seu.

Fala galera

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