Cap. 1 - Na Nave
Música: Pequena Eva - Roupa Nova 🎶
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Aquela imensa luz me cegou de tal forma, que só sinto que estou sendo puxada pra cima. Seguro firme minha mochila pra não cair, pois tudo o que eu possuo de valor está dentro dela. Sinto uma pontada de dor no meu braço e o sangue escorre. O chifre da vaca deve ter me acertado, porque ela não parava de se debater.
- Te aquieta, Mimosa!
Quando finalmente pude colocar meus pés no chão, percebo que haviam vários animais confinados em uma espécie de sala com uma fraca iluminação. Tem água e comida pra eles.
Saio dali, andando devagar e observando os detalhes daquilo que parece ser uma nave que saiu de algum filme. Havia uma pequena janela no meio daquela coisa, então me aproximo para ver o que veria do lado de fora, e percebo que estávamos bem longe do solo e nos distanciando rápido.
Começo a ver as nuvens, e logo após estrelas, e quando me dou conta, estou vendo o planeta Terra se afastando na imensidão. Ou melhor, eu é que estou me distanciando cada vez mais dele. Agora a Terra está pequenininha, parecendo uma bolinha de gude.
Enquanto me desespero internamente, esbarro em um botão vermelho na parede, e luzes começam a piscar freneticamente, com um som ensurdecedor. Tento me esconder em algum lugar.
"ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS!"
Uma voz robótica berra sem parar. Ah... Sua coisa idiota e fofoqueira, se tivesse uma cara, eu te dava um tapa. Desse jeito vão acabar me achando.
Encontro umas caixas empilhadas por perto e me enfio lá atrás. Se eu tiver sorte, ninguém vai me encontrar aqui, ou seja lá o que for o dono dessa nave. Seriam ETs verdes?
Meu coração dispara quando vejo uma porta se abrindo e adentrando na sala um homem muito alto, com quase 2 metros de altura, com uma arma de mira lazer na mão, procurando por algo, provavelmente EU.
Então eu penso comigo mesma:
"Vixe, agora eu tô Ferrada!"
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"ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS! ALERTA DE INTRUSOS!"
Ouço os alarmes soarem, avisando que havia algum intruso por aqui. Aciono o piloto automático, pego minhas armas e saio em busca do tal. Irei matá-lo sem dó, nem piedade, pois ninguém invade minha nave desta maneira e sai impune.
Abro o compartimento onde se encontravam os animais, fruto de meu furto. Provavelmente o que ou seja lá quem for que esteje andando em minha nave, veio juntamente com eles por engano.
Saco a arma e desligo as luzes. Pois enxergamos muito bem na escuridão, o que para mim seria uma vantagem se o ser não enxergasse bem no escuro. Ouço um barulho detrás de algumas caixas e vou averiguar em silêncio.
Tem algo escondido ali e aquilo está tremendo, não sei se de frio ou de medo. Acendo as luzes novamente e miro na coisa, que se levanta num pulo quando me vê e começa a correr.
- PARADA, CRIATURA! - Dou voz de comando, mas nada daquilo parar. Corria como um animal perdido, prestes à ser abatido.
Então percebo do que se trata. É uma fêmea humana do planeta Terra, que pára em minha frente e me aponta uma barra de ferro.
- Fi-fique longe de mim! - Ela diz com voz e mãos trêmulas.
- Calma. Podes abaixar isto, eu não irei lhe machucar. - Digo me aproximando dela, tentando ser o mais amigável possível e abaixando minha arma.
- N-não. O-o quê é você? Onde é que eu tô? - Aquela criatura fala apontando o ferro pro meu lado.
É evidente que ela está com medo. O que é óbvio, pois está presa com um desconhecido e a esta altura, se encontra bem longe de seu planeta.
Noto que há um corte em seu braço. Possivelmente feito ao entrar na nave, pois o sangue tem cheiro de fresco.
- Hey, deixe eu tratar deste seu ferimento. - Digo me aproximando e ela grita para eu não me aproximar, arremessando o objeto em mim. Pego com uma só mão e o entorto, jogando ao chão logo em seguida.
Ela fica imóvel quando vê a cena, e se desmancha em lágrimas. Com certeza à assustei com tal ato, mas não foi minha intenção.
- Não chega perto de mim. Eu não preciso de ajuda. - Ela murmura com a mão em cima do corte.
- Sei. - Pego ela no colo, e a levo até a enfermaria de minha nave. Ela começa a esbravejar e me dar socos nas costas, porém sua força é inútil contra a minha.
- Me solta seu troglodita gigante do espaço. - Ela diz esperneando. Como ela é irritante.
A coloco sentada na mesa e peço para que se aquiete. Fecho a porta e pego meu regenerador celular e aplico em seu braço.
- Pronto, totalmente restaurado. - Falo me afastando dela.
Ela olha pra mim, olha pro objeto em minha mão, e com o rosto confuso fala:
- O-obrigada. Nossa. Não ficou nem cicatriz. À propósito, meu nome é Catléya. - Ela diz com mais calma, e pude notar que sua voz é suave e graciosa.
- Me chamo Dante. - Falo guardando minha pequena máquina de cura em uma gaveta.
- Bom... DANTE, você poderia me levar de volta? Não quero saber o que ou de onde você é, não vou contar pra ninguém que EU vi um ET. Afinal, ninguém acreditaria. Então, só quero ir embora pra casa. - Ela fala descendo da mesa.
- Não será possível, criatura. Não temos combustível o suficiente para voltar.
- O QUÊ? COMO ASSIM? - Ela começa a me estapear novamente. - Você me trouxe pra cá por engano e agora não quer me levar de volta? Quem você pensa que é? Seu... Seu ladrão de meia tigela!
- E o que VOCÊ estava fazendo naquela fazenda? Também estava roubando, não?
- Isso NÃO é da sua conta! - Ela fala gritando e me dando um chute na perna.
Como essa raça humana é agressiva.
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Um Abração e Até o Próximo Capítulo... 💜
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