Cap. 1 - Caminhos Cruzados
Música: Me Apaixonei - Eduardo Costa 🎶
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Me vejo em um campo florido, com árvores ao redor, todas carregadas com frutas grandes e arredondadas, de variadas cores, amarelas, vermelhas, alaranjadas, cor-de-rosa, azuis. O palácio ao fundo e guardas armados a uma certa distância da família que ali se encontrava.
O pai, um imponente Azlanyano vermelho como fogo em guerra. A mãe, delicada e de uma cor que lembrava o mais puro branco das nuvens. E por último, um bebê rechonchudo, de cor lilás, ainda aprendendo a voar e falar corretamente, uma miniatura de dragão nos braços dos pais.
De repente, algo rasga o céu com um barulho ensurdecedor, atingindo e paralisando os guardas ali presentes. O pai tentando proteger a mãe e o bebê, mas algo perfura sua couraça. Um pouco zonzo, o pai percebe que que mãe está caída desacordada no chão, e o bebê está nas mãos de um alien amarelo. Eles estão na entrada de uma nave negra com detalhes vermelhos, e o pai voa na direção deles enquanto ouve o choro agudo de seu bebê. Porém, para sua infelicidade, a única coisa que consegue sentir é sonolência e suas asas enfraquecidas falhando em seguir a tal nave que havia levado seu único filho.
- Papai. - O bebê berrava, chorava e esperneava nos braços de um dos mau-feitores. À medida que se distanciavam rapidamente do local, uma névoa escura englobava o planeta dos dragões e o pai sem poder fazer nada apenas observava enquanto sua visão escurecia.
...
Caio de cima da cama com o focinho no chão após o pesadelo/lembrança.
- Ai, minha asa. - Balanço a mesma sentindo uma pequena fisgada. Não sei ao certo o motivo pelo qual o regenerador não cicatrizou bem minha asa, pode ser por causa do tecido celular que a compõe ou alguma falha do aparelho de cura na época. Mas pelo menos ainda consigo voar com elas.
Enquanto me levanto e volto para a cama, desabo em cima dos macios cobertores. Diferentemente dos cobertores que a Cat me cobria, estes daqui não se rasgam com minhas garras ou com meus chifres, pois possuem um produto sintético que faz com que sejam resistentes o suficiente para nós. E os colchões possuem o mesmo material recobrindo seu exterior.
- Bom dia, príncipe Reed. - Ouço a voz de Lyam adentrando em meu quarto, enquanto o mesmo abre as cortinas revelando o sol já alto do lado de fora. - Hoje vai ser um longo dia.
- Ahh... - Me viro pro outro lado onde não há luz e cubro a cabeça com o cobertor.
- Vamos, senhor. Largue de preguiçar. Temos muito o que fazer hoje. - Ele diz puxando minhas cobertas e logo após checando algo em seu comunicador digital.
- Me dê mais 5 minutos, Lyam. - Me viro de barriga pra cima. - E pare de me chamar de senhor. Falando assim, parece até que eu tenho 200 anos. Não sou um ancião.
- Então, Reed. - Ele me encara com olhar de reprovação. - Hoje você tem que dar uma prévia do que vai falar no discurso de coroação. Rei Tunderstorm irá cobrar de você.
- Tá, tá. Eu falo qualquer coisa que deixem eles felizes. - Digo impaciente só de lembrar dessas coisas chatas de príncipe.
Passado algum tempo, após o café da manhã em uma sala gigantesca com mesa farta das mais variadas comidas, tenho uma ideia brilhante.
- Lyam! - Digo para meu melhor amigo desde que voltei pro meu planeta. - Lyam! Eu tive uma ideia.
- Qual senhor? - Ele vê meu olhar de reprovação. - Ah, perdão. Reed.
- Vamos na cidade central. Estou morrendo de vontade de fugir desse palácio de novo.
- Mas Reed, colocaram códigos nas naves e reforçaram a guarda por todo o perímetro do palácio, pois o rei sabe o quanto o príncipe é serelepe.
- Juro q vai ser a última vez, Lyam. Por favor, só mais uma vez quero ter a sensação de liberdade de novo. Porque depois da coroação irei viver trancafiado aqui com minhas obrigações.
- Então está bem. Mas sabe que se os guardas nos pegarem novamente, a culpa vai cair em cima de mim.
- Relaxa, amigo. Vai dar tudo certo. - Digo enquanto seguimos para o salão, onde não tem nenhum guarda e nenhuma câmera de monitoramento.
Caminhamos até a passagem secreta que existe atrás de uma estátua dentro do salão. Eu mesmo que descobri um dia em que observava o teto do salão adornado de pedras preciosas e tropecei, e para não me espatifar no chão agarrei a cauda de uma estátua, e foi onde surgiu a tal passagem por detrás da mesma.
O corredor escuro feito de pedras já está bastante desgastado, mofado e sujo. Parece até que faz anos que ninguém limpa este lugar, de fato, se ninguém saber de sua existência tem que estar neste estado mesmo .
Não me aventurei muito pelos corredores secretos, pois poderia me perder facilmente ou ficar trancafiado de alguma forma, então apenas segui reto até sair por um belo jardim a tempos abandonado.
- Assim que puder, eu mesmo irei concertar este lugar. - Digo enquanto observo os grandes bancos e arcos desbotados cheios de erva daninha e trepadeiras, onde provavelmente existiam belas flores em seus tempos de glória.
- Sim, sim. Mas vamos depressa antes que os guardas nos vejam.
Por sorte, este jardim abandonado era bastante afastado do palácio e quase nunca era monitorado. Logo, fugir por este local adentrando na floresta logo a frente para irmos pra cidade era moleza.
Como ninguém de fora do palácio me conhecia, não tinha perigo algum andar entre os Azlanyanos na cidade. Afinal, o restante do planeta irá me conhecer apenas no dia de minha coroação, então nada poderia dar errado nessa minha visita à cidade central.
✯✯✯
Enquanto termino de arrumar o quarto de Pérola, algumas lágrimas teimavam em cair dos meus olhos. A dor de perder alguém é horrívelmente horrível. E não poder demonstrar é pior ainda.
- Lótus, eu preciso que você... - Ela abre a porta de uma vez. - Ué, tá chorando? O que aconteceu, mulher?
- Ah... Não é nada, Pérola. Eu só estou com um pouco de alergia. Sabe, as flores estão se abrindo agora e o pólen delas me dão alergia. - Finjo coçar o focinho e os olhos.
- Ai, se precisar de um descanso ou de um antialérgico.
- Sim, sim. Muito obrigada, você é um amor. Se me permitir, irei até a cidade central comprar um medicamento e aproveitar para visitar minha mãe. Faz tempo que não a vejo.
- Claro, amiga. Pode ir tranquila e dê um abração nela por mim.
- Obrigada, Pérola. - Pego meu bornal, coloco-o em meu pescoço e logo saio.
...
No caminho até a casa de minha mãe, passando pela cidade central, páro em uma loja de medicamentos para comprar um remédio, mas não para alergia e sim para fêmeas prenhas.
Era necessário tomar tal medicamento para que o bebê se desenvolva bem antes de ser envolto pela casca dura do ovo. Depois de tê-lo terei de escondê-lo em um lugar seguro até seu nascimento. Não irei abandonar meu pequeno na porta de uma casa de órfãos. Darei um jeito. Ele pode não ter um pai, mas ainda terá a mãe.
- Obrigada. - Digo pagando e guardando o medicamento rapidamente em meu bornal.
Caminhando pela feira para curiar as novidades, vejo uma lojinha de iguarias doces, me deu água na boca só de sentir o cheiro de tudo que havia por lá. Acabei por comprar uma fruta da árvore de 7 copas, o doce sabor da fruta transparente maravilhosamente gostosa me fez ter mais fome ainda. Mas na primeira dentada que dei na bendita, não me toquei que estava parada no meio da passagem e trombei com alguém, fazendo minha comida cair no chão e se ser pisoteada pelos transeuntes.
- Me desculpe, moça. - Ouço uma voz masculina falar enquanto ainda observo cabisbaixa os restos mortais da minha comida. - Você está bem? - Ele questiona.
- Não foi nada, eu é que peço desculpas por estar parada no meio do caminho. - Digo levantando minha cabeça para ver quem era o dono daquela voz inebriante, e topo com lindos e grandes olhos verdes me observando de cima em baixo.
- Mas você está bem mesmo? Foi uma topada e tanto que a gente deu. - Ele diz meio sem jeito.
- Sim. - Solto um sorriso sem querer. - Devo ficar com um pequeno calombo na testa, mas tudo bem.
- Me perdoe. - Ele também sorri, mostrando seus dentes super brancos e alinhados. - Não sou muito de sair em meio à multidões.
- Entendo. Eu também não saio muito.
- Acho que estou te devendo uma fruta de 7 copas. - Ele fala todo sem graça.
- Sim. E eu vou cobrar. - Sorrimos juntos e pelo Criador, parece que o tempo paralisou neste momento. Olho no olho, coração acelerado, o que estava acontecendo? Será que tô tendo um treco?
- Senhor! - Saímos desse nosso estupor ao ouvirmos a voz de outro jovem dragão o chamando, e ele se vira para trás.
Aproveito a brecha para me camuflar e sumir dali. Mas não antes de observar uma grande cicatriz em sua asa direita. Tão jovem e aparenta já ter passado por grandes perrengues.
Saio da feira e finalmente posso voar para a casa de minha mãe. Durante o trajeto, fico pensando a todo momento naquele jovem e bonito azlanyano negro como a noite sem estrelas, e no sentimento que esse desconhecido me trouxe.
Foco, Lótus. Foco. Tenho que focar no meu bebê, não posso nem pensar em macho por agora. Está muito recente a perda de Lizzard e não é um rosto bonito que vai mudar meus sentimentos. Não posso mais me apaixonar pelos dragões errados.
Sobrevoando a plantação da minha genitora, vejo que sua horta e pomar estão lindos, com as mais variadas frutas que são o sustento de mamãe. Chegando em sua casa simples, bato na porta de madeira rústica, que juntamente com as pedras que compunham as paredes estava coberta por musgos azuis.
- Mamãe! Sou eu, Lótus.
- Entre minha querida. A porta está destrancada. - Ouço sua voz calma e serena.
- Me lembre de comprar uma tinta para pintarmos essas paredes, no meu próximo pagamento. - Digo colocando meu bornal em cima da mesa.
- Ah, minha filha, não se preocupe com isso. Está bom do jeito que está. - Ela fala caminhando em minha direção com os braços estendidos e me abraça. - Estava com saudades. Já faz quase um mês que não te via.
- Trabalhando muito, mamãe. - Observo vários caixotes e cestas com frutas. - E vejo que a senhora também está.
- Sim, graças ao Criador, esse mês a colheita foi muito boa. - Ela levanta as mãos pro céu. - Daqui a pouco o Salmon virá buscar as caixas. Fiquei sabendo que nossas frutas fazem um sucesso danado na cidade central.
- Que bom, mamãe. Fico muito feliz pela senhora. - Abaixo a cabeça por um instante, pensativa. - Mãe?
- Sim, querida? - Ela diz enquanto coloca a última caixa juntos às outras.
- Preciso contar uma coisa. E espero não me deserdar de sua vida.
- Ai, minha filha, fala logo que já estou aflita.
- Estou esperando um filho do Lizzard.
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Oiê, Pessoal!
Tatu do Bem com Vocês?
Gentes, me desculpem pela demora nas postagens, mas tá tudo uma correria só!
Desculpem se tiver algum errinho, mas espero q gostem! E comentem aí o q estão achando, e não se esqueçam de deixar uma estrelinha pra ajudar a gente!
Ah, mudei o nome de um personagem aí, mas nada q vá interferir na história! (✿^‿^)
Um Abração pra Todos e Até o Próximo Capítulo... 💚
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