Deixe-me partir
Em uma noite fria e plúmbea, na mansão ancestral de Lady Catharina, as sombras dançavam como espectros condenados. A viúva, de vestes suntuosas, caminhava pelo corredor revestido de papel de parede decrépito. Seus passos eram como um sussurro que ecoava lamentoso.
Em meio à penumbra, um retrato da falecida filha de Catharina esboçava um sorriso frio, triste e encomendado. O vento gélido arrastou o cabelo negro de sua filha colado sobre a pintura, ecoando seu nome, Mary. Um calafrio percorreu a espinha da viúva.
Fantasmas não eram apenas lembranças, mas presenças sinistras. Quando o relógio ecoou a meia-noite, uma figura espectral surgiu, vestida em rendas pálidas. Mary, com olhos vazios e uma boca que se mexia em silêncio, apontava para o quadro. O quarto ressoou com gemidos desesperados.
Lady Catharina, consumida pelo terror, aceitou que sua filha estava condenada a uma existência etérea. Ela se aproximou e tocou a mão gélida da moça, e sentiu um arrepio macabro. Lágrimas rolaram por seu rosto marcado pelo tempo.
O espectro de Mary apontou para o retrato que sorria. As palavras silenciosas invadiram os pensamentos da mãe. "Liberte-me." Era um apelo angustiante e excruciante.
Com um coração pesado, Catharina olhou para o quadro e murmurou palavras ancestrais, retirou-o da parede e o arremessou à lareira em chamas. Uma explosão de trevas consumiu a mansão, e as almas perdidas finalmente encontraram o descanso. O eco das lamentações desapareceu.
A mansão ficou em silêncio, mas o terror que Catharina sentira ainda ecoava em sua alma, pois os sentimentos de uma mãe não eram fortes o bastante apagar as marcas do destino.
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