4 - Jogo de frangos gigantes
- Como assim? - Disse Jimin embasbacado, observando o portal de redemoinho brilhante.
- É um portal de probabilidades infinitas, pode te levar a qualquer lugar do universo e em qualquer tempo. -- Jungkook pegou um pequeno controle com vários botões estranhos de cores variadas.
Então puxou Jimin para sentarem em um sofá amarelo que tinha na sala, de frente para o portal:
- Pense para onde quer ir, e iremos. -- Disse Jeon olhando o Park de perto com um sorrisinho de canto, e o observando assim, ele parecia até que fofo, Jungkook era como uma criança entusiasmada mostrando seu brinquedo novo, ele sorriu mostrando os dentes e encarando Jimin com expectativa. - Para onde quer ir Park?
Jimin ficou breves segundos pensando sobre aquilo. Jimin nunca interagiu com pessoas da sua idade, nunca lhe pediram para escolher algo, nunca pediram sua opinião sobre achar ou não alguma coisa, era sempre abaixar a cabeça e obedecer as ordens, desde criança ele não tinha direito de sentir raiva, revolta, tristeza, e cansaço, carência, amor. Sempre foi treinado a reprimir estes sentimentos e tantos outros.
Tudo era muito novo, Jimin estava sem palavras enquanto permanecia imóvel olhando para Jungkook, em toda sua vida ele nunca havia chego naquela parte, escolher? Como era aquilo?
E Jungkook ainda estava ali aguardando uma resposta de Jimin, com seus olhos brilhantes e negros, sorrindo de forma fofa como um coelho.
- Ehm... Eu não sei. -- Jimin desviou o olhar envergonhado, se sentia um patético.
Jungkook franziu o cenho não compreendendo, mas aí se lembrou de como os humanos eram limitados em seu planeta, Jimin não conhecia o universo.
- Posso sugerir um lugar... - Disse olhando para os tantos botões miúdos do controle - Mas bem... Não tenho certeza... - Jungkook apertava os olhos olhando para os botões - Será que é esse? Oh não não não... Acho que é esse aqui.
Jimin o olhou em reprimenta:
- Jeon, Jeon, não vai levar a gente pra um buraco de judas!
Jungkook o olhou com a maior cara de confuso:
- Pra um o que?
Jungkook ergueu o olhar brevemente para olhar Jimin, e no momento seguinte o betelgeusiano apertou sem querer um pequeno botão que ficava no meio do controle, ele nem se deu conta que seu dedo resvalou delicadamente sobre o aparelho.
E bastou isto para o portal se abrir de forma monstruosa engolindo os dois para um feixe de luz que os sugou para um túnel espaço-temporal, e em questão de segundos eles sumiram, juntamente com o sofá amarelo.
✨☄️🪐
Era um dia lindo e agradável no Crazy Chicken Game quando o sofá amarelo de Jungkook e Jimin, com ambos em cima, foi casualmente jogado para fora da anomalia espaço-temporal. Fazendo os dois se estatelaram violentamente sobre o gramado perfeito e o sofá rolar para o outro lado.
Uma torcida aplaudia estrondosamente de todos os cantos no imenso estádio simplesmente lotado. O Park se levantou atordoado olhando para os lados não sabendo muito bem o que pensar, onde diabos Jungkook havia os levado?
Park engoliu em seco ao ver Jungkook se levantar a poucos metros dele, parecendo tão perdido quanto, nem mesmo o maldito sabiam onde estavam!
Uma pequena e pesada bola vermelha passou zunindo a poucos milímetros da cabeça de Jimin e do betelgeusiano fazendo os dois se jogarem de volta no chão. Jimin fechou os olhos sentindo sua mente girar de forma medonha, ele sabia que era pela viagem turbulenta espaço temporal que fez seu corpo girar trezentos e sessenta graus pelo menos cinquenta vezes em velocidade absurda.
Jimin sentiu o chão tremer e franziu o cenho levantando levemente a cabeça, com grande temor pelo que seus olhos veriam, ele não ousou olhar na direção do tremor, mas o grito de Jungkook fez todos os seus neurônios quererem explodir:
- Galinhas gigantes!
Jimin arregalou tanto os olhos que eles pareciam querer sair pra fora:
- O-o que?! O que!? - O Terráqueo estava quase tendo um surto psicótico.
- Park! Levanta! - Podia ouvir Jungkook mas ele parecia distante, sua mente estava em pane total.
O betelgeusiano já estava correndo pelo campo para longe das galinhas que se espalhavam pelo campo. Mas parou ao ver que o Terráqueo permanecia imóvel no mesmo lugar, deitado de bruços ecolhido:
- Park Jimin! Mas que diabos ele está fazendo? - Grunhiu Jungkook e contra todas as vozes em sua cabeça, que praticamente gritavam para se afastar das galinhas mortais, ele voltou.
Voltou para salvar Jimin.
O chão tremia e varias galinhas gigante surgiam, brigando entre si pela tal bola vermelha, o que fazia a multidão vibrar mais, ninguém parecia notar os intrusos.
Jungkook sem delicadeza nenhuma agarrou o Park pela camisa floral que estava usando e o levantou o puxando para correrem, Jimin piscou desnorteado imediatamente fazendo suas pernas funcionarem, sendo praticamente arrastado por Jeon
― O que é isso? ― Gritou Jimin apavorado, vendo um monte de galinhas gigantes correndo de um lado para o outro no grande campo.
O aplauso da multidão foram rapidamente substituído por exclamações de perplexidade e pelas risadas tensas de centenas de pessoas quando uma galinha gigante se aproximou do fim do gramado com a bola no bico, mas foi nocauteada por outra galinha gigante, a bola vermelha voou do seu bico e por sorte não acertou os dois humanos intrusos.
Jimin gritou a plenos pulmões caindo para o lado desajeitadamente, e Jungkook pulou dando um mortal perfeitamente calculado, e parando em uma pose perfeita.
- Que raios de lugar é esse? - Disse Jimin se tremendo por inteiro. - Estamos no meio de um jogo de galinhas gigantes Jungkook! Você nos trouxe pra porra de um jogo de galinhas gigantes!
Jungkook soltou um suspiro irritado ao encarar Jimin com uma grande carranca, como se o Park fosse uma criança fazendo birra no shopping por um brinquedo sem graça que custa duzentos dólares:
- Para de dar xilique Park!
Jimin serrou os punhos fechando a expressão e só conseguindo ficar ainda mais fofo, estava pronto para amaldiçoar até a sétima geração de Jungkook, mas uma voz o interrompeu:
― Hey! Este sofá é de vocês? ― disse uma voz projetando uma sombra ao parar em frente aos dois.
Eles se viraram dando de cara com um policial que parecia ter saído dos filmes americanos da Pixar, tinha chapeuzinho, bigode e até uma pancinha por comer donauts e tomar café o dia todo.
Nenhum dos dois ousou dizer nada para o policial da Pixar, então ele disse:
― Vamos lá, vocês dois! Vamos andando.
Ambos começaram a seguir o policial, Jimin olhava freneticamente para os lados horrorizado com toda a cena, vez ou outra tropeçando para trás evitando de ser pisoteado por uma galinha gigante.
Seus olhos se arregalaram ao que ele percebia os detalhes antes despercebidos, as galinhas gigantes usavam até mesmo uniforme de futebol. Jimin decidiu que daquele dia em diante ele odiava galinhas!
― Vamos lá, me digam de onde vocês tiraram aquele sofá amarelo. - Disse o policial da Pixar.
- Foi projetado pelo mestre Asseo, um amigo de longa data do meu pai, do planeta Odon, onde pode ser encontrado os melhores artefatos amarelos que se existe no universo.
A bola passou zumbindo novamente pela orelha de Park, e por pouco não o acerta em cheio, Jimin puxou o ar de seus pulmões dando alguns passos para trás com as pernas bambas:
- Oh céus... Acho que... Preciso me acalmar.
Agachou-se abruptamente com a mão na testa tentando não surtar:
― Pobre Terráqueo, acho que ele nunca assistiu ao Crazy Chicken Game. - Disse Jeon.
- O que? - Jimin o olhou de baixo e Jungkook revirou os olhos, como Jimin conseguia ser tão irritante? A maneira como tudo o instigava, o assombrava e o deixava desnorteado e vulnerável.
Jungkook nunca foi acostumado a cuidar das pessoas, mas algo dentro de si se sentia responsável por aquele Terráqueo desajeitado, e não saber explicar o porquê só o irritava mais, Jungkook nem sabia ao certo quais eram todos aqueles sentimentos.
Odiava Jimin. Queria Jimin perto. Queria bater em Jimin. Queria proteger Jimin. Achava Jimin tolo. Achava Jimin fofo. Agr! Tudo tão confuso e estranho.
- Um dos jogos mais famosos de todo o universo, - Respondeu o Jeon com toda paciência que lhe restava - É claro que a experiência é muito melhor da plateia do que daqui do campo.
― O que vamos fazer? - Jimin murmurou com um bico puxando os cabelos.
Jeon deu de ombros:
― O que você quer fazer?
― Eu quero. - Jimin fez uma pausa com olhar distante de quem estava a um fio de enlouquecer - Quero que você me diga que passei as últimas 24 horas sonhando.
Jeon deu de ombros e com um sorriso extremamente cínico disse:
― Você passou as últimas 24 horas sonhando.
Jeon observou atentamente as ações do Terráqueo, ele piscou e assentou duas vezes, então levantou-se outra vez e se virou para o policial da Pixar, dizendo:
― Está tudo bem, seu guarda. Eu passei as últimas 24 horas sonhando. Pergunte a ele ― acrescentou, apontando para Jungkook.
Tendo dito isso, simplesmente desmaiou, Jungkook piscou atônito e antes que o corpo do Park se estatelasse no chão, o betelgeusiano o pegou o segurando desajeitadamente:
― A viagem sabe,- Disse Jeon com um sorriso forçado para o policial - Nos últimos dois milhões de anos foram difíceis para ele.
- Não acho que ele esteja bem. - Disse o policial em dúvida.
- Talvez ele não esteja mesmo. - Jeon deu de ombros e o ergueu o colocando sobre os ombros, e logo o jogando sobre o sofá amarelo:
- Melhor tirarmos daqui. - Disse o policial, e Jeon assentiu.
- Eu concordo.
Logo os dois arrastavam o sofá com o Park em cima para fora do gramado, mas foram brevemente interrompidos, no meio do caminho, pela súbita desaparição do sofá, fazendo o corpo de Park desacordado se estatelar no chão.
E voltando um pouco no tempo, a narração que ressoou pelos auto-falantes espalhados pelos quatro cantos do estádio era essa quando os humanos apareceram no campo:
― Olha, Brian, essa foi interessante ― disse um dos locutores para o outro. ― Não me lembro de nenhuma materialização misteriosa no campo desde que... bom, acho que isso nunca aconteceu antes, não que eu me lembre.
― Que tal Edgbaston, 1932?
Os locutores eram dois alienígenas de coloração verde desbotado, com aparência semelhante a libélulas gigantes:
― O que foi que aconteceu por lá?
― Bem, Peter, acho que era Frangos marrons contra Frangos despenados, quando um espectador subitamente atravessou o gramado.
Ficaram em silêncio enquanto o primeiro locutor pensava a respeito:
― Eeeeeé... é ― disse ele. ― Bem, não vejo nenhum grande mistério nisso, não é mesmo? Pelo que entendi, o sujeito não se materializou em campo, ele apenas entrou correndo, não?
― É verdade, é verdade, mas ele disse que tinha visto algo se materializar no campo.
― Ah! E o que ele viu?
― Acho que era um jacaré.
― Certo. E alguém mais notou o jacaré em campo?
― Aparentemente não. Como ninguém conseguiu que o tal homem desse uma descrição muito detalhada, fizeram uma busca rápida pelo campo, mas não acharam nada.
― E que fim levou o sujeito?
― Bem, pelo que me lembro, alguém se ofereceu para tirá-lo de lá e pagar um almoço para o homem, mas ele disse que já havia comido muito, então deixaram o caso de lado e a partida acabou com despenados vencendo por três a zero.
― Eu diria que foi bem diferente desse caso agora. Para os ouvintes que acabaram de sintonizar nossa transmissão, o que está acontecendo por aqui é que... bem... dois garotos... eles são humanos? Nossa faz tempo que não via desses.
― E também um sofá... amarelo?
― Isso mesmo, Brian, um amarelo, eles se materializaram sensacionalmente bem aqui, no meio do nosso jogo, Mas não acho que tenham feito isso por maldade, parecem bem intencionados e...
― Peter, Peter, um momento... Queria interrompê-lo para dizer que o sofá acaba de desaparecer.
― É verdade, temos um mistério a menos, então.
E lá em baixo Jungkook ergueu novamente o corpo de Park sob os braços o olhando preocupado.
― Senhor ― Disse o policial depois que passaram por um grupo de espectadores curiosos - Talvez possa me contar quem você é, de onde vem e qual o significado de toda essa confusão? Pois temo que irei ter que lhe multar!
Jungkook suspirou alto, como se estivesse se preparando para algo, depois colocou o corpo de Park gentilmente sobre o gramado, endireitou-se e tirou algo do bolso um broche brilhante, algo que só habitantes da elite de Betelgeuse teriam:
― Tudo bem ― disse Jungkook, com toda a ironia que continha em seu ser de um metro e oitenta ― Vou contar.
― Ah, olha, não vai ser necessário ― disse o policial apressadamente olhando o broche. ― Apenas não deixe que seja lá o que for aconteça de novo.
O policial virou-se e partiu em busca de alguém que não fosse da elite de Betelgeuse para multar. Felizmente o estádio estava cheio de pessoas assim.
A consciência de Jimin aproximou-se de seu corpo, relutantemente, como se viesse de muito longe. Ela já tinha passado por maus bocados lá dentro. Tensa e lentamente, entrou e assentou-se em sua posição habitual.
Park sentou-se:
― Onde estou? ― perguntou.
― No Meio de uma partida de frangos gigantes ― respondeu Jungkook.
― Ótimo ― disse Jimin, e sua consciência saiu de novo para tomar um pouco de ar, seu corpo voltou a cair.
Dez minutos depois, agarrado a uma xícara de chá em uma barraquinha de lanches, o rosto exausto do terráqueo já estava menos pálido:
― Como está se sentindo? ― perguntou Jungkook que não havia saído do seu lado nenhum segundo sequer.
― Vivo ― respondeu Jimin, com uma voz rouca. Fechou os olhos os apertando.
Jungkook resolveu deixar o Park quieto um pouco e mandar uma mensagem para Tae, pedindo que os buscassem ou mandassem uma nave, e em menos de dez segundos uma espaçonave despontou no céu.
Jimin deu um passo para trás e olhou a grande nave aterrissar e em seguida Taehyung, Jennie e Diner saírem de lá, Tae parecia furioso:
- Jeon Jungkook eu vou te matar, usou o portal para mais uma de suas aventuras de novo!?
Jimin fitou Jeon, e o viu revirar os olhos:
- Foi por uma boa causa. - O betelgeusiano sorriu olhando para Park e o flagrando lhe fitando, então todos olharam para Jimin no mesmo momento.
E Jimin engoliu o chá nervoso por tantos olhares sobre si:
- Que seja, você sabe que odeio jogos de frangos gigantes. - Disse Tae - Eles são muito barulhentos, vamos embora daqui logo.
Todos entraram na nave e Jungkook e Jimin acabaram descobrindo que Taehyung havia perdido o racha com Hostblack, e por isto estava tão mal humorado.
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