(37) lisa jenkins.
O semestre passou correndo, e a cada dia que se passava era um dia a menos com Vinnie. Passei os últimos três meses com a última gota de esperança que restou, fazendo conexões com professores, pessoas da secretaria do campus, mas, por enquanto, não tive retorno algum.
No momento, estou deitada de bruços na cama de Vincent, com a testa quase colada na parede, e ele com a cabeça nas minhas costas, enquanto conversa com os dois Jordan sobre, para a nossa infelicidade, Los Angeles.
— É uma oportunidade do caralho, você sabe, não sabe? — Powell diz.
Eu tenho quase certeza de que eles acham que eu estou dormindo, porque os três estão falando bem baixinho.
— É claro que eu sei. — Vinnie responde. — É por isso que eu queria ir pra lá, antes dos meus pais meterem o nariz nas minhas coisas.
— Mas se eles não tivessem se metido, você estaria em Los Angeles, e a Lisa provavelmente estaria namorando o Donovan. — Huxhold rebate.
— Você tem um ponto. — Vinnie exala. — Eu tô feliz de ter reencontrado ela, de verdade, mas ao mesmo tempo...
— É o seu futuro, cara, ela vai entender. — Powell diz.
Faço o meu melhor para não denunciar que estou acordada.
— Essa é a questão! Ela entende pra caralho. E eu sei que se eu chegar nela hoje e falar que eu amanhã mesmo eu vou embora, a única coisa que ela vai fazer é me abraçar a noite toda e me desejar toda a sorte do mundo amanhã. — merda, ela me conhece muito bem. — Ela não me deixaria desistir por causa dela, mas eu quero.
— Você tem certeza? — Huxhold questiona. — Ela é capaz de te bater se você disser que vai perder um semestre inteiro por causa dela.
— Verdade. — Powell concorda e eu engulo uma risada.
Eles também me conhecem muito bem.
Vinnie suspira profundamente e se aninha mais nas minhas costas. Ele não fala nada por bons dois minutos.
— Eu aguento a surra. — Huxhold e Powell dão risada. — É sério, eu aguento. O que eu não aguento é ficar longe dela por tanto tempo.
— Que fofo. — Powell provoca. — Não tem nem uma possibilidade de ela ir com você?
— Ela comentou que estava tentando, mas faz algumas semanas, e ela não tocou no assunto de novo. — ele responde. — Então acho que não. — ele bufa.
— Ela não vai deixar você ficar. — Huxhold diz. — Ela vai chutar sua bunda com tanta força que você nem vai precisar do avião pra chegar em LA. — mordo o meu lábio com força o suficiente para sangrar, evitando ao máximo rir.
Vinnie solta uma risada fraca e baixa, mas não responde. Mais alguns minutos de silêncio se passaram antes de Huxhold voltar a falar.
— As férias estão chegando. — ele começa. — Meus avós saíram de Nevada há mais de um ano, a casa tá vazia.
Percebi a sugestão antes mesmo de ele falar.
— Verão, lá tem piscina... Topam?
— Só se a Liya for junto. — Powell responde e Vinnie zomba dele.
— A casa é enorme, dá pra ir o grupo todo e ainda sobra quarto. — o loiro diz.
— É uma casa ou é um hotel? — Powell ironiza.
Vinnie se mexe, saindo de cima de mim; ele se deita ao meu lado e entrelaça a mão na minha.
— Eu sei o que você tá pensando. — Huxhold diz, a voz transbordando humor. — Tem um evento marcado na Dark Cave.
Ai meu Deus. A Dark Cave. Onde tudo começou.
— Acho que não peguei a referência. — Powell diz.
— Uma vez, há mais de três anos, eu e a Maddy fomos passar um final de semana na casa dos meus avós, era aniversário do meu avô, e como o Vinnie tinha acabado de brigar com os pais, eu chamei ele pra ir junto. — o loiro começa. — No sábado, ia rolar uma puta festa em um lugar no meio do deserto.
— Dark Cave, suponho. — Powell murmura.
— Isso. Nós três fomos. — Huxhold continua. — E em certo momento, o nosso garotão sumiu. Adivinha com quem ele estava?
— Lisa. — Powell deduz. Me lembro de ter contado a ele que Vinnie e eu já nos conhecíamos do passado, mas não disse os detalhes. — Caralho!
— Pois é, amigo. Foi lá que a merda começou. — Huxhold zomba e Vinnie o xinga. — Enfim. Vai ter outra festa, e nós vamos.
— Mas eu nem sei se eu vou. — Vinnie diz.
Escolho esse momento para virar a cabeça para ele e abrir os olhos. Ele me olha sorrindo, um pouquinho surpreso.
— Eu quero ir. — falo.
— Você tá acordada há quanto tempo? — ele pergunta depois que beija a minha testa carinhosamente.
— Pouco. Acordei com o Huxhold contando a nossa história de amor. — minto, mexendo os ombros. Levanto a cabeça para olhar para o loiro do outro lado do quarto. — O quão grande é a casa dos seus avós?
— O suficiente pra caber um time de futebol e líderes de torcida. — ele responde. — Tá pensando em chamar alguém?
— Sim. Thomas, Mia, Alex e Kouvr. — respondo, voltando a deitar. — Talvez Jake e Ethan também, mas acho que eles preferem ficar por perto em caso de aparecer algum jogo. — suspiro.
Quando olho para Vinnie de novo, os olhos dele estão brilhando. Ele sabe que os dois Jordan estão certos: se eu realmente não conseguir ir com ele, não vou deixar ele ficar por minha causa de jeito nenhum.
— Não pensa nisso agora. — sussurro e chego perto para roubar um selinho. — Eu posso tentar a transferência no próximo semestre.
— Então seriam seis meses longe. — ele resmunga.
— Melhor do que os dois anos de curso. E mais dois de pós. — respondo. — Relaxa, ok? Nós vamos dar um jeito.
Vincent balança a cabeça e me puxa para deitar em seu peito, me apertando em seus braços. Fecho os olhos automaticamente, aproveitando o seu calor e cheirando o seu perfume.
— Não nasci pra segurar vela pra ninguém. — Powell resmunga antes de levantar. — Põe juízo na cabeça dele, Lisa.
— Deixa comigo!
Powell e Huxhold saem do quarto, me deixando sozinha com Vinnie.
— Nós ficamos longe por três anos. — começo, olhando em seus olhos. — Não vai ser tão difícil aguentar seis meses.
— Eu mal te conhecia, Lisa, é uma situação totalmente diferente agora. — ele me aperta mais. — Não se deve ficar longe de quem se ama, sabia? Faz mal pra alma.
— E quem disse isso? Shakespeare?
— Eu disse. — ele resmunga.
— Você vai pra UCLA, vai estudar, vai fazer novos amigos. — falo, mesmo que me doa. — E vai...
— Esse discurso me cheira a término. Não continua. — ele me interrompe, me puxando para cima e para o lado, então agora estou com as costas no colchão e ele de bruços, com o rosto no meu pescoço. — Eu te amo e não vou terminar só porque tô indo estudar longe.
Levo as mãos para seus cachos dourados e macios. Vinnie suspira no meu pescoço.
— Eu posso falar com os meus pais. — ele sugere. — Eles são amigos do reitor, podem conseguir uma transferência em um dia.
— Você mal fala com eles, Vinnie. Não precisa fazer isso por mim... — murmuro contra ele. — E nós não sabemos se eles ajudariam.
— Do jeito que eles gostam de me contrariar, a resposta seria não. — ele resmunga. — Mas vale a pena tentar.
Acho que tá na hora de conhecer meus sogros.
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