(11) lisa jenkins.
Tracy era a noiva cadáver. Usando um vestido branco, véu e uma maquiagem que eu a ajudei fazer.
Maddy e Jordan eram Mortícia e Gomez Addams. Maddy usava um vestido preto, saltos altos também pretos, alongamento de cabelo e uma maquiagem que a deixava o mais parecida com Mortícia; Jordan usava um terno preto e havia tingido o cabelo de – adivinhem – preto, com aquelas tintas que saem no banho. Até mesmo em fantasias eles conseguem ser estranhos.
Eu vesti a minha fantasia, o uniforme de Cheerleader. Fiz alguns machucados com papel higiênico – daquele tipo que você aprende com doze anos em tutoriais no YouTube – e pinguei sangue falso em cima deles. Pra completar, banhei as mãos nesse mesmo sangue falso e passei nas roupas, e um pouquinho no pescoço, me sujando toda.
Eu ainda não tive tempo de ir no centro, arranjar outro par de lentes, mas também não queria estragar a fantasia usando óculos de oncinha, então eu coloquei a lente que me restou, no olho esquerdo, e segui assim.
A minha outra fantasia, a de vadia, vinha com uma peruca loira, que eu gloriosamente aproveitei. A lavei como se fosse meu próprio cabelo, hidratei e penteei, então a coloquei, escondendo meus fios pretos.
Era estranho ver o loiro no lugar do preto-petróleo escorrendo nas minhas costas, mas enfatizava a imagem de líder de torcida.
Por fim, calcei o meu par de vans – sujando-os com o sangue, já imaginando o trabalho que vou ter pra lavar. Coloquei argolas nas orelhas e passei o batom vermelho-vinho nos lábios, finalmente estando pronta.
— Se você fosse uma zumbi de verdade eu deixaria você me comer tranquilamente.
Adivinhem quem foi que disse isso.
— Você também ta uma delícia, Mad. — ela pisca pra mim. — Você fica legal de cabelo preto, J.
— Valeu. Trisal, por favor
Solto uma gargalhada, esperando Aly se juntar a nós no carro.
Aly usava a fantasia mais pecaminosa existente: a freira sexy.
Jordan aumentou o som e todos nós fomos cantando as músicas do rádio até estarmos em frente a casa onde a festa tá rolando.
Para uma fraternidade, os meninos da Acacia viviam muito bem. A casa era quase duas vezes maior do que a Prudence House das meninas, com piscina e tudo. Tentei não pensar muito em como um bando de moleques infantis conseguem tantos privilégios, e entrei na casa com meus amigos.
A festa acontecia no quintal, mas haviam pessoas dentro da casa. Quando parei para observar as coisas com mais precisão, percebi que a multidão estava separada cuidadosamente: de um lado, estavam as garotas e garotos Prudence, do outro, os caras da Acacia e as garotas da Vortex, e mais no centro estavam os estudantes que não fazer parte de fraternidade nenhuma.
Eu já disse o quanto eu acho ridículo os nomes das fraternidades-irmandades?
— Ali! — Maddy diz, então percebo que eles apontavam para alguém.
Esse alguém, surpreendentemente, não era Vinnie, mas sim um garoto moreno de topete bonito.
— Vou pegar uma bebida e já encontro vocês. — grito por cima da voz de Travis Scott, que saía estourada das caixas de som espalhadas pelo quintal.
Aly, Tracy, Maddy e Jordan vão de encontro ao garoto que eu não conheço, enquanto eu procuro pelo barril de cerveja usando o meu olho bom, aquele que enxergava algo além do meu nariz.
Tive um vislumbre de prata a minha esquerda, no caminho para a panelinha Prudence, e fui até lá. Havia um pacote de copos aberto, então peguei um e enchi de cerveja do barril.
Levei o copo até os lábios, dando um gole na cerveja – horrível, por sinal. Mas, de qualquer maneira, não pude sentir muito bem o gosto dela, porque a cuspi de volta no copo quando duas mãos agrarraram meus ombros.
— Porra, Vinnie! — grito, brava.
— Eu só te encostei! — ele se defende. — Não é culpa minha se você se assusta facilmente.
Revirei os olhos e derramei a cerveja na grama, voltando a encher o copo.
— Você sempre chega por trás, é claro que eu vou me assustar. — falo, me virando para olhá-lo. Vinnie tinha gel no cabelo, deixando ele meio liso e partido, usava calça jeans escura, camiseta preta e jaqueta de couro da mesma cor. Franzi o cenho. — Achei que todos precisassem usar fantasia.
— Essa é minha fantasia. Ou você acha que eu ando com o cabelo lambido de gel desse jeito porque gosto? — ele usa um tom sarcástico.
— E quem você é? — pergunto, de braços cruzados.
— Tá brincando comigo? Eu sou Damon Salvatore, gata. — animado, ele me mostra os dentes caninos protegidos por um tipo de dentadura afiada.
Deixei a cabeça cair para trás, rindo alto.
— Não ri de mim! — ele diz, bravo.
— Não é de você que eu estou rindo, é do seu cosplay ridículo. — continuo rindo. — Você não gastou um centavo, não foi?
— Para a sua informação, Lisa Jenkins, eu gastei sim. Três dólares e setenta e cinco centavos nesses dentes de encaixe.
Balanço a cabeça, incapaz de parar de rir. Em dado momento, Vinnie começa a rir junto comigo, e logo estamos os dois gargalhando.
Paro de rir gradualmente, avaliando mais sua "fantasia". Não é difícil admitir que ele ficou gostoso pra cacete.
— Vinnie? — chamo.
— Sim? — ele responde, parando de rir aos poucos.
— Me morde.
— O quê?
Engulo a risada, vendo a sua expressão surpresa.
— Você é um vampiro, bobinho. Vampiros mordem suas vítimas. — pisco lentamente. — Só quero ver se essas presas funcionam.
— Mas eu... — ele começa, mas se interrompe quando me aproximo um passo, o pescoço inclinado, dando a ele muito espaço. — Sério?
— Sério. Só não tira sangue, não precisa se empolgar.
Vinnie me encara por longos cinco segundos antes de acabar com a distância entre nós dois, uma mão segurando a minha cintura e a outra o outro lado do meu pescoço. Sinto duas pontas afiadas no meu pescoço, e apenas rezo em silêncio para que ele não esteja em cima de nenhuma veia importante.
Levei a mão direita para a nuca de Vinnie, ofegando quando ele arranha os dentes no meu pescoço, e tenho certeza de que, para quem nos vê, aquilo foi um gemido, ou algo próximo a isso.
Olhando em volta rapidamente, vejo que Abby tinha os olhos em nós, inexpressiva. Pisquei o meu olho bom para ela, que se vira inabalada e sai como se não tivesse visto nada.
De repente, Vinnie faz pressão na boca, com certeza marcando o meu pescoço com aqueles dentes falsos, e fechei os olhos automaticamente. Aquela pressão durou cinco segundos, deixando a região da mordida formigando; Vinnie deixa um beijo molhado em cima das marcas antes de voltar a ser maior que eu, com um sorriso ladino.
— Bom trabalho, drácula. — sorri para ele, tirando o vidrinho de sangue falso de dentro do sutiã. — Agora joga isso em cima.
— Seu pedido é uma ordem.
Por sorte, a tampa do vidrinho era um conta gotas, o que facilitou o trabalho de Vinnie, que despejou duas gotinhas em cada marca. Senti o líquido gelado escorrendo pelo meu pescoço e se perdendo por debaixo da roupa, então peguei o vidrinho de volta e o guardei de novo no sutiã.
— Você fica bonita loira. — Vinnie diz, ainda sorrindo.
— Vou fingir que você não me elogiou só porque eu acabei de te deixar me marcar na frente de todo mundo. — pisco para ele. — Vamos, ainda tenho muitas horas pra zoar a sua fantasia ridícula.
Deixei Vinnie me guiar até nossos amigos, exibindo a marca no meu pescoço. A sua marca.
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