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(05) lisa jenkins

No sábado, o dia depois da festa, a Prudence House estava uma bagunça de garrafas, copos, barris e seda pelo chão. Por toda a casa.

Bendita seja Alyssa Powell por trancar o meu novo quarto. Ela merece um beijo por isso.

— Bom dia, Prudence Girl. — Tracy pula em cima de mim. Não temos nada aqui ainda, mas isso não nos impediu de aproveitarmos nossos novos colchões. — Eu preciso de um analgésico.

— Imaginei que fosse dizer isso. — Tracy solta um gritinho quando nosso quarto é invadido. Por duas pessoas. — Temos um estoque de remédios para todos os tipos de dores.

— Mas é melhor guardarem os seus próprios aqui no quarto de vocês. Temos algumas viciadas nessa casa.

Alyssa e Maddy se sentaram na cama, agora vazia, de Tracy. Aly segurava dois comprimidos em uma mão e um copo de água na outra.

— Ela está de ressaca, eu não. Uma certa pessoa me deixou com medo de beber qualquer coisa. Até água. — olho direto para a ruiva, que me dá um sorrisinho irônico.

— Que bom. Você não deve mesmo confiar em nada e nem ninguém. Principalmente bebidas em festas de fraternidades. — Aly diz. — Enfim, só viemos avisá-las que, se quiserem ajuda pra trazer as coisas de vocês, podem nos pedir.

— Eu fui coagida a estar aqui, mas podem contar comigo também. — Maddy diz, deixando os ombros caírem. — Mas só estou disponível até as seis da tarde.

Franzi o cenho.

— Por quê? — Tracy pergunta antes que eu tenha a chance.

— Hoje tem a iniciação da outra Prudence. A dos meninos. — Aly responde.

— E o que eles vão fazer? Descobrir a fragrância do sabonete que as garotas lavam a vagina? — cruzo os braços.

Maddy gargalha.

— Não seria uma má ideia. — a ruiva diz. — Mas não é isso. Os novatos vão ter que tomar o equivalente a meio barril de cerveja e depois dar dez mortais para trás. Tão infantil quanto beijar alguém e adivinhar o gosto.

— Isso não é perigoso? Alguém pode entrar em coma alcoólico, ou se machucar com os mortais. — Tracy diz, preocupada.

— Relaxa, Barbie, vai ser tudo monitorado, e uma ambulância vai estar pertinho deles. — Maddy diz. — E a cerveja que os meninos compraram é a com o teor mais baixo de álcool do mercado. 2,5 por cento de álcool. Eles vão ficar bêbado, é claro, mas nada de coma alcoólico. Não antes dos mortais.

Tracy relaxa mais um pouco.

— Merda, eu odeio essas coisas. — resmungo. — Beleza, vamos arrumar esse quarto.

Maddy tem um carro, o que nos polpou de muito trabalho. Consegui guardar minhas coisas em duas caixas médias, e as roupas em uma mala grande. Tracy tinha três caixas, uma mala e uma mochila.

— Santo Deus, Evans! Você é uma acumuladora nata, sabia? Esses livros são do seu primeiro semestre! — jogo um livro de cálculo em cima dela. — Você podia simplesmente ter doado para a biblioteca do campus.

— Desculpe, mamãe. — ela diz, me imitando na noite passada. — Vou separar as coisas que não quero mais, pode ficar tranquila.

No fim da tarde, Tracy tinha uma caixa cheia de tralhas velhas, e uma cheia de roupas que não serviam ou não lhe agradavam mais; tudo aquilo ia para a doação, amanhã. Ou segunda, no mais tardar.

Enchi uma prateleira com livros da faculdade, metade da penteadeira com meus pertences – tipo perfume e maquiagem – e o meu lado do guarda-roupa com minhas roupas.

— Temos seis banheiros. — Aly diz, parada no batente da porta. — Três aqui em cima, um em cada corredor, e três lá embaixo. Só os daqui de cima têm chuveiros, então é melhor tomarem banho logo, porque isso vai ficar uma bagunça.

Tracy, ao ouvir as palavras de Aly, pegou sua nécessaire de banho e um roupão branco e correu para fora do quarto no mesmo instante.

— Uma vez Barbie, sempre Barbie. — mexo os ombros, voltando a minha atenção para o guarda-roupa. Terminei de organizar a última gaveta, com pijamas e lingeries, então levantei. Percebi Aly me observando, mas não falei nada.

Me joguei na cama e fechei os olhos. Esperaria mais alguns minutos até ir invadir o banheiro – não queria disputar horário com alguma outra garota idiota. Além disso, não é como se eu e Tracy nunca tivéssemos dividido o chuveiro antes.

— O Hacker perguntou de você. — abri os olhos no mesmo instante.

— O quê?

— Ele queria saber se você vai na iniciação hoje. — ela se deita ao meu lado.

— E?

— Eu disse que sim. — sinto ela mexer os ombros. — Ele tá, tipo, caidinho por você, Lis. E ele nem sabia seu nome até que eu dissesse pra ele.

Mastiguei um sorriso.

— Tipo, qual é! Ele te beijou duas vezes e, de repente, quer saber tudo sobre você? — ela bufa.

— Aly... — me viro para ela. — Nós já nos conhecíamos antes. — ela me olha, confusa. — Faz três anos, em Las Vegas. Não perguntamos o nome um do outro, e nem nada sobre nossas vidas. Transamos no banco de trás do carro dos meus pais e depois seguimos nossos caminhos.

— Você e o Vinnie... — ela não conclui a frase, talvez muito chocada para isso. — Você teve um caso de uma noite com Vinnie fucking Hacker, e não quis saber nada sobre ele? Você é maluca?

— Talvez... Mas o mais importante é que não nos vimos mais depois disso. Até ontem, quero dizer.

Alyssa esfrega o rosto com as mãos.

— Ok, tudo bem, acho que posso viver com isso. — ela murmura.

— Isso tudo é medo de eu te abandonar, Alyssa? — sorrio, mordendo o lábio inferior. — Porque, você sabe, eu não seria maluca de fazer isso.

— Fico feliz em ouvir isso.

Decido que, mais um minuto naquele quarto, e eu me atrasaria para a iniciação dos meninos. Então deixo um selinho rápido nos lábios de Alyssa e pulo da cama, pegando minha própria nécessaire de banho e uma toalha, partindo para o banheiro do meu corredor.

Bati na porta em um ritmo específico, o meu código de reconhecimento com Tracy, e logo ela abriu a porta, sorrindo.

— Você veio rápido dessa vez. — ela diz, voltando para o chuveiro. — Com Aly no quarto, pensei que você demoraria.

Reviro os olhos, tirando a camiseta.

— E eu demoraria, se dependesse dela. — tiro a calça. — Mas temos uma festa para ir, certo? — tiro o sutiã e a calcinha.

— Monalisa Jenkins! — Tracy me olha com desconfiança enquanto abro o box de vidro. — Você só quer se encontrar com Vinnie Hacker de novo, não é? — reviro os olhos, a empurrando para o lado e tomando conta do chuveiro.

— Não sei. E se estiver?

Tracy balança a cabeça, rindo alto.

— Você é uma piranha, Jenkins! — a loira grita. — Mas eu te apoio completamente, garota. Vinnie Hacker é o sortudo por aqui, não você.

— Acredite em mim, Barbie, eu sei disso.

Terminei o banho, então fui me arrumar de verdade. Ontem foi só o esquenta, a festa de verdade está prestes a começar.

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