(25) lisa jenkins.
O quarto do hotel era simplesmente maravilhoso. Quero dizer, não é nenhum Langham Place, mas é divino. As camas são de solteiro, mas o colchão parece ter o dobro de tamanho e maciez do meu, na PH. Além de mim e Tracy, Aly estava aproveitando a cama o máximo que podia.
— Isso é demais! — a morena exclama, pulando no colchão até cair deitada. — Sério, nunca deitei em um colchão tão macio antes.
— Certo, aqui vamos nós. — Tracy começa. — Lisa?
— Hum?
— Você sabe que vamos curtir pra caralho essas duas semanas, né? — aquiesci. — E, você também sabe que, como parte do grupo, o Vinnie vai em todas as noitadas, certo?
— Relaxa, Evans. Não sou do tipo que faz showzinho porque guarda mágoa. Eu sei que vamos sair, e sei que o Vinnie vai estar lá. Nada disso vai me impedir de curtir. — finalmente deito por completo, as mãos atrás da cabeça.
Aly suspira.
— Abby também tá aqui.
Toda a tranquilidade que eu tinha sumiu por completo.
— Jake também. — Tracy tenta levantar o clima. — E você vai sair com ele, lembra?
Sorrio.
— Na verdade — começo. — o time se inscreveu pra um campeonato de inverno que tem por aqui, mas só por diversão, e me chamou pra assistir o primeiro jogo. — mordo o lábio inferior, nervosa. — Eu disse que levaria uma amiga ou duas.
— Você sabe que o grupo todo vai acabar indo. — Aly diz.
— E mais metade dos estudantes também, porque o time é bom e quase nunca perde. É mais popular que basquete. — Tracy continua a linha de raciocínio de Alyssa.
— É claro que é, você já viu algum jogo de basquete do nosso time? É vergonhoso. — faço uma careta. — Enfim. O jogo é depois de amanhã, às três. Vocês vão comigo?
— Você sabe que vamos.
Tivemos essa conversa há três horas e meia. Agora são uma e quarenta e cinco da manhã, e estamos na piscina do hotel. E quando digo estamos, quero dizer que pelo menos metade dos estudantes hospedados nesse hotel estão aqui.
Infelizmente, Vinnie é do meu andar. Meu vizinho de porta, na verdade; ele, Huxhold e Maddy. E agora tenho que desviar o olhar, porque não aguento vê-lo dançando como se a vida fosse perfeita.
— Olha lá o seu jogador, Lisa. — Powell, o masculino, Jordan, aponta discretamente para a entrada da área, onde Jake e o time passou agorinha. — Sou muito seguro da minha sexualidade, e amo a minha namorada. Mas Jake Donovan...
— Eu sei, J. Eu sei. — recebi dois tapinhas nas costas antes que estivesse sozinha. Mas não por muito tempo. Jake Donovan sorri ao me ver e caminha até mim, exalando confiança, masculinidade e um perfume maravilhoso que tenho de lembrar de perguntar o nome. — Parece que ficamos no mesmo hotel.
— Pois é, ficamos. — tento não encarar muito as covinhas do seu sorriso, para não parecer obcecada pelo cara ou coisa do tipo. — Quer uma cerveja?
Franzi o cenho.
— Tem cerveja? — questiono, olhando ao redor. Jake ri e aponta para um carinha ruivo que tirava garrafas de dentro da bolsa e passava para as pessoas, provavelmente por cinco dólares ou menos. — Eu tô aqui há uma hora, e só agora... — suspiro. — Beleza, vamos lá, eu preciso de uma bebida.
Pelos próximos trinta minutos, Jake e eu tomamos três cervejas cada um e trocamos confidências vergonhosas ou secretas, as vezes as duas coisas, sobre a nossa adolescência. Não conto da vez em que fugi para Nevada e acabei transando no carro dos meus pais, e, três anos depois, reencontrei o cara.
— ... e quando eu cheguei na escola na outra semana, fui parado umas cem vezes pra ouvir "droga, cara, sinto muito", e todas as cem vezes responder "não tô com câncer, era só piolho". Foi a pior semana daquele ano. De todos os anos, eu acho. — antes que Jake termine, estou rindo. Nesses trinta minutos, ri tanto que estou surpresa por não ter feito xixi na roupa. Jake é engraçado e sabe muito bem como manter uma conversa leve e casual, tudo o que eu preciso no momento.
Mas, se bem me lembro, ele também sabe como fazer uma garota praticamente empurrá-lo até a cama.
— Lisa! — viro a cabeça, procurando quem me chamava. Vi Aly primeiro, depois Maddy, então Huxhold, Vinnie – com Abby pendurada no seu pescoço –, e, por fim, Powell. Com Tracy no colo. — Uma ajudinha?
— Merda! — xingo baixo. — Foi mal, Jake, emergência. Aquela loira desmaiada é minha melhor amiga, então...
— De boa, eu entendo. Já paguei de papai algumas vezes, sei como funciona. — ele ri. — A gente se vê no domingo? Amanhã... Hoje os caras queriam treinar um pouco, pra não perder o pique. Coisa de atleta desocupado.
— Claro, claro. Vou estar na arquibancada. — me levanto do banquinho. — Tchau, Jake.
— Tchau, Lisa.
Ignorei o frio na barriga enquanto seguia os meus amigos até o interior do hotel. Por incrível que pareça – ou nem tanto, porque o hotel é mesmo muito bom –, coubemos todos, incluindo Abby, dentro do elevador, e uma Aly alterada não conteve a língua.
— Você vai transar com o Jake de novo? — ela pergunta, parecendo uma criança.
— De novo? — Huxhold implica, com um sorriso de menino travesso. — Desde quando jogadores de hóquei fazem o seu tipo?
— Não que qualquer um aqui, além da coitada da Tracy, saiba alguma coisa sobre o meu tipo, mas, cara, você já deu uma boa olhada nele? — cruzo os braços.
Maddy bufa uma risada.
— Você tem razão. O cara é um deus romano. — a ruiva suspira. Jordan cerra os olhos para ela. — Larga de ser bobo, elogiar outro cara não se encaixa como traição.
— Na verdade, eu ia dizer que concordo com você. — o loiro sorri. — Em geral, as pessoas preferem acreditar no estereótipo de mulherengo, burro e irritante, mas, pra ser sincero, acho que só uns dois ou três caras da Kappa se encaixam. O resto, incluindo o Jake, são bem maneiros.
No chão, Tracy resmunga alguma coisa. Ela estava acordada quando entramos no elevador, mas parecia em estado catatônico.
— Não entendi T, repete. — me abaixo, ficando na altura dela. Tracy resmunga de novo. — Abre a boca pra falar, Evans, não entendi porra nenhuma.
— Eu entendi. — Vincent diz, e o elevador se abre. — Ela disse pra você não esquecer da camisinha.
Vincent sai, puxando Abby consigo até o quarto do lado ao meu. Reviro os olhos.
— Foi uma alfinetada das boas. — Jordan, o moreno, diz.
— Você acha? Eu achei meio desesperado. — mexo os ombros. — De qualquer forma, não importa. Vamos cuidar dessa bebêzona. Obrigada por trazê-la.
— Por nada.
Maddy fica para ajudar eu e Aly com Tracy, e mantenho a minha cabeça ocupada por todo esse tempo.
Mas, quando tento dormir, tudo o que consigo pensar é Vinnie. E, agora, Jake.
Merda.
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