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• sonhei-lhe

Ela correu os olhos pelo quarto pintado em carmim. Sentiu as mãos suarem e o peito bater forte, até o primeiro fôlego daquele dia invadir seus pulmões. A pequena moça encaracolada ainda não entendia que tinha acordado. As energias do quarto vibravam pensamentos profundos, e depois de passar a mão ao lado esquerdo da cama, ela percebeu que estava sozinha outra vez. Puxou por debaixo dos lençóis seu celular e checou o horário; era o de sempre. O mesmo horário, o mesmo fôlego. Levantou as mãos em uma brincadeira boba e tentou sentir a textura do teto. Se posso sentir a textura o teto daqui, pensava ela, posso também voltar para aquele sonho.

Mas ela não podia. Não podia porque a vida é real demais para pessoas como ela. A vida é dura demais pra meninas que ainda não querem acordar, só querem dormir e dormir, mas não de preguiça de verdade. Só querem dormir para se entregarem para o céu, e deixar brilhar no sol um lado de seu corpo. Querem achar os esconderijos secretos das florestas, sentir o cheiro da grama, subir numa montanha e gritar liberdade. Meninas como ela querem amar, mas aquilo que tanto se ama está longe demais para ser tocado. Querem se olhar no espelho e saber quem são, mas as vozes do mundo as ensurdecem de vez, até que elas não se lembrem mais de seu próprio nome.

E no escuro que sua mão fazia sob seus olhos, ela ignorava o clarão do dia na janela. Sussurrava seu próprio consolo e gritava seu próprio desespero. Ouvia o bater de asas de borboletas no pé do ouvido; ela só queria sonhar de novo. Mas suas tentativas vãs doeram fundo no peito, e a agulha dolorosa invadiu uma região sensível no seu coração. Ela sentou no colchão e um peso subiu em sua coluna. Brincou com os pés no chão sentindo os fios felpudos no tapete. Uma criança num corpo maior, era o que ela era. Não queria crescer; queria entrar na Terra do Nunca e ser uma garota perdida. Queria ter ido a qualquer canto da terra, mas não queria estar presa naquele mesmo lugar: Nela.

Estava presa dentro dela mesma, se trancando ali junto com seus medos, junto com os gritos, com os choros e os pedidos de ajuda que nunca pediu na verdade. Ela ardia chamas em seu interior, e deixava cenas do seu sonho se passarem pela sua mente. Se permitiu levar-se à loucura, entrelaçar seus dedos com seu cérebro e sair dançando as imagens na cabeça. Se permitiu sussurrar aquela música que ele sempre cantava, se permitiu sentir as partes de seu corpo que ele tocava. Se permitiu lembrar a respiração gelada dele batendo junto com a dela, e poxa... como sua pele se arrepiava junto àquela respiração. Os olhos dele brilhavam a primavera que ela não podia presenciar. Ele se explodia em paixões que ela não podia sentir.

Ela chorou. Chorou por ter acordado, chorou os gostos que provou, chorou as escritas que não chegavam a ele. Chorou aquele misto de confusão, chorou suas tentativas falhas de gritar aquele nome diferente, que não sabia pronunciar. Se levantou da cama onde estava sentada e sentiu os fios cacheados fugirem da fita que outrora os prendiam. Viu-se a perder-se novamente e se desesperar por ter acordado. Céus, como ela preferia ter ficado dormindo.

Passou as mãos pelos seus braços, sentiu os pelos de sua pele. Se embebedou de memórias de onde ele existia, mas virou fumaça. Ela conseguia fechar seus olhos e senti-lo dançando com ela, fantasiada no breu da fantasia. Ele era de verdade dentro dela, e a ele seu corpo pertencia todas as vezes em que ela fechava os olhos. Um degradê de dor percorreu seu sistema e, pobre garota, já não sabia diferenciar o bem do mau. As pessoas diziam que ele é mau, mas ela não sabia. E se sabia, não ligava.

A pele negra se adoeceu em si própria, nas mordidas numa maçã que nunca foi colhida. O peito se encheu de fumaça e ela não pode respirar. Desnorteada pelo toque que o vilão soava, ela seguiu uma rotina, enxugando as lágrimas e passando a sorrir.

Ela mentia, mentia a verdade. Por isso dizia que estava bem. E na verdade dela, estava.

Sorria como uma tola. Se encaminhou até o banheiro e ligou o chuveiro. A água caía como um castigo em suas costas e o peito tossia a loucura que se passava ali dentro. Então banhou-se na própria ruína. Sua cabecinha paranóica já não suportava mais pifar. Ela sentia olhares a encarando e ouvia passos pelo banheiro. Jurava que era ele, mas sabia que não estava sonhando. Então não ligou. Se morresse, iria dormir. E se dormisse, iria vê-lo. Trocadilhos de algo que para ela lhe era bom, mas era apenas aquele lado sombrio falando alto.

A toalha percorreu seu corpo estático como uma manequim. Ainda de textura molhada, se viu no espelho. Não sabia quem era, mas sabia que respirava. Sabia que seu pulmão puxava um ar intoxicado para dentro, então ela se queimava em seu interior, perdendo sua voz e suas digitais, não sabendo mais quem era. Brincou com seus sentimentos por amor, e viu o dom de amar escapar de si para ir morar numa casa vazia. Seu reflexo no espelho brilhava, mas ela não queria que brilhasse mais. Catou a maquiagem e pintou de sorrisos o seu choro, pintou de colorido o negro. Viu atrás de si uma sombra, achou ter visto ele.

Seus dedos contornaram a parte do espelho em que a figura tremida dele aparecia, e quando ele sorriu, ela se virou para trás para encará-lo. Ele não estava lá. Eram apenas sussurros a alegando outra vez que sua voz era inútil.

Seu desespero, seu entalo interior. Gosto do amargo em sua boca, sentidos vazios do coração. Suas mãos tremiam. Ela jogou fogo em si mesma pela primeira vez no dia. Se quis queimar e virar fumaça, ser laranja e vermelho como fogo. Desejou se perder, e se perdeu. O tempo passou e ela não se encontrou.

Seus passos iam-se curtos, a cabeça explodindo. Pegou suas anotações na mão, e escreveu novamente o último sonho que houvera tido. Batia-lhe suficiente apenas sonhar. Mas ao mesmo tempo, sentia que precisava sentir no peito a sensação verdadeira de ter seu corpo para si mesma. Ela queria mais do que acordar e ele não estar mais lá. Ela queria mais do que jamais poderia ter. Ela queria e queria, e de tanto querer, foi perder-se outra vez. Se perdendo na maldita ilusão do que lhe disseram, como se sua história não fosse digna de um bom desfecho.

Andava na areia da praia e a maresia batia em seu rosto. Queria chamá-lo para uma viagem ali, mas não dava. No fim, ela só soube pedir um pouco de atenção. Mas mesmo assim, continuava estupidamente vazia. Ou então, estava tão cheia que transbordava. Mas não tinha certeza de seus sentimentos, assim como não sabia trocar a noite e o dia.

Gritou ao mar para trazê-lo de volta. Sua garganta sangrou, seus olhos molharam-se. O mar devolveu que ela era louca, e que de nada podia-lhe ajudar. Pobre menina encaracolada. Já não tinha voz, nem gasolina, nem lágrimas mais. Nada lhe restava. Então escrevia. Mas isso também ela deixava de conseguir. Se acabava em si, se restava em si, em si, em si. Nunca ia por ele, porque ele simplesmente não estava lá.

E sentando no chão de areia, ela viu o sol se pôr pra dentro do mar. Engoliu sua saliva, e sentiu o nariz arder à cada respiração. E num pedido nulo, fechou seus olhos e cruzou as pernas. Na meditação de sua mente, pediu socorro para alguém que não era ela.

Jogou fogo em si mesma outra vez. Viu-se em terceira pessoa se embaralhar por ele. Viu que o amava. Viu que se amava, mas a loucura era grande demais para que ela soubesse disso. E nas quatro partes que seu cérebro se dividia, ela se viu como a que menos valia a pena. E nas vezes em que as vozes se calaram, ela viu que estar só com ela mesma não era tão ruim. Ela viu que não importa as coisas que lhe machucassem, nada seria tão difícil quanto continuar amando-o. Ele era sua liberdade, sua voz, seus direitos que ela chorava ao exigir. Mas as vozes só falavam mais alto, e ele não parecia tão real. Não mais.

Ela viu que se perder dentro de si era só uma prova de que estava viva. Viu que ouvir o barulho das batidas do próprio coração era normal. Aprendeu que os loucos eram os que estavam fora de seu sistema, então pela primeira vez, não pintou sua cara de sorrisos. Ela sorriu por si. Sorriu pelas danças de seus sonhos, sorriu pelo fogo que lhe queimava. E olhando outra vez no céu, não pediu mais socorro. Ela só agradeceu.

Agradeceu por ser sortuda por ainda conseguir amar. Agradeceu por amá-lo, mesmo que ele não fosse real. Agradeceu por sonhar e sorrir. Agradeceu pelo fogo que jogava em si mesma.

A pele queimava, então ela usou seus sentimentos vãos e seus prazeres pela última vez. Chegou em casa e tomou um café. Escreveu seu adeus e, já virando fumaça, disse que o amava.

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