50- Nascer do sol
Depois de me consolar e tentar me animar, a Mel voltou a dormir. É claro que ela ia dormir, em pleno domingo as 6h e a Mel acordada? Kk algo incomum.
Já eu perdi totalmente o sono. Eu não entendo o papai! Ele parecia realmente ter mudado, se preocupava, comprou um cachorro pra mim, me ligou várias vezes e tudo mais. Antes, comigo morando na mesma casa que ele, a única coisa que falávamos era bom dia e boa noite, já que eu nunca o via durante o dia.
Depois de me levantar, fazer minha higiene e dar comida para a Gaya, eu desci para sala.
Era óbvio que ninguém estava acordado. A casa estava um perfeito silêncio e eu agradeci por isso.
Fui até a cozinha me arrastando e acendi a luz, sim, ainda estava meio escuro lá fora.
Bebi um pouco de água e olhei pela janela, já estava quase amanhecendo e eu tive uma vontade enorme de ver o nascer do sol, era algo que eu amava ver quando era pequena com a minha mãe.
Subi até meu quarto novamente para trocar de roupa, já que ainda estava de pijama. Coloquei um short preto que vi la e um moleton branco que tapava o short.
Sai de casa a passos largos e segui a rua de casa a procura de algum lugar alto ou algo assim. Enquanto procurava, pude notar casas, árvores, e muitas coisas que nunca havia notado. Acho que porque só ando de carro né.
Continuei andando até ver um tipo de uma pracinha com uma árvore enorme e que me parecia fácil de escalar.
Sim gente, vou escalar uma árvore para ver o amanhecer kkk. Eu só invento moda né.
Fui até essa árvore e a analisei procurando um jeito que subir. Até ver uma partezinha que dava perfeitamente para encaixar o meu pé.
Começei a subir com cuidado e com medo também kk. E quanto mais eu subia, mais a vista ficava linda. Eu estava muito encantada com aquilo.
Até que consegui parar em um ponto. Estava perfeito, podia ver nitidamente aquela vista do sol acordando.
Era muito lindo, o ar era puro, a sensação era calmante, eu estava em paz!
Começei a analisar a cidade, as casas, ruas, quarteirões, pessoas saindo para missa, outras fazendo seus exercícios matinais, eu não iria desistir daquilo. Tudo isso era o meu sonho desde sempre, e não vou embora daqui. Não vou.
Cold também me veio a cabeça. Ele é um dos maiores motivos por eu nunca pensar em ir embora.
- Oi! - Me assusto ao ouvir alguém atrás de mim e me desequilíbrio. -Eita! Calma Fê! Cuidado pelo amor de Deus. - Vejo Peter me segurando e volto a posição que eu estava.
- Pe.. Peter? O que faz aqui? - Questiono. O que ele esta fazendo aqui??
- Eu tava caminhando. Caminho nessa rua todas as manhãs. - Ele se ajeita no tronco ao meu lado. - Ai vi uma garota em cima da árvore e fiquei curioso. Olhei bem e vi que era você. - Ele sorri.
- Ah... ta. - Sorrio meio forçado e começo a pensar num jeito de sair dali. Se o Cold souber que eu estou sentada numa árvore com o Peter, ele da crise.
- Então Fernanda, você ta bem?
- Ah.. ta.. ta sim. - Falo analisando e procurando o caminho por onde subi.
- O que foi? Está preocupada com algo? - Ele ri.
- ãh? Não. Eu só... só tinha que ir pra casa agora.
- Sei... mas... antes eu queria te perguntar uma coisa.
- Pra.. pra mim?
- É Fernanda. Você ta bem mesmo? - Ele ri da cara que fiz.
- To Peter. Eu só...
- Só tem que ir. Eu sei. Mas deixa eu perguntar antes. - Assenti com o mesmo olhar tenso que estou. - Então...
- Seja breve. - O interrompo e ele ri de novo.
- Posso perguntar? - Assinto. - Eu gosto muito de você Fernanda. É linda, simpática, se importa com todos, tem um coração de ouro e é o tipo de garota com quem qual quer cara sonha.
- Aonde quer chegar?
- Eu quero uma chance com você Fernanda. É isso que quero chegar. Quero que seja minha namorada. - Arregalo meus olhos, não esperava por isso. Não assim, do nada. - Achei que esse fosse um bom lugar pra isso. - Ele sorri olhando para vista.
- Peter? - Ele olha pra mim. - Podemos descer?
- Vo... você não vai responder? - Ele transparecia decepção no tom de voz.
- Vou sim. É só que estou com pressa e prefiro responder indo pra casa.
- Mas é tão simples! É só dizer sim ou não.
- Não. - Falo sem pensar e meu tom de voz acaba saindo meio rude. Ele parou de sorrir e seu semblante caiu.
Ele não disse nada, apenas sorriu ladino, o que deu pra ver que não foi de alegria.
- Entendo. - Ele fala e começa a descer. Respirei fundo e desci atrás dele. Ao pé da árvore ele me ajudou a descer.
- Olha Peter, não é nada com você... e só que...
- O Cold. - Ele fala olhando para seus pés.
- É. - Olho para o chão e depois volto a olhar pra ele. - Estamos namorando. - Peter deixa de encarar seus sapatos e olha em meus olhos.
- Ah... eu não sabia. Desculpa.
- Não, tudo bem. Sei que um dia você vai encontrar uma garota incrível que te fará muito feliz. - Ele sorri falsamente mais uma vez e começa a ir embora.
Respiro fundo e começo a voltar pra casa. Não foi uma boa ideia ter vindo aqui.
Voltei pra casa e resolvi não entrar. Estava fresco ali fora e eu não tinha muito o que fazer ali dentro, então me sentei no degrau e encolhi minhas pernas de um jeito que eu pudesse as abraçar.
Que saco! Eu odeio ter que chatear as pessoas. Mas... não tenho outra escolha! Eu namoro o Cold e é só pra ele que eu olho. Não podia dizer outra coisa ao Peter.
Mas mesmo assim eu fiquei com pena dele. Sei bem como é passar por isso e não desejo pra ninguém. Porém não tenho o que fazer.
Quando o Cold souber....
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