Depois que consegui tomar banho, coloquei uma calça jeans azul cintura alta, uma blusa cinza alien e um tênis branco que encontrei la. Na verdade, peguei essas roupas por que foram as primeiras que vi na frente, não estava com paciência pra arrumar minhas coisas das malas agora.

Deixei o cabelo solto mesmo, peguei meu celular e antes que saísse do quarto começei a ouvir um barulho muito alto de bateria.

- Que isso? - Pergunto a mim mesma e olho a janela do quarto que dava para a outra casa do lado. Ao olhar vejo pela janela da outra casa, um garoto tocando bateria, MISERICÓRDIA que garoto lindo! Para Fernanda! Você não é assim! E ele nem é tão bonito!

  Enquanto eu discutia comigo mesmo mentalmente, percebi que o garoto estava me olhando. Não faço ideia do que deu em mim! Eu simplesmente me joguei no chão! Eu sou uma idiota mesmo, agora ele deve estar achando que sou maluca! Parabéns Fernanda!

- O que você ta fazendo? -  Ouço a Mel e a vejo parada na porta rindo da minha cara, talvez porque eu estava jogada no chão.

- Ah eu... eu.. cai! - Digo me levantando, olho desfarçadamente para a janela da casa ao lado e o garoto ainda está tocando, só que dessa vez está rindo, provavelmente da minha cara.

- Desastrada! - Ela diz.

- Chata! - Dou língua e ela ri.

Mel foi até a janela e a fechou, pegou o celular e já ia sair, mas se virou pra trás.

- Ah... esqueci de avisar. - Ela diz, peguei meu celular e me virei pra ela. - O Cold fica tocando bateria de noite, com o tempo você acostuma.

- Que?? - Pergunto a seguindo pelo corredor - Ele fica tocando aquele treco de noite?? Como vocês dormem? - Pergunto e nós chegamos a sala onde ja estava a Jully, o Alex e o Evan esperando.

- Todos nós já acostumamos. -  A Jully diz.

- E nem adianta reclamar. - Alex diz.

- Se reclamar, ele toca mais alto e mais tarde ainda. - Evan diz.

- Ata! Sei sim! Aham! Deixa ele ficar tocando aquele treco quando eu quiser dormir só pra ele ver. Faço ele engolir aquelas baquetas. - Digo indignada e eles riem.

- Vamos??? - A Mel grita e todos se levantam.

Ao sairmos pude ver o tal " Cold " na janela dele tocando bateria ainda. Ao me ver, ele começa a rir de novo, palhaço!

Entramos no carro e o Alex deu partida, estava tocando umas músicas doidas na rádio que eu nunca tinha ouvido na vida.

- Troca isso Alex! Pelo amor de Deus! - A Mel diz indignada, pelo visto não sou a única que não conhece.

Ele foi passando as rádios quando parou numa que estava tocando uma música que eu amo.

- PARA! - Grito assustando todo mundo - Eu amo essa música. - Sorrio e eles riem de mim. Quando chegou no refrão todos cantaram e eu vi que não era só eu que amava a musica.

God is a woman _ Ariana Grande

You, you love it how I move you
You love it how I touch you
My one, when all is said and done
You'll believe God is a woman
And I, I feel it after midnight
A feelin' that you can't fight
My one, it lingers when we're done
You'll believe God is a woman

Quando percebi já havíamos chegado no boliche. Saímos do carro e entramos no lugar, era lindo lá dentro. Ok! Lembrando que tudo que eu vi aqui até agora eu achei lindo.

O pessoal foi jogando e eu inventava Qual quer desculpa pra não jogar. Fiquei sentada comendo besteiras a maior parte do tempo.

- Vai jogar garota! - O Evan diz se sentando ao meu lado.

- Ai.. depois.

- Depois quando? Bora Poc! - Ele diz me puxando, eu não aguento, acho que sempre vou rir quando ele chamar alguém de Poc.

Fui obrigada até a pista e peguei aquele negócio pesado! Quase não consegui levantar aqui, me posicionei e joguei, como eu já esperava, não derrubei nenhum um.

- KKKKKKKKKKK - A Mel gargalha alto como sempre e todos la presentes olham pra nossa cara.

Fico vermelha e me sento de novo rindo de mim mesma.

- Pois é né. - O Evan senta do meu lado rindo.

Depois de jogarmos e comermos muito, fomos pra casa. Dei graças a Deus ao ver que o palhaço não estava tocando bateria. Entramos, o Alex e a Jully foram pro quarto deles, e o Evan foi comigo e a Mel para nosso quarto.

- Não lembrava que você era tão ruim em Boliche fê. - A Mel diz ainda gargalhando indo em direção ao banheiro.

- Vai plantar algodão vai. - Grito pra ela ouvir e ouço uma gargalhada dela.

- Ta gostando daqui fê? - Evan pergunta mexendo no meu cabelo.

- Estou amando! - Sorrio.

- PRINCIPALMENTE POR CAUSA DA PRIMA FAVORITA DELA! - A Mel grita do banheiro nos fazendo rir.

- CALA A BOCA POC! - Evan grita e eu racho de rir.

Depois que a Mel tomou banho, o Evan foi pro quarto dele e eu fui tomar outro banho.

Coloquei uma calça de moleton cinza, uma blusa preta normal, minhas pantufas e sai do banheiro. Fui até a cozinha la embaixo para beber água, não bebi água a tarde toda, eu sou muito viciada em água, aonde eu vou eu carrego uma garrafa de água, mas hoje nem me dei conta disso.

Vi uma garrafinha de água na geladeira, não sei de quem era, mas agora é minha.

A peguei, dei um gole  e voltei la pra cima, antes de deitar dei uma olhada na casa ao lado e sorri aliviada ao ver que a luz do quarto do palhaço estava apagada. Não suportaria ficar ouvindo bateria uma hora dessas não.

Tiro as pantufas e me deito em minha cama, a Mel ja está ferrada no sono. Assim que me deito, fecho meus olhos e já estava quase pegando no sono quando começo a ouvir um barulho de bateria.

- Ah não! - Levanto indignada e vejo que a Mel realmente não acordou. - Não é possivel! - Respiro fundo e me deito novamente na esperança de tentar dormir, se eles conseguem, eu consigo!

Que nada! Não dava pra dormir de jeito nenhum, me estressei, calcei minhas pantufas de novo e sai do quarto.

Fui até o andar de baixo e abri a porta. Sai da casa de pijama mesmo e fui até a casa ao lado. Já irritada bati na porta umas 30 vezes até o palhaço ouvir. Ele parou de tocar e uns 2 minutos depois a porta se abre e eu o vejo. Para! Ele é ainda mais lindo de perto! Para Fernanda! Ele é um palhaço idiota! Se concentra.

- Posso ajudar? - Ele sorri ladino e olha para meu pijama - Bonito pijama. - Ele sorri de novo. Palhaço!!

- Você poderia parar de tocar esse treco?? Quero dormir! - Digo super estressa.

- E o que eu ganho com isso? - Ele pergunta sorrindo maroto.

- Que tal suas baquetas fora da sua garganta? - Sorrio cínica e ele gargalha.

- Eu paro, mas vai ficar me devendo. - Ele pisca e eu reviro os olhos.

- Brigada! - Falo Baixo e saio de la a passos largos.

- De nada vizinha! - Ele grita sorrindo e depois entra com aquele sorrisinho ladino. Palhaço!

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