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Capítulo único

22 de Abril de 1977

Era uma noite fria e chuvosa, Izuku havia ficado mais tempo do que esperava na rua, e isso teve consequências, soube disso quando deu o primeiro espirro, seu corpo que não andava com a imunidade totalmente alta — já que quando começou a morar sozinho, não se deu o luxo de arrumar um emprego decente que o pagasse bem, então apenas comprava o necessário para um bom almoço, comendo qualquer besteira no jantar —, desfalecia aos poucos, até ele parar em frente a uma enorme mansão, onde avistou um ser estranho, que apenas pôde observar os cabelos de cor estranha.

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Midoriya acordou sentindo todo seu corpo pesar, havia duas sombras no local, mas ele não soube identificar quem era ou se pelo menos conhecia ambos, apenas ouvia a voz doce de um dos rapazes. Sim, sabia que eram dois homens pelo tom grosso, mas ao mesmo tempo, como se tivessem a mesma idade do esverdeado. 

— Você acordou. — Um homem de cabelos vermelhos apareceu a sua frente com um sorriso gentil. — Meu nome é Kirishima Eijirou, mas pode me chamar de Kiri — continuou, com seu sorriso gentil, assustando um pouco o esverdeado.

— Midoriya… Midoriya Izuku — gaguejou, se repreendendo mentalmente, vendo o rapaz atrás de Kirishima rir.

— Sabemos quem é… Digo, vimos na sua carteira de identidade, e antes que fale qualquer coisa — interrompeu o esverdeado, que iria se queixar de que uma carteira é algo privado. — Nós precisávamos saber de quem estávamos cuidando dentro de nossa casa. — Sorriu ao terminar sua explicação. — Todoroki Shouto, é um prazer finalmente conhecer o homem que caiu febril na frente da nossa casa — riu dando uma piscadela ao rapaz, cujo rosto enrusbeceu violentamente. — Perdão a intromissão, Midoriya, mas por que você caiu doente em frente a nossa casa? Entendo que a chuva não colabora, mas qualquer humano em santa boa saúde, não desmaiaria com essa chuva apenas, precisaria ser algo pior para tal — perguntou Izuku, deixando o esverdeados meio tonto, mas que logo tratou de responder.

— Digamos que depois da faculdade, arrumei um emprego que não paga tão bem, e eu tento economizar para as contas, então acaba não sobrando tanto para uma boa refeição à noite, apenas me alimento devidamente de dia — explicou, seu corpo parecendo mais mole, estava exausto, a gripe o corroía por dentro; pelo jeito estava mais fraco do que era possível.

— Entendo, então, num gesto de pura bondade, poderia ficar aqui pelo menos até sua gripe passar? Tudo bem que não nos conhecemos mas, ajudar o próximo está em primeiro lugar. — Midoriya relutantemente assentiu, vendo sua visão embaçar. Logo dormiu, sentindo seu corpo leve. A única coisa que não havia visto, eram as presas que ambos os garotos tinham: vampiros.

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Uma semana se passou e Midoriya se sentia melhor. Graças aos dois amigos, sua imunidade foi totalmente recuperada e a gripe foi embora, agora os três que haviam se tornado inseparáveis conversavam animadamente no quintal, enquanto jogavam um jogo que Kirishima havia aprendido, chamado futebol. 

— O que iremos fazer hoje? Além de jogar futebol — inquiriu Midoriya, vendo os dois rapazes pararem o estavam fazendo.

— Eu não sei, mas acho que tenho que ir no banheiro, já volto, se cuidem, crianças — brincou Kirishima, deixando ambos a sós.

— Sente-se, Izuku, precisamos descansar. — Midoriya assentiu, cansado, chegando a limpar sua testa com as costas das mãos, sentando ao lado do amigo, que se contorceu.

— Algum problema, Todoroki? — perguntou preocupado, o bicolor o olhou profundamente, negando em seguida com um sorriso calmo, voltando seu olhar para a jugular exposta, já que os dois estavam sem camisa.

— Midoriya… — Chamou recebendo a atenção do esverdeado que sentiu um arrepio subir seu corpo. — Você é incrível — afirmou antes de puxar o esverdeado para um beijo, se surpreendendo ao ser correspondido a altura. Acontece, que o bicolor não esperava que os beijos se tornassem mais quentes, e sua boca se desviasse da do esverdeado, indo direto a jugular dele. Suas presas apareceram, seus olhos dilataram em luxúria, o sangue do Midoriya parecia o chamar e Todoroki não resistiu.

Na tarde do dia 30 de Abril, Midoriya foi morto por um "ataque de animal", sendo enterrado no cemitério local.

03 de Fevereiro de 2020

O rapaz caminhava seguro de si, cabelos verdes naturais, raspado em ambas laterais, jaqueta de couro preto, calça jeans azul e camiseta branca, um olhar penetrante, que perfurava a alma. Por onde passava, movia meninas e meninos a olharem em luxúria, atração carnal.

Midoriya Izuku havia reencarnado como a própria perdição: músculos definidos, aparência divina — de acordo com suas ex-namoradas —, era o galã que todas queriam, e todos também. Ele parou em frente a seu escritório de arqueologia, sim, Midoriya havia tomado a carreira de arqueólogo desde criança, adorava a profissão.  

Entrou no local se deparando com um rapaz de olhos heterocromáticos e fios bicolores, cujo continha um sorriso maroto. 

— É um prazer revê-lo, Midoriya Izuku. — O bicolor sorriu abertamente ao proferir o nome do amado, que o olhava curioso, afinal, nunca havia visto tal pessoa na vida cuja aparência era parecida a de um anjo. Todavia, o esverdeado não sabia do pior: o Todoroki era o próprio diabo. 

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