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Capítulo 5

Ele começou me mostrando pelo lado de fora, a garagem é espaçosa e tem vários equipamentos mecânicos, entramos apenas em um pedaço dela pelo que Pietro disse. Não muito longe nos fundos da casa há uma casinha com equipamentos de jardinagem, entre outras coisas e uma estufa logo ao lado. Fomos para a cozinha e tenho que dizer, qualquer um adoraria cozinhar ali, armários de madeira bem envernizados, uma grande mesa de granito no centro e um fogão inox, a geladeira é cinza e maior do que eu e tem alguns enfeites nas paredes e no meio da mesa outro vaso de rosas, aproveitaram mesmo o bom espaço.

Subimos para o segundo andar e passamos pelo quarto de Sebastian e Adelaide, logo depois o incrível escritório de Sebastian, repleto de livros de medicina entre outras coisas, o quarto de costura de Adelaide, dois quartos de hospedes, o quarto de Evelyn e Stefan, que descobri que se tratavam da irmã mais velha de Pietro e o namorado dela. Os corredores também são bem decorados, diria até que todos naquela casa são bons amantes da arte, tudo tem um toque de elegância, fazendo novamente o contraste do antigo e do moderno. Pietro se mostrou uma companhia bem agradável, até parou para me explicar algumas vezes sobre algum quadro que achei interessante.

Subimos o último lance de escadas, ele termina em um corredor com apenas duas portas, há mais alguns quadros por ali e bem no final uma janela e ao seu lado um vaso de flores.

-Essa primeira porta é do meu quarto e a outra a biblioteca. Adelaide achou que já que todos teriam seu espaço, eu também merecia o meu.

-E ganhou um andar inteiro? - perguntei chocada.

-Acredite, eu tenho muito o que guardar.

Fomos para a segunda porta e assim que ele abriu me senti entrando em um sonho. Sabe aquelas bibliotecas de casa de aparecem em filmes? Então, estou dentro de uma dessas. A parede que dá para o jardim dos fundos da casa é feito de janelas do chão ao teto, as outras são de prateleiras recheadas de livros. Tem alguns quadros, estatuas e algumas coisas que se parecem com objetos antigos, até mesmo espadas. Tem um belíssimo sofá escuro cheio de amolfadas para se acomodar, perto da janela uma grande mesa e mogno e uma cadeira de escritório, também há algumas poltronas aqui e ali. Um tapete vermelho escuro está cobrindo boa parte do piso de madeira que da para andar descalça, em uma mesinha tem um antigo toca discos e ao seu lado uma pequena prateleira totalmente dedicada a vinil, ao seu lado a mesma coisa com CDs.

Mas o que realmente chama atenção em toda aquela sala é o lindo piano de calda preto ao lado da janela, tanto o brilho da luz quanto da lua que passa pela janela o faz brilhar, se destacando.

Esse é um dos lugares mais incríveis que já conhecia na minha vida.

-Uau! - falei admirada.

-Gostou? - perguntou Pietro.

Olhei para ele.

-Ta de brincadeira? Esse é provavelmente um dos lugares mais incríveis que já conheci.

Andei até uma das prateleiras e passei os dedos pelas lombadas dos livros, até que parei em uma pequena replica das pirâmides de Gizé.

-Gosto de antiguidades, - falou ele me explicando. - já viajei bastante e sempre coleciono algumas coisas, sei que pode parecer meio estranho...

Ergui a mão o interrompendo.

-Eu também gosto, sei tivesse dinheiro acho que não teria mais espaço para colocar tanta coisa.

Nós dois rimos enquanto eu continuei minha exploração.

-A maioria é herança de família, outros eu fui comprando e guardando desde pequeno. Passei meses planejando esse lugar com sua mãe.

-Agora eu entendo porque ela me perguntou como eu sonhava que minha biblioteca fosse.

Passei por mais duas prateleiras até parar em um livro grosso e antigo, o puxei admirando sua capa, parecia do tipo que eu veria em um dos meus seriados. Ele é de uma cor meio dourada com sequencias de ramos mais escurecidas e um símbolo estranho que não reconheço, mas é bem interessante, passei a mão por cima das letras do nome e senti uma eletricidade em meus dedos.

-História noturna. - murmurei.

Pietro se virou e andou até mim.

-Do que é esse livro? - perguntei.

Ele hesitou um pouco franzindo as sobrancelhas.

-Folclore, mitologia... Sabe, bruxas, vampiros...

-Minhas historias favoritas e pelo tamanho desse amigo aqui, detalhe é o que não deve faltar.

-Tem algumas falhas, mas isso é algo normal na maioria.

Coloquei o livro no lugar e andei até o belo piano ao lado da janela, é quase impossível não nota-lo ali, me chamando. Além de desenhar, ler e escrever, a música é uma das coisas que eu mais gosto e sempre que posso dedico um bom tempo a ela.

-Você toca? - perguntou.

-Tento. - ele arqueou a sobrancelha desacreditando. - Tudo bem, eu toco um pouco.

Ele fez um gesto para que eu mostrasse, não que eu já não estivesse com vontade, vi poucos pianos na minha vida. Me sentei na banqueta, estrelei meus dedos e pensei numa musica, L'amore da Sonohra sempre foi uma das que eu mais gostei de tocar. Passei meus dedos pelas teclas e comecei a tocar, a boa sensação que a música trás se apossou do meu corpo e me deixei levar, ergui meus olhos e rapidamente me senti presa pelo olhar de Pietro, ele esta do outro lado debruçado sobre o piano escutando atentamente, os olhos fixados nos meus tão intensamente que engulo em seco. Parei de tocar e abri um sorriso meio tímido, Pietro se endireitou e bateu palmas.

-Nossa, você toca muito.

-Obrigado, eu fiz aulas por uns dois anos.

-De quem é essa musica? - perguntou curioso.

Passei o dedo nas teclas.

-É de uns cantores italianos que eu gosto, Sonohra, as musicas deles são boas.

-Eu gostei dessa.

Assenti.

-Você toca desde quando?

Ele sorriu passando a mão no piano.

-Desde os quatro anos, minha mãe me ensinou, ele era pianista.

Sorri com o carinho com que ele falou da mãe, eu não vou me intrometer em algo que sei que é doloroso.

-Esta no sangue então.

Ele sorriu e assentiu.

-Você falou que gosta de arte... Vi que isso é bem comum na sua família, todos tem algum aspecto artístico.

Sorri olhando o que minha mãe tinha feito com o lugar, um belo exemplo de sua arte.

-A arte faz parte de quem eu sou, por assim dizer. Comecei a desenhar aos seis anos, depois veio á leitura, a música e a escrita... Posso dizer que minha vida fica sem orientação sem uma dessas coisas.

-Ah, se me lembro você disse que queria ser escritora.

Ele deu a volta no piano e abri espaço para ele se sentar no banco ao meu lado, minha pele se arrepiou um pouco com sua aproximação, mas ignorei isso, até agora ele tem se mostrado legal e uma pessoa interessante para se conversar.

-Escrevo desde os treze anos, mas comecei a me dedicar mais aos quinze. Escrever é uma coisa que amo e não me imagino fazendo outra coisa.

-Sobre o que gosta de escrever?

Hesitei enquanto ele aguarda minha resposta.

-Sobre coisas sobrenaturais, nunca fui muito boa em escrever apenas sobre historias mundanas, sei que parece maluco, mas... Sou muito boa quando escrevo sobre ficção.

Ele pareceu um pouco surpreso.

-Nada de poemas ou romances?

Sorri chacoalhando a cabeça.

-Apesar de gostar, poemas não são minhas leituras favoritas e nem sou boa com eles. Romance... Bem, acho que em todos os livros tem pelo menos um pouco, é algo que já faz parte da nossa vida, nos livros não é diferente.

Ele abriu um sorriso para mim e não pude deixar de sorrir também, olhei para onde esta os vinis.

-Você gosta das antigas? - perguntei apontando a prateleira.

-Sou eclético, não desprezo nenhum tipo de musica. Assim como você pensa sobre escrever, penso o mesmo sobre a música.

-Toca alguma coisa então.

Ele hesitou um momento olhando para meu rosto, depois se endireitou e começou a tocar uma musica fluida e suave, daquelas que você imagina até mesmo violinos e uma voz bem suave acompanhando, ela é delicada é forte, cheia de sentimentos que envolvem você sem esforço. Essa música não é daquelas que precisar ser ouvida e sim sentida, ele parou de tocar um tempo depois.

-Que música linda, de quem é?

Ele passou a mão nos cabelos, os bagunçando ainda mais.

-Fui eu.

Olhei surpresa para ele é depois sorri.

-Ela é perfeita, a Juliard aceitaria você sem nenhum problema.

-É o que pretendo, mas e você, que faculdade quer fazer?

Franzi a testa e me apoiei nas teclas.

-Na verdade, não pensei nisso.

-Não? Nada de planos malucos para um futuro longe dos pais?

Eu ri.

-Não é que eu não saiba, é só que... O que eu gostaria mesmo de fazer não é isso, pelo menos não mais.

-E o que você gostaria de fazer?

Suspirei, esse geralmente não é o tipo de assunto que converso com qualquer pessoa, mas esse garoto tem o tom tanto de me deixar inquieta, quanto confortável.

-Sempre foi meu sonho viajar pelo mundo depois que comecei a ler, essa vontade só aumentou quando fui para a Itália e depois conheci Atenas. Eu adoro novas coisas, descobertas, então para mim seria fascinante viajar e escrever, vendo novas culturas, línguas, historias... Gostaria de ter experiências mais vividas para criar verdadeiras obras que cativem as pessoas, que as façam se sentir conectadas.

Pietro não falou nada por um tempo, ficou apenas me encarando, seus olhos verdes brilhando um pouco enquanto um sorrisinho desponta em seu rosto.

-Não é um sonho ruim, Safira, na verdade acho que seria uma vida bem emocionante.

-É dos primeiros a não me achar maluca.

-Sonhos são o que motiva o mundo, se você não tiver um objetivo na sua vida, isso não é realmente viver. Então, ter sonhos, não importa que seja o mais bobo, é melhor do que não ter nada.

Fixei meus olhos naquelas duas esmeraldas, tem tantos segredos ali, tanto mistério, olhos que parecem jovens e ao mesmo tempo incrivelmente velhos, que guardam uma sabedoria que ninguém da nossa idade tem. Seu jeito é diferente, sua maneira de se comportar parece não ser muito deste tempo, mais isso justamente é o que o torna tão fascinante. Percebo o quanto nossos rostos estão próximos e sinto minhas bochechas pegarem fogo, como ele consegue me fazer ficar com tanta vergonha em apenas um dia?

-Acho melhor descermos antes que alguém venha aqui pensando que vai ter que me arrastar.

Pietro riu se levantando e eu fiz o mesmo.

-Acho que esta certa, e conhecendo seu irmão não duvido nada.

Juntos voltamos conversando tranquilamente para a sala de jantar, mas não tem ninguém lá, o que diz que devem estar na sala. Fomos até lá e encontramos todos sentados no sofá conversando animadamente, minha mãe e Adelaide em um lado, meu pai, Sebastian e Jacob de outro e Stephanie brincando com alguns brinquedos no chão, assim que notou nossa aproximação Adelaide se virou para nós.

-O que achou? - perguntou.

-A casa é incrível e a biblioteca... É uma dos lugares mais impressionante que já vi.

-Fico feliz que tenha gostado, sua mãe é uma mulher muito talentosa.

-Sei que é. - falei sorrindo orgulhosa e abraçando minha mãe.

Ficamos conversando mais um pouco sobre o que eu achei da casa, mas já estou cansada de ficar presa, quero ver a cidade um pouco, matar a saudade, não que eu não vá ter tempo para isso depois.

-Mãe? - chamei.

-Sim filha.

-Foi legal ficar aqui, mas eu quero dar uma volta e ir ver a cidade.

-Sério?

-Sim, to precisando dar uma volta.

-Então tudo bem, mas tome cuidado, a cidade não esta muito segura ultimamente.

-Pode deixar que eu vou tomar. - me virei para os anfitriões. - Sebastian, Adelaide, obrigado pelas boas vindas e pelo jantar.

Eles sorriram.

-Foi um prazer tê-la aqui. - falou Sebastian.

Sorri para ele enquanto Adelaide me abraçou.

-Foi bom tê-la aqui e sinto que vamos nos ver muitas vezes a partir de hoje.

Sorri sem graça enquanto me afastava, fiquei vermelha de novo, que droga.

-Posso te acompanhar? - perguntou Pietro.

Fui pega de surpresa por sua pergunta, Adelaide abriu um sorriso que quase faria inveja ao gato da Alice.

-Cla... Claro! - gaguejei.

Gaguejando agora, serio isso Safira? Repreendi a mim mesma por estar tão idiota hoje, eu não estou muito bem hoje.

-Me sinto até mais tranquila assim, não é bom andar sozinha por ai. - falou minha mãe.

Vesti minha jaqueta e arrumei meu lenço, Pietro já me espera com a porta aberta, o cavalheirismo ainda não morreu.

-Divirtam-se! - falaram minha mãe e Adelaide aos risos.

Nem me atrevi a olhar para trás, se já não bastasse minha mãe fazendo brincadeiras comigo... Fora meu irmão, vendo minha cara vermelha vai me zuar até a próxima geração. Seguimos para fora da casa lado a lado, ele me guiando por aquela rua cheia de mansões, estávamos em um silencio não inteiramente desconfortável, mas não quero que o clima bom da biblioteca acabe.

-Então, de que parte da Itália você é? - perguntei.

-Como sabe que não sou daqui?

-Bem, você ainda tem um pouco do seu sotaque, ainda mais quando fala algumas palavras ou nomes e... Tem esse ar meio estrangeiro.

Ele riu com vontade.

-Bem, você também tem sotaque agora e tem ar estrangeiro, mas sei que é daqui.

Fiz uma careta.

-Sempre fui uma estranha no ninho.

-Okay, sou de Veneza.

-Hum.

Eu sempre quis conhecer Veneza, parece ser um local fantástico, ainda mais para alguém como eu que adora desenhar e escrever, mas nunca tive a oportunidade.

-Por que esse hum? - perguntou.

-Bem, estava me perguntando o que fez você sair de Veneza e vir para cá, sabe, essa cidade não é a primeira opção das pessoas para morar.

Ele mordeu o lábio e olhou para o céu, ficou assim por tanto tempo que comecei a ficar preocupada. Ótimo, estávamos nos dando bem até agora e é só o que falta eu ter estragado tudo sendo intrometida, palmas para mim.

-Eu perdi três pessoas muito importantes para mim, - disse por fim. - e duas delas eu tive que ver morrendo, não foi uma época boa para mim, viajei por um tempo e minha irmã começou a ficar preocupada comigo. No meio de uma de nossas viagens passamos por aqui e Evelyn se encantou pela cidade, conhecemos Adelaide e ela rapidamente ofereceu sua casa para nós, então aqui estou.

-Eu sinto muito. - falei baixo.

Mereço levar um tiro depois disso.

-Você não sabia e na verdade é a primeira pessoa em que me sinto a vontade para contar.

Abri um sorriso sem graça e fiquei sem jeito, belo jeito para se começar um conversa.

-Mas e você? O que a fez sair de Hareton e ir para Roma?

-Acho que é uma pergunta justa. Eu não estava no melhor momento da minha vida e estava quase desabando, então minha tia veio nos visitar e me fez a proposta de ir passar um tempo com eles, eu precisava sair e sempre quis viajar, então uni as duas coisas e não hesitei em ir. Esse tempo longe fez muito bem para mim, mas achei que já estava na hora de voltar.

Ele assentiu.

-É uma bela cittá il suo. - falou perfeitamente.

A voz dele fica ainda mais bonita quando fala sua língua de origem.

-Grazie! - falei sorrindo. - É um posto maraviglioso.

Ele sorriu.

-Para quem passou apenas um ano você fala italiano muito bem.

-Meu amigo foi um professor muito duro e dedicado, mas também já sabia algumas coisas e sempre aprendi rápido.

Ele assentiu e seguimos em conversas mais amenas olhando para o céu estrelado, minha cidade é realmente um lugar bonito. Não demorou a chegarmos até o centro da cidade e eu já tinha rido muito no caminho até ali, me pergunto como isso aconteceu, geralmente não sou tão aberta aos estranhos e muito menos falo ás coisas que estou falando para ele, mas algo em Pietro me deixa confortável em conversar, me faz querer continuar falando com ele, escutando sua risada. Melhor parar de ficar me perguntando isso ou vou ficar maluca.

-Mora aqui há muito tempo? - perguntei de repente.

-Um ano. - respondeu.

-Estranho...

-O que? - perguntou curioso.

-É como se eu já te conhecesse de algum lugar, ou pelo menos te vi em algum lugar.

Ele sorriu colocando as mãos nos bolsos.

-Por mais estranho que pareça, eu sinto a mesma coisa em relação a você.

Viramos mais uma esquina.

-Vou te deixar aqui, pode seguir até sua casa sozinha?

Eu ri.

-Conheço essa cidade como a palma da minha mão, não precisa se preocupar, mas obrigado por me acompanhar.

-Não precisa agradecer, gostei te acompanhar e conhecer você um pouco mais.

-Digo o mesmo.

Então ele fez algo que me surpreendeu completamente, pegou minha mão, levou até os lábios e depositou um suave beijo nela. Assim que fez isso uma corrente elétrica percorreu meu corpo inteiro, me fazendo arrepiar de uma maneira estranha e sentir mais uma vez que eu o conhecia de algum lugar. É uma reação que nunca tive antes, nem mesmo quando beijei algum garoto, mas a sensação que me trouxe é a melhor que já senti.

-Até mais, Safira! - falou.

Ele não tirou os olhos dos meus enquanto ergue minha mão.

-Até, Pietro.

Ele sorriu e o vi partir rua abaixo. Continuei parada por um tempo tentando absorver tudo que aconteceu, meu Deus, que dia foi esse? Eu senti que ia ser diferente, mas não tanto. Peguei meu celular e comecei a digitar uma mensagem para meus amigos no grupo que temos.

Oi pessoal,

Estou morrendo de saudade de vocês e desculpa não ter respondido as milhares de mensagens, eu estava ocupada. Bem, nos vemos em breve então vocês não podem reclamar.

Beijos, amo vocês.

Enviei e guardei o celular de volta no meu bolso, eles mal podem esperar a surpresa que tenho para eles. Eu poderia ir a casa deles ou me encontra com eles no lugar de sempre, mas acho melhor esperar, dar um tempo, aproveitar um pouco minha família e no momento, o ar puro da cidade. Nunca gostei de andar muito por essa rua, a iluminação não é tão boa, não que eu tenha medo, mas não é o lugar mais indicado para se andar sozinha. Uma sensação fria se alastrou na boca do meu estômago e tive aquele costumeiro pressentimento de estar sendo seguida, olhei para trás e não me senti muito melhor com isso.

Dois rapazes andam não muito atrás de mim, não sei por que estou nervosa, eles podem só estar indo rumo algum lugar como eu, mas não é isso que minha intuição esta me dizendo. Só por garantia apressei um pouco mais o passo, uns cinco minutos depois olhei para trás novamente e vi que eles já não estavam mais lá, devo estar ficando paranoica, nunca tive medo de andar sozinha, mas uma energia estranha, quase como uma sombra a minha volta, esta deixando todos os meus sentidos loucos.

É geralmente nesse momento que você fica tranquila ao ver que não tem nada, mas comigo as coisas não são assim, dei mais uma espiada por sobre o ombro e virei para continuar meu caminho, apenas para me paralisar. Eles estão parados bem na minha frente, isso é impossível, eu mesmo vi eles se moverem, como pode?

Um dos caras é loiro, alto, de olhos azuis e com um porte físico um tanto assustador, a cicatriz na lateral do seu rosto combinado com o olhar ameaçador não ajuda ele a ser uma pessoa que você queira encontrar. O outro é mais baixo e moreno, mas seus olhos também são azuis, o corpo esguio e musculoso, ele é mais bonito que o outro, mas não menos intimidante. Apenas olhando para eles eu posso dizer que tipo de pessoas eles são, a rua esta deserta e escura, ao nosso lado apenas um beco sem saída, o que não é não normal para uma sábado anoite. Pude jurar que um pequeno nevoeiro começou a se formar, ou é apenas um truque devido ao nervosismo, respirei fundo, não posso me desesperar.

-Boa noite senhorita! - disse o mais baixo.

Respirei fundo e controlei o nervosismo.

-Precisam de algo, senhores? - perguntei tentando soar calma.

O mais alto sorriu e não gostei nada disso.

-Precisamos sim, que tal nos dar um pouco de sua companhia adorável?

Tudo neles fazem meus instintos gritarem perigo, estou encurralada, não tem a quem pedir ajuda e correr não é muito meu forte, apesar de ser rápido sou muito desastrada e não iria demorar muito para eu cair, mas não tenho muitas opções.

-Desculpa, mas eu tenho que ir para casa. - respondi.

Ele continuou me encarando, a pouca luminosidade mostra algo estranho em seus olhos, passou um tempo e ele franziu as sobrancelhas, frustrado, como se algo não tivesse dado certo.

-Que isso querida, fique conosco.

-Com licença, tenho que ir. - falei.

Tentei sair, mas ele bloqueou meu caminho.

-Sugiro que se comporte boneca, não vai querer me irritar, estou facilitando as coisas para você. Tentei ser educado, mas parece que você gosta das coisas do modo difícil.

-E eu sugiro que você me deixe em paz.

Seu sorriso sumiu e um brilho vermelho estranho tomou conta de seus olhos, o que o tornou ainda mais assustador. Dei um passo atrás e antes mesmo que eu pudesse piscar meu corpo já esta voando em direção a sacos de lixos e garrafas quebradas, seu movimento foi tão rápido que nem tive tempo de acompanhar. Tentei me levantar e senti meu pulso doer, gemi de dor quando senti um caco perfurar a palma da minha mão.

-Você me obrigou a fazer isso! - falou.

Me levantei com dificuldade.

-Vai pro inferno cara! - gritei.

Tudo bem que isso não foi uma coisa muito inteligente de se dizer, enfrentar um maníaco num lugar onde não posso pedir ajuda, mas isso é automático quando estou nervosa, e o que sinto agora é um mistura de medo e raiva. Não tenho medo com frequência, mas essa é uma exceção, algo assim nunca aconteceu comigo. O moreno grudou a mão nos meus cabelos e me arremessou do outro lado do beco, senti minhas costelas reclamarem e tenho certeza que minha roupa esta destruída. Eu não tenho chances deles me deixarem ir, ainda mais depois disso.

Meu corpo tremeu quando tentei me levantar novamente e gritei de dor quando o caco se aprofundou na minha mão. Minha mente esta ficando um pouco enevoada, mas não sei se pela dor ou pelo medo, mesmo que eu seja a corajosa da turma e não goste de demonstrar quando algo me assusta, agora não posso evitar.

-Isso não foi algo legal de se dizer. - rosnou ele para mim.

-Isso também não vai ser legal. - disse uma voz fria e furiosa das sombras. - Afaste-se dela!

Olhamos para a entrada do beco, alguém esta parado contra a luz observando tudo, mas não da para ver seu rosto.

-Por que eu faria isso? - perguntou em desafio.

-Por que vai se arrepender se não fizer.

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