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CAPITULO 12


JOSH

Pisquei os olhos assim que comecei a despertar, o sol da manhã que entrava sorrateiramente pela janela começou a me incomodar, cocei os olhos já me espreguiçando, mas antes que pudesse espantar a preguiça pós sono uma dor latejante se apossou da minha cabeça.

Gemi de dor e instintivamente minha mão foi de encontro com minha testa e levei um susto quando percebi que tinha um curativo pregado na minha cabeça, e como num estralar de dedos, todo ou qualquer requisio de sono havia sido evaporado como fumaça.

Lembranças do dia anterior vieram como ondas em minha cabeça, me levantei assustado, e antes que pudesse firmar o pé no chão minhas pernas cederam e eu cai de joelhos no chão.

- Ei, Ei calma ai, desse jeito vai se machucar deixa eu te ajudar – uma voz masculina imundou o quarto, olhei rapidamente e um alivio bateu em meu peito por não ser quem eu esperava – é melhor você voltar pra cama antes que fique tonto de novo.

O homemdesconhecido tinha cabelos cobreados, barba rala e pele clara que estava comalgumas tatuagens indecifráveis, seu rosto é bonito e ele usava um óculos degrau por cima de seus olhos castanhos. O homem me colocou na cama e sentou aomeu lado, minha cabeça latejava um pouco mais decidir ignorar a dor.

   - Quem é você? – perguntei sentando na cama

- Você está melhor, é melhor descansar um pouco mais – falou ignorando minha pergunta.

- Eu estou bem, eu perguntei quem é você? – Eu o encarei e ele sorriu, ele suspirou e levantou da cama ficando de frente pra mim.

- Eu me chamo Miles Cupper.

- Onde eu estou, e como vim parar aqui? – Senti uma fisgada na minha cabeça, levei a mão até o machucado, mas o tal Miles me impediu no caminho.

- Toma cuidado o corte ainda está sensível, e respondendo sua pergunta anterior eu vi você apanhando de um cara e te defendi, mas quando cheguei perto, você estava todo ensanguentado – me arrepiei ao lembrar o que Kuatrin fez comigo – pra sua sorte consegui te levar a tempo até o DR. Carlos e ele te costurou e te trouxe até meu quarto já que não sei onde você mora.

- Obrigado por me salvar, se não fosse por você estaria em apuros agora – olhei para o homem na minha frente e ele me sorriu de volta – mas ...

- Não se preocupe ele nunca mais vai te incomodar, eu te garanto – dessa vez seu rosto ficou sério.

- Quem me dera assim que ele se recuperar ele vai vim atrás de mim – tremi só de pensar na fúria que Kuatrin estará quando me encontrar – mas eu realmente fico agradecido por me salvar, se eu puder fazer alguma coisa pra recompensar.

Ele me analisou por um tempo e ficou em silêncio me encarando, abri a boca para falar mais resolvi me silenciar e por algum motivo me senti envergonhado, meu coração começou dar uma pequena acelerada e não consegui olhar pra ele. Ele passou mão no queixo pensando em alguma coisa depois sorriu, com um certo humor.

- Não vou pedir nada, só toma cuidado há muitos ladrões por aqui.

- Ele não é um ladrão, é meu ex-namorado! – ele abriu a boca fazendo um O com a boca, e me olhou surpreso.

- Agora faz sentido! – Miles apoiou o cotovelo na poltrona e me olhou sem expressar reação - hum, ele não aceitou a separação?

- Mais ou menos isso é uma história complicada – suspirei desanimado.

- Não precisa falar se não quiser, deve ser difícil lidar com alguém assim – ele parou por alguns segundos mais continuou – porem como eu disse ele não vai mais te incomodar, pelo menos dele você está livre.

- Como pode ter certeza, por acaso você o matou? – questionei duvidando - Por que é único jeito de ele nunca mais me procurar.

- Bem... – dessa vez seu sorriso se tornou malicioso, e senti um tremor no corpo – talvez sim, talvez não, apenas cuide de si mesmo – então ele percebeu que eu estava assustado – Não vou fazer mal a você.

O homem levantou de repente me fazendo dar um pulo de susto, algo me dizia que ele não era flor que cheire e precisava ficar o mais longe dele. Ele deu um passo na minha frente e meu coração acelerou, só que parou quando subitamente seu celular tocou.

Ainda me encarando ele tirou o celular do bolso, e quando olhou pra tela seu rosto se fechou e vi travar a mandíbula, respirou fundo e atendeu.

- Alô chefe... desculpe mais tive um imprevisto – vi a raiva se formar em seu rosto e quase ouvi os ranger dos seus dentes – sim, não acontecera mais... Sim, senhor... Daqui duas horas estarei ai – ele desligou o celular com uma certa força, passou a mão entre os cabelos os jogando pra traz – você consegue andar?

Quando o relógio do meu celular marcou 11:30 a caminhonete 4x4 prata de Miles estacionou na frente da minha casa, depois de desligar o carro ele abriu a porta pra mim, eu ainda estava um pouco tonto por causa das pancadas que levei.

Com muito cuidado Miles passou meu braço pelo seu pescoço e me levou até a porta de casa. A minha casa não é muito grande, e constituída de dois quarto, um banheiro e uma sala que é junto com a cozinha que é apenas dividida por um balcão, é uma casa simples, que ganhei de herança do casal que me adotou quando cheguei até essa cidade.

Miles para na entrada da minha casa e esperou que eu passasse, mas não entrou. Eu olhei para ele e parei também na entrada, só que mais por lado de dentro de casa.

- Está entregue! – disse ele despreocupado enfiando a mãos no bolso - você vai ficar bem sozinho? Posso ligar para algum conhecido seu.

- Não, está tudo bem, eu posso me virar – suas orbes castanhas me encaram e por uma fração de segundo esqueci de respirar, mas o som do carro velho do meu vizinho fez-me voltar a realidade – ham... Mais uma vez obrigado por me salvar, se puder fazer alguma coisa minha oferta ainda estará de pé – falei envergonhado regulando minha respiração e ele riu.

- Agradeço a oferta talvez penso em alguma – por alguma razão não queria que ele fosse mesmo meus sentidos dizendo que ele era furada – Agora tenho que ir até mais.

Antes que eu pudesse me despedir ele me surpreendeu com um beijo na testa, pude sentir meu coração batendo desesperadamente, meu ar falhou e ele se foi, deixando um rastro quente de seu beijo na minha testa. Sentei-me no meu sofá regularizando minha respiração, e poucos segundos depois havia me acalmado.

Quando o relógio marcou 13:00 lembrei que não havia ligado para meus amigos, eles deviam estar pirando e do jeito que são dramáticos não espantaria se meu rosto estivesse em vários cartazes de desaparecido espalhado pela cidade. Deixei de lado meus pensamentos sobre Miles e me foquei em acalmar meus amigos.

Disquei o número de Haruka e no segundo toque ele atendeu.

- Alo, Josh é você, fala que é você, onde você está? – Haruka falava sem pausa.

- Ei calma bebe, estou bem!

- Onde você está? Você está bem, se machucou, está preso? – comecei a ri e ele se irritou comigo - do que você está achando graça sabe o quanto fiquei preocupado, e se você tivesse sido sequestrado ou estivesse morto, como acha que eu ia ficar – parei de ri

- Ei gatinho fique calmo, eu estou bem. Estou em casa agora...

- COMO ASSIM EM CASA? – dessa vez foi Amanda que gritou – O que você está fazendo ai, passamos a noite inteira te procurando, Gabriel ficou se culpando por ter te largado sozinho, Haru chorou quase a noite inteira. É bom ter uma boa explicação, estamos saindo agora daqui e vamos direto ai, nos espere e vê se não some de novo.

Tentei falar mais alguma coisa mais Amanda desligou, respirei fundo e me deitei no sofá. Do jeito que Amanda está teria que me preparar mentalmente pelos seus surtos, principalmente quando ela ver a minha cabeça enfaixada, fora que Haruka vai ficar chorando e reclamando porque não respondi as mensagens e as ligações. Abri a boca e bocejei o remédio que havia tomado para dor estava me dando sono, então fechei os olhos e resolvi dormir antes que meus amigos chegasse.

Levo um susto quando ouço batidas na porta, me levanto meio sonolento e abro a porta e meu sono some quando vejo Miles sorrindo pra mim. Ele vestia calça jeans escura, com uma camiseta dos Guns'n roses e uma jaqueta de couro.

- Miles...? Aconteceu alguma coisa? – disse preocupado e percebi um certo cansaço em seus olhos – quer entrar?

- Aquilo que você me falou ainda está de pé? – perguntou uma vez só, havia uma certa urgência em sua voz.

- Aquilo o quê? – perguntei sem entender

- Sobre a recompensa por ter te salvado.

Encarei-o meio receoso, e ele se aproximou um passo na minha frente meus batimentos aumentaram, ele me olhava esperançoso sem desviar para nada, novamente ele deu mais um passo a minha frente e instintivamente eu recuei um passo, ele escorou um de cada lado dos braços na porta e continuou a me encarar.

- Eu não vou te machucar, eu só quero saber se minha recompensa ainda está de pé? – enquanto meus instinto gritava para fugir, meu coração dizia para ouvi-lo.

- Sim! – vi um enorme sorriso brotar em seus lábios.

Miles se desencostou da porta e cobriu todo espaço que nos separava, eu abri e fechei a boca sem palavras e ele continuou a sorrir, meu coração praticamente dava saltos no meu peito e piorou quando ele envolveu seu braço na minha cintura e alisou meu rosto com outra mão e então ele me beijou.

Era um beijo voraz e faminto como se quisesse arrancar mais do que saliva, ele me apertou mais contra seu corpo e enfiou sua mão que estava no meu rosto entre meus cabelos, deu uma leve puxada me arrancando um gemido abafado, sua língua conduzia a minha numa dança erótica me fazendo derreter em seus braços e com uma imensa relutância sua boca descolou da minha para tomar uma ar.

- Eu queria um beijo! – eu ainda estava desnorteado tentando assimilar o beijo.

Ele me deu mais alguns selinhos e me soltou lentamente, senti um vazio sem seus braços e desejei que ele voltasse a me abraçar, mais algo em seus olhos dizia que não iria acontecer.

- Desculpe te peguei de surpresa. Desde o dia que te vi queria te beijar, e eu não sei por que – vi uma certa tristeza em seu rosto, mas ele continuou com a voz baixa e calma – eu tinha que fazer isso antes de ir embora, se eu não te beijasse iria me arrepender pro resto da minha vida, obrigado!

- Por que você vai embora? – disse com o coração apertado.

Mesmo conhecendo ele em menos de 24 hs sinto uma certa familiaridade com Miles, ele me salvou e cuidou de mim e quando bati meus olhos nele eu sabia que não era boa coisa, porém eu o queria e ele me quis, talvez eu estivesse carente por não ter um par a muito tempo, mas ele simplesmente não o entendi.

Eu o queria, e como eu queria e se possível de todas as formas, queria seu corpo, seus beijos e até seu cheiro que por sinal era incrivelmente delicioso. Minha cabeça estava uma confusão de pensamentos, como podia, acabamos de nos conhecer e pela minha parte eu não queria larga-lo, não poderia deixa-lo ir.

Tudo isso era de espantar eu nunca me senti desse jeito, e olha que minha relação com Kuatrin foi realmente intensa, mas Miles era algo diferente, algo que não consegui desvendar.

- Sinto muito, vou voltar para meu país essa é última vez que vamos nos ver – disse ele meio perturbado – eu só queria me despedir de você!

- Não vai fica um pouco, vamos nos conhecer melhor – eu realmente não podia deixa-lo ir

- Eu não posso fazer isso com você, acredite eu não sou uma pessoa do bem e não quero te envolver nisso – ele passou a mão no meus rosto com ternura e fechei os olhos sentindo a quentura de sua mão.

Mas ele retirou rapidamente quando dois carros estacionaram na frente da minha casa, abri os olhos e vi suas orbes arregaladas, ele olhou pra mim e depois olhou para os carros, passou a mãos entre os cabelos e deus alguns passos para trás.

- Merda! – disse entre dentes, vi meus amigos saírem do carro e ele bufou – adeus Josh – virou e saiu sem me deixar despedir.

De longe vi ele passar pelos meus amigos e Pelo gostosão tatuado que parou e acenou com a cabeça e ele devolveu o comprimento. Miles entrou no carro e olhou para mim com a cara séria e saiu arrancando com o carro, deixando apenas seu rastro quente pelo meu corpo e o gosto doce de seus lábios.


  OI meus coelhinhos desculpe por não postar quarta é que tive uns imprevisto, mais está ai um quentinho, eu não revisei então desculpe os erros e espero que gostem.

                                               BEIJIN DA MARI.

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