CAPITULO 02
Cheguei em casa nas últimas.
Meu corpo doía e minhas pernas latejavam. Ficar amanhã inteira quase na mesma posição era muito exautivo.
Abri a porta e entrei praticamente me arrastando e fechei a porta atraz de mim.
Andei alguns passos até chegar ao pé da escada que ficava de frente para a porta de saída. Começei subir vagarosamente.
Subi dois degraus quando uma voz veio da cozinha.
- Haruka é você? - perguntou meu tio
Relutante desci os degraus e me dirigi até a cozinha. Parei na entrada e me encostei no umbral cruzando os braços.
- Sim, sou eu tio! - Respondi
- Há ... sim, que bom - disse quase num sussurro.
Meu tio estava sentado com a atenção toda voltada para o notebook, e sobre a mesa junto com o notebook havia vários papeis esparramados e uma garrafa térmica de café que provavelmente estaria quase vazia. Ao lado do notebook descansava uma caneca branca escrito I LOVE DADDY, que eu dei de presente quando era criança.
Tombei minha cabeça de lado para ver melhor seu rosto que olhava fixamente pra tela. Seus dedos grossos digitavam incansavelmente as teclas do aparelho - eu podia praticamente ver fumaça sair de lá - ele usava uma camisa branca de algodão e calça de moleton cinza , a roupa apertava e acentuava cada centimetro do seu corpo musculoso,de pele bronzeada e cabelos grisalhos ,que de certa forma dava um chame para um homem de 49 anos.
Desencostei de onde estava e atravessei a cozinha,tirei a mochila do ombro e coloquei sobre o balção de mármore. Puxei a cadeira para ficar lado a lado com ele. Relaxando o corpo estiquei as pernas e apoiei as mãos uma de cada lado da cadeira e ficando em silêncio por alguns minutos.
- Suellem esteve aqui hoje, deixou comida pra você - disse rompendo o silêncio entre nós - é só você esquentar no microondas.
Suellem é nossa empregada doméstica, uma mulher alta de cabelos castanhos longos e pele clara. Ela sempre usa roupas que cobre todo corpo,uma mulher calma de feições gentis igual sua personalidade. Era como se fosse uma mãezona.
- Obrigado mas estou sem fome - respondi
- O que ? - Parou meu tio de repente - de novo? Você não anda comendo muito. To ficando preocupado.
- Eu estou bem, só um pouco cansado - dei de ombros
Meu tio deu um longo suspiro e colocou uma das mãos nas costas endireitando-a e fazendo sua coluna dar alguns estalos.
Ele tirou os ocúlos de grau e massageou os olhos mostrando visivelmente seu cansaço, ainda piscando algumas vezes,e os abriu de vez revelando os grandes olhos azuis.
- Haruka precisamos conversar - disse sério.
- Não precisamos não, já resolvemos isso na última conversa - há droga, de novo não.
- Veja bem, você não precisa trabalhar, ganho o suficiente para nós dois - disse ele calmo - não tem por que esse desespero por trabalho... - e ele tinha razão.
Ele trabalha em duas escolas particulares como professor de fisica. E eu optei por não estudar em escola particular, o que fez ter um surto paternal. Ele queria que eu tivesse o melhor ensino. Do bom e do melhor, porem eu recusava, não queria seu dinheiro, não depois do que eu fiz.
- Digo e repito - enterrompendo-o - eu não preciso do seu dinheiro.
- Nosso dinheiro ! - retrucou alterando um pouco a voz.
- Seu dinheiro... tio eu ainda tenho a herança dos meus pais, não há necessidade do senhor me sustentar. Eu sei me cuidar bem.
- de jeito nenhum esse dinheiro é pra sua faculdade, uma hora você vai precisa-la - meu tio deu mais um longo suspiro e se levantou da cadeira - eu sei porque você não quer aceitar - merda - você não teve culpa...
Já chega tio - falei ainda mais alto que ele - não quero mais falar sobre isso - me levantei quase derrubando a cadeira - nossa conversa esta mais que encerrada - disse abaixando a voz e me encaminhando em direção ao balção e pegando a mochila e saindo da cozinha.
- Ha... tudo bem,você que sabe. - falou desanimado levando as mãos pro alto no sentindo de rendição - menino problema - e voltou a sentar na cadeira.
Subi novamente os degraus em dois em dois. Entrei em meu quarto esgotado,arranquei minhad roupas ficando apenas de cueca box branca, e me joguei na cama e me cobrindo até o pescoço aproveitando o ar que estava ligado no 19.
Tentei relaxar mas a conversa do meu tio martelava minha cabeça, a recusa em aceitar seu dinheiro não era de fato por orgulho e sim por culpa. Tudo culpa minha.
Mesmo ele negando eu sabia que lá no fundo,ele não aceitava as tantas mortes que causei, primeiro meus irmãos, depois meus pais e não sufiente minha tia.
Olá meus pequenos,desculpa a super demora. Tive que resolver uns probleminhas mas já estou de volta. Espero que gostem e desculpem os erros.
Me deem uma estrelinha se gostarem e comentem suas opiniões são importente.
Beijim💋
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