CAPÍTULO 29
Estávamos voltando para a casa dos pais de Marcos, ele me perguntou se eu lembrava de algo sobre aquele acontecimento que pudesse ajudar. Falei que Carlos e a Luiza sabiam da chave reserva no vaso. Não é defendendo o Carlos, mas acho que ele não faria isso.
Depois disso não falamos mais nesse assunto, na verdade não falamos mais nada.
Fiquei pensando hoje mais cedo enquanto ele me abraçava no sofá, sentindo seus braços ao meu redor, sentindo seu calor, e lá me senti tão segura. Eu jurei que isso não ia mais acontecer, que não deixaria outro homem ser meu abrigo, minha casa. Mas foi só Marcos aparecer e me fez quebrar o juramento.
Eu amo Marcos!
Mas não sei se ele me ama? Ainda é cedo? Por precaução me calarei, pelo menos se ele for embora não saberá dos meus sentimentos.
Coloco minha mão em sua coxa e por um instante ele coloca a sua sobre a minha, como se dissesse, estou aqui.
Quando chegamos em casa todos estavam tomando café, menos o Sr Richard. Assim que Caio me ver corre para me abraçar, segurei firme meu filho em meus braços, as lágrimas ameaçam a cair novamente e faço todo o esforço do mundo para segurá-las.
— Bom dia. — Cumprimentei todos, na mesma hora que os meninos veem o irmão atrás de mim, se levantam e entram em uma porta que fica na sala.
Imagino que seja o escritório.
Meu filho sorri em meu colo, eu retribuo o sorriso. Meu menino tão inocente, está tão feliz com os novos amigos, aliás, titios. Sinto um aperto no coração só de pensar que alguém pode lhe fazer mal.
— Eu posso ir com eles, mamãe? — Caio chama minha atenção.
— É conversa de adulto, Caio — ele olha triste para Fernanda quando responde sua pergunta em vez de mim. — Termine de comer, hoje é dia de piscina, quando você terminar vamos para lá, o que acha? — Ele concorda sorrindo e começa a comer.
Sorrio para ela em agradecimento, se elas não sabem de fato o que aconteceu, suspeitam de algo, e sabem que não é bom.
Marcos está levando a sério mesmo isso. Agora fiquei com vergonha, não queria envolver todos com um problema meu. Não tenho ideia se elas sabem que Marcos me deu aquele quadro caríssimo. Só de lembrar o valor daquele quadro sinto vergonha por tê-lo aceitado, se eu tivesse dito não, nada disso teria acontecido.
Depois que terminamos, fui pegar as coisas que eu trouxe no carro, e em seguida levei Caio para cima.
Subo com ele para o quarto de Marcos, coloco ele para tomar banho primeiro, seu último banho foi ontem a noite antes de vir para cá. Deixo ele na imensa banheira de Marcos e vou me trocar. Coloco um maiô azul que deixa minhas costas expostas, mas todo fechado na frente e um short preto. Tiro Caio da banheira e o visto com sua sunga do Homem-Aranha, peguei sua toalha que também é do seu super-herói preferido.
Desço com Caio e vamos direto para a piscina, já tem gente por lá, estou escutando as vozes ainda de dentro da casa. Quando vejo o jardim atrás da casa fiquei encantada com a enorme piscina, o resto do jardim é coberto por gramas bem cuidadas, algumas árvores, mais para o final tem um deque com piso de madeira ocupando todo um lado do jardim, onde tem uma churrasqueira e uma grande mesa no centro. Várias cadeiras de sol estão espalhadas perto da piscina, aqui é muito lindo, Caio não vai querer sair daqui.
Caio estava segurando minha mão, e quando fomos chegando perto da piscina alguém passou rápido por nós e pegou meu filho no colo, só fui perceber quem era quando já estavam dentro da piscina com ele.
Michael!
Caio ria junto com o seu titio, Carolina reclamava da água que foi jogada toda em cima dela.
Olho para trás e vejo Mateus vindo com Marcelo, eles riam de algo, parece que o clima tenso passou. Ou estão disfarçando.
Mas nem sinal de Marcos e Richard.
Sento-me em uma espreguiçadeira para observar Caio, sinto que alguém sentou na outra ao meu lado.
— Eu falei com você ontem, mas acho que não estamos bem ainda. — Diz Marcelo.
Me viro para encará-lo.
— É só impressão sua, Marcelo, estamos bem sim. — Digo sincera.
— Que bom então — sorriu — eu não sou tão rígido com todos, foi só com Marcos, eu quase perdi meu irmão por causa de uma mulher, eu não quero passar por isso de novo, eu era mais novo na época, tive muito medo. — Sua confissão me pegou desprevenida, dá para ver o quanto ele ama o irmão.
— Eu sei o que é ter um coração partido, Marcelo, relaxa, não vou partir o do seu irmão, eu tenho mais medo dele quebrar o meu. — Sorrio fraco.
— Marcos nunca entra em uma batalha para perder, se ele ver que não tem chances de ganhar o prêmio, ele nem tenta. Mas se há chances, ele luta até conseguir. E ele conseguiu o dele, você e Caio, acha mesmo que ele vai fazer algo para perder seu prêmio?! — Não era exatamente uma pergunta, ele está me mostrando o quanto Marcos é dedicado às pessoas que ele ama, será que ele me ama? — Eu nunca vi meu irmão tão feliz como está agora, ele é louco por vocês, Maria Júlia.
— E nós por ele! — Falei mais para mim.
Marcelo sorriu, ele parecia feliz por nós.
— Você tem alguma suspeita? — Pergunto.
— Sim, Natália! — Ele está bem seguro de sua suspeita, ou será uma confissão?
— Marcos pensou nela e em Carlos.
— Sim, nós também. Mas Natália para mim é a mais suspeita.
— Para mim também, aquela vaca não vale nada. — Fernanda chega falando e sentando no colo do marido, então elas já sabiam o acontecido.
— Amor! — Acho que Marcelo não gosta muito de xingamento.
— Qual é Marcelo, você sabe que ela é uma fingida.
Ele concorda com um sorriso.
— Ela está se sentindo traída e abandonada pela pessoa que fazia tudo por ela, é normal ela sair da casinha, mas eu acho injusto ela descontar na Maju. — Fernanda comenta.
— Eu concordo, mas quem abandonou primeiro foi ela, Marcos está ileso nessa situação. — Marcelo defende o irmão.
— Enquanto ela mexe comigo está tudo bem, ela só não ouse tocar no meu filho, ele não tem nada a ver com a história dela e Marcos. — Falo.
— Aí está o problema, e é o meu medo, ela pode achar que Caio foi o responsável pela aproximação de vocês. — Marcelo revela meu maior medo.
Um calafrio percorreu meu corpo, olho para meu filho que está com Mateus e Michael brincando na piscina, seu sorriso é contagiante, tão alegre, tão verdadeiro. Como sou grata a esses rapazes.
— Acho bom ir morar com Marcos. — A voz de Fernanda me traz de volta para a conversa.
— Também acho. — seu marido completa.
— O Marcos não mandou vocês virem falar isso não, né? — eles negam. — Mas não vou morar em um lugar que ele já teve história com outra mulher.
— Está certíssima. — Fernanda me apoia.
Marcelo sorri com nossa conversa.
— Vamos nadar um pouco, amor. — Fernanda chama o marido que aceita na hora. — Você não vem, Maju?
— Daqui a pouco. — Falo e eles vão para a piscina. Marcelo pega a mulher no colo, ela segura firme em torno do seu pescoço e ele corre em direção a piscina.
Será um jeito de todos os Sales entrarem na piscina?
Sinto beijos no pescoço descendo para meu ombro, tomo um leve susto mas sei que é meu namorado.
— Por que não está na piscina? — Pergunta.
— Estava esperando você.
— Já estou aqui. — Diz me roubando um beijo rápido.
— Como foi a conversa?
— Podemos deixar esse assunto para depois? — Pede, percebo que ele realmente não quer falar sobre isso.
— Tudo bem, eu pensei que você não ia contar para ninguém, fiquei envergonhada por envolver sua família. — Falei cabisbaixa.
— Júlia, olha para mim — faço o que me pede — desde o momento que você passou por aquela porta e te apresentei a minha família, você passou a fazer parte dela, entendeu? — Seu tom de voz era suave, fiz que sim com a cabeça. — Eles só querem ajudar.
— Marcelo acha que é a Natália. — Falo.
— Eu também. — Ele me puxa e me abraça, dando ponto final ao assunto. Pelos menos durante aquele momento.
Coloco meus braços ao seu redor e aperto.
— Obrigada, Marcos, por tudo.
— Não precisa agradecer, meu amor, eu vou está sempre aqui. —beija o topo da minha cabeça.
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