CAPÍTULO 24
Eu estava evitando minha irmã a qualquer custo, é quase impossível olhar para sua cara e não sentir vontade de quebrá-la, e eu não sou agressiva. Não quero me tornar uma pessoa que não sou, então evitá-la é a melhor maneira.
Ainda assim dei um passo para mandar Maria Luiza embora mas fui impedida pelas mãos de Marcos na minha cintura.
— Não, Júlia! Olha o Caio — diz.
Meu filho corre para os braços da tia falsa.
— Tia Malu, você veio.
— Claro, meu amor — diz abraçando o sobrinho.
Se eu tivesse comido algo teria colocado para fora nesse instante.
Me viro e vejo Michael e Carolina boquiabertos, suspeito deles estarem descobrindo meu parentesco com Malu agora.
Os olhos dos dois caem sobre mim e eu balanço minha cabeça confirmando o que eles estão pensando.
Mamãe vai logo para o lado de sua filha, Carlos está tão surpreso quanto eu.
— Chegou na melhor hora filha — diz ela.
Desisti de servir, cada um que pegue seu prato, pego o meu e peço para Carolina colocar um pedaço de bolo e vou para o sofá.
— Muda essa cara, meu amor — Marcos fala e senta ao meu lado com um prato cheio de bolo e salgados.
— Não gosto de fingir nada!
— Nem no aniversário do seu filho?
Ele me pegou.
Olho para Caio e vejo ele roubando um salgado do prato de Michael e coloca na boca, Michael finge estar zangado e Caio cai na gargalhada, ele não aguenta e rir junto.
Acabo rindo também, meu filho está tão feliz ao lado das pessoas que ele gosta, não vou deixar Maria Luiza estragar isso.
— Você tem razão, mas não vou falar e nem muito menos sorrir para ela.
— Eu não pedi isso, Júlia, só em você mudar essa cara de brava já basta.
— Não gostou da minha cara de brava?
— Ah, gostei sim, se fosse em outra ocasião lhe daria um beijo para mudar ela, mas você fica linda de todas as formas — Marcos fala tão tranquilo, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Coloco meu prato de lado e puxei Marcos para um beijo, ele ia corresponder mas o seu prato caiu no chão chamando a atenção de todos para nós.
Marcos faz uma cara engraçada e começa a rir, me juntei a ele, por um momento não lembrei que Carlos Eduardo e Malu estavam na minha casa, era como se fosse só eu e Marcos.
Olho para os outros e todos estão sorrindo do pequeno incidente, exceto Carlos.
Já o sorriso de minha irmã era diferente, era com malícia, seus olhos eram diretamente para meu namorado. Ah, mais ela nem ouse fazer o que estou pensando.
Minha cara logo se fecha de novo, e dessa vez Marcos fez o que disse, ele me beijou sob o olhar de todos.
Queria ver a cara de Malu, mas estou ocupada demais.
Depois disso fui na cozinha jogar os cacos do prato no lixo, quando me viro dou de cara com ninguém mais, ninguém menos que minha irmã.
— Você sempre teve sorte de conquistar os homens mais bonitos, foi assim desde nova — ela rir debochadamente. — Não sei o que ele enxergaram em você.
— O quê você está fazendo aqui, Luiza? Você não é bem-vinda. — Disparo.
— Realmente fiquei magoada por não ter sido convidada, até Carlos não me falou, se mamãe não tivesse me avisado teria perdido o aniversário do meu sobrinho querido.
Que mulher fingida. E minha mãe, sempre ela.
— Para de fingir que gosta do meu filho, eu sei que você está tentando afastar Carlos de Caio.
— Carlos é um burro, ele está na minha mão, se eu quiser faço ele lamber o chão que eu piso.
Eu sempre soube que era cilada, isso tudo foi só para acabar com o meu casamento. Como Maria Luiza conseguiu isso com sua própria irmã sem mostrar nenhum arrependimento? Eu realmente não entendo.
— Eu só não entendo porque ele insiste em não pedir o divórcio agora — volta a falar.
— Talvez porque você não esteja mais se garantido — vi o sorriso irritante de Luiza morrer e dá espaço para um olhar que se tivesse poder me mataria. — Ou ele tem esperanças de voltar para mim — termino de falar.
Luiza dá um passo na minha direção e fala:
— Você se acha, Maju! Acha que esse Sales está afim de você? Ele só está te usando, já já vai cair na real e voltar para Naty — fala e parece se arrepender logo depois.
Como ela conhece a Natália? E pior, sabe da história de Marcos com ela. Mas não foi só isso que prestei atenção, o que ela falou antes me afetou, mais do que devia.
— Saia da minha casa agora Maria Luiza, você e o Carlos!
Não escondo minha raiva ao falar.
E ela não hesita, dá as costas e vai. Mamãe vem se despedir para ir junto com eles.
Minha conversa com Mariana fica para outro momento.
Fico um pouco na cozinha para me acalmar, por que diabos eu fui falar aquilo? Sinto que valeu a pena ver o sorriso de Malu sumindo, ainda sim, não era para ter dito nada, eu realmente não me importo com aqueles dois.
— Está tudo bem?
Escuto Marcos atrás de mim.
— Oi, está.
Respondo quando sinto suas mãos em meus ombros, massageando-os.
Deus, como estou exausta.
— Devia aproveitar que todos estão aqui e colocá-los para trabalhar, ou vai sobrar para você.
Me viro para olhá-lo.
— Só para mim? — pergunto cruzando meus braços e arqueando as sobrancelhas.
Marcos sorriu me virando e empurrando para a sala, suas mãos continuaram nos meus ombros.
— Para nós dois, então vamos abusar desses abusados.
E assim fomos ajeitar a bagunça, Mateus e Laila estavam lavando a louça, Michael e Carolina foram colocar Caio para dormir, Marcos e eu ficamos com a limpeza da casa.
Não posso negar que fiquei calada e quieta depois do que Luiza falou, tudo ainda martelava na minha cabeça, Marcos teve um passado com Natália, e agora ela está de volta, a possibilidade de uma recaída não é difícil, eu já recai.
Um tempo depois todos foram embora, restando só Marcos e eu.
Subi para tomar um banho, quando já estava pronta para dormir Marcos bateu na porta, sussurrei um "entre".
Subi na cama e fechei meus olhos com aquela sensação incrível que senti ao deitar meu corpo, e dei conta do quanto estou cansada.
Marcos senta na ponta do colchão e começa a massagear meus pés.
Deus, como aquilo era bom.
— O quê você tem? E nem venha dizer que não é nada, eu não vou acreditar.
— Quer mesmo saber?
Ele concorda com a cabeça e eu lhe conto tudo.
— Ficarei decepcionado se você estiver acreditando nisso.
— Desculpa — falei de cabeça baixa — a droga da insegurança vive dentro de mim.
— Tudo bem — falou e ficou quieto por uns segundos. — Como ela conheceu a Natália?
— Não faço ideia — Respondi fechando os olhos e aproveitando aquela massagem.
Já estava quase cochilando quando as palavras de Marcos chamaram minha atenção.
— Meus pais querem te conhecer amanhã.
Me sentei rápido na cama que Marcos sorriu.
— Você falou de mim para eles?
— Na verdade não, não deu tempo. Os meninos falaram primeiro e eu só confirmei quando mamãe veio perguntar — respondeu.
— Eu tenho um trabalho amanhã — tento fugir.
— Mamãe vai organizar um jantar, meu bem, vai dá tempo e é pra levar Caio.
Isso está indo tão rápido.
— Você pode ficar com o Caio amanhã à tarde? Já que não vou levá-lo para seu pai. — Pergunto.
— Fico sim, amor.
Meu sorriso ficou sem tamanho quando escutei ele me chamar de amor, tenho que me acostumar com isso.
Faço o gesto com a mão para ele se aproximar.
— Eu vou conhecer o senhor e a senhora Sales.
Ele beija minha testa e eu me deito de lado, Marcos faz o mesmo e me abraça.
— Sobre o que sua irmã falou, relaxa, ela está totalmente enganada — Marcos me tranquiliza.
Concordo com a cabeça.
— Você vai dormir aqui? — Pergunto.
— Posso?
— Pode sim.
Sinto Marcos saindo da cama e olho para ele que está tirando sua roupa ficando apenas de calça.
Aproveito e tiro uma casquinha olhando Marcos, vejo seus músculos, sua barriga bem definida, e isso é tudo meu. Nem consigo acreditar.
Marcos possui um físico que não só agrada os olhos como faz a mente viajar por destinos impróprios, quando vejo ele se aproximando viro meu o rosto envergonhada. Estava literalmente comendo ele com os olhos.
Ele volta pra perto de mim e puxa a coberta.
Eu não estava conseguindo vencer o sono, mas escutei quando Marcos falou.
— Se ia deixar eu dormir aqui podia ter colocado uma coisa maior para dormir.
Sorri baixinho.
Não consegui dizer nada, estava cansada demais, na luta entre eu e o sono, o sono venceu.
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