Capítulo 14 - Suposições ou verdades?
Victória Walker
Passaram-se duas semanas desde meu "término" com Thomas. Não sei se posso dizer que aquilo foi um término descente, mas o fato é que não estamos mais juntos e tudo devido a um mal entendido envolvendo um cara que eu raramente encontro nos corredores da faculdade.
Pensar nisso me fez levantar a possibilidade de que talvez, Derek Morgan ter aparecido do nada no meu caminho foi somente uma desculpa esfarrapada para Thomas evitar dizer que já havia conseguido o que queria, que já havia conseguido dormir com a aluna do primeiro período.
Essa realidade doía, mas infelizmente era a única que dava um pouco de sentido para os atos do professor. Eu me sentia uma idiota, patética e boba apaixonada. Como eu poderia ter acreditado que um homem daquele, que pode ter tudo e todas aos seus pés em um piscar de olhos, iria querer algo além de sexo comigo?!
Aquilo parecia tanto com um final trágico de conto de fadas que eu passei a acreditar que talvez, nem tudo tem um final feliz e que aquele era o final que eu merecia. Passei dias tentando evitar as aulas do King, mas aos poucos, eu sabia perfeitamente que aquilo só deixaria que ele notasse o quão era dependente dele e o quanto sinto falta dos nossos momentos.
Visto esta situação, decidi que não daria esse gostinho para ele, por mais que por dentro eu esteja machucada, destruída e sem um pingo de esperança, eu tinha que transparecer que nada estava fora do lugar. Voltei a ir arrumada e muito bem maquiada em todas as aulas, as vezes eu notava que ele me observava, mas sempre que eu sustentava seu olhar ele desviava o mesmo, na certa estava com vergonha de si mesmo, afinal, ele havia desapontado a mim e a ele próprio ao demonstrar ser um completo imbecil.
Não vou ser hipócrita em negar que não sentia mais nada por ele, muito pelo contrário, eu o amava, e mesmo sendo orgulhosa o suficiente para não tentar novamente, eu ainda esperava uma ligação, ou até mesmo um "Olá, Doutora! Beijos para ti!" no Facebook. Mas aquilo não iria acontecer, estava fora de questão e eu devia aprender a conviver com aquela dor e que ele não voltaria mais.
Tentei afastar essa onda de pensamentos depressivos pegando minha apostila de Psicologia Jurídica e dando uma folheada na mesma. Minha semana de provas estava prestes a começar e eu precisava a todo custo me concentrar em tirar notas boas para escapar dos exames finais, mal via a hora de sair de férias e tirar um tempo somente para mim, sem qualquer tipo de interferência de qualquer ser humano da faculdade.
Abri no primeiro capítulo e quando estava prestes a me afogar no conteúdo que ali continha, a porta do meu quarto é aberta pelo meu amigo Oliver. O mesmo segurava uma mega garrafa de coca-cola e três sacos enormes de batata frita juntamente com vários DVD's.
-Oliver?! O que faz aqui? Como subiu? – Despejei com uma enorme interrogação na face.
-Primeiramente, sim, sou eu Oliver. Segundamente, eu sei exatamente quando minha amiga precisa de uma terapia reforçada e terceiramente, sua mãe parece me conhecer tão bem que deixou que eu subisse na maior facilidade, o que me leva a crer que você anda escondendo coisas de mim, Victória Walker. – Ele despejou todos as gordices em cima da minha cama, fechou a porta e se sentou de frente para mim.
-Oli, eu sei que estou em falta com você, mas não sei se é o momento para discutirmos isso. – Tentei fugir da intervenção.
-Vick, eu sou seu amigo, pode contar comigo para o que precisar, não vou julgar seus atos como a Becky fez. – Ele assegurou.
-Como assim?! – Perguntei desconfiada.
-Amiga, não somos idiotas, percebemos como você e o Sr. King se olhavam dentro da sala de aula, deveria ficar aliviada por só nós dois sabermos que vocês tinham algo. – Oliver foi franco.
-Não sei se fico feliz por Becky saber sobre meu suposto envolvimento com Thomas, ultimamente ela não anda sendo as melhores companhias. – Bufei preocupada.
-Ela não tem certeza de nada, na verdade ela não tem, porque eu sempre tive certeza sobre vocês dois. – Ele falou e eu não aguentei, deixei que as lágrimas começassem a descer sem medo. – O que aconteceu com você? – Oli se aproximou mais.
-Acho que perdi o único homem que eu amava. – Solucei.
Meu melhor amigo não disse nada a princípio, apenas me abraçou e deixou que eu chorasse em seu ombro.
Aquela era a primeira vez que eu podia extravasar toda a minha angustia com alguém, chorar sozinha é bom, mas com seu melhor amigo não tem preço. O maior presente que alguém pode receber é uma boa e duradoura amizade, e eu tenho certeza absoluta que Oliver era esse presente.
-Me conta o que aconteceu, desde o inicio. – Pediu quando eu me afastei e peguei um saco de batatas fritas.
-Acho que o ponto inicial você já conhece, trocamos algumas mensagens no Facebook, ele se preocupou comigo quando estive doente, trocamos alguns olhares na sala e no baile de máscaras tudo se agravou, nós nos beijamos e eu praticamente dei PT, ele me levou pra casa dele e... – Comecei a falar até que meu amigo me interrompe.
-Espera! Naquela noite era pra você ter ido para a minha casa, e você foi pra casa do nosso professor de ética?! Victória, você é maluca. – Ele deu uma golada no refrigerante vidrado em mim.
-Sim, eu estava maluca, e bêbada, mas naquela noite não havia acontecido nada, isso posso te assegurar, as coisas foram ficando mais complexas depois que eu liguei pra você, quando eu sai do telefone o Thomas veio até mim e não sei ao certo como aconteceu mas nós nos beijamos de novo, ele disse palavras lindas como "Vai dar certo, Doutora" e depois disso acabamos transando. – Suspirei.
-VIADA! NÃO ACREDITO! – Oliver estava eufórico. – Ele faz "direitinho" amiga?
-Oli!! – Repreendi rindo. – Não vou te contar esses tipos de detalhes.
-Tudo bem, respeito que você queira deixar em segredo os atributos do seu P.A (N/A: Quem não souber o que significa pode falar nos comentários que eu respondo).
-Ele não é mais meu P.A. – Revirei os olhos parando de rir. – Nosso casinho acabou, já tem duas semanas.
-Sinto muito amiga, quer dividir o motivo? – Oli rouba umas três batatas de mim.
-Lembra do seu amigo, o Derek? – Esperei ele assentir. – Pois então, antes do meu envolvimento com o King eu cheguei a ficar com ele, depois disso não rolou mais nada. Na última vez que Thomas veio aqui, ele pegou o Morgan me mandando uma mensagem, coisa boba, apenas um "Oi, tudo bem?", depois disso ele quis saber o dossiê completo do garoto pra no final das contas ele dizer que me amava mas que o melhor era eu dar uma chance pro Derek. – Bufei.
-Sério que ele tentou sair como mártir da situação? – Oliver fez uma careta. – Isso não é amar é ser kamikaze, ele usou da desculpa mais ridícula do universo para terminar com você.
-Achei que só eu tinha esse pensamento. – Soltei o ar dos meus pulmões. – Eu não tenho contato com aquele cara já tem meses, Oliver, e do nada ele aparece, como se alguém o tivesse invocado dos mortos.
-E talvez possam ter. – Indagou meu amigo.
-O que quer dizer com isso? – Novamente a desconfiança assumiu meu semblante me deixando intrigada.
-Sabemos onde está a lealdade da Becky, não estou dizendo que ela contou suas suposições para o restante da corja com a qual ela tem andado, mas alguns comentários maldosos podem ter ocorrido, ou talvez outra pessoa tenha suspeitado de vocês e acabou soprando no ouvido do Derek, apesar de que, não sei ele é o tipo de pessoa que joga sujo. – Supôs Oli.
-Becky pode ser o que for, mas não sei se teria coragem de expor a mim dessa forma, muito menos tramitar, isso está totalmente fora de questão. – Convenci a mim mesma das palavras que eu havia acabado de dizer.
-É o que esperamos não é, amiga? – Tomou mais um gole de sua bebida.
Ficamos nos encarando por mais alguns segundos antes de começarmos a estudar para as provas finais.
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Quem aqui confia na Becky? Quem confia no Derek? O que vocês acham que está por vir? Deixem suas teorias e seus votos!
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