Capítulo 27
Darwin
Eu estou fodido.
Para ser exato completamente fodido.
Eu soube disso, mas tentei não pensar.
No momento que senti seus lábios nos meus pela primeira vez senti cada parte de mim amortecida pela dor e consumida pela escuridão se unir novamente, como jamais pensei que sentiria.
Fazia muito tempo que não me sentia assim...na verdade, nunca me senti tão vivo e completo. Eu soube naquele instante que estaria completamente fodido, pois nunca mais seria o mesmo.
Agora estou parado olhando feito um idiota para ela deitada no banco ao meu lado dormindo.
Estávamos quase chegando á Cambridge, mas resolvi desacelerar para aproveitar sua companhia. Sei que tenho uma grande tendência em estragar tudo, mas quero aproveitar cada segundo que posso ao lado dela e não ligo para o que os outros vão pensar sobre isso.
Allie é diferente de tudo que pensei.
Não é a beleza que ela tem, embora isso me hipnotiza sempre que a vejo, mas tem a porra de algo que não sei explicar. Ela tem uma pureza, uma alegria imensa e tenta sempre se manter calma quando na verdade sempre morde o canto da unha quando está nervosa. Sei que ainda não nos conhecemos o suficiente, mas o que disse para ela é verdade. Ela me conhece melhor que ninguém até melhor que eu mesmo.
Naqueles profundos olhos verdes escuros eu vejo tudo o que falta em mim. É ironia dizer isso, mas eu não quero me afastar dela. Quero cuidar dela, estar perto dela o máximo que puder.
- Ei dorminhoca – digo assim que estaciono no campus.
Ela resmunga algo que não entendo e abre os olhos.
- Já chegamos? – pergunta com a voz embargada pelo sono.
- Sim, você dormiu a viagem inteira.
- Estava cansada, me desculpe.
- Não precisa se desculpar.
A ajudo com a mochila e subimos o alojamento até o pavilhão C onde é seu quarto.
Ela abre a porta tirando os calçados.
- A água cansa – ela reclama.
- Tome um banho e descanse, amanhã precisamos ir para a aula.
- Você não vai ficar? – o modo como à pergunta sai de seus lábios é mais como uma urgência.
- Posso ficar se quiser – dou um passo em sua direção, envolvendo sua cintura em meus braços.
- Zara não vai voltar para casa hoje.
- Isso é bom – beijo seu queixo.
- Eu preciso de um banho – ela diz.
- Vou com você até o andar de baixo.
O ruim de morar no alojamento do campus é o banheiro compartilhado, mas acho que Allie já está acostumada com isso. Ela pega suas coisas e tranca a porta ao descermos para o banheiro.
Abro a porta segurando para ela passar enquanto algumas garotas saem do banho com uma toalha no cabelo.
Uma ruiva sorri para mim quando se aproxima da porta.
- Oi, Darwin – sorri maliciosamente.
Vejo que Allie a encara e depois me encara. Também ficaria irado se alguém fosse sorrir dessa forma para ela.
- Vamos – digo ignorando a ruiva que nem sei quem é.
- Quem era? – Allie pergunta assim que entramos no banheiro quase vazio.
- Não faço ideia –, digo.
- Darwin.
- Estou falando sério, não sei.
Allie caminha até o final do corredor em um box vazio e pendura suas coisas em uma gancho de metal.
Vejo que ela não me olha e posso jurar que deve estar brava.
- Ei – seguro seu pulso – eu disse que não sei quem é.
- Eu escutei – ela retruca.
O banheiro logo fica vazio e somos só nós dois ali.
- Não faz assim, por favor – suplico.
- Darwin isso é...
- Shh...- a puxo para perto pousando o indicador em seus lábios – não diga.
Beijo seu lábio enquanto ela pousa sua mão por cima do tecido da camiseta.
- Cuide a cortina para mim – ela me afasta sorrindo.
- Eu pensei que iriamos tomar banho juntos – sorrio.
- Claro que não! – ela exclama.
- Eu estava brincando, vá logo.
Puxo um banco que tem no lado de fora e me sento enquanto espero ela tomar banho. Escuto o barulho de água e a voz dela cantarolando.
- Você canta no banho? – pergunto.
- Gosto de música – ela diz.
Abro uma fresta da cortino e gemo por dentro.
Allie está ensaboada e nua á poucos passos de mim e preciso me controlar para não entrar naquele chuveiro com ela.
- Darwin, feche isso – ela abraça o corpo pequeno.
- Você sabe que já te vi nua, não é? – mordo o lábio ao ver seu corpo nu.
- Pare com isso.
- O que? – deixo um riso escapar.
- Você não pode me olhar desse jeito – ela ainda segura o braço tampando os seios fartos.
- Claro que posso – fico em pé olhando o banheiro vazio.
- Darwin não – ela diz embaixo da ducha.
- Eu fiz você gozar na minha boca e no meu dedo eu posso ver você nua e ensaboada, porra isso é excitante – digo baixinho vendo ela entrar no clima quando afasto seu braço revelando aqueles seios fartos.
- Darwin o banheiro é cheio de gente - ela lembra.
- Você não se importou com a loja cheia de gente – a puxo para mim diminuindo por completo o espaço entre nós.
Sua pele molhada me envolve e sem pensar duas vezes a envolvo em meu colo e beijo seus lábios carnudos com força, chocando seu corpo contra o azulejo do banheiro.
Deslizo minha língua entre seu pescoço e clavícula e só Deus sabe o que faço para me controlar quando estou perto dela.
Nossas respirações estão ofegantes e a água morna nos molha sem ligarmos para o que está acontecendo. Aperto sua bunda, porque ela tem uma bela bunda.
Seus dedos entrelaçam em meus cabelos me puxando para mais perto e nossas línguas se chocam em um beijo mais quente ainda. Uma batida á porta faz Allie me afastar depressa.
- Droga! – ela diz baixinho ainda em meu colo.
- Silêncio -, digo.
Vozes de pessoas se aproximando dos box me fazem lembrar que não estamos sozinhos.
- Você precisa sair daqui – ela diz ainda baixinho.
- Molhado assim? – pergunto apontando para minha roupa ensopada.
- Fique quieto ai, por favor, não quero que liguem para meus pais dizendo que encontraram a filha deles no banheiro com um garoto.
- Certo isso vai ser divertido – cruzo os braços contra o peito e admiro a visão em minha frente.
Allie se enxagua devagar sem tirar os olhos de mim. Poderia pegar ela no colo e beijá-la sem fazer nenhum barulho, mas nem sei se consigo me controlar sem arrancar gemidos de seus lábios.
Ela tem um corpo belíssimo, seios fartos e gostosos, uma bunda digna de levar umas palmadas e os lábios rosados carnudos o suficiente para me enlouquecer.
Cinco minutos depois ela estava pronta, desligou o chuveiro enquanto alcancei a toalha em suas mãos lhe entregando as peças de suas roupas.
- Essa lingerie fica bem em você -, digo quando ela termina de vestir a lingerie de renda rosa.
- Darwin – ela faz uma careta.
- Só fiz um elogio – ergo as mãos na defensiva.
- Vou te esperar do lado de fora – ela diz colocando o vestido verde água o qual a vi pela primeira vez no alojamento quando entrei no seu quarto.
- Eu lembro desse vestido – digo.
- Como?
- Foi a primeira vez que falei com você no quarto quando você entrou com o cabelo molhado e me viu na cozinha.
- Eu não usava esse vestido.
- Usava sim.
- Será?
- Acredite, era esse sim – afirmo – eu analisei bem ele em seu corpo naquele dia.
Allie sorri e revira os olhos antes de sair e fechar a cortina.
***
Depois do banho subimos abraçados até o pavilhão do seu quarto. Sentamos no sofá e Allie ligou a TV escolhendo um filme aleatório de comédia. Ela deitou em meu colo enquanto eu acariciava seus cabelos. Gosto de estar assim ao lado dela.
- Tudo bem Darwin? – ela pergunta.
Fecho os olhos balançando a cabeça.
- Estou sim – deixo um riso escapar dos meus lábios – na verdade nunca me senti tão bem – seus olhos meu encaram – Allie – me curvo para beijar seus lábios e seguro seu rosto – muitas vezes precisamos de alguém diferente, o completo oposto de nós mesmos assim quem sabe por um pequeno instante você possa se sentir bem. É assim que me sinto, Allie, pois somos diferentes, mas eu gosto de estar com você.
Vejo sua pupila se dilatar com minhas palavras e seu dedo indicador tocar o canto do meu rosto fazendo um breve carinho em minha pele.
- Eu me sinto bem ao seu lado, Darwin – sua voz é quase como um sussurro.
Seus braços entrelaçam em meu pescoço me puxando para perto de si, onde ela me abraça apertado. No inicio fico meio sem jeito em como retribuir o pequeno gesto, mas envolvo seu corpo pequeno no meu e imagino nunca mais solta-lo.
- Sei que sou um idiota ás vezes, mas saiba que sou assim há muito tempo – sussurro entre seus cabelos.
- Darwin todos nós agimos como idiotas ás vezes.
Aperto seu corpo um pouco mais, pois sentir o calor do seu corpo no meu me faz bem.
- Allie acredite em mim quando eu digo que jamais me importei com alguém.
- Muitas vezes é difícil acreditar, Darwin – ela afasta nossos corpos e ficamos cara a cara – em um momento você está assim, perto o suficiente para me fazer enlouquecer e em outro momento você some tão rápido como um piscar de olhos. Eu não quero forçar você á nada, mas eu quero que você saiba que quando você estiver pronto eu vou estar aqui.
Como eu queria poder contar tudo á ela.
Poder dizer sobre meus segredos e medos.
Eu só quero que ela saiba quem eu realmente sou.
Coloco-a em meu colo afastando uma mecha do seu cabelo.
- Estar com você...estar perto de você me deixa louco, mas nos últimos dias ficar longe de você me deixa mais louco ainda.
Sua respiração falha.
Allie abre os lábios em um pequeno sorriso.
- Eu observei cada detalhe seu no primeiro dia em que te vi, odiei você no instante em que berrou comigo e juro que chorei de raiva por você já. Honestamente Darwin eu tenho tanto medo do que tudo isso vai dar que penso que estou vivendo um sonho, mas então cada vez que acordo eu vejo que a mais pura realidade.
- Allie...- acaricio sua têmpora.
- Darwin.
Nossas testas se colam e nossas respirações falham. Escuto as batidas aceleradas do seu coração se misturar com as minhas e grudo meus lábios nos seus desejando sentir seu beijo.
Não acelero o beijo, pois o momento que estamos compartilhando é único para mim e sinceramente desejo que para Allie também. Trocamos caricias e sorrimos um para o outro quando afastamos nossos lábios.
Definitivamente Allie Bliss já tinha algo meu em suas mãos o problema éque eu não sei o que fazer com esse sentimento. Não sei como agir e tenho aporra do medo me assombrando, mas nesse momento quero aproveitar a paz que elame trás e com isso acabamos adormecendo um nos braços dos outros.
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