Capítulo 26
Allie
Darwin ficou de mãos dadas comigo grande parte do caminho. Dirigimos devagar sem muita pressa. Ligamos uma música e uma vez ou outra ele beijava minha mão que estava entrelaçada com a sua. Depois de quase três horas dirigindo chegamos á Martha's Vineyard em uma praia linda.
Meus olhos se encheram pelo tanto de água que via pela janela do carro. E soltei um "Oh Meu Deus" ao ver aquela perfeição de lugar.
- É lindo né? – Darwin pergunta estacionando o carro.
- Isso é maravilhoso! – exclamo.
Abro a porta e saio sentindo a brisa me bater e o sol fazer-me fechar os olhos. Não tem muitas pessoas por ali e acredito que por ser no meio da semana o movimento não seja muito grande. Zara acena para mim do meio da praia.
- Vamos trocar de roupas – Darwin me alcança a mochila.
Sigo ao lado dele até um quiosque próximo ali onde tem um banheiro nos fundos.
- Você primeiro, vou cuidar a porta para você – ele abre a porta do banheiro.
Entro e retiro minhas roupas guardando na mochila e pego o biquíni preto com listras brancas que Darwin insistiu que eu pegasse. Tem alças finas que realçam meus seios. Visto a parte de baixo primeiro e depois coloco a parte de cima segurando o tecido contra o peito antes de abrir a porta.
- Você me ajuda? – pergunto ficando de costas.
- Ficou lindo em você – seus dedos afastam meus cabelos para o lado enquanto ele dá um nó no tecido – pronto.
Darwin beija meu pescoço e isso é como uma chamada para a tensão em minhas pernas.
Ele fica me encarando dos pés á cabeça antes de morder o lábio.
- Você vai se trocar? – pergunto recolhendo minhas coisas.
- Ah, claro.
Fico do lado de fora esperando Darwin se trocar e quando a porta do banheiro se abre revelando seu corpo esculpido em tinta preta, solto um gemido baixo. Ele está usando um calção de praia escuro que molda em seu quadril bem definido.
Ele é incrivelmente lindo.
- Você não pode me olhar assim – ele me faz corar.
- Ah desculpe eu...
- Estou brincando, vem vamos aproveitar a praia.
Alec e Zara estão sentados na areia desenhando algo. Matt tinha vindo de moto e estava mergulhando na água junto com Julie.
- Que corpo Bliss – Zara diz assim que nos aproximamos.
- Por favor, Zara não começa.
- Ela tem razão – Darwin me puxa para sentar no meio de suas pernas sem se preocupar com o que nossos amigos podem pensar.
- Vocês estão mesmo juntos? – Zara é curiosa.
- Gata deixa eles – Alec faz cócegas nela – vamos dar um mergulho.
- Comportem-se – Zara acena ao se afastar.
Darwin me abraça me puxando para bem perto do seu peito. Gosto do calor da sua pele contra a minha, do modo como nos encaixamos.
- É tão lindo quanto pensava? – ele apoia o queixo em meu pescoço.
- Muito – admiro toda aquela imensidão em nossa frente.
- Quando eu era pequeno vivia na praia, sempre gostei de nadar.
- Faz tempo que você não vem á praia?
Ele olha para a água e permanece em silêncio por algum tempo.
- Faz.
- Seus pais ainda moram próximos à praia? – resolvo perguntar sobre sua família.
- Não conheço meu pai e minha mãe mora em Nova York com algum namorado, não a vejo já faz um tempo.
- Eu sinto muito.
- Não sinta, pois eu não sinto.
- Você veio sozinho para Cambridge?
- Harvard foi um acaso, pois quando me escrevi pensei que não passaria, mas aqui estou. Logo conquistei a vaga de capitão do time e me dediquei á isso.
- E você pensa em seguir carreira?
- Você faz muitas perguntas.
- Desculpe, só estava tentando te conhecer.
O modo como ele muda de humor é inacreditável.
Seus braços que estavam em volta dor meu corpo agora estão longe dele com as mãos apoiadas na areia e os olhos distantes.
- Não gosto de falar sobre mim – sua voz é rude.
- Darwin eu só quero conhecer mais sobre você.
- Acho que você não gostaria disso.
Cruzo os braços contra o peito odiando o rumo que nossa conversa tomou.
O silêncio como sempre uma bela parceria se faz presente entre nós e começo a me arrepender de ter vindo para esse lugar. A vista está ótima, mas o humor de Darwin mudou completamente novamente. O nó se aloja em minha garganta e afasto a vontade de chorar.
- Allie desculpe, mas eu não gosto de falar sobre minha família e muito menos sobre mim – seu indicador faz círculos em minha mão.
- As pessoas precisam se conhecer Darwin – retruco.
- Você me conhece melhor que ninguém.
Olho para ele. Mesmo ele estando perto de mim parecia distante ao mesmo tempo.
- Por favor, vamos aproveitar – ele suplica.
Solto um longo suspiro e fico em pé.
- Eu quero nadar – afasto o excesso de areia nas minhas pernas.
- Você nunca esteve no mar.
- Por isso, mesmo você vai me ajudar.
- E se eu não quiser? –, ele dá um passo para frente abrindo um pequeno sorriso.
- Posso pedir ajudar ao Matt – digo sorrindo.
- Nem pensar.
Antes que possa dizer algo, Darwin me pega sem seu colo e corre até o mar comigo em seus braços.
- Prenda a respiração – ele diz.
Prendo a respiração e sinto a água bater em meu corpo e seguro seu pescoço com força.
Volto á superfície e limpo o excesso de água em meus olhos.
- Eu disse para me ensinar á nadar, não me afogar.
- Eu avisei para prender a respiração.
Seus cabelos estão molhados e alguns fios estão presos em sua testa deixando leves pingos pelo seu rosto.
Sinto água em meu rosto e Darwin gargalhando.
O som da sua risada é único e quem me dera escutar isso sempre que estou ao seu lado.
- Você me paga – lanço meu corpo para frente e envolvo minhas pernas em seu corpo.
Uma de suas mãos pousa no meio das minhas costas e a outra aperta minha bunda.
Acaricio sua nuca e nossos lábios se roçam devagar.
Lanço minha cabeça para trás enquanto ele me segura.
Encaro o céu acima de nós.
Daqui onde estamos o céu parece tão perto.
- Já imaginou tocar o céu? – pergunto.
- Eu já estou tocando – sua voz é rouca.
Volto a encara-lo.
- Como assim?
- Ah, Allie você é o mais perto do céu que eu vou chegar.
Meu coração acelera.
Minha mente se agita ao ouvir isso e sei que depois dele não serei a mesma.
Darwin beija meus lábios, mas em um beijo terno.
Sem pressa e sem afobação.
Tem ternura em seus lábios, carinho em seu toque e juro que ele acaba de roubar um pedaço do meu coração.
Sei que o medo faz parte da vida e não posso me deixar abater por ele, então o lanço para longe de nós.
Envolvo seu pescoço e me entrego a esse beijo cheio de ternura.
Darwin definitivamente chegou de um modo totalmente diferente do que pensei.
Acho que esse jeito diferente é o que faz ser único.
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