Capítulo 14
Darwin
A festa está lotada, como a semana passada. Fiquei no meu quarto durante um bom tempo, então resolvi descer depois de ficar entediado. Levei uma bela trombada nas costelas do Dylan, jogador de defesa do time adversário, mas conseguimos ganhar o jogo então todos estavam comemorando. Ao andar pela sala de estar para encontrar Alec, paro de imediato quando vejo Allie sentada no sofá. Ela está vestida lindamente.
Cacete ela está gostosa demais.
As pernas nuas cruzadas deixam a mostra um pouco mais da sua coxa e penso como seria podem passar meus dedos devagar por sua pele, causando pequenos arrepios. Penso em como sua pele deve ser incrivelmente macia.
Allie tem belas curvas.
Porra ela é linda.
Quando ela se levanta percebo o movimento do seu quadril enquanto ela caminha em minha direção. Com passos firmes e os cabelos sendo jogados para trás deixando nu o ombro.
- Allie, você está... – não consigo parar de olhar para seu corpo.
Seu quadril. Cacete que quadril era aquele.
Aquele quadril deveria estar envolvido em minhas mãos. – Você está linda – digo antes mesmo de processar.
Ela ergue uma sobrancelha surpresa com o que digo.
- Estou surpreso em ver você aqui – digo ainda percorrendo os olhos sobre seu corpo.
- Na verdade também estou surpresa, Zara insistiu que eu a acompanhasse então aqui estou – ela explica.
Zara aparece atrás de Allie a envolvendo pelo braço.
- Venha, vamos até o quintal com o resto do grupo.
As duas desaparecem pela multidão. Hesito pensando em segui-las, mas permaneço em meu lugar. Vou até o balcão da cozinha e pego um copo d'água quando Julie se aproxima.
- Você estava falando com a colega de quarto de Zara de novo? – ela pergunta irritada.
Ela está com ciúmes, pois sempre gostou de ter todos os olhos somente nela.
- E se estava? – retruco.
- Qual é Darwin, você jamais teria chance com ela – ela revira os olhos.
Me afasto de Julie, antes mesmo dela continuar dizendo alguma coisa. Quando está embriagada e chapada sua companhia se torna insuportável.
Vou até o quintal, me juntando com o resto do grupo. Matt está com o violão em sua mão tocando algum rock antigo. A fogueira que fizeram no meio da grama em uma lata qualquer atraiu a maioria dos convidados.
Zara está sentada ao lado de Allie que me encara quando me aproximo devagar. Alec está sentando ao seu lado dizendo alguma coisa que a faz rir, desviando o olhar de mim. Sento ao lado de Alec que me cumprimenta com a cabeça passando a garrafa para a morena ao meu lado que bebe no gargalo passando para frente. Vejo que Allie faz uma careta ao olhar para a garota bebendo.
- Deveria experimentar – Alec diz com um sorriso diabólico no rosto.
- Ah não...estou bem assim – ela responde afastando o cabelo do rosto.
Percebo o modo como Alec á olha. Na verdade grande parte dos garotos á olham, pois ela é o tipo de garota inalcançável para garotos como nós.
- Matt toca uma do Pink Floyd - Zara grita toda astuta.
Matt começa á dedilhar as cordas do violão e quando o ritmo começa percebo o pequeno sorriso nós lábios de Allie.
Wish you were here começa a cativá-la, pois o modo como ela fecha os olhos e sente a música é diferente.
Alec se aproxima dela, falando algo em seu ouvido que não consigo escutar e logo Julie aparece empurrando a morena do meu lado para se sentar.
- Deveria tentar aprender com o Alec – ela diz com a voz arrastada.
Ignoro-a, pois é o melhor á se fazer.
- Qual é Darwin, ele tem bem mais chances que você com ela.
- Não fode, Julie – digo irritado.
- Relaxa gato, qualquer coisa estou aqui para uma trepada qualquer.
Fico imensamente grato quando ela se afasta sentando ao lado do Matt que continua tocando. Alec se levanta e entra na casa. Allie movimenta seus lábios carnudos conforme a letra da música.
- Não pensei que gostasse desse tipo de música – falo diminuindo o espaço entre nós.
- Nunca disse que não gostava, apenas não curti aquela música do Lynyrdy Skynyrd.
Ela não me encara, apenas cutuca um canto da unha.
- Então está querendo me dizer que você gosta de rock?
- É...bem na verdade sou bem eclética, pois se alguma música me faz sentir algo eu curto ela. – Allie me olha por cima do ombro abrindo aquele sorriso de canto.
- E o que essa música te diz?
Ela olha para Zara que está distraída flertando com um garoto novo e depois coloca o cabelo atrás da orelha.
- A questão não é o que ela me diz, mas sim a tradução de suas palavras. O modo como você sente a dor da perda de uma pessoa. – Ela faz uma pausa, então me surpreende quando diz a tradução da música que Matt está tocando. – Nós somos apenas duas almas perdidas, nadando num aquário ano após ano, correndo sobre o mesmo velho chão. O que nós encontramos? Os mesmos velhos medos, eu queria que você estivesse aqui. Se prestar atenção na tradução está mais que claro que é você que decide o que fazer da sua vida, do modo que deseja viver. Somos feitos de sonhos Darwin e nem todos eles são fáceis de realizar, mas se ficarmos teclando sempre no mesmo erro a culpa é somente nossa de não correr atrás do que desejamos.
Senti um arrepio percorrer meu corpo e então senti minha garganta secar, como se estivesse em um deserto e não bebesse água á dias. Suas palavras me atingiram em cheio, como uma onda em um oceano.
- Belo ponto de vista, Allie. – Enfim consigo responder.
- Qual é o seu ponto de vista? – ela me desafia.
Rio baixinho e digo:
- Que o mundo, com toda a certeza não é uma fábrica de realizações. Porra nem se quer chega perto disso.
Allie arregala os olhos e tenho a certeza que ela iria me perguntar algo mais, mas então Zara a convida para entrar na casa novamente e fico perdido em pensamentos sentado na grama.
Ela está sorrindo tão lindamente, que juro que jamais vi algo tão lindo quanto o sorriso dela.
Quando não consegui mais ficar do lado de fora entrei na casa e vi seu corpo se remexendo em uma dança com Zara. Ela jogou os cabelos dourados em ondas para trás deixando á mostra seus ombros e o modo como seu quadril se mexe no ritmo da música seria de enlouquecer qualquer um.
Fico admirando ela á menos de cinco passos de distancia, e imagino seu corpo nu embaixo do meu. Sua voz suave e rouca imitiria sons que eu guardaria em uma caixinha comigo.
Poderia fazer sua pele macia se arrepiar com um simples toque e só de fechar os olhos e imaginar isso sinto meu pau latejar.
Allie fica de costas para Zara que dança ao ritmo da música alta e inebriante da casa e quando seus grandes olhos verdes encontram o meu me pergunto o que ela está vestindo por baixo da pele macia.
Corro meus olhos por seu decote e imagino os seios fartos, os mamilos endurecidos com o toque dos meus lábios neles. Arrumo minha calça e quando olho para Allie ela está me encarando.
Com os lábios entre abertos e o corpo ainda em ritmo de música ela passa a língua pelos lábios me fazendo soltar um gemido por dentro.
Estava fodidamente assustado com o que ela estava me fazendo sentir.
Fui até o sofá e me acomodei no estofado macio e ali permaneci. Não desviei os olhos dela, pois nem a pau iria querer perder cada movimento seu. Era constante a forma como ela me olhava de um jeito diferente.
Foi sufocante quandoela ergueu os cabelos passando as mãos pela nuca e quando ela sorriu de algoque, Zara disse foi o auge do meu pânico.
Eu a queria.
Puta que pariu como eu a queria.
Imagino o quanto ela iria sorrir enquanto falaria besteira em seu ouvido.
O quanto sua pele iria se arrepiar se beijasse cada parte dele.
Sinto meu pau latejar, só de pensar o quanto poderia a fazer estremecer estandoembaixo do meu corpo.
Tenho a certeza que ela se encaixaria completamente em mim.
Pela primeira vez em tempo eu desejava algo.
Não era algo que esperava e confesso que só de imaginar isso me deixavaassustado, completamente confuso.
Desde que Allie chegara aqui sentia algo diferente.
Algo adormecido, que não sabia que existia.
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