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Capítulo 10

Darwin

Nove anos eu tinha.
Foi aos nove anos que ganhei minha primeira câmera fotográfica. Claro que não tinha sido da minha mãe, pois ela estava ocupada em encontrar algum novo amor para esquecer-se do cara de dois dias atrás.

Foi Karla que me deu. Uma senhora que morava no final da rua. Um dia ela me perguntou que presente gostaria de ganhar então respondi uma câmera, pois assim poderia guardar recordações de certas coisas da minha vida.

Lembro-me que chorei quando ganhei a câmera, corri pelas ruas tirando foto de tudo, até mesmo de uma formiga minúscula com uma folha em suas costas. Fotografei a casa de Karla com ela sentada na varanda com um livro nas mãos. Registrei um pouso rápido de um passarinho, e foi assim que desejei registrar cada momento em minha vida.

Muitas fotografias eu tirei com a minha câmera. Muitos sorrisos dela eu consegui registrar na lente pequena. É engraçado como lembranças se tornam cicatrizes. Como tudo que fazia sentindo em um instante rápido parece ser virado do avesso. A vida passa rápido, como um piscar de olhos e é inacreditável o modo como o arrependimento suga a vida de qualquer pessoa. Ele havia sugado grande parte da minha.

Quando cheguei da faculdade mais cedo agradeci pela fraternidade estar vazia. Não sei quando foi o último dia em que peguei minha câmera em minhas mãos e fechei meus olhos libertando certos pensamentos. Dizem que somos feitos de muros, pois nunca criamos pontes para dar acesso á alguém. O que me pergunto é o porquê de dar acesso livre para as pessoas. Ninguém jamais quer te conhecer de verdade, ninguém se importa realmente com seus sonhos ou desejos. Minha mãe sempre dizia que deveríamos ser espontâneos e deixar as pessoas acreditarem no que éramos, quando na verdade fingíamos ser alguém que nunca seriamos. Ela era a prova viva de alguém que tentava ser sempre o que os outros queriam, ela jamais pensou no que á fazia feliz. Se um cara falasse que ela deveria pintar os cabelos de vermelho e usar vestidos coloridos ela faria. Se ela precisasse pintar as unhas cada santo dia e se rebocar por completo, faria tal qual. A questão em si é que ela nunca se colocou em primeiro lugar, sempre pensou no que os outros iriam dizer. Ela jamais pensou em ser o que ela mesmo desejava.

Faz dois anos que não tenho contato com ela. Acho até mesmo que ela pode ter esquecido que tem um filho. Morar em Nova York era o sonho dela e quando um tal de Daniels apareceu em sua vida ela não pensou duas vezes em ser alguém diferente e se aventurar em uma história de amor. Acho que ela tentou lidar da melhor forma que pode, durante esses anos. Tem mulheres que nascem para ser mãe, ou que tentam ser mãe e existe a minha. Ela jamais me chamou de filho, nem mesmo me abraçou quando estava de aniversário ou quando conseguia fazer alguma coisa nova. Olivia Lancaster era o tipo de mulher que não poderia ser mãe, ela sempre disse que filhos eram os estorvos de qualquer pessoa, que crianças deveriam vir com controle remoto, mas como o mundo não é nenhuma fabrica de desejos, ela tentou ser uma quase mãe, mas não chegou nem perto. Ela me enviou cartões postais por onde estava. Dizia em alguns que estava com saudades, mas duvidava disso. Sempre envia uma mesada boa da qual não preciso me preocupar em trabalhar no momento.

Passo os dedos pela lente da câmera empoeirada desejando nunca ter perdido a essência que sentia ao tê-la em minhas mãos, mas isso já havia perdido á muito tempo. Com o tempo perdi quase tudo que ainda tinha, como a esperança e a felicidade em mim. Hoje não ligo para quase nada. Grande parte de estar na faculdade é parar tentar me lembrar dela, do sonho dela.
Fechei a caixa colocando a câmera rapidamente e me deitei na cama imaginando como seria tudo diferente, se nada daquilo tivesse acontecido.

Já havia perdido as contas de quantas vezes cheguei a pensar em como tudo que virou do avesso poderia ser diferente. Sonhava com o momento de poder voltar atrás, mas como disse a porra do mundo não é uma fábrica de desejos. Somos feitos de lembranças e cada marca que fica em nós são as cicatrizes deixadas por pessoas especiais.
Precisava afastar esses pensamentos, pois cada vez eles me atormentavam mais e mais. Saio do quarto descendo as escadas correndo, pois estar sozinho não ajuda em nada uma mente agitada.
Entro em meu Dogde Dart e ligo a música agitada sentindo cada nota invadir meus tímpanos sem dó.

Depois de meia hora andando sem rumo, desligo o carro em frente ao alojamento do campus. Não sei o porquê de estar aqui, mas simplesmente precisava passar por aqui. Quem sabe um pouco de distração me faria bem, e irritar um pouco a colega de quarto de Zara me divertiria.

- A Zara não está - Allie diz assim que abre a porta e me vê.

Ela está usando um short jeans escuro e uma t-shirt azul que combina com seu tom de pele.

- Eu sei - dou de ombros. Quando percebo que ela não vai me convidar para entrar digo - Você deveria ser mais amigável quando alguém bate na sua porta.

Allie revira os olhos afastando-se da porta e deixando livre a entrada.

- Fique a vontade, Darwin - ela diz indo em direção ao quarto.

Me jogo no sofá pequeno da sala e vejo o quanto aquele lugar está organizado. Deve ter sido, Allie quem arrumou aquilo, pois Zara não curte esse negócio de organização. Vou até a cozinha e pego um copo d'água quando escuto o som vindo do quarto de Allie. Bato na porta, mas ela parece não escutar, então tento arriscar a sorte e abro a porta devagar.

Azul, preto, amarelo, vermelho.

Os traços de uma paisagem como um bosque esquecido no meio do nada tomou conta da tela. Allie está encarando a tela com precisão, o cabelo meio desajeitado em um coque acima da cabeça e a ponta do pincel entre os lábios. Ela parece analisar com tanto cuidado o quadro que parece ser profundo. A música de Harry Styles, toca ao fundo e vejo o movimento de seu pé contra o chão. Quando a música termina ela parece que sente a minha presença na porta e vira-se rapidamente em minha direção.

- Você está me espiando? - ela pergunta e percebo um pouco de tinta em sua bochecha.

- Quem sabe um pouco? Estava entediado na sala.

Ela sorri e aproveita a oportunidade para entrar em seu quarto. Caminho até a tela que está pintada com matizes de azuis e vermelho intenso. Um amarelo reluzente expande o sol entre as montanhas pintas e o preto parece ser um ponto obscuro no meio de toda aquela coloração.

- Você sabe mesmo pintar - digo ainda encarando a tela.

- Ainda pretendo chegar lá.

- Por que essa pintura? - deixo a pergunta escapar da minha boca antes de pensar.

Allie gira a cadeira parando de frente para mim.

- Gosto de pintar paisagens, expressar em cores tudo o que é bonito de se ver.

Ficamos em silêncio por um longo tempo. Allie continua com a pintura na tela e eu me acomodei em sua minúscula cama, uma vez ou outra ela olha em minha direção sorrindo, mas não devolvo o sorriso, não por falta de educação, pois até que estar ali naquele instante me fazia bem, mas sim porque não sabia mais como sorrir.

- Porque você fuma? - a pergunta dela me pega de surpresa, pois nem tinha percebido que ela estava limpando o pincel em um copo com água.

Sacudo a cabeça tentando me concentrar em sua pergunta.

- Por que sim - digo meio confuso.

- Mas tem um motivo, não?

Porque ela sempre tem que tem tantas perguntas?

- Não sei - digo sem paciência.

Ela fica quieta, mas algo que não dura muito.

- Posso fazer outra pergunta?

A encaro franzindo o cenho e ela se senta na cama ao meu lado.

- Eu posso não responder sua pergunta, você sabe né?

Ela sorri afastando uma mecha do cabelo.

- Quem você é Darwin?

Consigo ver o tom de verde escuro dos seus olhos, a pupila se dilatar ao me encarar curiosa. Engolindo em seco o nó em minha garganta, escuto o eco da sua pergunta em minha cabeça. Ela perguntou quem eu sou.
Deixo escapar um riso abafado, antes de dizer.

- Você quer saber quem eu sou?

Allie une as sobrancelhas ao me olhar com mais curiosidade ainda.

- Isso. Quero saber quem você é.

Estamos á poucos centímetros de distância. Consigo ver o modo com ela respira como ela pisca com os longos cílios e como o contorno da sua boca é perfeita. Inclino-me contra ela respirando ofegante. Vejo como ela enrijece os ombros ao ver meu movimento. Percorro meus olhos pela sua linda boca, desejando saber o gosto que ela tem, mas então sussurro em seu ouvido.

- Você não gostaria de saber quem eu realmente sou.

****

Olá amores, como vocês estão?
Espero que ótimos.
Então me digam o que estão achando da história.

O que Darwin esconde de si mesmo e de todos?

Será que, Allie conseguiria ver além dessa escuridão dele?

Curtam essa história e deixem seus comentários, até o próximo capitulo.

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