capítulo 1 o início de tudo.
A imagem a cima é correspondente ao local mostrado a seguir, o Dinner.
"Eu sei o que sou. Eu sei o que quero. Eu nunca vou mudar."- Trecho de Idol
CAPÍTULO 1
-Boa noite, Lucinda!- Comprimento a proprietária e minha amiga, ao entrar na minha casa noturna favorita. O Dinner.
Eu sempre gosto de fazer as minhas reuniões de trabalho aqui, porque têm aqueles quartos reservados, em que o som fica abafado, a iluminação é baixa e o sofá é em formato circular, com uma mesa no centro, sem falar dos ótimos drinks. Lembra muito aqueles quartos de stripper dos filmes. Todavia, é bem legal para trabalhar.
-Vejam se não é a minha melhor e mais linda cliente! Como você está, Kaylanne?-Questiona ao me abraçar.
-Estou sempre bem, você sabe.- respondo e minha amiga ri. Esse tem sido meu mantra nos últimos 5 anos, eu não gosto de demonstrar fraqueza na frente dos outros, então sempre digo que estou bem. Mesmo que não seja verdade, mudei completamente minha atitude em relação a isso depois que eu ouvi a seguinte frase "eu não sangro em tanque de tubarão" não estou dizendo isso por causa da Lucy, ela é realmente um amor, mas algo sobre essa frase me tocou muito.- E você, Lucy? Como tem estado?
Lucy é uma mulher vivida, já na casa dos 40 anos, mas carrega uma beleza tão doce e ao mesmo tempo empoderada, que dá a ela uns anos de rejuvenescimento. Quem a ver poderia pensar quem tem uns 30, com aqueles cabelos afros lindos, e a pele negra divina, o sorriso mais branco já visto e um corpão da porr@. Essa mulher é minha inspiração. Nos conhecemos há alguns anos quando eu estava começando o meu negócio e vim para São Paulo resolver toda a parte burocrática do mesmo. Acontece que eu nunca tinha vindo antes, então acabei perdida, por sorte, ela me encontrou e me forneceu toda ajuda necessária para eu chegar até o hotel, esse pequeno inconveniente nos aproximou. Desde então, toda vez que venho para São Paulo a negócios, utilizo suas cabines como ponto de encontro para minhas reuniões.
Considero-a uma segunda mãe. Ela sempre me fornece os melhores conselhos, e é a maior espectadora da minha vida amorosa.
A mulher é doida para me ver comprometida, tanto que já mexeu os próprios pauzinhos, não apenas uma, mas várias vezes, para que eu pudesse encontrar alguém, chega a ser engraçado. Porém, sei que ela faz isso com a melhor das intenções. Da mesma forma que eu a considero uma segunda mãe, sei que ela também me considera uma filha, e como toda boa mãe, o que ela mais quer é ver seu filho feliz.
-Estou bem, também. Só um pouco ressentida por você vir cada vez menos aqui.-diz enquanto me encara com um olhar de reprovação.- Você tem trabalhado demais, Kay, ver se vive um pouco mais. Arruma um namorado…
-Ah, não! Isso de novo?- dou risada. Ela foi rápida desta vez, ainda nem peguei uma bebida.
-Sim, isso de novo, e falarei até você realmente encontrar alguém. Qual foi mesmo a sua desculpa da última vez...?-indaga ela, enquanto olha para o teto com um olhar pensativo. -Ah! Sim! Você disse que o amor da sua vida não estava no Brasil, e que Coreanos é o seu novo "tipo".
-Eu falo sério, Lucy, você já viu aqueles homens coreanos? Eles são lindos de morrer.
As alegações dela são verdadeiras, eu estou e sou completamente apaixonada por tudo que envolve a Coreia. A comida, o idioma, o país em si, os COREANOS GOSTOSOS. Ô terra de homens lindos, meu Deus. Amo tanto o lugar que a próxima empresa que irei abrir será lá. Por isso que estou aqui no Dinner esta noite, vou ajustar os detalhes finais com minha sócia sobre a nova empresa.
-Você não tem jeito, menina.-comenta ela, com um sorriso divertido no rosto, enquanto nos arrasta por bar adentro.
A música está bem alta, a casa cheia, e são apenas 22:00 PM, no entanto, nada disso é novidade, esse é um dos melhores, senão o melhor bar do estado.
Assim que atravessamos a pista principal, monopolizamos toda a atenção do ambiente. Todos os caras estão praticamente babando no chão onde pisamos.
-Você odeia ser o centro das atenções, mas se veste como uma deusa da moda até quando vai na esquina.- Lucy fala em meu ouvido.
-Bem, ainda que eu usasse um saco de batatas, atrairia atenção. Você já viu esse rostinho lindo?- comento em um tom divertido, enquanto apontava o dedo para meu rosto.
-De fato, querida.
Esta noite fiquei com vontade de caprichar no visual, coloquei um lindo vestido de cetim preto, com alças finas e um decote V na parte dos seios, o comprimento dele vai até quase a altura dos joelhos, com uma fenda lateral enorme, que vai até o começo do quadril é bem sexy e ao mesmo tempo sofisticado. Para dar um toque final glamouroso, vesti um scarpin preto salto 12 cm com solado vermelho, um Louboutin original.
Ambos me custaram um rim, mas são deslumbrantes, e super valorizam minha pele bronzeada que eu adquiri depois de um fim de semana inteiro na minha casa de praia, então valeu a pena.
Estou vestindo um sobretudo cinza, para dar um contraste no look. Meu cabelo preto, longo e vasto está preso em um coque bagunçado com auxílio de um lápis, e a maquiagem foi feita de forma minimamente calculada, para que eu ficasse com um olhar misterioso e sexy, (claro, minhas lentes de contato da cor azul claro ajudam muito), e a boca em vermelho sangue, para que ficassem bem atraente e me desse um tom a mais de poder.
Usar batom vermelho é o mesmo que usar uma armadura, quando uso, me sinto pronta para enfrentar qualquer guerra.
Tentei evitar colocar maquiagem nas bochechas, para que minhas delicadas sardas ficassem em evidência. Sério, eu amo as sardas em meu rosto, são um dos meus traços favoritos.
O meu sorriso é outro desses traços. Antes eu era bem negligente com meus dentes. Morria de medo de dentista. Quando fiquei mais velha precisei fazer algo a respeito. Fiz um tratamento intensivo, e hoje tenho um sorriso lindo, branco, bem alinhado, perfeito.
Estou com uma bolsa preta da YSL Kate pequena italiana (perceberam que eu amo a cor, né?) para guardar minhas maquiagens, dinheiro, chave do carro e celular.
-A minha cabine está livre, Lucy?- pergunto, assim que chegamos ao balcão de bebidas. Alguns caras já mostram sinal de que querem se aproximar, mas isso me deixa muito desconfortável. Ah, e detalhe. É um bar mais conhecido entre os turistas. Tem gente de todo o mundo, então o idioma predominante é o inglês.
-Sim, sim, é a de sempre. E aqui está seu drink preferido.-Fala, me entregando uma batida de morango.
-Obrigada! Pode cuidar dos seus outros clientes, eu sei me virar e Yalle já está quase chegando.
-Tem certeza, querida?- perguntou, meio receosa de me deixar só.
-Sim, eu vou ficar bem.- garanto.
-Tudo bem, então. Vá logo para sua cabine. Toda essa atenção deve estar te matando.-diz ao se afastar para atender um pessoal que aparentavam estar no meio de uma despedida de solteiro.
Tomo um gole da minha bebida. O prazer do sabor conhecido é instantâneo, e automaticamente já relaxo um pouco mais.
Pego o celular para ligar pra Minha sócia. Quando alguém me interrompe.
-Posso lhe pagar uma bebida?-perguntou um cara até que bonito, com um sotaque americano.
-Eu já tenho uma.- respondo saindo de lá.
E entrando no corredor das cabines, o barulho já começa a ficar abafado, ligo para Yalle, ela atende no segundo toque.
-Alô.
-Amiga, onde você está? Eu já cheguei aqui no Dinner. Pergunto em inglês, enquanto entro de costas na nossa cabine de sempre. Para garantir que não tem ninguém me seguindo.
-Por que você tá falando em inglês?- indagou, confusa. De qualquer forma Já estou chegando. O trânsito está péssimo, vou chegar em 20 minutos.
-Acho que já entrei no clima do ambiente.-dou risada- venha logo. Você sabe como fico desconfortável quando muitos caras ficam em cima de mim.
-Se você fosse menos gata…
-Não mudaria nada, homens são e sempre continuarão sendo homens, faz parte da natureza deles ser babacas inconvenientes.-dou risada do meu próprio comentário. Enquanto tiro o lápis do meu cabelo e deixando ele cair em minhas costas, está tão grande que quase chega na altura da bunda.
-Tem razão, amiga.
-É claro que eu tenho.
Em seguida, tiro o sobretudo e coloco-o em cima de uma poltrona perto da porta, junto da minha bolsa.
Então ouço uma tosse sufocada, seguido de um "minha nossa" pelo menos é o que eu acho. Mas perco totalmente a noção da realidade quando me viro para frente do sofá em círculo bem a tempo de ver dois asiáticos lindos pra caramba, me olhando com muita intensidade, tanto que, imediatamente, me sinto sufocada.
Puta merdaaaaa.
Imagem da cabine, ignorem o fato de estar de dia do lado de fora.
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