Introdução
Alexander Taylor é um garoto atrevido, mal criado e absurdamente atraente.
E também é o meu primo.
O que é uma grande ironia, já que ele não vai poder sumir de uma vez por todas da minha vida, e isso tem me assombrado desde então, já que naquelas férias de verão algo aconteceu entre a gente que mudou tudo.
Mas eu estou tentando seguir minha vida como se nada tivesse acontecido. Nem tudo precisa girar em torno dele, e ninguém precisa saber disso.
Confesso que eu não gostava do Alex no início, quando ele chegava era como um furacão, por onde passava deixava uma bagunça.
Ele era muito irritante, sem contar as suas piadinhas sem graça.
O que tem de lindo, tem de insuportável.
Minha vida era bater a porta na cara dele, até que na última vez que fiz isso, ele a empurrou e nossos olhos se encontraram.
Senti uma sensação estranha dentro de mim.
Uma atração indevida.
Naquele verão fiz de tudo para fugir desse sentimento, tentei evita-lo o máximo que pude, mas parece que ele sabia, e fazia questão de tornar tudo mais difícil.
...
––– O que está fazendo?
Perguntei ao ver ele entrando no meu quarto sem permissão e fechando a porta.
––– Shhh! – Sussurrou com o dedo entre os lábios.
Depois ele se aproximou rapidamente. Meu coração acelerou.
Me senti encurralada naquele quarto, totalmente refém do desejo proibido.
Ele agarrou meu rosto com as duas mãos e me empurrou contra a parede.
Quando seu corpo quente e rígido encostou no meu, pensei que eu ia pegar fogo.
Ele devorou meus lábios com vontade.
Arregalei os olhos. Assustada com o beijo inesperado. Eu queria fugir, pois sentia que estava fazendo algo muito errado, mas ao mesmo tempo, eu não queria me desgrudar dele, porque mesmo sendo a primeira vez que eu beijava alguem, ele fez aquilo parecer bom, e não nojento como os outros falavam.
Sua língua passeava pela minha boca com precisão, e eu, inexperiente, apenas o acompanhava com movimentos lentos.
A sensação era extremamente excitante.
Depois que ele se afastou deixou um gostinho de quero mais. Quando me dei conta, eu estava lá com olhos fechados e a boca aberta, praticamente implorando por mais.
E ele, como já era de se esperar, zombou de mim.
Fechei a boca e engoli a seco, me sentindo envergonhada.
Eu odiava o jeito que ele me deixava, boba e vulnerável.
Ele fechou a expressão. Em seguida passou os dedos sobre meus lábios molhados, me fazendo morde-los instintivamente.
Depois deixou o quarto, com a promessa de que iria voltar.
Fiquei lá, ofegante e com as pernas tremendo.
Meu corpo pulsava de desejo. E o líquido se espalhava pela minha calcinha.
Ele havia me deixado acesa, apenas com um beijo.
Sentei na cama e levei a mão até os lábios, me deliciando com a sensação deixada pelo seu beijo.
Depois deitei e encarei o teto, imaginando quando iria acontecer de novo.
Depois desse dia as visitas se tornaram frequentes naquele quarto, e eu permitia que tudo acontecesse, porque Alex tinha uma forte influência sobre mim.
Quando ele me tocava, era como se acionasse um botão e o meu corpo passasse a responder somente a ele.
Eu era a submissa dele. Ele se aproveitou de mim como queria.
E não vou permitir que isso volte a acontecer.
Porque depois que passou, tudo que restou foi a culpa e a saudade, pois no final daquelas férias ele foi embora e nunca mais voltou.
Ele nem se preocupou em me ligar, muito menos mandar uma mensagem. Ele apenas se foi.
Então começou um longo e doloroso processo pra esquecê-lo.
Ele tinha surgido como um furacão e ido embora como um vento.
Pra ele pode não ter significado nada, mas pra mim foi tudo, e eu me arrependo amargamente de ter me entregado a ele, pois abrir mão de muita coisa por isso.
Ele me usou.
E agora a última coisa que quero e voltar a vê-lo novamente.
......
Algo cai na cozinha fazendo um barulho estrondoso. Vou até lá e vejo minha mãe tremendo com o telefone apoiado no ombro e as mãos estendidas.
Desvio os olhos para o chão e vejo os cacos da tigela misturados ao macarrão de ontem que estava na geladeira.
––– Mãe o que houve? –– Pergunto assustada.
Ela não responde, apenas fica lá parada, com os olhos encharcados.
Me aproximo cuidadosamente, retiro o telefone da mão dela e a conduzo até uma cadeira mais próxima.
Seu olhar estava petrificado.
––– Senta aqui, vou pegar um copo d'água — Falo mas antes de sair, ela agarra o meu braço desesperadamente, me fazendo virar e olhar pra ela.
Seu rosto se vira lentamente, e ela olha pra mim, arrasada.
––– Sua avó....morreu –– Fala e logo depois começa chorar.
––– O que?
Levo a mão na boca e arregalo os olhos em choque.
Isso significa que eu não vou ver mais a minha avó, mas também significa que vou ver o Alex novamente.
Tudo o que eu não queria.
Não sei por qual tragédia eu choro primeiro.
....
Foi uma longa viagem até chegarmos na casa da minha avó.
Todo mundo estava lá, algumas tias que eu gosto, outras que eu não suporto.
A família só se reúne assim quando infelizmente alguém morre. Essa casa nunca esteve tão cheia.
Lá estava o meu primo Dylan, que é gay, mas insiste em esconder isso, sendo que pela cara se nota que ele é um garoto diferenciado.
Me aproximo dele e o abraço.
––– Bom te ver, prima — Ele diz
––– Igualmente.
Meu primo Samuka é o mais safado de todos, e não respeita nem o velório da nossa avó, que mal começou e ele já está comendo uma morena com os olhos.
Porém ele sempre foi muito respeitoso comigo, e olha que ele já deu em cima da família inteira.
––– Bya, quanto tempo — Ele me abraça forte.
––– Sim, tem tempo, que bom te ver.
Seu perfume adentra com força minhas narinas, e me impede de respirar.
––– Uma pena que tem que ser em um momento como esse –– Ele completa.
—– Infelizmente –– Falo, segurando a vontade de tossir.
Ele fica ali um pouco comigo, mas logo uma loira passa e ele a segue.
Sigo caminhando pela sala que é enorme.
Mas não vejo o Alex em lugar algum. Será que ele veio?
Por que eu estou mais ansiosa que o normal, isso não deveria acontecer.
Lembre- se Bya, você o odeia, você o odeia.
Cumprimento alguns parentes no caminho, e avisto de longe a minha tia Dora e sua filha Lily, como ela cresceu,
da última vez que vi ela, era apenas um bebê.
Depois de cumprimentá-las, respiro fundo e vou até o caixão da minha avó. Sorrio entre as lágrimas ao vê-la tão linda, vestida de branco, que é a sua cor preferida.
––– Descansa vovó.
Fico ali um tempo, até que alguem se aproxima e para do meu lado. Fazendo meu corpo vibrar.
Conheço esse cheiro.
Fico ofegante de repente.
Viro o rosto e fico encantada ao me deparar com uma das criaturas mais lindas que deus já fez.
Ele olha pra mim e o intenso azul dos seus olhos me invade.
––– Oi, feiosa.
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