29: Aniversário
Christine
Acordar sozinha nessa casa é um pouco chato. Faz apenas um dia que Jeff saiu e eu já estou entediada, vez ou outra me pego encarando o anel que ele me deu. Eu não esperava e confesso que minha reação não foi das melhores. Ficou um pouco justa em meu dedo, mas nada que incomode. Eu gostei, tanto da pulseira como do anel. Após o café, decidi fazer uma faxina na casa. Poucas coisas eu precisei limpar ou arrumar, posso dizer que Jeff tem seus defeitos, mas é uma pessoa organizada. No tempo que tenho aqui pouco me preocupei com isso. Havia mais dois quartos além do meu e de Jeff. Eu não tenho acesso, desde que cheguei eles estão trancados e permanecem assim. Como nunca perguntei, eu acho que ele nunca se preocupou em me falar e a verdade é que me esqueci deles também. Agora sinto a curiosidade me atingir como um coice, o que ele guarda nesses quartos?
"Pode ser apenas quarto de hóspedes."
Apesar de que Jeff não parece o tipo de cara que recebe hóspedes em casa.
Deixei isso de lado, andei pela casa. Percebo agora que minha vida é um pouco tediosa. Quando terminei, era quase meio dia, resolvi fazer o almoço. Fiz o arroz, coloquei a carne com algumas verduras para cozinhar e preparei a salada. Para completar, um suco de laranja.
Gostava disso. Fui até meu quarto buscar o celular, havia algumas mensagens de minha mãe. Ela me perguntou se eu estava bem, se estava comendo na hora e quando pretendia ir visitá-la. Respondi que estava bem e que poderia ir quando ela quisesse. Não demorou muito e ela me ligou, acho que estava dando uma pausa no trabalho.
— Que bom que você está bem, minha filha.
— E a senhora? Como está o trabalho?
— O mesmo de sempre, mas eu gosto. Como está o rapaz que você namora?
— Ele viajou a trabalho. O nome dele é Jeff, mãe.
— Sim, havia me esquecido o nome dele. Já que é assim, venha ficar aqui em casa até que ele volte. Posso trocar de turno alguns dias e ficar com você.
"Tenho a impressão de que minha mãe odeia Jeff."
— Se não for incômodo, dona Elise.
— Não me chame assim e deixe de drama, venha logo antes que eu a busque pelo cabelo. Eu te amo filha.
— Então até logo. — Eu desliguei a chamada.
Minha mãe sempre foi carinhosa, a seu modo. Fui almoçar, o que sobrou guardei para levar, não ia jogar fora e já que não ia ficar em casa poderia estragar na geladeira. Fui tomar banho e me arrumar, preparei minha bolsa. Antes de me esquecer, peguei a bolsa com o dinheiro que Jeff deixou. Eu tinha jogado embaixo da minha cama, peguei um maço de notas e guardei para levar. Já pronta, chequei se todas as janelas estavam trancadas, saí e fechei a porta. O dia estava friozinho, não chovia, mas ventava bastante. Aproveitei o clima suave para ir passeando até o ponto. Esse bairro não me agrada muito, ele é tranquilo demais e pouco movimentado. As casas estão afastadas umas das outras. O local perfeito para pessoas que odeiam interação ou escondem algo. Limpei minha mente de pensamentos assim e segui para o ponto de ônibus.
(...)
— Bem vinda. — Minha mãe colocou o casaco no sofá. — Como foi o trabalho?
— O mesmo de sempre. — Ela se sentou na poltrona. — Como você está? Já comeu?
— Estou bem, eu trouxe comida até. Eu fiz hoje para o almoço.
Como eu não tinha nada a fazer, assim que cheguei pela tarde, fui direto para o meu quarto, me joguei na cama. Estava do mesmo jeito que deixei quando saí. Com alguns livros espalhados por minha penteadeira, meu guarda roupa desorganizado.
— Ótimo. — Ela suspirou cansada.
— Então, eu estava pensando, você vai ter algum tempo livre amanhã? A gente podia almoçar fora.
— Eu não sei, talvez eu pegue o turno mais cedo amanhã.
Meus ombros caíram em desânimo.
"Podemos ir outro dia, não tem problema."
— Podemos passar amanhã no café, quando eu sair do trabalho, que tal?
— Pode ser. Tá com fome?
— Um pouco.
— Vai tomar um banho, eu vou colocar a comida para você.
Minha mãe agradeceu saindo da sala, fui para a cozinha. É bom estar em casa de novo, me traz uma sensação de paz e conforto. A noite seguia tranquila, até que minha mãe me perguntou qual era a profissão de Jeff já que ele viajou e se eu pretendia continuar morando com ele.
"Você não acreditaria em mim."
Um calafrio percorreu minha espinha. Mudei de assunto, evitei comentar sobre isso e qualquer outra coisa relacionada a ele. Ela percebeu minha repentina mudança de assunto, mas não insistiu.
— Certo querida. — Estávamos conversando após o jantar. — Eu vou me deitar, vê se não fica até tarde.
Ela se despediu com um beijo em minha testa e foi se deitar.
Eu não sentia sono, mas me forcei a deitar e tentar dormir. Me perguntei como Jeff estaria, se ele estaria bem. O conhecendo bem, ele deve estar, não devo me preocupar.
(...)
Passei o dia em casa, mexendo aqui e ali. Seis e meia da noite, minha mãe mandou uma mensagem pedindo que eu esperasse no ponto em que ela ia descer para que pudéssemos ir juntas. Me arrumei rapidamente, vesti uma calça preta, calcei minha bota quase gasta e um moletom branco. Deixei o cabelo solto, passei um batom e coloquei meu perfume. Me olhei no espelho antes de pegar a bolsa e sair. A distância não era tão longa, mas demoraria a ir andando. Optei por chamar um táxi. Assim que cheguei ao local, tive de esperar um pouco. Ela chegou se apertando em seu casaco e reclamando do frio.
— Mas nem está chovendo.
— Mas não deixa de estar fazendo frio.
Assenti, começamos a andar. O caminho era conhecido então perguntei onde estávamos indo.
— Ao café? — Respondeu como se fosse óbvio. — Neste frio eu quero tomar algo quente.
— Tinha outros lugares, por que tinha de ser justo aqui?
Ela deu de ombros.
— Eu vinha aqui às vezes depois do trabalho, já me acostumei.
Rezei para que Larry não estivesse trabalhando, mas não porque eu não queria vê-lo e sim porque eu estava com vergonha. De que? Não sei.
O local estava quase cheio. Fomos ao balcão, assim que sentamos a atendente veio.
— Elise. — A ruiva sorriu. — O que vai ser hoje?
— O mesmo de sempre. — Minha mãe apontou para mim. — Essa é minha filha, Christine.
— Já nos vimos antes. — Ela acenou. — Larry me falou de você, você trabalhava aqui antes.
"Falou?"
— Meu nome é Verônica, prazer. — Eu a cumprimentei. — Então flor, o que vai querer?
Eu pedi o mesmo que minha mãe. Não demorou e ela voltou com nossos pedidos.
— Já que você está aqui, vou aproveitar o momento. — Ela se aproximou um pouco. — Sábado vamos comemorar o aniversário de Larry. Eu e o pessoal decidimos fazer uma surpresa para ele. Algo simples, acho que seria legal se você viesse.
"Me esqueci disso."
— Ah sim.
— Você vem? Deixa eu falar baixo porque ele está aqui e não queremos que ele saiba.
Não neguei e nem aceitei, minha mãe agradeceu a Verônica. Ela disse o horário e saiu para atender outros clientes.
— Que legal, não sabia que seria o aniversário dele. Você deveria vir.
Revirei os olhos, minha mãe às vezes parece que gosta de ser inconveniente. Primeiro ela me trás aqui e segundo me diz para vir vê-lo em seu aniversário. Caramba, eu e o cara terminamos, e se ele não quiser me ver? E se ele ficar incomodado? Verônica me chamou por educação, mas isso não significa que eu deva vir.
— Compra um presente legal e vem ao menos dar parabéns a ele.
— Vou pensar.
Respirei fundo, tratei de aproveitar o momento. Eu olhava Verônica atender aos clientes de forma gentil e extrovertida. Ela é o completo oposto de mim. É um pensamento besta, mas acho que ela combina com Larry. Ela parece ser o tipo de mulher que chama atenção pela beleza e personalidade aberta e receptiva.
— Vamos? — Ela já havia terminado seu pedido e pago a conta. O tempo passou rápido.
Assenti, nos despedimos de Verônica e voltamos para casa.
"Talvez eu devesse comprar algo para Larry, mas o que?"
(...)
O sábado chegou, não tinha ideia do que comprar então optei por comprar algo genérico. Um relógio, dentre as opções que tive, o modelo desse me pareceu combinar com ele. Com certeza ele merece algo melhor, mas não consigo pensar em nada.
Me arrumei de forma simples, fiz uma maquiagem básica e deixei o cabelo solto. Peguei minha bolsa e fui me despedir de minha mãe. Ela estava na sala, ao me ver deu um sorriso.
— Você podia vestir algo mais bonito. — Ergui uma sobrancelha. — Você está linda assim paixão, diga a ele que mandei lembranças.
— Agora sim. — A beijei na testa. — Descanse, ouviu?
Ela assentiu. Saí de casa e chamei um táxi. Chegaria mais rápido assim. Expliquei o endereço ao motorista que assentiu dando início a viagem. Faz três dias que Jeff saiu. Eu queria não me preocupar, mas me preocupo. Apesar de que não ia adiantar nada então larguei de mão. Segui a viagem com esses pensamentos, quando cheguei, vi que o café parecia estar fechado.
Bati na porta, não demorou e Verônica abriu me puxando para dentro.
— Quem bom que veio. — Ela sorriu. — Achei que não ia vir.
— Obrigada pelo convite.
Ela me arrastou para perto dos outros, cumprimentei o pessoal. Conhecia toda equipe, Verônica veio à pouco tempo, mas parecia se dar bem com todos.
— Ele disse que já estava vindo.
Ficamos conversando enquanto Larry não chegava, o pessoal até mesmo arrumou o lugar para a surpresa. Quando escutamos o barulho da porta se abrindo, o pessoal gritou.
— Meu Deus. — Larry pulou de susto.
Cheguei a rir nesse momento, a expressão de Larry passou de medo a surpresa.
— Eu sou velho. — Ele pôs a mão no peito. — Não achei que o presente de vocês seria um infarto.
— Parabéns. — Verônica foi a primeira a abraçá-lo.
Ele retribuiu o abraço enquanto sorria, um a um todos foram lhe abraçando e desejando coisas boas. Lhe deram seus presentes. Larry já tinha me visto, quando me aproximei timidamente ele me agarrou.
Lhe desejei Parabéns, ele me soltou enquanto sorria.
— Por favor não se importe, é algo simples. Minha mãe lhe mandou parabéns também.
Entreguei meu presente. Ele pegou a caixa e o abriu, foi o primeiro que ele abriu. Ele encarou o relógio por alguns segundos antes de sorrir e agradecer. Posso dizer que Larry gostou da surpresa, todos estavam bebendo e comendo. Bebi pouco, não queria ficar tonta. Achei que ia me sentir desconfortável, mas não, me distrai tanto que mal vi o tempo passar. Tinha esquecido de como era legal conversar com pessoas diferentes.
Quando chegou a hora de partir o bolo, Larry deu o primeiro pedaço a quem teve a ideia de fazer a surpresa. Me encantou ver ele enquanto ria. Ali, pareceu que nunca brigamos ou que já fomos namorados, era como se fôssemos simples amigos.
— Vamos tirar uma foto, pessoal. — Verônica trouxe um celular. — Junta todo mundo, ajeita pra ficar bonito que eu vou por na função time.
Larry me puxou para o seu lado.
— Acho que vai dar certo. — Ela posicionou o celular em uma mesa, colocou uma xícara como apoio e correu até a gente. — Digam X.
O flash disparou. Ela pegou o celular e mostrou a foto a todo mundo.
A foto saiu bonita, me surpreendeu minha expressão ter saído viva e alegre.
— Vou mandar a foto para vocês. — Ela me puxou de canto. — Me passa seu número Christine.
Dei meu número a ela.
— Obrigado pela surpresa pessoal. — Ele riu. — Eu fico feliz.
— Gente, ele está emocionado. — Verônica bateu palmas.
— É por isso que eu gostaria de dizer que a partir de segunda vocês vão trabalhar duas horas a mais e eu vou reduzir o horário de descanso. — Eu gargalhei.
— Faremos greve. — Um falou.
— Justo. — Verônica apoiou.
— Não estou certo, Christine? — Eu assenti.
— Que traição. — Verônica fingiu estar magoada. — Logo você, achei que estaria do nosso lado.
Pedi desculpas a ela enquanto ria.
— Então fica assim, voltamos na terça e vocês tiram a segunda para um descanso.
O pessoal gritou em resposta. Era quase nove da noite quando decidiram finalizar a reunião e arrumar o local. Pouco a pouco foram se despedindo e indo embora. Estava quase me despedindo também para ir embora, não queria ser a última a ficar.
— Vai chamar um táxi? — Ele se encostou no balcão.
— Acho que sim, ou talvez eu vá de ônibus mesmo.
— Larry eu já vou. — Verônica acenou. — Tchau Christine, espero te ver mais vezes.
Acenei também.
— Ele não vem te buscar? — Larry se referiu a Jeff.
— Ele viajou a trabalho, estou ficando na casa de minha mãe por enquanto.
— Entendi.
Creio que Larry já havia notado o anel em meu dedo, mas não disse nada. Agora ele o encarava com um semblante sério.
— Você quer que eu te leve?
— Não quero incomodar.
— Se você diz. — Ele desviou o olhar. — Obrigado pelo presente.
— Ah sim. — Cocei a nuca. — Na verdade eu queria te dar algo mais legal, mas não fui criativa o suficiente. Fora que eu também não queria lhe perguntar o que você gostaria de ganhar até porque deixaria de ser surpresa.
— Eu gostei, mas já que é assim, então me pergunte o que eu gostaria de ganhar.
— Está bem, o que você gostaria de ganhar?
Larry sorriu com malícia.
— Posso ser sincero? Promete que vai me dar?
— Claro. — Respondi. — Mas lembre-se de que atualmente estou desempregada e não sou rica.
— Plebeia. — Ele voltou a rir. — Está bem.
Ele ficou próximo de mim, me surpreendi quando ele me tocou o rosto.
— Eu quero passar a noite com você. — Ri nervosa, ele não parecia ter dito isso de brincadeira.
— Certo, mas não existem muitas opções de lugares legais abertos a essa hora. — Respondi.
— Existem várias opções de motéis por aí. — Sorriu cínico.
Me vi sem resposta, eu poderia esperar isso de Jeff, mas nunca dele. Acho que minha expressão respondeu por si só.
— Meu Deus, se você pudesse ver seu rosto agora — Zombou.
— Que brincadeira hein? Tá com patati e patatá? — Cruzei os braços.
— Quem disse que eu brinquei. — Voltei a ficar séria. — Você disse que eu podia ser sincero. Eu prometo que fica só entre a gente e seu noivo não vai saber.
Larry sempre teve esse lado devasso?
— Ele não é meu noivo. Que pedido é esse? Você bebeu demais?
— Eu estou sóbrio Christine. — Ele puxou minha mão. — Se você não está noiva, por que usa essa aliança?
Eu estava tão surpresa, Larry puxou o anel de meu dedo com agressividade.
— Larry? Devolve.
— Eu vou devolver. — Ele escondeu a mão atrás das costas. — Eu jamais faria você perder algo importante.
Se ele estava com raiva, escondeu muito bem por que em momento algum eu desconfiei que seu sorriso era falso.
— Você ainda tem raiva de mim, não é? Por que mentiu?
— Não menti. — Ele se afastou. — Eu não tenho mais raiva alguma de você.
— Por que está fazendo isso? É por que eu vim aqui?
— Não, não por isso. — Minhas mãos suavam de nervoso. — Na verdade fico feliz que tenha vindo me ver.
— E então?
— Se você der um passeio comigo eu devolvo seu anel. — Ele voltou a sorrir. — Apenas uma caminhada.
Pensei por alguns instantes, isso eu podia fazer.
— Certo, mas só porque é seu aniversário.
Ele fechou o café e me levou até seu carro. Achei que ele queria andar por algum lugar próximo dali, mas ele queria ir ao parque que fomos juntos uma vez.
— Não vamos demorar muito, ok?
Ele assentiu. Mandei uma mensagem para minha mãe explicando onde ia para que ela não se preocupasse. Me lembrei das vezes que Larry me levou para casa, do passeio que fizemos na praia.
— O que foi? Você está tão quieta. — Perguntou. — O que está pensando?
— Que você está parecendo uma criança birrenta. — Menti.
— Certo. — Ele riu, me olhou por alguns segundos antes de voltar a olhar para frente. — Como você tem estado?
— Bem, posso dizer que minha vida corre sem muitas mudanças. E você?
— O mesmo. — Ele suspirou.
Seguimos o resto do trajeto em silêncio. Eu via a paisagem passar rapidamente através da janela. Assim que saí do carro, respirei fundo sentindo o ar frio.
— Você gosta daqui? — Perguntei.
— Pode se dizer que sim.
Começamos a andar, um ao lado do outro. O local estava pouco movimentado, mas não oferecia risco. Larry tinha uma personalidade descontraída e leve, de modo que eu sempre me senti confortável estando ao seu lado, creio que até nos momentos em que estamos calados eu posso aproveitar sua companhia.
— Como se sente sabendo que está ficando velhinho?
— Com 27 anos? Quanto mais velho o vinho, melhor.
Gargalhei.
— Está bem, senhor vinho raro. — Ele sorriu.
Continuamos caminhando, vez ou outra, dizendo coisas bestas até ele parar.
— Certo, vou cumprir com o prometido. — Ele pegou o anel no bolso.
Tentei pegar o anel, ele ergueu a mão.
— Sério? — Larry continuou. — Devolve.
— Estou devolvendo. — Parecia estar se divertindo enquanto eu tentava alcançar o anel.
Fechei meus braços ao redor de seu pescoço e o puxei tentando fazer com que se baixasse, seu rosto ficou próximo do meu. Ele ficou sério, me dei conta disso e tentei me afastar. Ele segurou minha cintura. Minha surpresa foi tamanha que não tive reação ao ser beijada, sua língua pedia passagem querendo aprofundar nosso beijo.
Cedi, o beijo que de início era calmo tornou-se agressivo. Era como se ele quisesse descontar o tempo que ficamos separados.
— Já chega! — Me afastei, arfando.
Ele me olhava intensamente, não com raiva ou maldade.
— Diga que vai ficar essa noite comigo. — Sua mão adentrou meus cabelos.
— Você me tem como uma puta? — Perguntei incrédula.
— Não, você é a mulher que eu ainda amo.
— Eu não vou mais te ver. — Baixei o rosto. — Desculpa.
— Mesmo que você faça isso, eu não vou te esquecer tão rápido. Foi tão fácil para você, deixar de gostar de mim?
— Seu imbecil, claro que eu gosto de você.
— Mas ainda prefere ele, não é?
"Como posso explicar que me sinto atraída por ambos?"
— Vamos pequena, não me odeie. Já me sinto culpado. — Ele me abraçou.
Apesar de tudo, Larry se tornou um grande amigo para mim.
— Eu vou. — Ele sorriu surpreso. — Mas nada de segundas intenções, ouviu?
— Jamais faria algo que você não quisesse.
Larry me soltou, devolveu meu anel e então voltamos a caminhar. Ele agia naturalmente como se nada tivesse acontecido, já eu ainda estava pensando no beijo que ele me deu e por que não o afastei imediatamente.
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