14: Resolução I
Christine
Acordei estando envolvida em seus braços, abri os olhos que se ajustavam à claridade vinda da janela. As cenas da noite passada vieram a minha mente como um turbilhão, mas logo foram dissipadas. Diferente de antes, agora eu não podia mais me arrepender ou ter peso na consciência. Jeff dormia serenamente colado a mim, os lábios entreabertos, a respiração suave. Eu gosto de sua aparência, ele me atraía até mesmo assim.
Eu não sei nada sobre ele, sua família, seus amigos, sua idade, seus gostos, o que faz e nem sei se Jeffrey é mesmo seu nome. Mesmo com tudo isso eu escolhi ficar, mesmo tendo passado por tudo que passei. Eu realmente passei a gostar dele e por mais que pareça doentio eu finalmente aceitei, aceitei o fato de que eu o queria, mas negava insistentemente. Cedi ao meu desejo.
— Bom dia. — Jeff abriu os olhos devagar, deu um leve sorriso e me abraçou ainda mais. — Precisamos levantar, eu estou com fome.
Reclamei tocando seu rosto.
— Apenas mais dez minutos. — Resmungou voltando a fechar os olhos.
— Nem um minuto a mais, minha barriga está roncando. — Me afastei um pouco para levantar.
— Certo, minha patroa. — Ele levantou, seu corpo estava com algumas marcas que fiz. Ele passou a mão pelo cabelo um pouco bagunçado e se alongou.
— Acho que temos de comprar, não lembro de ter algo na geladeira.
— Claro. — Assentiu. — Só vou tomar banho.
Ele saiu do quarto. Resolvi escolher algo para vestir enquanto ele tomava banho. Entre uma peça e outra me peguei pensando no que faria, se estaria tudo bem em dizer que Jeff era meu "namorado", até porque eu tinha de me explicar para minha mãe. O que eu faço a partir de agora? Me sentei pensativa na cama, sem prestar atenção em mais nada. Não sei quantos minutos se passaram, Jeff voltou do banho enrolado numa toalha.
— O que foi? — Ele se inclinou mirando meu rosto.
— Nada, mas...
— Mas?
— Antes da gente comprar algo, podemos passar na casa de minha mãe? Estou com saudade.
— Tudo bem. — Ele continuou me encarando. — Mas quero uma recompensa.
— Que? Mas que mercenário. — Reclamei.
— Claro, o mundo é dos espertos, não acha? — Concordo. — Ótimo.
— E o que o senhor esperto deseja? — Perguntei quando vi seu sorriso travesso.
— Um passeio, você vai sair comigo hoje sem reclamar.
"Não poderia ser algo ruim, certo?"
— Está bem. — Aceitei.
Jeff assentiu e se afastou. Saí do quarto e fui até o banheiro para tomar banho e me arrumar.
"Isso é um encontro? Jeff quer ter um encontro comigo?"
Pensar assim só me deixou ainda mais nervosa, pensando bem nunca tivemos um "encontro" se é que posso dizer assim. Nós nunca saímos com a intenção de curtir ou... bem, o que Jeff e eu temos nunca se tratou de um relacionamento é claro. Terminei o banho e saí do box para me secar e vestir. Me olhei no espelho, minha pele estava pálida, minha olheiras estavam mais à mostra e meu aspecto parecia cansado. Eu não tinha maquiagem alguma, então não pude amenizar a situação.
"Preciso me cuidar mais."
Terminei de me arrumar e fui procurar Jeff. Ele ainda estava no quarto, estava atento trocando mensagens pelo celular. Ao perceber a roupa que ele usava paralisei na hora, não que isso significasse algo, mas me senti ansiosa. O pensamento de que aquilo poderia acontecer novamente me deixou nauseada.
— Por que está usando isso? — Apontei para o blusão preto com capuz.
— Por que não posso sair nu? — Respondeu confuso. — O que tem ela?
É a mesma blusa que ele usou no dia que nos vimos pela primeira vez, isso era tão desconfortável. Se Jeff fosse alguém normal isso traria boas lembranças para mim, como um casal que relembra o dia em que se conheceram. Já para mim isso nunca seria possível. Certo, eu disse que deixaria o passado para trás.
— Nada, esquece. Vamos logo, tudo bem?
Jeff pareceu não entender, mas também não perguntou. Saímos de casa em silêncio, eu esperava tirar isso da mente o mais rápido possível.
(...)
Mais uma vez eu me encontrava na porta de casa, eu estava com muita saudade de minha mãe e também do meu lar, mesmo que eu tenha estado pouco tempo fora. Bati na porta ansiosamente rezando para que ela estivesse em casa.
— Eu vou resolver um negócio rápido, está bem? Me liga quando terminar. — Jeff me puxou para um beijo rápido, deixei que me beijasse e ele saiu.
"Eu deveria me preocupar?"
Bati mais uma vez na porta enquanto Jeff saia para não sei onde. Rezando que minha mãe atendesse a porta.
Esperei mais alguns minutos e nada, talvez eu devesse ter ligado antes, mas ela só poderia estar no trabalho. Não era tão longe, eu só precisaria pegar um ônibus. Escondi as mãos na blusa e me pus a caminhar, eu gosto de andar e pensar.
"Eu deveria passar pela cafeteria? Larry poderia estar lá."
Enquanto caminhava pensei no que diria a minha mãe quando a encontrasse. Eu não tinha nada definido em minha vida, por mais que eu tentasse organizar ela, eu permanecia num completo caos.
A caminhada não demorou até o ponto de ônibus, eu precisava ver se Larry estava lá. Esperei apaticamente o ônibus chegar, absorta em meus pensamentos notei a paisagem através da janela passar apressadamente. Ao chegar no ponto meu corpo quase se moveu sozinho para lá. Me aproximei um pouco mais, olhando a fachada. O bom cheiro invadiu minhas narinas e não pude deixar de sentir saudade. Sem notar eu entrei, parecia movimentado. Procurei Larry, mas ele deveria estar lá dentro ou não havia vindo. Me dirigi ao balcão, uma moça bonita ruiva me atendeu. Ela não trabalhava aqui antes.
— Em que posso ajudar minha flor? — Perguntou sorridente.
Dei um sorriso automático.
— Larry está? Ele tem vindo? — A garota franziu a testa. — Ouça eu...
— Ele não vem hoje. — Me interrompeu. — Se quiser pode deixar recado e eu dou a ele. — Completou de forma gentil.
— Eu só... — Eu não tinha nada para dizer, e também o que eu diria? Não tem porque remexer o passado e só piorar o que eu destruí — Esquece, tudo bem. Obrigada.
A ruiva pareceu confusa, mas não perguntou. Dei as costas e sai. Virei mais uma vez e fitei o local, eu sentiria falta de trabalhar ali e não só disso. Voltei a andar e dessa vez para onde minha mãe trabalhava. Demorava um pouco, mas eu não estava com pressa. Queria andar como fazia antes, andar e pensar. Quase que num modo "automático" eu fui até lá.
— Você pode esperar na recepção, jovem. — A recepcionista hospitalar avisou. Me dirigi a uma cadeira e me sentei cruzando as pernas, esperando minha mãe chegar.
Ela veio com um sorriso tão bonito, parecia alegre em me ver.
— Meu amor. — Abracei minha mãe. — Que surpresa.
Seu semblante preocupado me deixou ansiosa.
— Faz um tempo que não venho aqui. — Apesar de estar mantendo contato por celular, não é o mesmo de abraçar ela.
— Sim, estou feliz que tenha vindo me ver. — Ela me afastou. — Como está? Tem comido bem? E aquele rapaz? Não veio com você?
— Sim, estou comendo direito. — Menti. — E quanto a Jeffrey ele me trouxe, mas não pode ficar.
— Entendo, espero que vocês estejam bem. — Eu podia sentir a preocupação expressa em sua voz. — Christine, quando pretende voltar? Sinto tanto sua falta.
Eu não tinha decidido o que fazer quanto a isso, mas não podia deixar minha mãe sem uma resposta.
— Eu também sinto, eu... talvez eu fique com Jeffrey por um tempo. Ele é um pouco instável, é só até definirmos o que é melhor para nossa relação.
"Se é que eu posso dizer assim."
— Entendo. — Ela apertou minhas mãos de forma calorosa. — Eu preciso saber como conheceu esse rapaz. Foi tudo estranho naquele dia, você nunca havia me dito sobre ele. Parecia gostar tanto de Larry e então...
— Nós nos conhecemos por acaso e eu tive... algo com ele um pouco antes de namorar Larry, mas não pensei que ele fosse gostar de mim. — Menti. Eu não poderia afirmar que o comportamento de Jeff era normal e que ele gostava de mim de forma saudável.
Não sei se minha mãe acreditaria se eu contasse a verdade ou diria que sou sem noção.
— Sim, mas... — Era visível o quanto minha mãe não gostou disso, mas se esforçou para aceitar. — Enfim, se você está bem então eu não tenho o que reclamar. Só peço que aja com cautela, está bem? Mantenha contato e saiba que eu te amo muito. — Ela voltou a me abraçar.
— Eu também, mãe. — Me aconcheguei em seu abraço. Esse abraço que por tantas vezes me acalmou e me deu ânimo.
— Eu preciso voltar ao trabalho, mas logo logo quero te ver de novo está bem?
Eu assenti. Nos despedimos e eu andei em direção a saída.
"Eu não sei onde Jeff está e se vai demorar pra chegar, melhor ligar antes que ele me ligue."
Me afastei um pouco e peguei o celular, liguei e esperei.
Ele atendeu, falei onde estava e perguntei se ele iria demorar. Ele respondeu que não, que logo viria me pegar. A ligação não durou muito.
"Agora eu só preciso esperar e definir o que eu quero pra minha vida."
Me sentei num batente perto da calçada e fiquei esperando. Os carros passavam na pista, as pessoas andavam seguindo suas vidas e eu esperava. Apesar de tudo, aqui é um bom lugar para se viver, tem ótimos locais para passeios e é bem movimentado a qualquer dia da semana. Pessoas ativas com certeza amam esse lugar. Ele nunca está totalmente adormecido. Olhei as horas novamente e guardei o celular, comecei a andar impacientemente de um lado para o outro. O tempo começou a esfriar um pouco, nuvens cinzas tomavam conta do céu pouco a pouco. Talvez a noite chovesse. Eu continuava em meus devaneios quando escutei uma buzina, Jeff parou um pouco distante de mim. Andei até ele.
— Você demorou muito. — Reclamei.
— Ah, então sentiu minha falta?
— Óbvio que não, só estou com fome fora que... — Apontei para o céu — Parece que vai chover.
— Claro, então onde quer ir então?
— Para algum mercado. — Subi na moto. — Senti vontade de preparar algo, eu mesma.
Ele assentiu.
(...)
Ouvi alguém bater na porta e fui atender.
Acabamos comprando coisas demais, não tivemos como trazer e mandamos entregar em casa. Eu não pretendia comprar muito, mas também não queria ter de ir comprar depois caso precisasse. Jeff não parecia se importar com essas coisas já que sua geladeira parecia estar somente com bebidas o tempo todo.
O entregador me ajudou a colocar as sacolas para dentro, Jeff na certa me escutou conversando com o rapaz e desceu. Ele pegou as últimas sacolas da minha mão e se dirigiu a cozinha.
— Obrigada pela ajuda.
— Disponha. — O rapaz sorriu e se foi.
Fechei a porta e fui até a cozinha para arrumar as coisas. Jeff me olhava calado enquanto eu esvaziava as sacolas.
— Precisa de ajuda? — Perguntou mansamente.
— Claro.
Terminamos de arrumar as compras e eu comecei a separar no balcão o que ia usar. Jeff sentou-se numa cadeira próxima e ficou me olhando. Comecei lavando as verduras e colocando para secar, separei a carne e peguei a faca para cortar. Jeff me observava silenciosamente já a alguns minutos enquanto eu trabalhava.
— Eu não vou envenenar a comida. — O olhei. — Então não precisa me vigiar.
Jeff rolou os olhos e suspirou.
— Não quero te vigiar e não tenho medo de você me envenenar.
— Então o que é? — Voltei minha atenção para a panela.
— Eu só quero admirar você. — Fiquei sem palavras. — Eu não sei cozinhar então não posso te ajudar, mas eu posso te olhar, você é tão bonita. — Ele riu. — Mas posso sair se estiver incomodando.
— Não. — Me virei, Jeff já estava em pé. — Preste atenção então, talvez você aprenda algo e da próxima possa me ajudar. — Dei um sorriso tímido. Ele se aproximou mais e não sei por que me senti um pouco nervosa, mas seu olhar sobre mim já não me incomodava mais.
— Minha mãe sempre gostou de me ensinar a cozinhar, mas eu nunca chegarei aos pés dela. — Puxei conversa. — E a sua?
Jeff passou a mão pelo balcão.
— A minha também gostava, ela adorava almoçar com a família toda reunida.
— Que legal, a minha também. Mas meu pai... — Senti meu peito doer pela falta que sentia — Infelizmente faleceu e eu era bem novinha. Gostaria de ter passado mais momentos com ele.
— Sinto muito. — Respondeu.
— Tudo bem, já passou. Você tem irmãos? — Eu queria saber mais sobre Jeff e ele poderia estar mentindo, mas eu queria tentar. Sinto como se o pouco que existe entre nós gira em torno somente de mim e que estou dormindo com um completo estranho.
— Eu tenho... quer dizer tinha um. — Ele respondeu quase sem vontade. — Ele se foi.
— Desculpe eu...
— Tudo bem, isso já tem anos. — Jeff me interrompeu. — Mas você gostaria dele caso pudesse conhecê-lo.
— Deve ter sido difícil para sua família, — Eu não queria que Jeff lembrasse de momentos tristes de sua vida então decidi que não perguntaria mais nada referente a isso.
— Mortos não sentem nada, Christine. Apenas os vivos. — Falou amargamente.
"Então toda sua família está morta? Mas como?"
Permaneci calada mesmo estando curiosa, Jeff baixou o olhar. Seu corpo parecia tenso.
— Eu sinto que está curiosa, mas não tem coragem de perguntar. — Disse com sua voz ainda baixa.
Senti o nervosismo me atacar.
— É que...eu não sei nada referente a você. É estranho dormir com alguém que parece um desconhecido pra mim.
— Você já me conhece. — Virei de costas prestando atenção em qualquer coisa no balcão para não lhe encarar. — Não entendo isso.
— Superficialmente, se ficarmos juntos eu quero te conhecer melhor. Resolvi esquecer o passado, mas não quero construir um presente com você baseado em suposições e mentiras. — Desabafei sentindo um grande alívio em falar a verdade.
Ele permaneceu calado, eu já estava quase para desistir. O que eu pensei? Que poderia resolver os problemas assim? Acho que as coisas vão muito além do que só "querer" algo.
— Por que? — Ele me abraçou por trás. — Eu gosto de como estamos, por que querer saber de algo que não se vai gostar?
— Eu decido se gosto ou não, pra isso dar certo você tem que falar a verdade pra mim Jeff. — Toquei suas mãos que estavam ao redor de minha cintura. — Você precisa confiar em mim, assim como eu confiei em você.
— E se você ainda sim não gostar do que descobrir sobre mim?
Não tive resposta para dar. Ele tinha razão, eu poderia não gostar, mas ele ao dizer isso apenas aumentou minha curiosidade.
— Daremos um jeito então, se eu escolhi ficar com você eu tenho de saber. Se algo não estiver certo, vamos tentar corrigir.
— Está bem. — Deu-se por vencido. — Sem segredos entre nós.
Fiquei calada. Eu não soube discernir se ele estava mentindo ou sendo sincero.
— Já que perguntou pela minha família, eles foram assassinados, a casa foi queimada logo depois. — Jeff desviou o olhar. — Não sobrou nada além de escombros queimados e alguns vestígios do que eles eram.
Não disse nada. Talvez eu o tenha julgado mal, sem saber pelo que passou.
— Eu tenho 25 anos, moro sozinho, como você já sabe. Não tenho amigos, dá trabalho manter amizades. Mas pode se dizer que tenho conhecidos que me são úteis, Spencer é um deles. A maioria é por questões do serviço que faço. — Ele se afastou tirando suas mãos de mim. — Algo mais que você quer saber?
— Eu... Jeff quando nos vimos pela primeira vez. — Cocei a nuca procurando palavras. — Porque... por que você estava naquele lugar? O que aquelas pessoas fizeram a você?
— Ah, então era isso. — Ele cruzou os braços. — Nada. Não me fizeram nada.
— Então você quer dizer... que os matou sem motivo? Você faz isso do nada por que quer e quando quer? — Não pude esconder minha repulsa por isso. Eu ao menos esperava que ele dissesse o por que fez aquilo além de somente ter vontade.
— Não, eu tive um motivo. — Jeff parecia calmo, inabalável. Diferente de minutos atrás que parecia tenso. — Eu fui pago pra isso, foi um pequeno serviço. Eu não queria que tivesse sido assim, mas houve pequenos imprevistos e o babaca estava acompanhado. Meu tempo estava curto naquele dia.
— Jeff, por Deus. — Me encostei no balcão e cobri o rosto. — Por que? Não sente remorso algum em fazer isso? — Perguntei, mas é como se eu já soubesse a resposta.
— Christine, eu fui pago pra fazer isso. Na verdade eu nem me importei, Spencer arranjou aquele peixe pequeno pra mim apenas para passatempo. — Ele riu desdenhoso. — A verdade é que eu gosto disso, esse é meu trabalho. Eu sou pago para fazer algo que faria de graça.
Permaneci calada. Parte minha já esperava por algo ruim, então não foi um completo baque para mim.
— Você queria tanto saber mais sobre mim e aí está, no início foi um pouco difícil, mas agora é completamente perfeito e eu adoro isso. — Disse sorrindo.
— Não sei por que seria diferente do que eu já esperava, você quase me matou também. — Devo estar doente mesmo, colocar minha segurança em risco só por que gosto desse demente sociopata.
— Se aquilo não tivesse acontecido eu não teria você agora. — Ele tocou meu rosto me acariciando. — Eu não me arrependo de nada que fiz e faria de novo se isso fosse me trazer você. Eu faço o que você quiser.
Fechei meus olhos, por que nesse exato momento eu não conseguia manter meu olhar fixo ao seu? Seria o medo?
— Eu já disse uma vez e repito, que faria qualquer coisa para te ter e agora que tenho. — Jeff aproximou os lábios e sussurrou. — Farei qualquer coisa para te manter ao meu lado.
Era como uma confissão de amor obsessivo disfarçada em ameaça.
— Então esqueça o que já fez e não volte a fazer de novo. — Implorei. — Por favor, vamos viver normalmente.
— Não posso prometer isso. — Disse sério e firme.
— Não me peça para aceitar isso, é repulsivo.
— Repulsivo? — Repetiu irado. — Eles que são repulsivos, recorrem a alguém para fazer o trabalho sujo deles porque não tem coragem.
— E você é pior que eles. Jeff você age como um carrasco matando pessoas inocentes.
— Por que você tem de complicar tudo? Você conseguiu me irritar. — Jeff deu as costas rangendo os dentes.
— Não me dê as costas enquanto falo. — Meu sangue ferveu de ódio. — Vai dar as costas quando não gostar de algo que eu disser?
— Sim, pelo seu próprio bem. — Disse rude.
— Você disse que faria qualquer coisa por mim. — Agarrei seu braço. — Você mentiu quando disse isso?
Jeff parou.
— Eu não menti. — Ele se virou. — Mas não posso prometer fazer o que pediu, eu estaria mentindo pra você e pra mim tentando mudar algo que não posso, mas... prometo que não deixarei nada relacionado a isso afetar a gente. Isso eu posso prometer a você.
— Certo, vou confiar em você. — Minha voz parecia não querer sair.
Jeff suspirou parecendo um pouco aliviado. Voltei para a cozinha deixando ele sozinho, eu não queria continuar batendo na mesma tecla sabendo que não adiantaria. Jeff era como era e isso eu não sei se poderia mudar.
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