Rebekah Mikaelson

Apertei com mais força o pescoço da duplicata vadia e a empurrei novamente contra a parede fazendo sua cabeça bater contra a superfície dura.

—Onde tá sua sororidade? Não acredito que quer brigar por homem...—Katherine me provocou com ironia e a segurei pelos cabelos puxando até o meio da loja.

—Corta esse papo de "garotas sempre juntas", eu não dou a mínima se a sua atitude de vadia afeta a mulher do Kol, mas você mexeu com meu irmão e eu não vou deixar barato!—Empurrei a vampira para o chão e subi em cima dela a enforcando.

—Olha só...—Ela soltou uma risada esganiçada pela falta de ar.—A alguns minutos atrás eu esperava que Marcel estivesse no seu lugar.

Essa vadia falou isso mesmo?!

—Oh, isso vai ser divertido...—Kol assoviou como quem não quer nada e cruzou os braços com um sorriso lateral.

—Agora entendo porque você e a mulherzinha do meu irmão são tão amigas...—Desferi um tapa no rosto da duplicata que sangrou sob a força que usei.—As duas são farinha do mesmo saco.

—A culpa não é minha se vocês deixam sozinhos esses caras tão...—Antes que ela pudesse terminar a frase comecei a estapeala.

—Como pode ser tão vagabunda assim?!—Eu continuava batendo nela enquanto a mesma tentava me segurar, o que estava falhando miseravelmente em fazer.

—O QUE DIABOS TÁ ACONTECENDO AQUI?!—Davina entrou na loja desesperada e olhou incrédula para meu irmão.—Kol faz alguma coisa!

Continuei surrando a duplicata sem dó.

—Por que? É bem mais divertido ver as duas se matando.—Ele riu e a bruxinha revirou os olhos.

—Motus!—Ela proferiu e fui tirada de cima da duplicata por magia.

Levantei rapidamente sentindo meu coração palpitar de ódio, eu deveria ter batido mais nessa piranha.

—Agora será que dá pra me explicarem que auê é esse?—Davina pediu mais calma e Katherine se levantou num pulo.

—Qual a novidade? Katherine sendo uma vadia e se jogando em cima do meu namorado e do meu irmão!—Esbravejei e Davina lançou um olhar de reprovação para a duplicata.

—Sério, Katherine?—Dav soltou com ar de decepção e se voltou para Kol.—Sinto muito por ela.—A garota murmurou e voltou a encarar a Petrova com um olhar fulminante.

—Qual é!—A vampira revirou os olhos e foi para o outro cômodo da loja.

—De novo, me desculpem.—A bruxa Claire suspirou e se colocou do outro lado do balcão.—Então...no que posso ajudar?

—Eu vim buscar sálvia, você sabe...Elijah e Cami andam muito animados com o namoro.—Meu irmão soltou fazendo Davina arregalar os olhos e seu rosto se avermelhar no mesmo instante.

Numa de nossas "conversas de garotas" ela admitiu para Hellen e eu que nunca havia dado o próximo passo com Sebastian, que se mostrou muito compreensivo e está esperando o momento em que ela se sentir preparada.

—Você é tão pervertido, Kol!—Gargalhei enquanto ele dava de ombros com cara de paisagem.

—Pervertido é Elijah que não nos dá sossego uma só noite e Cami...com aquela cara de anjo nem parece que é a escandalosa que é.—Meu irmão rebateu com um pouco de revolta, mas um sorriso debochado no rosto.

—Okay, não tô afim de saber detalhes!—Davina o interrompeu desesperada entregando o pote cheio de sálvia para o mesmo.

—Obrigado.—Ele sorriu sarcástico e colocou o dinheiro sobre o balcão de abeto.—Eu vou indo.

—Ah, espere!—A bruxinha o chamou antes que pudesse ir em direção à saída.—Eu...eu já ia me esquecendo de entregar isso.

Davina deslizou um envelope sobre a mesa com letras de caligrafia douradas, Kol franziu o cenho e nos olhamos com a mesma expressão perplexo.

—Antes que perguntem algo, eu não tive tempo de avisar antes.—Ela se defendeu e a encarei sorrindo de felicidade.—A algumas semanas Sebastian fez o pedido e decidimos fazer uma festa de noivado.

O êxtase de felicidade amanava da bruxinha a minha frente, a tempos não a via sorrir como sorria no momento. O brilho tomava conta do olhar de Davina Claire, ela finalmente estava sendo alguém normal.

—Meus parabéns!—Soltei animada e peguei o convite das mãos de Kol.—É claro que nós vamos.

—Você é uma garota de sorte, Sebastian não é um cara qualquer.—Meu irmão disse e nós duas olhamos em sua direção.

—Ta querendo roubar meu noivo? Kol, Kol...—Ela se fingiu de brava, mas o tom de zombaria era notável.

—Fica esperta, Dav.—Ele piscou para ela.—Se eu piscar para Sebastian você fica sem noivo!

—Seu...—Ela procurou um xingamento e arremessou uma pelúcia que estava em cima do balcão na direção dele.—Vadio!

—Também te amo...—Ele provocou saindo em velocidade vampírica e nós duas caímos na gargalhada.

—Preciso ir, mas juro depois vamos nos encontrar pra você me contar tudooo!—Soltei animada e Davina sorriu.

—Mal posso esperar, eu tô tão animada.—Ela disse extasiada.

—Até logo.—Saí em velocidade vampírica e parei na entrada da loja.

Que repentino! Primeiro Hellen e Agora Davina está noiva?!

—Você enlouqueceu?!—Ouvi a voz furiosa de Davina com minha audição vampírica e franzi o cenho estranhando.

—Não enche, senhorita perfeitinha!—Katherine rebateu.

Até a voz dessa duplicata me enoja.

—Qual o seu problema?! Kol vai se casar com Hellen e Marcel e Rebekah se amam!—Ouvi Davina e o som de um baque soou.—Não aguenta ver as pessoas felizes por um segundo?

—Como se você fosse a inocência em pessoa...—A Petrova tinha um tom ameaçador na voz.

—Ao menos eu não me jogo nos braços de homens comprometidos.—Dav rebateu irritada.

—A regra é clara, se tem aliança no dedo é muito mais interessante.—A vadia disse com sarcasmo.

—Vou avisar apenas uma vez, Katherine...—A voz ameaçadora da bruxa fez-se única no cômodo.—Eu já cometi esse erro uma vez, mas percebi que Kol e Hellen nasceram pra ficar juntos e não vai ser você que vai separar os dois!

Nem terminei de escutar a conversa e segui meu rumo.

Davina, como ela evoluiu...era uma adolescente desesperada por atenção e agora finalmente se tornou uma mulher.

Camille O'Connell

Eu lia o sétimo ou oitavo diário de Elijah, eram tantos que eu já não fazia ideia.

—Elih deixou você ler os diários dele?—Hellen adentrou a sala com as sobrancelhas erguidas de surpresa.—Isso é novidade.

—Eu disse a ele que queria conhecer mais sobre o passado dele, então Elijah me entregou seus diários...—Desviei meu olhar fechando o caderno de capa de couro encarando a mulher a minha frente.

—Se considere de muita confiança, Elijah não deixa ninguém lê-los.—Ela sorriu e se sentou ao meu lado no sofá.—Posso te pedir algo?

—É claro que pode.—Sorri de volta.

—Se algum dia algo acontecer comigo, você poderia cuidar do meu filho?—Ela pediu me fazendo franzir o cenho.

—É, é claro que sim.—Estranhei o pedido, mas resolvi não contestar.

Talvez tenha a ver com os hormônios da gravidez, Hellen pode ter ficado um pouco mais paranóica.

—Obrigada.—Ela murmurou acariciando a barriga e encarando um ponto fixo do chão.

—Olha só, olha as titias ali.—Hayley falou com vozinha de criança e adentrou a sala com Hope nos braços apontando para nós duas.

—Oi coisa fofa!—Me levantei indo até a morena e pegando a bebê do seu colo a ajeitando no meu.—Titia Cami tá aqui...haa...—Ela balançou os bracinhos e ergui meu olhar para Hayley que sorriu com a situação.—E cadê o pai dela?

—Eu não faç...—Ela ia responder quando a porta da sala foi aberta bruscamente e Klaus apareceu.

—Falando de mim?—Ele abriu um sorriso torto e a criança se remexeu sorrindo ao escutar a voz do híbrido.

—Pa...pa...

Arregalamos os olhos e Klaus a tirou dos meus braços com brilho no olhar e um sorriso sincero.

—Ela...falou?—Hayley arqueou a sobrancelha.

—É claro que falou, ela falou papai!—Klaus soltou convencido e explodindo de felicidade enquanto brincava com Hope.

—Ela balbuciou, Klaus.—Hayley tomou a menina do colo do Híbrido.—Sua primeira palavra não é "papai", não é amor?

—Papa...—A menininha caiu na gargalhada e um olhar deprimente tomou a híbrida.

—Há! Eu disse.—Klaus zombou e Hayley revirou os olhos.—Aceite, amor, a primeira palavra da nossa filha é "Papai".

Hellen Mikaelson

Cami e eu apenas riamos de Klaus e Hayley discutindo e a híbrida tentando fazer Hope falar "mamãe".

—Eu ouvi risos? O que há de errado com nossa família?—Meu noivo adentrou a sala com um sorriso zombeteiro e fui até ele com velocidade vampírica o abraçando forte.—Também estava com saudades, querida.

—Quero torta de pêssego.—Pedi com um beicinho e ele sorriu acariciando minha bochecha.—E um desejo de grávida nunca deve ser negado.

—Está bem, eu consigo pra você.—Kol passou o braço ao redor do meu pescoço e beijou minha bochecha.—Mas, de verdade, o que tá acontecendo por aqui?

—Hope falou as primeiras palavras e...foi "papai".—Falei cautelosa e ele fez uma careta.

—Uhh, isso é ruim.—Kol murmurou e rimos.

—Daqui algum tempo vai ser o nosso.—Acariciei minha barriga e senti o bebê se mexer.—Calma, amor.—Murmurei para meu filho e ele parou de mexer tanto.

—Parece que nossa garotinha é obediente.—Ele levou a mão até minha barriga e senti um chute forte no local.—E pelo visto vai gostar de futebol.

Rimos e grudei nossos lábios dando um selinho demorado em Kol.

—Hãm...—Nik pigarreou e nos separamos percebendo que todos mantinham a atenção em nós.

—É mesmo, eu tenho um comunicado da Davina!—Meu namorado soltou se lembrando.

—Da Davina, o que foi?—Cami questionou com o cenho franzido.

—Ela tá bem?—Me preocupei e ele assentiu beijando minhas mãos para me passar tranquilidade.—Então o que é???—Indaguei eufórica.

—Davina me pediu para avisar que no final desse mês...—Ele fez suspense e mordi minha bochecha por dentro tentando conter minha ansiedade.—Vamos nos arrumar para a festa de noivado dela com Sebastian.

—O QUÊ?!—Cami, Hayley e eu soltamos unissono chocadas.

—E vamos de festa...—Kol balançou as mãos como se segurasse chocalhos me fazendo rir e revirar os olhos com sua criancice.