Hellen Mikaelson

Dei a última colherada no sorvete e deixei a colher sobre a mesa.

—Sério, muito obrigada!—Disse ao sorrir para Davina que já havia terminado seu sorvete a um tempo.

—Espero que tenha matado sua vontade.—Ela retribuiu o sorriso.

—Com certeza.—Um estalo se deu em minha memória.—Licença, você se importa se eu sair pra fazer uma ligação?

—Claro que não, pode ir.

Assenti e me levantei pegando meu celular na bolsa. Logo me afastei e disquei um número que a muito tempo não ligava.

—Atende.—Murmurei impaciente enquanto a chamada completava.—Atende.

—Alô?—A voz de uma das pessoas mais importantes pra mim ressoou através do telefone.—Hellen é você?

—Oi!—Respondi lembrando de dar sinal de vida.—Stefan, eu tava com saudades!

—Somos dois, nunca mais tive notícias suas.—Ele brincou e senti uma ponta de culpa me corroer.

—Foi mal, muita coisa aconteceu.—Estava quase roendo minhas unhas nervosa.—Então...preciso te contar algo.

—Finalmente terminou com o idiota original?—Ouvi a voz de Damon tomar a ligação.

—Não.—Rebati rindo e revirando os olhos.—Coloca no viva voz, quero que os dois ouçam.

—Okay, madame!—Damon respondeu e um tempo depois voltou.—Tudo certo, pode começar a fofocar!

—Idiota!—Ri e parei respirando fundo para tomar coragem.—Meninos, eu...

Como eu posso dizer que estou grávida?

—O que foi, El?—Stefan me chamou pelo apelido me fazendo quase encher meus olhos de lágrimas.

—Meninos, eu estou grávida!—Falei rápido e um silêncio perturbador se instalou.—Falem algo, por favor.

—CA-RAM-BA!—Damon disse pausadamente com um tom dramático.

—Como isso é possível?!—Se fosse chutar, diria que Stefan tinha o cenho franzido neste momento.

—E-eu...—Fiquei perdida, não havia uma resposta lógica para isso.—Não faço ideia.

—Quanto tempo faz?—Stefan questionou.

—Não me diga que é meu?—A voz assustada de Damon ecoou e gargalhei com aquela suposição.

—Como é?!

—Assunto pra outra hora, irmão.—Damon disse nervoso.—Mas por favor, diga que não é.

—Se acalma, claro que não é!—Soltei rindo incrédula.—Kol é o pai.

—Ufa!—Ele soltou o ar aliviado.

—Mas meus parabéns!—Stefan disse e podia apostar que havia um sorriso em seu rosto.—Você sempre me disse que se não fosse uma vampira seu sonho seria ser mãe, agora você pode, aproveite muito.

—Obrigada, Tef.—Falei segurando as lágrimas.—Eu queria muito que estivéssemos perto.

—Temos muito tempo, em breve nos encontramos e vamos matar nossa saudade.—Ele riu e meus olhos se encheram de mais lágrimas.

—Agora eu preciso desligar.—Soltei com a voz embargada.—Eu não quero chorar pelo telefone.—Ri secando antecipadamente minhas lágrimas.

—Tchau, bruxinha.—Damon falou com um tom zombeteiro.—Agora que vai ter um mini Kol, ou uma mini você, não se esqueça dos amigos.

—Pode deixar.—Ri.

—Boa sorte, El.—Stefan tomou a voz.—Conte sempre conosco, eu vou estar bem aqui quando você precisar!

—Obrigada, Tef!—Sorri.—Eu preciso ir, amo vocês meninos.

—Também te amamos, maluquinha!—Damon gritou me fazendo rir.

Desliguei e respirei fundo para tirar a cara de choro.

Que loucura, deu tudo certo!

Caminhei de volta até Davina, mas parei ao ver a duplicata sentada à mesa e apontando uma colher quebrada para o pescoço da bruxa mais nova.

—KitKat!—Corri até elas e a vampira tirou a mão do pescoço da garota se levantando para me abraçar.

—Olha só, se não é minha vampira favorita!—A duplicata me soltou do abraço e semicerrou os olhos me encarando.—Estava chorando?

—Não, na verdade...—Mordi meu lábio inferior sem graça.—Eu vou ser mãe.

—Uau!—Ela soltou perplexa.—Sua safada, não perdoou mesmo o Mikaelson caçula!

—Katherine!—A repreendi segurando o riso e apontando com o olhar para a Davina.

—Não disse nada demais.—Ela assoviou com ar de inocente.

—Mas o que você tá fazendo aqui? Por que não me avisou que vinha?—Soltei parecendo levemente desesperada.

—Acha mesmo que se eu avisasse Klaus não viria arrancar minha cabeça com as próprias mãos?—Ela soltou um riso anasalado com ar de sarcasmo.—Eu tenho amor nos meu longos quinhentos anos.

—Bem, isso é verdade.—Concordei e meu olhar caiu em Davina.—Nada de abrir a boca pro Klaus.

—Espera, deixa eu entender.—A bruxa mais nova disse levemente confusa.—Essa é Katherine Pierce, inimiga do Klaus. Vocês são amigas e ele não pode saber que ela está na cidade, é isso?

—Exatamente.—Kath disse já enraivecida cruzando os braços e revirando os olhos.—Vai calar a boca ou não vai?

—Calma, é claro que eu vou.—Dav disse erguendo as mãos em rendição.—Se você não gosta do Klaus, eu gosto de você. Sem ofensas Hellen.

—Ofensa nenhuma.—Dei de ombros rindo.

—Agora senta aí e me conta TUDO!—KitKat praticamente ordenou enquanto se sentava na cadeira ao meu lado.

Kol Mikaelson

Já era noite e Hellen ainda não havia voltado para casa, estava a um passo de surtar.

Se aquela vadia da Davina fez algo com a minha mulher...

Meus pensamentos foram interrompidos por duas vozes femininas que adentraram o quartel rindo. Fui até o pátio com velocidade vampírica e me deparei com Hellen e Davina com os braços cheios de sacolas e rindo.

—Muito obrigado pela consideração e por lembrar de me ligar pra avisar que tava bem!—Soltei ironicamente e a mesma lançou um olhar furioso para mim.

—Davina, será que você se importa se a gente continuar nossa conversa amanhã?—Ela perguntou gentilmente e a bruxinha assentiu.

—Tenha uma boa noite, você e o bebê.—Ela sorriu e as duas se abraçaram como se fossem boas amigas.

Esperamos Davina Claire sair e Hellen voltou um olhar de repreensão para mim.

—Podia ter dado sinal de vida.—Soltei como quem não quer nada.

—Eu tava bem!—Ela começou a se irritar.

—Eu sei que você é super poderosa, mas eu me preocupo com você...e com nosso filho.—Disse tudo suspirando no final e Hellen arqueou uma sobrancelha.

—Então finalmente caiu em si.—Ela falou com certa frieza.

—Querida, por favor! Eu sei que minha reação foi exagerada e eu voltaria no tempo e mudaria tudo se pudesse, mas não posso...—Respirei fundo antes de continuar.—Me perdoa por duvidar de você?

—Hum.—Ela fez uma cara pensativa que me deixou aflito, estava quase caindo de joelhos para implorar.—Tudo bem, mas da próxima vez que duvidar de mim eu vou embora sem deixar rastros e nunca mais vai me ver.

—Eu prometo, eu prometo, eu prometo.—Falei enquanto beijava o rosto dela e a abracei sentindo uma onda estranha me percorrer e meus olhos se encherem.—Eu vou ser pai...

—Peraí, cê tá chorando?—Hellen se separou de mim rindo e limpei meu rosto fechando a cara.

—É claro que não!—Cruzei os braços a encarando sério.

—Amor, tudo bem!—Ela riu e me abraçou.—Não te faz menos homem chorar, ainda mais quando é de felicidade.

—Eu te amo, amor.—Ri deixando as lágrimas transbordarem em meus olhos a abraçando mais forte.

Meu Deus, desculpa a demora pra atualizar!!

Eu juro que vou tentar ser mais rápida da próxima vez.

Mas e aí? O que vocês acham que vai acontecer no próximo capítulo???