Nova Orleans, a cidade do jazz. Um grande ponto turístico atraindo as pessoas com suas típicas comidas, músicas, danças e é claro...

O sobrenatural.

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Hellen Mikaelson

Três meses, três meses sem voltar pra casa e rodando o mundo atrás de informações sobre minha família biológica.

Não descobri muito sobre eles, mas descobri algo interessante sobre minha atual espécie. No clã Gemini, o clã do meu pai, alguns bruxos chamados de sifão nascem sem magia própria e podem sugar de outros objetos ou pessoas. Assim, quando transformados em vampiros, podem continuar usufruindo e praticando magia.

Esse não é bem o meu caso, sempre tive minha magia, mas quando Qtsya se tornou minha mentora para derrotar Silas ela não apenas nos ligou, mas também transferiu seus poderes para mim.

Eu sou uma herege, com os poderes de uma das bruxas mais poderosa do mundo. Aprendi a me controlar, a usar meus poderes corretamente e estou mais do que preparada pra voltar pra vida dos Mikaelson's.

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Adentrei o bar com a placa nomeada "Rousseau's" e me dirigi ao balcão onde uma bartender loira servia os clientes.

—Boa tarde, posso ajudar?—Ela questionou com um sorriso simpático e olhei para seu crachá de identificação antes de responder.

—Depende, pode me servir uma dose de Bourbon...Camille?—Disse com um sorriso lateral.

—Então, é nova na cidade?—Ela puxou assunto enquanto pegava o copo e abria a garrafa.

—Na verdade, já morei um tempo por aqui.—Soltei rindo comigo mesma.

—Estranho, nunca te vi por aqui.—Camille disse servindo o copo de Bourbon e me entregando.

—Digamos que faz bastante tempo desde que fui embora.—Peguei o copo encarando o líquido de uma maneira melancólica.

Comecei a bebericar o Bourbon me lembrando daquele tempo. Os vestidos, os bailes, os encontros às escondidas com Kol...

De repente me senti nostálgica.

—Só há um tipo de pessoa nessa cidade que bebe Bourbon durante o dia...—Um cara moreno, com um sorriso charmoso, disse aparecendo ao meu lado e mexendo em seu anel da luz do sol.

—Pois é.—Ergui minha mão balançando meus dedos para mostrar meu anel.

—Então, vamos aos pontos...—Ele disse tomando um postura séria ficando um pouco mais próximo.—Eu sou Marcel, o rei dessa cidade e todos devem seguir minhas regras.

Coloquei uma nota de cem dólares sobre o balcão e passei pelo vampiro sem dar muita importância.

—Aham, tá bom Marcel.—Soltei rindo em deboche e ele me lançou um olhar mortal.

—Estou falando sério, é melhor você não se tornar um problema pra mim.—Marcel me ameaçou andando em minha direção e segurando meu braço.—Ou então, eu vou ter que matar você.

—Você sabe quem sou?—Falei séria fazendo o sangue dele começar a ferver e as gotas de suor se acumularem em sua testa.—Sou Hellen Mikaelson e é melhor você não voltar a me ameaçar na minha cidade.

Ele me soltou rapidamente enxugando o suor e continuei o feitiço até que achei o recado suficiente e parei.

—Sua cidade?—Ele questionou com um sorriso sarcástico.—Guarde suas garras gatinha, agora essa cidade é minha.

—Não tente flertar comigo, sou comprometida.—Disse presunçosa e Marcel deu um sorriso sem graça.—E pra deixar claro, eu estive em Nova Orleans muito antes de você nascer.

Saí em velocidade vampírica e logo já estava na Bourbon Street caminhando calmamente.

Paralisei ao ver Kol andando do outro lado da rua e indo em direção à uma loja de discos.

—Ah meu Deus...—Sussurrei e um sorriso surgiu instintivamente em meus lábios.

Comecei a andar em sua direção, mas parei quando uma garota, não passava de 1,60, tinha cabelos castanhos e um olhar angelical, se aproximou dele com um sorriso.

—Olha só quem veio...—Ela disse se aproximando e o abraçando de lado.

—Quando eu faço uma promessa eu cumpro, senhorita Claire.—Kol passou seu braço por cima do ombro da garota e eles entraram na loja.

Espera, eu entendi errado, não entendi?

Kol não faria isso comigo, foram apenas três meses longe...

—Observando a paisagem?—Ouvi a voz feminina que mais ansiava escutar e me virei vendo a loira ao meu lado.

—Bekah!—A abracei apertado e depois de alguns minutos soltei a vampira.

—Foram longos três meses sem você mocinha, Kol está praticamente subindo pelas paredes.—Ela brincou e olhei para baixo mexendo minhas mãos meio desconfortável.—O que foi? O que aconteceu dessa vez?

—Acabei de vê-lo...—Ergui meus olhos que ameaçavam lacrimejar em direção à loira.—Ele parecia bem ocupado com aquela pirralha.

—Espera, está falando da...—Sua expressão de confusão deu lugar a uma risada.—Oh, por favor meu bem! Davina e Kol não passam de ótimos amigos.

—Espera, o quê?—Soltei balançando minha cabeça levemente confusa.

O jeito que ela olhou pra ele, não me engana...

—Kol e a bruxinha se tornaram muito amigos desde que ela veio morar conosco no quartel, ou melhor, depois que Nik a obrigou a vir para o quartel.—Rebekah disse com uma expressão tranquila e entrelaçou nossos braços.

—Nos falamos quase todas as noites por telefone, ele nunca falou sobre ela.—Falei ainda um pouco atordoada.

—Sabe como é meu irmão, não se atenta aos detalhes.—Ela disse me puxando para longe da loja.—Eu sei que você quer vê-lo agora e matar toda a saudade, mas dessa vez vou te roubar a atenção antes.

—Então, fiquei sabendo que Klaus vai ser pai...—Puxei assunto enquanto andávamos aleatoriamente pelas ruas.

—Sim, você vai adorar conhecer a mamãe lobisomem.—Bekah soltou com uma ponta de sarcasmo.

—Sinto muito, eu sei que esse é um dos seus sonhos.—Dei um sorriso triste em sua direção.

—Tudo bem.—Ela suspirou e colocou um sorriso no rosto.—Sempre serei vampira e esse é um sonho inalcançável, vida que segue!

—Mas me conte, o que foi que eu perdi?—Questionei e ela riu.

—Meu bem, muita coisa aconteceu...

Durante a tarde toda Rebekah me ocupou, praticamente me fez comprar um guarda-roupa novo.

Ela me contou sobre algumas coisas, Klaus agora quer assumir a paternidade e está decidido a tomar a cidade das mãos de Marcel, o vampiro que conheci mais cedo.

Hayley, a lobisomem grávida tem se interessado por Elijah, mas nenhum dos dois admitiu isso ainda.

E Kol, ele se aproximou de Davina pra suprir minha ausência, eles nunca passaram de bons amigos, assim diz Rebekah, mas o brilho no olhar da garota mais cedo me faz acreditar que ela não o enxerga apenas como amigo.

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Já era oito da noite e Rebekah havia organizado um jantar com toda a família, mas não contou a ninguém que eu estava de volta.

Parei em frente ao Quartel Francês e hesitei antes de adentrar o complexo, mas tomei coragem e segui meu caminho. Já podia ouvir as vozes deles conversando durante o jantar, até que para a família Mikaelson tudo estava bem calmo.

Respirei fundo colocando um sorriso lateral no rosto e abri as portas com magia entrando no pátio onde todos estavam reunidos.

—Olá, família!—Soltei fazendo todos, menos Bekah, me encararem surpresos.