⚜️ 3×20
—Vamos lá, o gato comeu a língua de vocês?—Klaus soltou com sarcasmo pegando a caixinha e a abrindo.—É um belo par de alianças.
—Não sei o que é isso, muito menos de quem seja.—Saiu da minha boca instintivamente e ele jogou a caixinha sobre a mesa.
—Engraçado.—Klaus deu um riso anasalado.—Porque eu a encontrei bem no seu quarto.
Permaneci calada e meus olhos caíram em Kol que observava tudo com uma expressão indecifrável.
A decepção estampada em seus olhos fez um incomodo me invadir e minha consciência pesar.
Não dá mais pra mentir, as coisas podem ficar ainda piores.
—É.—Minha voz saiu mais baixa e trêmula do que eu imaginava.—Isso é meu.
—Vocês acharam mesmo que me enganariam de novo?—Meu pai questionou rindo.
—Bem...não precisa se preocupar ou surtar, Nik.—Kol se levantou impulsivamente.—Hellen e eu não estamos mais juntos.
Klaus revirou os olhos e quando Kol ameaçou sair do lugar foi surpreendido com o híbrido parando em sua frente com velocidade vampírica.
—Senta aí.—Klaus ordenou baixo e empurrou Kol novamente para a cadeira me deixando perplexa.
—Como é?—Questionei confusa e Klaus se virou com um sorriso esperto no rosto.
—Eu sei muito bem que os dois estavam juntos desde o momento em que se reencontraram, só um cego não veria.—Ele disse caminhando calmamente até a ponta da mesa.
—Sabia? E não disse nada?—Kol questionou no mesmo tom de confusão que eu e Klaus deu de ombros.
—Quem é você e o que fez com Klaus Mikaelson?—Indaguei erguendo as sobrancelhas e ele riu.
—Por favor, eu errei com os dois uma vez, não vou fazer de novo.—Meu pai pegou algo no bolso da calça e colocou sobre a mesa. Logo reconheci o papel.
A carta...
—Não é novidade nenhuma que eu já deveria ter entregue essa carta a você, irmão.
Kol pegou a carta ainda hesitante com a situação e começou a lê-la com os olhos.
Fiquei paralisada, era como se não conseguisse mexer nenhum dos meus músculos.
Kol Mikaelson
Querido Kol,
Provavelmente já se passaram anos, mas tudo bem, nós temos a eternidade. Eu peço que me perdoe, eu fui fraca e não aguentei o peso dos meus atos e palavras.
Eu deveria persistir, mas eu não consigo sem você aqui. Não, é impossível que eu possa continuar fingindo que nada aconteceu.
Quando Klaus decidir tirar sua adaga e você acordar venha me procurar amor. Eu vou estar te esperando, leve o tempo que for.
Saiba que eu te amo.
Com amor, sua Hellen.
Ao terminar de ler minha respiração oscilava e meus olhos ameaçaram se encher de lágrimas.
—Como pôde, Nik?—Tirei meus olhos da carta furioso vendo meu irmão me direcionar um olhar culpado.—Se não fosse por você, Hellen e eu nunca teríamos nos separado!
—Isso não vem ao caso.—Klaus disse sério e bateu as mãos na mesa em irritação.—O que mais me perturba é saber que mesmo depois de tantos anos separados os dois ainda se amam da mesma forma, mas agora parecem duas crianças choronas que não sabem lidar com uma situação difícil!
Abri minha boca para contestar, mas ele me impediu apontando o dedo em minha direção.
—Você, irmão!—Nik bufou irritado.—Lutou tanto pela garota e agora vai deixá-la assim? De mão beijada?
—Tá falando sério?!—Rebati nitidamente irritado pela bipolaridade do meu irmão.
—CALADO!—Nik berrou me fazendo bufar e se virou na direção de Hellen.—E você, mocinha? Quando é que você ficou tão covarde desse jeito?
—Como?—Hellen soltou ofendida.
—Por favor, cadê a honestidade que você tanto me cobrava?!—Klaus soltou sarcástico.—Você foi criada como uma Mikaelson, não tem porque agir como uma menininha medrosa!
—Nik, qual é o seu problema?!—Me levantei revoltado.—Da última vez me colocou no caixão e agora tá passando sermão por mentirmos pra você? Qual é a droga da lógica disso?!
—Eu não me importo se vocês estão juntos.—Meu irmão abaixou o tom de voz se acalmando.—Se não consigo manter os dois longe um do outro, o que me resta se não aceitar?
—Você é extremamente bipolar.—Hellen declarou pressionando as têmporas numa tentativa de se acalmar.
—Me chamem de bipolar, maluco ou qualquer outra coisa, mas não saímos dessa mesa até que os dois estejam resolvidos.—Nik avisou sério e meu olhar encontrou Hellen que mantinha o olhar baixo.—Então...quem vai falar primeiro?
—Tá bem!—Ela suspirou derrotada e me olhou mordendo o lábio inferior.—Me desculpe, Kol. Eu fui tola, tive medo do que Klaus poderia fazer e me deixei levar pelo passado. Eu nunca quis que nos afastassemos.
Um sorriso surgiu em meus lábios, eu só queria tomá-la em meus braços e nunca mais soltar.
—Eu também não fui santo, não devia ter te pressionado para contar ao meu irmão sobre nós.—Declarei culpado e ela sorriu em confirmação para mim.
—Ótimo!—Klaus se pronunciou com um sorriso satisfeito.—Eu não tenho problemas com isso, os dois se resolveram e agora podemos voltar a nossa vida disfuncional e feliz.
—Realmente está falando sério?—Hellen sorriu olhando desacreditada para meu irmão.
—Eu só quero paz pra nossa família.—Nik disse abrindo um sorriso.—Sejam felizes.
Hellen
Me levantei e abracei Klaus em velocidade vampírica sentido meus olhos ficarem marejados.
—Chega de enganar.—Murmurei saindo do abraço dele e percebi que os olhos do meu pai também tinham lágrimas quase imperceptíveis.
—Nada de mentiras, filha.—Ele sorriu.
Me afastei dele indo em direção à Kol que engoliu seco e me encarou hesitante.
—Desculpa.—Pedi e ele segurou minha mão abrindo um sorriso reconfortante.
—Tudo bem, querida.—Kol disse calmo e me puxou delicadamente para um abraço apertado.—Eu te amo.
—Eu também te amo.—Sussurrei de volta afundando minha cabeça em seu peito.
—Missão cumprida, então, boa noite.—Meu pai subiu as escadas rindo.
Me separei de Kol o encarando perplexa, mas assim que Klaus alcançou o topo da escada começamos a rir.
—Ah meu Deus, eu não acredito que ele sabia esse tempo todo!—Falei desacreditada enquanto controlava meu riso.
—Nik sempre surpreendendo.—Kol segurou minha cintura com uma das mãos e com a outra envolveu meu rosto olhando em meus olhos.—Eu prometo que nunca mais vou te deixar, Hellen!
—Serei sua por toda a eternidade, meu amor.—Falei arrancando um sorriso de Kol e ele aproximou nossos rostos colando nossos lábios em um beijo calmo.
Meus braços se entrelaçaram em volta do pescoço de Kol e nossas línguas travaram uma batalha constante em nossas bocas. Paramos o beijo por falta de ar, mas nossas testas ainda continuaram coladas.
—Kol...—Sussurrei fazendo-o me encarar.—Dorme comigo essa noite?
—É claro, amor.—Ele desgrudou nossas testas depositando um beijo na mesma.—Tudo o que você quiser.
Sorri sentindo minhas bochechas esquentarem. Fui surpreendida por Kol passando o braço por baixo das minhas pernas e me levantando do chão me fazendo agarrar seu pescoço desesperada.
—Kol, ficou doido?!—Gritei enquanto ele ria me segurando estilo noiva em seus braços.
—Eu nunca disse que era normal, querida.—Ele zombou subindo as escadas em velocidade vampírica e em um piscar de olhos estávamos em meu quarto.
Desci do colo de Kol desprendendo meu cabelo e me joguei na cama.
—Finalmente, minha cama!—Resmunguei sentindo o cansaço do dia longo me invadir.
Observei atentamente Kol se livrar de sua camiseta ficando apenas com sua calça de moletom cinza e o sono praticamente gritava em mim.
Fechei os olhos por alguns minutos até sentir a cama se afundar ao meu lado e os braços de Kol me envolverem. Me virei abrindo os olhos e o olhando com um sorriso bobo.
—Boa noite, amor.—Sussurrei dando um selinho demorado nele.
—Boa noite, minha querida.—Ele sussurrou de volta me trazendo para mais perto e afundei minha cabeça em seu peito me permitindo pegar no sono ouvindo seus batimentos calmos.
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