Hellen

Passei pela porta de entrada da mansão Mikaelson passando o olho pelo local à procura de Klaus.

—Sentiu saudades?—Kol questionou com um sorriso sarcástico e me virei para olhá-lo com uma expressão séria.

—Não se sinta especial, eu vim para falar com Klaus.—Declarei simples e ele fechou seu sorriso.

—Resolveu aceitar o acordo de paz?—Ele questionou andando em minha direção.—Pois eu acho uma burrice.

—Não me importo com o que você pensa, afinal, é a pessoa mais irrelevante para mim agora.—Abri um sorrisinho vitorioso ao ver a expressão de raiva tomar a face de Kol.—Ah, querido, não fique assim!—Soltei num tom sarcástico.—Eu sei que a realidade é dura, mas o mundo não gira em torno de você.

—Me diga, foi legal ser ignorada por Damon quando a duplicata apareceu?—Ele tentou provocar, mas somente conseguiu me arrancar um riso anasalado de deboche.

—Por favor!—Soltei o encarando.—Damon e eu não temos nada sentimental um pelo outro, não somos um casal.

—E isso é ótimo!—Klaus adentrou a sala com um sorriso divertido no rosto e nossas cabeças viraram compassadamente em direção ao Híbrido.—Me desculpe a demora, meu bem. Estava cuidando de uns assuntos importantes.

—Tudo bem, não me importei em esperar um pouco.—Abri um sorriso falso para Kol e me voltei para Klaus.—Só me diga onde fica meu quarto.

Abri um sorriso para Klaus que foi correspondido e a expressão de choque e desespero tomava o rosto de Kol.

—Isso é algum tipo de brincadeira?!—Ele questionou exasperado. Klaus e eu lançamos o mesmo olhar de inocência para Kol.

—Não seja um sem educação, irmão.—Nik disse num tom zombeteiro.—Hellen e eu decidimos virar a página e apagar os rancores do passado, ela está se mudando permanentemente para nossa humilde casa.

—Você não faria isso, Nik.—Kol semicerrou os olhos e cerrou os punhos irritado.

—Não só fez, como me garantiu que teríamos paz...querido.—Disse num tom irônico fazendo-o cerrar mais ainda os punhos.—Vai ser ótimo ter a família reunida, não?

Kol bufou exalando toda a sua raiva e passou por mim pisando firme.

—É...—Klaus me olhou com um sorriso de canto.—Foi melhor do que eu imaginava.

—Mas me diga, onde posso colocar minha mala?—Falei olhando para a mesma e os lábios de Klaus se contorceram em uma careta.

—Como você sabe a casa ainda está com a reforma em andamento...—Ele disse pegando a mala e entregando para um cara aleatório que passou por nós.—Leve isso para o quarto de minha irmã.

—Sim, senhor.—O cara obedeceu e saiu.

—O que são? Sua nova criadagem?—Questionei olhando na direção dos homens e mulheres que transitavam levando e trazendo coisas.

—São meus híbridos.—Ele disse simples.—São totalmente leais à mim.

—Então se você mandar latir, eles latem? Interessante.—Falei e cruzei meus braços voltando meu olhar para Klaus.

—Bem, como eu dizia a casa ainda está em reforma e Rebekah está em seu apartamento, o que significa que pode ficar com o quarto dela enquanto o seu não fica pronto.—Klaus concluiu me encarando.

—Está b...—Estava concordando quando fomos interrompidos por uma cabeleira loira adentrando o cômodo.

—Problemas no paraíso, quero reinvindicar meu quarto!—Rebekah disse com várias malas em mãos e sendo seguida de alguns dos híbridos de Klaus com várias outras malas.

—Está brincando?—Klaus questionou irritado.

Rebekah direcionou seu olhar para mim e um sorriso se abriu em seus lábios.

—Hellen!—Ela largou as malas e veio em minha direção em velocidade vampírica para me abraçar.

—Bekah!—A abracei de volta bem apertado.

—Sinto que estou sobrando aqui.—Klaus cantarolou e foi em direção à porta.

—Onde vai?—Questionei saindo do abraço de Rebekah e ele abriu um sorriso.

—Ter uma conversinha com o clã dos Gilbert.—Ele saiu me deixando com uma expressão confusa.

O que Klaus quer com Jeremy e Elena?

—Hellen.—Rebekah me chamou estalando os dedos na frente do meu rosto.—O que deu em você?

—D-desculpe, Bekah.—Voltei a prestar atenção nela.—Mas acho que algo muito ruim está pra acontecer.

A sensação de perigo aumentava a cada segundo e Bekah me encarou confusa.

—Não há nada de errado, fique tranquila.—Ela tentou me acalmar e entrelaçou nossos braços com um sorriso.—Vamos, temos trezentos anos de assunto para pôr em dia!

—Você não imagina quanto!—Ri subindo com ela as escadas.

Kol Mikaelson

Ouvi as duas cobrinhas rindo e conversando futilidades de garotas.

Isso é irritantemente familiar!

Peguei meus fones de ouvido e saí procurando pelo meu celular. Revirei meu quarto, mas nada do aparelho. Então me rendi a pior decisão da minha vida, fui até o quarto de Rebekah e bati na porta.

—O que quer?—Minha irmã questionou ríspida quase me expulsando dali.

—Viu meu celular por acaso?—Passei a mão em meu rosto já sem paciência.

—Por que eu veria? Não sou babá de ninguém.—Ela deu de ombros e bateu a porta na minha cara.

—Muito gentil, Bekah! Obrigada!—Gritei irônico e segui meu caminho à procura da maldita caixinha de tecnologia.

Desci as escadas rapidamente e me deparei com Tyler Lockwood carregando uma caixa em direção ao cômodo que estava sendo reformado.

—Lockwood!—O chamei e ele se virou para mim ainda com a caixa em mãos.—Viu um celular jogado por aí?

—Não.—Ele voltou a levar a caixa e depois se virou novamente.—Na verdade, acho que vi um telefone na cozinha.

—Valeu, amigo!—Sem mais me virei e fui para a cozinha.

Passei meus olhos pelo local e finalmente achei o bendito celular em cima da bancada.

—Você se esconde bem.—Murmurei conectando o fone no celular e colocando numa playlist aleatória.

Saí de casa em velocidade vampírica antes que alguém decidisse me atrapalhar e comecei a caminhar pela cidade.

Mystic Falls é uma cidadezinha bonita.

Uma música com um ritmo lento começou a ressoar em meus fones e prestei atenção na letra enquanto andava sem rumo pela cidade.

A mesma cama, mas ela parece um pouco maior agora
Nossa canção no rádio, mas ela não soa como antes
Quando nossos amigos falam sobre você, tudo isso só me deixa mal
Porque meu coração se parte um pouco quando ouço seu nome
E tudo soa como, uh, uh, uh, uh, uh

Hmm, jovem demais, tolo demais para perceber
Que eu deveria ter lhe comprado flores e segurado sua mão
Deveria ter lhe dado todas as minhas horas quando eu tive a chance
Ter levado você a todas as festas, porque tudo o que você queria fazer era dançar
Agora minha garota está dançando, mas está dançando com um outro homem

Meu orgulho, meu ego, minhas necessidades e meu jeito egoísta
Fizeram com que uma mulher boa e forte como você saísse da minha vida
Agora eu nunca, nunca conseguirei limpar a confusão que eu fiz, oh
E isso me assombra toda vez em que fecho meus olhos
Tudo isso soa como, uh, uh, uh, uh, uh