Hellen

Eu estava paralisada, todas as lembranças vieram em minha mente. Tanto as boas, quanto as ruins.

Eu queria ir pra cima do Klaus, socá-lo com toda a raiva que guardei e ferí-lo como ele me feriu. Mas me contentei em dar as costas e sair pisando forte em direção à saída.

—Hellen!—Escutei Damon me chamar e ouvi passos apressados atrás de mim.

—O que deu nela?—Jeremy questionou.

—Deixem os adultos cuidarem disso, você tem um bar cheio de vampiros para matar.—A voz de Klaus ecoou me seguindo.

Entrei no carro o mais rápido possível e o tranquei por dentro enquanto Damon e Klaus paravam em frente à ele.

—Hellen, fala comigo!—O Salvatore resmungou com ar de preocupação e impaciência.—Vai me dizer como se conhecem?

Respirei fundo fechando meus olhos e tentando me imaginar em outro lugar.

Me diz que é um pesadelo, apenas um pesadelo!

—Hellen!—Klaus finalmente disse algo em voz alta.—Saia desse carro agora!—Ele disse num tom autoritário que me faria obedecê-lo a três séculos atrás, mas hoje não.

—Me deixe em paz!—Liguei o carro e os faróis se acenderam cegando-os por um milésimo de segundo.

—Não seja criança!—Ele se recuperou tapando a luz em seus olhos e forçando a vista para me enxergar.—Precisamos conversar e você sabe bem disso!

—Eu avisei.—Falei um pouco mais baixo e acelerei em direção aos dois na minha frente.

Eles saíram em velocidade vampírica um para cada lado afim de desviarem do veículo.

Parei por um segundo ao ver que os dois haviam sumido. Encostei minha cabeça no volante e lágrimas raivosas insistiam em cair enquanto eu dava socos e tapas pelo painel.

Filho da puta, sempre tem que aparecer pra estragar minha vida!

Enxuguei minhas lágrimas insistentes e ouvi batidinhas no vidro do carro. Levantei meus olhos vendo que era somente Damon, Jeremy e o loiro já não estavam mais ali e Klaus parecia ter evaporado.

—Abre.—Ele pediu baixinho e me rendi, abri a porta.—O que foi? Conversa comigo, tigresa.—Damon afagou meus cabelos me chamando pelo apelido "carinhoso" que ele inventou para mim.

—D, não quero falar sobre isso agora.—Falei com a voz levemente rouca por causa do choro.—Mas onde estão Matt e Jeremy?

—Esse é o nosso atual problema de muitos.—Ele disse um pouco hesitante.—Klaus colocou seus recém vampiros atrás do zagueiro.

—Precisam tirá-lo daqui antes que...—Estava falando até sentir o cheiro de sangue.—Oh, droga!

—Será que esses moleques não sabem fazer algo sem sangrar?!—Damon reclamou chutando um monte de folhas.—Burros, idiotas, imbecis, estúpidos!

—Se acalma.—Falei saindo do carro e indo até ele.—Se Jeremy tem que matar vampiros, ele vai matar!

Soltei decidida e Damon me encarou hesitante.

—Qual é! Não é hora de ser um fracote!—O repreendi.—Cadê o Damon que dizimava vilas e vilas comigo e com Stefan?

—Esse cara cansou de bancar o vilão.—Ele deu de ombros e o olhei desacreditada.

—Qual é o nome dela?—Questionei dando um sorrisinho malicioso e ele juntou as sobrancelhas.

—O quê?

—Eu sei que tem a ver com mulher.—Ri dando uns tapinhas no ombro dele e indo em direção ao bar.—Eu te conheço Damon Salvatore!

Andamos procurando Jeremy e Matt por todos os cantos, nos encontramos e o loiro estava com uma mordida no pescoço que sangrava muito.

Jeremy e Matt foram para uma tal casa do lago, enquanto Damon e eu ficamos para atrasar alguns vampiros.

—Por que nunca me disse que você conhecia o Klaus?!—Damon questionou enquanto arrancava o coração de um dos vampiros.

—Não é hora pra isso!—Respondi desviando do golpe de um outro vampiro.

—E quando vai ser? Ultimamente matar vampiros tem sido uma rotina bem habitual.—Ele soltou sarcástico pegando um galho e enfiando no coração de um vampiro que o atacou.

—Tá!—Revirei os olhos e depois de checar se estávamos livres dos nossos amiguinhos sanguessugas me aproximei de Damon.—É o seguinte...Klaus matou minha família, uma família de bruxas, e me criou. Klaus foi como um pai pra mim, até que...

Parei de falar sentindo meus olhos se encherem e desviei o olhar para um ponto qualquer.

—Até que ele matou alguém que você amava e você nunca mais o viu com os mesmos olhos, estou certo?—Damon disse com cara de "sinto muito".

—É...quase isso.—Murmurei enxugando qualquer lágrima que ameaçasse cair e respirei fundo me voltando para o Salvatore em minha frente.—Não vamos perder tempo com bobagens do passado, vamos até seu caçador e o amigo loiro gato dele.

—O Donovan?—Ele fez uma careta de nojo.—Você realmente precisa rever seus conceitos de beleza!

—O que? Ele é pegável.—Dei de ombros rindo e Damon balançou a cabeça negativamente.

—Não deixe Rebekah te escutar.—Ele disse dando um sorriso sarcástico.

Rebekah...então ela também está aqui...

—Ora, não seja ciumento...—Passei minha mão por seu maxilar com um sorriso provocativo.—Nós dois combinamos que não teríamos sentimentos um pelo outro.

—Fique tranquila.—Ele agarrou minha mão com velocidade vampírica e um sorrisinho de canto.—Nosso acordo ainda está de pé.

Nos encaramos por alguns segundos tão perto um do outro que podíamos sentir nossas respirações.

Damon avançou o sinal atacando meus lábios enquanto segurava minhas coxas dando impulso para que eu pudesse enrolar minhas pernas em sua cintura. Minhas mãos tateavam por seu corpo afim de arrancar sua jaqueta, ele se afastou por um segundo se livrando da camiseta preta enquanto eu me livrava da minha e voltamos a nos beijar freneticamente.

—Acho que Matt e Jeremy vão ficar preocupados com nossa demora.—Falei sentindo minha respiração oscilar enquanto Damon descia os beijos para meu pescoço.

—Eles podem esperar mais um pouco.—Ele disse contra a minha pele me fazendo arrepiar e voltou a me beijar.

—Você não presta, Salvatore!—Disse rindo enquanto o empurrava em direção a uma árvore.

—Você muito menos, Stevens.—Ele riu me puxando para mais perto.