Rebekah Mikaelson

Caminhava pelo corredor à procura de Hellen. Vi que Monique entrou em casa, mas Hellen não, então resolvi procurá-la.

Avistei meu irmão vindo na direção oposta à minha com um sorriso idiota no rosto.

—Kol.—O cumprimentei ao passar por ele, mas voltei em sua direção com o cenho franzido.—O que aprontou?

—Qual é! Por que pensa que aprontei algo?—Ele revirou os olhos sem tirar o sorriso do rosto.

—Porque há felicidade demais em você, e só fica assim quando está aprontando algo.—Semicerrei os olhos o encarando desconfiada.—O que fez?

—O dia só está sendo bom, maninha.—Ele riu.—Desencana!

Kol continuou andando e segui meu caminho até o quarto de Hellen.

—Com licença!—Anunciei que estava entrando e me deparei com Hellen jogada na cama encarando o teto.—Tudo bem?

—Ah, oi Rebekah!—Ela se sentou na cama e abriu um sorriso se virando para mim.

—Então...como foi o passeio?—Perguntei animada e ela desfez seu sorriso automaticamente.

—Pierre não apareceu.—Ela soltou bufando.—Não que tivesse gosto de que ele fosse, mas foi nojento ter que escutar Monique se jogar em Kol a cada dez minutos.

—Eu sinto muito, deve ter sido torturante.—Fiz uma careta e Hellen riu.

—Você não imagina o quanto!—Ela se afastou me dando espaço para me deitar ao seu lado.

Me joguei na cama e me virei de lado olhando para Hellen, seu coração batia descompassado.

—Seu coração está acelerado, está bem?—Perguntei sorrindo.

—Uh...sim, só estou feliz por finalmente estarmos realmente estáveis em um lugar.—Ela sorriu se virando para mim também com um sorriso.—Finalmente temos um lar para chamar de nosso.

—Sim, querida.—Alarguei meu sorriso.—Estou feliz também.

—Sabe, estava contando os dias e...em dois dias é meu aniversário.—Ela disse animada e se sentou.

—Tantas coisas aconteceram e nem aproveitou seus dezesseis anos.—Olhei com tristeza para ela sentando-me também.

—Eu ainda tenho vocês, valeu a pena.—Hellen me abraçou.

—Nunca conseguiremos retribuir tudo o que fez.—Afaguei seu cabelo e nos afastamos.

—Nunca me abandonando já é um bom começo.—Ela brincou.

—Não vai se livrar de nós tão cedo...—Brinquei também.

Elijah Mikaelson

Eu lia concentrado Romeu e Julieta, quando senti a presença de mais alguém na biblioteca e ergui meus olhos me deparando com a ruiva em minha frente.

—Monique.—A cumprimentei fazendo-a sorrir sem graça.

—Oi, Elijah.—Ela arrumou a postura.—Desculpe-me por interromper sua leitura.

—Tudo bem.—Assenti abrindo um sorrindo e fechando o livro.

—Estava lendo Shakespeare?—Monique olhou para a capa do livro e seus olhos brilharam.

—"O amor procura o amor como o estudante que para a escola corre: num instante."—Citei uma frase da obra e ela abriu um sorriso.

—"Mas, ao se afastar dele, o amor parece que se transforma em colegial refece."—Ela completou me fazendo abrir um sorriso.

—Muito bem, senhorita Gerard.—Dei espaço para que ela viesse a se sentar ao meu lado.—Em que posso ajudá-la?

—Agora que já provei-te que não penso apenas em adornos e vestidos, será que poderias ajudar-me a escrever algo?—Monique se sentou ao meu lado.—Mais especificamente uma carta de amor.

—Posso saber por que pensa que eu seria de grande ajuda nesse assunto?—Perguntei curioso.

—É notável sua classe, senhor Mikaelson, tenho certeza que pode me ajudar a escrever belas palavras em uma carta.—Ela sorriu inocentemente.

—Está bem, acho que posso tentar.—Sorri.

Niklaus Mikaelson

Kol e eu bebiamos uma garrafa de bourbon cada um enquanto liamos em silêncio.

—O que é isso? Clube do livro?—Rebekah adentrou a sala parando com as mãos na cintura.

—Não sei se você conhece irmãzinha, mas se chama "sossego". Deveria tentar.—Soltei com deboche sem tirar os olhos do livro, mas sabia que Rebekah havia revirado os olhos.

—Ler edifica a mente, Bekah.—Kol disse no mesmo tom de deboche.

—São dois ridículos!—Ela arrancou os livros de nossas mãos e a encaramos confusos.—Prestem atenção seus dois imbecis, o aniversário de Hellen é em dois dias e precisamos fazer com que seja a melhor festa já vista!

—Eu sei Rebekah, eu sou o pai dela.—Revirei meus olhos e ela me olhou com tédio.—Ou quase isso.

—Depois de tudo que fez por nós ela merece algo grandioso, algo digno de uma princesa!—Ela soltou animada e suspirei abrindo um sorriso.

—Tem razão, irmã.—Me levantei da poltrona decidido.—Vou "convencer" o governador de que ele precisa fazer a melhor festa de todas.

—Eu ajudo, Nik!—Kol se levantou rapidamente e Rebekah negou com a cabeça.

—Não, não, não.—Ela empurrou Kol novamente na poltrona.—Não confio em você para decidir a decoração e outras coisas sobre o aniversário de uma garota.

—Ótimo, menos trabalho para mim.—Ele soltou sarcástico.

—Você vai ser a distração.—Ela abriu um sorriso maligno e um olhar de desespero surgiu em Kol.—Faça o que sabe fazer de melhor, irrite-a e a mantenha ocupada. Só não seja um idiota, não queremos que no final do dia ela te odeie...mais.

—Inspirador, maninha.—Kol sorriu falso.—Mas não, obrigado!

—Não estamos abertos à discussões, irmão.—Disse num tom autoritário e ele bufou irritado.

—Que seja!—Ele se levantou.—Mas se ela botar fogo em mim eu não me responsabilizo por danos à bruxinha!

—Idiota.—Rebekah murmurou enquanto Kol saía da sala batendo a porta.

Rebekah Mikaelson

Kol bateu a porta e me virei para Nik.

—Então, estamos de acordo que eu organize a festa?—Perguntei.

—Deixe-me adivinhar, um baile?—Ele abriu um sorriso sarcástico.

—Sabe que são meus preferidos!—Defendi e Nik riu.

—Está bem, irmãzinha, você venceu!—Ele declarou e abri um sorriso animado.

Ouvimos algumas batidas na porta e ela sendo aberta logo após.

—Espero não incomodar.—O governador adentrou a sala e lancei um jar significativo para Nik.

—Nunca incomoda, Senhor Gerard!—Meu irmão soltou.

—Deixe que falo com ele.—Murmurei apenas para Klaus me ouvir e ele assentiu.

—Mas infelizmente tenho que deixá-los no momento.—Nik fingiu um olhar culpado para o governador.—Tenho que encontrar minha filha, o senhor sabe, adolescentes sabem se esconder como ninguém.

Eles riram por um momento e meu irmão se despediu novamente saindo pela porta.

—Então, somos apenas nós dois senhorita Mikaelson.—O governador me olhou com certa malícia e arqueei uma sobrancelha.

—Bem...não sei se o senhor sabe, mas minha sobrinha faz aniversário em dois dias.—Soltei como quem não quer nada enquanto ele se aproximava.

—Interessante, como posso ajudar?—Gerard parou bem perto e senti vontade de revirar os olhos, mas me contive.

—Seja um bom anfitrião e faça um baile de máscaras acontecer, isso nos deixaria muito felizes e faria bem para sua imagem.—O compeli e ele assentiu.

—Seria uma honra se o baile de aniversário de Hellen acontecesse em minha casa...—Ele disse com um olhar vazio.

—Fico muito agradecida!—Sorri falsa para ele.—Vou começar os preparativos!

Ia sair quando ele segurou meu braço.

—Espero que a senhorita guarde uma dança para mim.—Ele disse numa tentativa falha de ser sensual e ri.—Tem algo engraçado?—Ele soltou ofendido.

—Só em seus sonhos, vá procurar alguém que se interesse por você.—O compeli novamente e saí em direção à porta rindo.