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⚜️ 2×01

Hellen Mikaelson

O governador teve a bondade de nos acolher em uma de suas casas, uma família rica é sempre muito bem quista pela acolhedora cidade de Nova Orleans.

Rebekah e eu nos instalamos em quartos próximos, já meu pai, Elijah e Kol preferiram manter distância ficando em quartos afastados um do outro.

Agora Rebekah e eu nos arrumavámos para um baile de boas-vindas que o governador "decidiu" realizar para que nós conhecêssemos as figuras importantes da cidade.

—O azul, ou o verde?—Bekah ergueu os dois, um em cada mão, e me encarou como se a vida dela dependesse disso.

—An...sei lá, o verde?—Sugeri aleatoriamente enquanto rabiscava uma folha.

—Ótimo, então o azul!—Ela se animou colocando o vestido em frente ao corpo ignorando totalmente minha opinião e revirei os olhos rindo.

—Por que está tão animada? É só um baile.—Indaguei encarando-a com uma sobrancelha arqueada.

—Não é "só um baile".—Ela me encarou indignada.—É o primeiro baile nessa cidade depois de meses velejando!

—Me desculpe por não estar animada, é que o último baile que fui acabou em raiva e decepção.—Brinquei irônica.

—Bem...o que está desenhando?—Ela tentou mudar de assunto.

Nem eu sabia, apenas fazia os traços instintivamente. Olhei para o papel e o escondi contra meu tronco.

—Nada de importante.—Soltei nervosa e minhas bochechas começaram a esquentar.

—Sei...—Bekah me olhou desconfiada.—Bem, vou terminar de me arrumar em meus aposentos. Espero te encontrar pronta quando voltar a te buscar.

—C-claro, eu vou estar.—Concordei e ela saiu do quarto levando o vestido azul consigo.

Afastei o papel lentamente e o encarei perplexa.

Kol. Por que eu o desenharia?
Não tenho tempo para pensar nisso, tenho que me arrumar urgentemente!

Me levantei da cama e guardei o desenho dentro da caixa onde sempre os coloco.

Bem, Rebekah tem razão...preciso me animar.

Fui até meu armário e encarei os vestidos. Verde, azul, rosa, pérola, amarelo, bege. São tantos e não tenho ideia de qual devo vestir.

Optei por um rose perolado com alguns detalhes em rosa bebê, seu corpo desenhava exatamente meu tronco e sua saia era volumosa com alguns detalhes bordados por toda a sua extensão. As mangas iam até meu cotovelo e tinham um babado de renda clara que se estendia muito pouco do comprimento da manga.

Fui até minha caixa de jóias e procurei por um colar que complementasse o vestido. Coloquei meu colar de prata fina que tinha na ponta um quartzo rosa como pingente e me encarei no espelho.

É a combinação perfeita.

Peguei uma fita de cabelo perolada e prendi duas mechas para trás da cabeça deixando a extensão dos meus cachos soltos.

Me aproximei novamente da cama e peguei minha caixa de desenhos a guardando dentro do armário. Ouvi alguém bater na porta e passei a mão em meu vestido o arrumando.

—Entre!—Exclamei e Rebekah adentrou o quarto.

Linda como sempre, usava o vestido azul que havia escolhido a pouco e que combinava com seu anel de luz. Seus cabelos presos em um coque com algumas mechas soltas e seus lábios rosados naturais.

—Está muito bonita, senhorita Mikaelson!—Sorri divertida e reverenciei para ela que riu.

—Digo o mesmo, senhorita Mikaelson.—Brincou também e reverenciou para mim.

—Vossos acompanhantes encontram-se presentes?—Indaguei-a abrindo um sorriso.

—Elijah e Pierre já nos esperam no corredor principal.—Ela disse massageando minhas bochechas para que ficassem rosadas naturalmente.

Elijah foi obrigado por meu pai a acompanhar Rebekah para que ela não cometa "indiscrições" com qualquer rapaz. Aceitei ser acompanhada por Pierre, o filho do governador, por educação. Meu pai convidou uma dama muito bela que conhecemos a pouco tempo e Kol aceitou acompanhar Monique, irmã mais velha de Pierre.

Não que seja da minha conta, mas a primeira impressão que tive de Monique foi de uma oferecida e tanto. Pois bem, quem sou eu para julgar as escolhas de companhia de Kol?

Pronto?—Perguntei à Bekah respirando fundo.

—Vamos antes que eles se cansem.—Ela riu e entrelaçamos os braços saindo do meu quarto.

Kol Mikaelson

Os sons do violino eram presentes e todos conversavam animadamente, era realmente uma bela festa.

Por alguma razão não parava de encarar a porta. Minha acompanhante já havia aparecido, mas foi cumprimentar amigos de sua família e acabei ficando sozinho no salão.

—O salão está divino!—Ouvi Rebekah adentrar o baile ao lado de Elijah e com eles Hellen e Pierre.

—Verdadeiramente, irmã.—Elijah concordou com um sorriso no rosto.

—Com licença, quer dançar senhorita Mikaelson?—Pierre estendeu a mão na direção de Hellen e pude notar a falta de vontade em seu rosto.

—Será um prazer, senhor Gerard.—Mesmo à contragosto Hellen sorriu e aceitou.

Eles caminharam até o meio do salão e pude vê-la melhor.

A praguinha está linda, tenho que admitir.

—Kol!—Monique chegou se pendurando em meu braço e abrindo um sorriso.

—Hm, oi.—Soltei meio contrariado.

—Dança comigo?—Ela praticamente me arrastou para o meio do salão antes que pudesse respondê-la.

Começamos a dançar. Monique é realmente bonita, tem longos cabelos ruivos e um par de olhos verdes. Seu corpo é perfeitamente escultural, mas nem isso conseguia me prender a atenção. Apenas conseguia pensar em uma coisa, ou melhor, uma pessoa.

Meus olhos acompanhavam Hellen pelo salão enquanto ela dançava com o filho do governador, ela tinha toda a minha atenção até que Monique começou a tagarelar.

—Então eu estava com Enid, minha amiga e ela disse "Seu acompanhante é deslumbrante." E eu respondi "Sim, ele é, mas não para você."—Ela não parava de falar por um segundo e aquilo estava começando a me dar dor de cabeça.

Monique continuou a falar e depois de um tempo parei de escutá-la, não tinha paciência para duas futilidades.

A música finalmente parou e os pares foram trocados, vi Monique se juntar ao irmão e Hellen abrir um sorriso na minha direção.

Hellen Mikaelson

Fui até Kol e começamos a dançar.

—Graças a Deus, mais um minuto com Pierre e eu cometeria um homicídio.—Ri enquanto Kol me conduzia.

—O que foi? O cara é tão chato assim?—Ele indagou zombando.

—Pior, é feliz até demais.—Falei respirando fundo.—Ele não calava a boca!

Reclamei e Kol riu, franzi o cenho.

—Há algo errado.—Lancei estreitando os olhos.

—O que foi?—Ele indagou confuso.

—Não está tentando me irritar e nem me atacando, isso é...estranho.—Admiti o encarando desconfiada.

—Quer ser irritada?—Ele perguntou me girando lentamente.

—Não, obrigada.—Sorri falsa para ele.—Hoje prefiro paz.

A música ficou mais lenta e nos aproximamos.

—Hum.—Ele resmungou e levou sua mão até minha cintura.—As vezes você consegue não ser irritante.

Por um segundo meu coração acelerou e me arrepiei.

O que diabos está acontecendo comigo?

—Essa é sua maneira de me chamar de legal?—Indaguei com humor e ele riu negando com a cabeça.

—Interprete como quiser, querida.—Ele deu de ombros e revirei os olhos.

—Você é um grosso.—Olhei para Kol com tédio e ele riu dando de ombros enquanto sua mão voltava para minha cintura.

A maldita palpitação novamente.

Ele sorriu e a música acabou.

—Quer dar uma volta, senhorita Mikaelson?—Pierre apareceu do nosso lado e o encarei enquanto Kol desfazia seu sorriso.

—Se não se importa Kol...—Falei meio sem graça e ele negou.—Ótimo, te vejo outra hora.

Lancei um sorriso culpado para ele e segui Pierre.

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