⚜️ 1×09
Eu corria pela floresta imersa na escuridão, fugindo de algo ameaçador. Eu não sabia o que era, mas a sensação era de algo muito ruim se aproximar. Continuei correndo como se não houvesse amanhã, mas acabei tropeçando em um galho e batendo meu corpo contra o chão.
—Não tenha medo.—Aquela mesma voz masculina falou e ergui meus olhos.
Era um homem que aparentava ter uns trinta e poucos anos, a cada passo que ele se aproximava a sensação de morte aumentava.
—Você sabe que é necessário.—Ele disse segurando meu rosto.—Ou o mau maior despertará e destruirá não somente a mim, mas a você também.
Eu queria respondê-lo, ou apenas perguntar o que ele queria dizer, mas minha voz não saía.
—O sacrifício é necessário quando se é para um bem maior!—O homem me levantou pelo pescoço com facilidade e comecei a sufocar.
Eu me debatia tentando me soltar, tentava gritar e reagir de alguma forma.
Hellen Mikaelson
—AAAAAAAH!!!—Me sentei na cama gritando e com as mãos no pescoço.
Ao perceber que estava no quarto de Rebekah tentei buscar fôlego, respirei fundo numa tentava de me acalmar e estava dando certo.
—Foi só um pesadelo sua maluca, volta a dormir.—Sussurrei para mim mesma e me joguei de volta na cama.
Fiquei encarando o teto e pensando nas palavras do homem "o mau maior despertará", talvez eu esteja doida, mas isso me pareceu real demais.
Niklaus Mikaelson
Tomava minha xícara de café em silêncio, quando a sala de jantar foi invadida por Hellen eufórica e percebi que algo não estava certo.
—O que foi? Qual o motivo da algazarra?—Perguntei deixando a xícara de lado e a encarando preocupado.
—Lembra de quando eu tinha cinco anos e caí da sacada?—Ela perguntou e assenti sentindo meu corpo arrepiar só de lembrar o quão desesperador aquele dia fôra.
—É claro que me lembro, foi um dos piores dias!—Falei franzindo o cenho.
—Tive um sonho...pesadelo e vi o homem que me fez cair...—Ela disse vagueando, tentando se lembrar.—Ele disse algo sobre despertar um mau maior ou algo do tipo, você tem ideia do que isso quer dizer papai?
—Não tenho certeza, mas soou como uma ameaça e alguém vai pagar por isso!—Senti a raiva se apossar de mim. É óbvio que Hellen é uma bruxa poderosa e sempre soube que isso traria inimigos, mas não pensava que o banho de sangue se iniciaria tão cedo.
Kol Mikaelson
Acordei com o sol batendo em meu rosto, provavelmente havia me esquecido de fechar as cortinas noite passada. E falando em noite passada, fiquei atormentado pelos gritos que ecoaram do quarto onde a coisinha dormia e quase não dormi direito.
Me vesti e desci para a sala de jantar encontrando Hellen tomando o café calmamente e meu irmão com um olhar que eu bem conhecia.
—O que vai aprontar?—Perguntei a ele me sentando à mesa.
—Sendo honesto? Temos novidades sobre a voz misteriosa que fez Hellen cair da sacada.—Klaus levantou os olhos me encarando.
—Alguém vai morrer, não é?—Perguntei e instintivamente um sorriso de canto surgiu em meu rosto.
—O-o quê?!—Hellen se engasgou com o café e Klaus me lançou um olhar mortal.
—O que foi? Pensei que agora não tínhamos segredos.—Disse cínico e meu irmão suspirou com raiva.
—Não abusa, Kol, nós ainda não estamos com um relacionamento estável no momento.—Nik se levantou com um sorriso falso e um olhar ameaçador.
—Sem estresse, irmão!—Disse com tom de deboche e levantei minhas mãos em sinal de rendição.—Foi só um comentário.
Klaus continuava andando lentamente em minha direção e a cada passo que ele dava eu andava um pouco para trás.
—Ei, parem!—Hellen pediu deduzindo que as coisas sairiam do controle em breve, mas Nik não a escutou.
—É irônico, não é? As coisas estavam perfeitamente bem e tudo de repente desaba quando você chega, irmão.—Klaus segurou meu pescoço e me puxou para mais perto.—Talvez você seja a pedra no meu sapato.
—Por que isso não me surpreende, irmão? Sempre tem alguém para culpar por seus atos inconsequentes.—Falei me cansando de levar a culpa de seja lá o que diabos tenha acontecido dessa vez.
—Meus queridos irmãos...—Elijah adentrou a sala com um sorriso.—Não precisam exaltarem-se dessa maneira, tenho plena certeza de que podemos nos resolver em algo menos conflituoso.
—Tem razão...Elijah.—Klaus me soltou e arrumou minha gravata apertando-a um pouco mais do que necessário.—Quero uma reunião de família de emergência na minha sala agora.
Niklaus falou indo em direção à coisinha e afrouxei um pouco a gravata que me tirava o fôlego.
—Não se preocupe, querida, Elijah estará conosco.—Ele se abaixou na altura do olhar dela.—Deveria à casa de Henry, a senhora Bellerose ainda te ensina piano, não é?
—Claro...papai.—Ela se levantou meio relutante e foi em direção à porta.
—Ótimo.—Klaus disse ao ver Hellen deixar o cômodo.—Hora da reunião!
Ele juntou as mãos com um sorriso maléfico no rosto e olhei preocupado para Elijah.
Elijah Mikaelson
Niklaus listava uma série de coisas no intuito de mandar nosso irmão, Kol, embora da cidade novamente.
—E é por isso que esse idiota deve voltar para seja lá de onde ele tenha vindo!—Niklaus berrou apontando o dedo no rosto de Kol.
—Palavras inspiradoras, Nik, mas eu dispenso.—Kol disse agora com seriedade.—Fiquei tempo demais longe da minha família e não pretendo ir embora tão cedo. Não sei se você se lembra, mas essa cidade também é minha casa.
—É claro que é.—Intervi.—E eu tenho uma ótima solução para essa inoportuna desavença entre vocês dois.
—Diga, estou ouvindo Elijah.—Niklaus sugeriu ainda duvidando que algo poderia mudar.
—Escutem, é visível que os dois definitivamente não podem morar na mesma casa.—Comecei ajeitando as mangas da minha camisa.
—Evidentemente.—Kol fez um comentário ácido encarando Klaus sem disfarçar.
—Bem, se uma convivência pacífica é uma realidade tão distante para vocês dois o correto seria Kol se mudar.—Soltei e meu irmão mais novo me encarou indignado.
—Está falando sério?!—Ele exclamou irritado.
—Eu concordo plenamente.—Niklaus tinha um sorriso vitorioso no rosto.
—Eu ainda não acabei!—Interrompi os dois e prestaram atenção em mim.—Kol se mudaria de casa, mas não de cidade. Assim nossa família ficaria junta e não haveria conflitos diários entre vocês, o que acham rapazes?
—Não é uma má ideia.—Kol deu de ombros e Niklaus torceu o nariz, mas mesmo assim cedeu.
Hellen Mikaelson
Agradeci Danielle e me despedi, Henry se ofereceu para me acompanhar até em casa já que estava escurecendo.
—Então...—Ele iniciou caminhando ao meu lado.—Acho que temos uma pendência.
—Ah, é?—Perguntei perdendo o olhar nas flores por quais passávamos no caminho.—O que seria?
—Ontem à noite, lá no jardim...—As mãos de Henry suavam frio e era evidente que ele estava prestes a ter um treco.—Nós...quando o...
—Henry!-—O chamei parando de caminhar.—Se acalma e respira fundo.
Soltei uma risada anasalada e ele fez o que pedi deixando um riso sem graça escapar.
—Me desculpe.—Ele pediu e franzi o cenho.
—Pelo que?—Sorri para ele e Henry começou a ruborizar.
—P-por...—Ele buscava por algo para se desculpar.
—Tudo bem, Henry, se acalma.—Pedi e segurei sua mão numa tentativa de passar confiança.—Eu estou aqui pra você, não precisa se envergonhar, apenas fale.
—O-okay.—Ele respirou fundo.—Hellen, eu...
O interrompi selando nossos lábios repentinamente e Henry se assustou um pouco, mas rapidamente correspondeu. Minhas mãos foram para sua nuca embrenhando meus dedos em seus cachos loiros e meu rosto ficou entre suas mãos que pareciam tão macias quanto veludo. Foram segundos, mas para mim pareciam horas.
Nos separamos por falta de ar e tanto Henry quanto eu parecíamos tomates. Continuamos andando como se nada tivesse acontecido e com um silêncio perturbador.
—Hellen...—Ele me chamou depois de algum tempo e me forcei a olhá-lo.
—Sim?—Perguntei sentindo meu rosto queimar.
—Estamos namorando?—Henry me questionou abrindo um sorriso e borboletas pareciam se agitar em meu estômago.
—É claro!—Sorri animada para ele e chegamos em frente à minha casa.
—Então, boa noite namorada.—Ele beijou minha mão sorrindo.
—Boa noite, namorado.—Sorri de volta me voltando para minha casa enquanto Henry esperava que eu entrasse para ir embora.
Hoje com certeza é o início de uma nova era!
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