Niklaus Mikaelson

Deixei o corpo sem vida de Matthew cair sobre o corpo do governador sem nenhuma gota de sangue, Elijah segurava nossa irmã que berrava e chorava desesperada.

—Por Deus, Rebekah!—Revirei os olhos limpando o resquício de sangue da minha boca.—Eu já disse que ele não era bom pra você.

—SEU MONSTRO REPUGNANTE!!—Ela tentava se livrar das mãos de Elijah e o mesmo me olhava com repulsa.—EU TE ODEIO NIKLAUS!!

—Por favor, irmã.—Me aproximei dela.—Sabe que eu faço isso porque quero te proteger.

—Não!—Ela gritou enfurecida e deixou lágrimas escorrerem pelo seu rosto.—Faz isso porque é um cretino, um sociopata explosivo que acha que destruir a felicidade dos outros é divertido!!!

—Mentira!—Gritei de volta sentindo um aperto no coração.—Eu...só quero o melhor pra você, sei reconhecer que Matthew não prestava e iria te machucar.

—Eu pareço bem agora?—Ela caiu de joelhos se debruçando sobre o corpo sem vida do rapaz.—Eu o amava, Nik! Você tirou de mim o que eu não sentia a anos!

—Me...unf...—Tentei falar, mas não saía.—Me...—Senti um nó se formar em minha garganta por ver minha irmã naquele estado.—Me desculpe.

Soltei sentindo meus olhos se encherem de lágrimas e ela ergueu seu olhar incrédulo e ofendido.

—"Me desculpe"?—Ela se levantou com raiva.—"ME DESCULPE"?!! Você é ridículo, irmão!

Ela começou a desferir golpes contra meu peito e não reagi, Elijah me olhava decepcionado.

—REAGE!—Rebekah me empurrou com o rosto coberto de lágrimas.—Reage.

—Já acabou seu showzinho, Rebekah?—Perguntei sério.

—Não fico mais nenhum segundo no mesmo cômodo em que você!—Ela tentou passar por mim indo em direção à porta.

—Não tão rápido, irmãzinha.—Cravei a adaga nela e a segurei colocando com cuidado seu corpo no chão.—Me desculpe, mas é pro seu bem.

—Me decepciona a cada dia, irmão.—Elijah foi em direção à porta, mas se virou para mim antes de sair.—Vou me encontrar com Danielle, limpe essa bagunça antes que Hellen veja.

Ele me deixou sozinho e me levantei indo até a mesa. Peguei uma das taças e a arremessei contra a parede a partindo em mil pedacinhos.

—AAAAAAH!—Gritei deixando a raiva sair de mim.

—Estresse faz mal pra pele.—Ouvi a última voz que gostaria de escutar hoje carregada de deboche.

—Então, você veio...—Me virei na direção de Kol o encarando com raiva.

—Não perderia o Natal com a minha família depois de tantos anos afastado.—Kol se abaixou perto do corpo de Rebekah.—Deixe-me adivinhar, ela queria se casar, não é mesmo?

—Não importa...—Soltei sério.—Ele está morto.

—Bem, pelo visto voltei bem a tempo para cavar uma cova junto com meu irmão.—Ele soltou num tom sarcástico e colocou um dos corpos nos ombros.

—Bem-vindo de volta, irmãozinho.—Peguei o corpo do governador e segui Kol.

Kol Mikaelson

Começamos a cavar as duas covas bem longe da propriedade, Klaus ainda não havia direcionado nenhuma palavra a mim e resolvi eu mesmo fazer isso.

—Então...—Comecei sem ideia do que dizer e ele parou de cavar me olhando.—Ainda tem raiva de mim?

Meu irmão passou por mim pegando o corpo do cara.

—Basicamente.—Foi o que Klaus disse arrastando o corpo e o jogando na cova, o que me fez respirar fundo.

—Foram seis anos, Nik!—Soltei claramente chateado.—Fiquei longe por seis anos!

—Somos imortais, já não tivemos convivência familiar o bastante?—Ele soltou com ironia jogando o outro corpo na segunda cova.

—Seguinte...—Parei ele e recebi um olhar sério.—Quero recomeçar, zerar nossas brigas, será que dá pra ser?

—Humpf...—Ele pegou uma das pás e veio na minha direção em silêncio.—Não vou fazer todo o trabalho sozinho.

Klaus me entregou a pá sorrindo e sorri de volta começando a ajudá-lo.

Definitivamente estávamos melhorando...

Hellen Mikaelson

O clima ficou tenso depois da chegada triunfal de Kol, nem Henry nem eu conseguíamos nos encarar.

—Henry?—Danielle saiu do salão acompanhada de Elijah.

—Sim, mãe?—Ele se levantou do banco na mesma hora.

—Está tarde e o senhor Mikaelson fez questão de nos acompanhar até nossa casa, vamos.—Dani sorriu na minha direção e Henry se virou para mim.

—Obrigada por me fazer companhia, essa noite foi divertida.—Ele beijou minha mão e sorriu fofo.—Boa noite, Mi Lady.

—Foi uma honra te acompanhar, boa noite Mi Lord.—Me aproximei da porta onde Elijah e Dani saíram e eles seguiram a direção oposta.

Entrei no salão procurando por meu pai, ou então Kol e Rebekah, a essa hora a conversa com o governador já deve ter se acabado.

Não encontrando ninguém me direcionei para a sala de jantar onde a discussão acontecia e entrei sem me preocupar se iria interromper uma conversa importante, mal sabia eu.

—Ah meu Deus!—Fui em direção à Rebekah que estava desacordada e com a pele cinzenta. Uma faca de prata estava em seu peito e entrei em desespero, ela estava morta???!!

Meus olhos ardiam e pude sentir as lágrimas descerem por meu rosto. Aquilo doía, doía muito. Quem teria feito isso com ela???

—Hellen...—Ouvi a voz de meu pai ressoar pelo local e olhei em sua direção.

Ele e Kol mantinham seus olhares em pânico, corri até meu pai o abraçando forte.

—Como isso aconteceu??—Perguntei desesperada ainda derramando lágrimas.—Você me disse que vampiros como vocês não podiam ser mortos!!!

—Se acalma, querida.—Meu pai afagava meu cabelo e me afastou um pouco.—Aquela faca é mágica, não pode matar um original, mas pode deixá-lo desacordado.

—I-isso significa que Rebekah está apenas dormindo?—Tentei me acalmar meio confusa.

—Isso, exatamente.—Ele sorriu um pouco menos preocupado.

—Mas quem fez isso com ela? Quem seria cruel a esse ponto?—Indaguei e percebi a tensão na expressão de meu pai.

Kol fez menção de responder, mas meu pai lançou um olhar específico para ele e ficou quieto.

—É complicado, querida.—Meu pai finalmente disse algo, mas ainda não era a resposta para a minha pergunta.

—Então me explique.—Disse decidida o fazendo suspirar pesadamente.

—Não tem outra maneira de contar isso.—Kol soltou sério para meu pai e ele revirou os olhos.

—Tá bem.—Ele respirou fundo.—Eu sou o dono das adagas de prata e as uso quando meus irmãos passam dos limites.

—V-você...o que?—Perguntei retóricamente ainda em choque.

Uma raiva me tomou, meu próprio pai que me dizia que me defenderia dos "homens maus" era um "homem mau". Ele era um mentiroso, isso me machucou, a confiança que tinha em Niklaus Mikaelson estava arruinada.

—Você apunhala seus próprios irmãos por discordarem de você?!—Indaguei incrédula e com raiva.

—Não é...—Ele tentou se defender, mas o interrompi.

—Isso é horrível!—O olhei chocada.

—Por favor, confie em mim!—Ele pediu com lágrimas nos olhos.—A tempos isso não acontecia, mas Rebekah se excedeu!

—É muita hipocrisia alguém que trai os irmãos pedir confiança.—Soltei revoltada saindo daquele lugar.

Eu só queria ir para o meu quarto e chorar o máximo que posso. Eu sou tão idiota, que raiva!!!