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Capítulo 8

Isabella narrando...

Assim que Bárbara termina de comer tudo que estava no seu prato pego um dos seus medicamentos dentro da minha bolsa e um copo de água e dou pra a mesma, ela engole fazendo uma careta engraçada.

Bárbara: Mamãe agola poço ir blincar com a neném — pede pela terceira vez —

Antes que eu respondesse qualquer coisa dona Paula, a babá responde por mim.

Paula: Pode sim linda mas não deixa ela botar nada na boca ok? — Bárbara assente com um sorriso enorme nos lábios e vai brincar com a neném no salão —

A bebê se chama Ágata, ela é linda, têm a pele lisinha e rosa, seus olhos são azuis escuros, seu cabelo ainda não é muito visível mas eu acho que quando ela crescer vai ser uma morena de matar... Desde pequena tenho essa paixão por bebês e crianças, não posso ver nenhuma à minha frente que eu começo a brincar com eles, Márcia é o contrário de mim se alguma criança a encara feio a mesma vai tirar satisfação.

Fiquei sabendo que Ágata é filha do primo dela, dono do morro e dessa casa também! Eu ainda não me conformo com essa ideia de ter que viver numa favela, queria começar minha vida do zero longe de problemas e guerra e olha aonde que eu vim parar.

Mas de um lado parece que eu estou sendo preconceituosa e mal agradecia, estou sob a proteção de um traficante sem ter que pagar nada, ele não tinha a obrigação de me acolher nem a minha filha mas fez na mesma.

Márcia: Cadê meu Safadão Paula — diz indo até geladeira pegar um pote de sorvete para comer —

Paula: Senhor Wesley deve estar na boca trabalhando, ele sempre fica a matina lá e vêm na hora do almoço ficar com a Ágata — diz arrumando as louças que eu tinha acabado de lavar —

Márcia: E aonde está a mãe dela — fomos interrompidas por uma voz grossa e masculina gritando —

Wesley: NÃO TOCA NA MINHA FILHA — saímos da cozinha correndo em direção do salão para ver o que estava acontecendo —

Assim que chegamos lá a porta da rua estava aberta, e um homem alto e lindo por sinal estava próximo da Ágata e da Bárbara com um fuzil atravessado no pescoço, seu corpo era musculado e tatuado, por ele estar sem camisa a gente podia ver o quanto ele era forte e... Gostoso , ele era moreno de olhos azuis escuro como os da Ágata e têm uma barba rala e bem cortada o que dá um charme no rosto dele...

Assim que Bárbara nota minha presença ela sai de perto dele e vêm na minha direção correndo com os olhos marejados.

Paula: Senhor Wesley — ele olha na nossa direção com um olhar frio e inexpressivo —

Wesley: Eu disse que não queria ninguém perto da minha filha virou surda? — sua voz sai rouca e grossa —

💬 O que têm de bonito têm de glacial 💬

Saí do meu transe quando escutei o choro da minha filha, ela estava agarrada nas minhas pernas com a cara escondida, Wesley me observa durante alguns segundos mas depois devia o olhar para Márcia.

Isabella: Não precisava gritar com minha filha — finalmente consigo dizer algo, minha voz sai mais fria do que costume eu mesma me assustei —

Ele volta a olhar para mim e trava o maxilar, percebi o quanto ele era protetor com a Ágata mas a minha filha só estava BRINCANDO com ela nada demais.

Não é que Bárbara seja mimada e chora por qualquer coisa mas Wesley faz medo a qualquer um com essa sua postura rígida e fria, sem esquecer essa fuzil que é mais grande que minhas pernas.

Márcia: Wesley estava perguntando por ti, tá mais gato do que da ultima vez que eu te vi — diz alegre, tenho a certeza que ela fez isso para quebrar esse clima —

Pego minha filha no colo e saio da sala caminhando em direção da cozinha para evitar o olhar frio dele, mas se bem que não deveria ter deixado Bárbara tocar nela afinal somos duas desconhecidas aos seus olhos e ele está nos fazendo um favor.

Isabella: Ele te machucou — ela nega —

Bárbara: Num fiz nada mamãe, tava blicando com os pés da neném — justifica —

Isabella: Eu sei, mas o moço não gosta então é melhor você não brincar com a Ágata tabom? - ela assente com uma carinha triste -

* * *
Depois do pequeno acontecido dessa tarde fiquei ao lado da Bárbara até o anoitecer, de jeito algum eu não a deixei chegar ao lado de Ágata mas Wesley também não deu oportunidade, ele se trancou dentro do quarto com a pequena.

Márcia saiu para rever algumas amizades que viviam em São Paulo mas se mudaram para cá e eu fiquei como? Com medo e um pouco desconfortável diante dessa situação toda, nem cheguei agradecer ele pela gentileza de nos acolher...

Deixei Bárbara no quarto vendo um vídeo da pepa desgraçada e desci para a cozinha beber um copo de água, tenho essa habitude de beber antes de ir dormir porque senão tenho que me levantar de madrugada para fazer isso.

Fui até a geladeira e retirei o jarro que continha água o colocando em seguida em cima da mesa, caminhei até ao armário aonde estavam os copos e peguei um. Assim que acabo de beber coloco o copo na pia e o jarro na geladeira assim que dou de costas para sair da cozinha me asssusto.

Wesley estava a minha frente sem camisa, apenas de bermuda com a pequena Ágata no colo.

Isabella: Que susto — coloco a mão no peito —

Ele me ignora e passa por mim e pega a mamadeira da Ágata que estava em cima da mesa.

Isabella: É... Você têm que aquecer o leite em primeiro — digo num tom baixo assim que remarco que ele ia dar para Ágata aquele leite frio —

Wesley: Ninguém te perguntou nada — diz seco e grosso —

Respiro fundo 3 vezes para não lhe responder, ele é sempre assim? Grosso e frio com as pessoas.

Isabella: Só queria ajudar — digo saindo da cozinha sem escutar nenhuma resposta da sua parte, antes de subir aquelas escadas gigantescas escuto o barulho do microondas trabalhando —

💬 Nem ajudei né 💬

Entro no quarto de hóspedes e encontro Bárbara dormindo de braços e pernas abertas quase caindo da cama dou um sorriso de lado caminhando até a cama, ajeitei ela de maneira confortável desligo as luzes do abajur e fecho os olhos adormecendo agarra a ela!

Espero que os próximos dias aqui não sejam agitados como hoje!

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