Capítulo 75 - Fim
Isabella narrando...
Depois da tarde louca ao lado do Wesley, apaguei na hora e só acordei à noite na hora do jantar, escutei alguns risos vindo da cozinha então deduzi que as meninas já tinham chegado.
Me levantei da cama, peguei meu roupão que estava no banheiro e vesti em seguida coloquei meus chinelos antes de sair do quarto.
Entrei na cozinha e me surpreendi vendo todo mundo na mesa jantando entre risos e gargalhadas.
Bárbara estava no colo do pai por enquanto Ágata estava no colo do Yuri brigando com ele, Márcia conversava com a Juliana, Kaique dava a mamadeira na Maria Júlia e o mais surpreendente de tudo era ver KP junto com o Lorenzo nos braços brincando.
Assim que Bárbara me viu desceu do colo do pai e veio correndo me abraçar, todo mundo olhou na nossa direção.
Isabella: Boa noite - digo sorrindo -
Márcia: Nossa miga tomou chá de piroca mesmo, são quase 22h00 dormiu babado! - diz rindo -
Yuri: Ò as coisas que tu fala desgraça têm criança aqui - belisca ela -
Ágata: Ioca! Ioca! - diz batendo palmas e Wesley encara a prima com ódio nos olhos -
Wesley: Sua filha da puta não fala essas porra aí na frente das minhas filhas, cadê o respeito? - reviro os olhos -
Juliana: Não sei qual dos dois é pior - nega rindo -
Peguei a Bárbara na mão e fui me sentar ao lado do meu homem, ele de imediato possou suas mãos em cima da minha perna e acariciou, encarei seus rosto sorrindo.
Kaique: Aí na moral, só tô esperando a hora da festa chegar, vou tirar o bucho da miséria roubando doces de crianças e biscoitos! - Juliana o encara com fúria -
Juliana: Bom saber Kaique, espera pra ver quando a gente chegar em casa, tu vai comer os restos.
Kaique: Coé Ju tô tirando pô! - Juliana o ignora -
Enquanto a gente comia, a gente conversava, ria e muitos mais, meu coração estava cheio...
Cheio de alegria e amor por estar no meio dessa gente toda, pessoas que eu nunca pensei em me envolver ou conhecer, eu antes não tinha amigos apenas uma irmã que me ajudou a "vida inteira", não tinha confiança nas pessoas e hoje estou aqui, à mesa reunida com traficantes mas coração puro, com amigas verdadeiras, 3 filhos para amar e um homem que é apaixonado pelo tráfico e infelizmente ou felizmente eu era louca por esse grosso.
Ainda me lembro do primeiro dia que eu o vi, da maneira como ele falou comigo, como ele me tratou, nunca me passou pela cabeça que eu poderia me apaixonar por um ogro.
* * *
Estava em um sono profundo e maravilhoso quando eu fui acordada pelos gritos de dois serzinhos vindo da sala.
Me revirei na cama contente pensando que meu amor ia estar dormindo mas nenhum sinal dele, o seu lado da cama estava vazio certamente ele havia saído de manhã para ir pro morro já que o mesmo passou a noite aqui em casa, comigo e com as crianças enquanto os outros foram pra casa.
Enquanto nosso Bruno Felipe não vier ao mundo eu continuarei morando aqui no asfalto, talvez após o nascer dele eu regresse ao morro mas nada está garantido, para ser sincera eu não quero voltar a morar lá.
Quero criar meus 3 filhos longe de todo perigo, armas e drogas, tentei convencer Wesley de largar o morro e focar na sua família mas o mesmo nem me deixou terminar de falar, a favela é o lar dele e isso eu não posso tirar.
A gente escolheu o nome do nosso filho ontem a noite, quer dizer o pai do Bruno que escolheu porque falou que eu não tenho bom gosto, eu queria botar Heitor ou Davi mas o mesmo disse que isso é nome de viado e que seu filho é sujeito de homem.
Depois de tomar um banho, escovar os dentes me vestir e pentear meu cabelo fui para a sala.
Bárbara estava sentada no tapete com um urso de pelúcia mais grande do que ela enquanto Ágata estava nos braços da Márcia.
Isabella: Parabéns a você, nesta data querida muitas felicidades e muitos anos de vida... Hoje é dia de festa quanto a nossas almas para o meu neném uma salva de palmas... Aaaeee - canto gritando enquanto minha aniversariante sorria, Márcia e Ágata batiam palmas - Vem cá dar um abraço gigante na mamãe - digo abrindo os braços -
Melhor coisa para um mãe é ver seus filhos crescendo com proteção de Deus, é ver o sorriso estampado no seu rosto.
Ainda me lembro cada lágrima que eu demarrei ao lado dela, cada noite no hospital que eu pedi a sua proteção, me lembro dela chorando de medo, dela acordando de madrugada com os pesadelos que ela tinha.
Minha filha foi um dos motivos de eu querer viver e lutar no dia a dia e hoje minha família é minha fonte de forças.
* * *
Passei a manhã toda brincando com Bárbara e Ágata, enquanto Márcia encomendava as ultimas coisas para a festa, só faltava os doces e o DJ.
Tentei ligar para o Wesley mas só dava caixa postal, ele não atendia nem respondia minhas mensagens, Márcia disse que ele não regressou ao morro pois a mesma passou lá em casa hoje de manhã.
Ele nem deixou um presente ou um bilhete para a Bárbara, eu estava nervosa e com raiva ao mesmo tempo mas deixei ele pra lá.
Márcia: Conseguiu falar com ele? - pergunta chegando no meu quarto -
Isabella: Não, antes ele não respondia agora desligou o celular - digo suspirando - Custa ele falar aonde está!
Márcia: Ele deve estar em alguma missão Isa, às vezes Yuri faz a mesma coisa depois chega em casa com a cara limpa com se fosse a coisa mais normal do mundo.
Isabella: É talvez você tenha razão.
Márcia: Agora levanta que a gente têm que ir pro morro ver se tudo está pronto!
Larguei o celular em cima da cama e fui me preparar enquanto a Márcia preparava as meninas, estava tomando banho quando senti meu coração apertar e acelerar, Bruno começou a chutar minha barriga de uma maneira forte e bruta que eu fui obrigada a me apoiar contra parede do chuveiro.
Isabella: Ai - digo passando a mão na barriga - Tá apressado filho, espera mais 2 meses! - digo tentando ignorar a dor -
Parecia que ele estava sentindo algo, e eu também pois meu coração estava pesado, não estava me sentindo bem mas era apenas uma má sensação, talvez...
* * *
Não se via mais nada na quadra a não ser pessoas correndo pra cima e para baixo finalizando as coisas para o aniversário, tudo estava perfeito e do jeito que eu gosto, Márcia estava quase arrancando os cabelos por conta do bolo que ainda não havia chegado.
Márcia: Na moral deixa aquela moça não chegar com o bolo dentro de 10 minutos, vou meter porrada nela, porra! - diz desligando o celular - Ei você aí! Para de comer os salgados porra depois não vai sobrar nada, pode cuspir - grita para um garoto que comia os salgados -
Me afastei e peguei o celular do meu bolso, disquei o número do Wesley e meti para chamar, tocou uma vez, duas vezes, três vezes e na quarta ele atendeu.
Tô chegando porra. / Wesley
Antes de eu abrir a boca ele me desligou na cara, abri a boca duas vezes procurando o que falar e simplesmente respirei fundo tentando controlar a minha vontade de inchar o olho desse ogro.
Isabella: Cadê a Bárbara e a Ágata ? - pergunto a Márcia -
Márcia: Na Ju, ela já está descendo e o pessoal chegando... Acabei de falar com a desgraçada dos bolos ela tá à 2 ruas da quadra graças a deus!
Isabella: Até que enfim, eu vou me sentar porque meus pés já estão inchados e minha barriga está pesando mas diz a Ju pra ela começar a descer com as crianças.
Márcia: Ela só está esperando o Kaique terminar de se arrumar, KP já está chegando junto com o filho a a mãe do filho, a Thayane!
Isabella: Me lembro dela, cheguei a pegar ranço da garota porque eu pensava que ela era uma das amantes do Wesley — digo rindo —
Márcia: Estava na cara que vocês iam ficar junto, o casal do ano — diz —
Troquei mais algumas palavras com a Márcia em seguida arrastei minha bunda pesada até a cadeira de plastica branca e me sentei, desde cedo que eu estou finalizando os detalhes da decoração, aprovando os doces mas esqueci de me repousar e nisso meu pé inchou bastante.
Estava encarando todo mundo entrando na quadra, começaram a botar uma música leve até que meus olhos bateram com os de Wesley e meu coração apertou, me levantei de imediato e fui na direção dele.
Isabella: O que aconteceu com a sua perna e seu rosto amor! — digo preocupada —
Todo ódio que eu estava sentindo desapareceu dando espaço a preocupação, ele tinha a perna toda enfaixada e eu rosto arranhando com alguns sinais de cortes no rosto.
Wesley: Caí da minha moto quando estava vindo pró morro — desvia o olhar — Cadê a Bárbara?
Isabella: Você está mentindo pra mim Wesley — digo avançando na sua direção — Olha nos meus olhos e fala a verdade!
A coisa que eu aprendi com o Wesley é que cada vez que ele mente, ele desvia o olhar, não é sempre porque ele controlava mas o mesmo deixa escapar de vez em quando.
Wesley: Ih, colfoi preta bota fé na minha palavra pó, tô mentindo porra nenhuma acabei de brotar no posto pra fazer os bagulhos lá, tava de missão desde madrugada e os cana me perseguiu na pista deu no que deu — diz —
Isabella: Você poderia ter me enviado uma mensagens ou algo do tipo Wesley, fiquei o dia inteiro preocupada com você, pensei que tinha acontecido algo você sabe o quanto eu odeio isso! Sem esquecer que as nossas filhas passaram o dia inteiro chamando por ti principalmente a Bárbara.
Ele pega no meu braço e me puxa pro seu lado em seguida faz algo que era raro, Wesley me envolveu em um abraço forte e cheirou meu pescoço.
Wesley: Tô no erro, mas não se preocupa comigo não, vaso ruim não quebra fácil — dou um beliscão nele — Ai porra!
Isabella: Não fala isso — digo —
Ele dá um sorriso maroto que só ele tinha em seguida aproxima nossos rostos e toma meus lábios com a sua boca de maneira agressiva mas lenta iniciando um beijo.
Não tinha como ficar chateado com esse homem, ele é simplesmente a melhor coisa que me aconteceu neste Meu Novo Recomeçar no Rio de Janeiro com ele sofri, chorei, conheci o diabo em pessoa mas acima de tudo aprendi e senti o verdadeiro amor crescer dentro de mim.
Eu Isabella não podia estar mais feliz do que nunca, tenho duas filhas maravilhosas e um garotão que vai nascer, meu homem não é o mais perfeito mas eu o amo mais do que nunca.
Mais tarde a Juliana trouxe as nossas filhas, ambas estavam linda, perfeitas não tinha o que falar.
Assim que viram o pai se esqueceram da mãe, nem deram um tchum pra mim, eu estava invisível.
Wesley reclamou da roupa que Márcia havia escolhido para a Bárbara pois a mesma estava de vestido e de vez em quando abria as pernas, quem é a criança que nunca abriu as pernas de vestido ou saia, eu hein, esse daí é um pai ciumento demais.
Cantamos os parabéns, foi só gritaria, rebuliço que acabou comigo, na hora de abrir o bolo Yuri empurrando geral pra pegar o primeiro pedaço mas Bárbara não deu não, ela comeu.
Wesley ofereceu uma moto pequena para ela, eu surtei na hora o xinguei de todos os nomes, quem é o responsável que dá uma moto para uma criança de 5 anos gente?
Wesley: Ih colfoi amor, deixa ela pô futura dona dessa porra toda!
Geral estava se divertindo, funk alto mas não havia palavrões, aqueles funk antigo mesmo porque eu pedi.
As crianças estavam brincando, todo mundo se divertindo, eu estava me sentindo feliz e leve, não podia estar melhor do que isso.
Depois de anos sofrendo finalmente encontrei a minha fonte da felicidade, a minha alegria e certamente posso dizer que isso foi obra de deus.
Ele quis me mostrar que depois da luta sempre têm a recompensa, depois da dor vem a felicidade.
No dia de hoje eu posso dizer que sou e fui uma guerreira, maltratada e humilhada desde a infância, iludida e agredida pelos meus pais e um ex maníaco, enfrentei noites no hospital, derramei lágrimas e lágrimas, chorei, vi a morte me bater à porta e hoje eu estou aqui firme e forte desfrutando da minha felicidade.
Ser feliz nao é ter uma vida perfeita, mas sim reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios e perdas.
Wesley se juntou a mim e entrelaçou nossos dedos em seguida me encarou.
Wesley: Colfoi, tá sorrindo pra quem?
Isabella: Não estou sorrindo ora ninguém, apenas estou relembrando de tudo que eu passei pra chegar até aqui!
Wesley: Deixa isso pra trás, isso foi no passado e a gente vai construir nosso futuro... Prrt não me canso de dizer mas vocês foram a melhor coisa desse mundo,mesmo que eu não o diga sempre eu amo a nossa família, te amo mais a cada dia que passae posso dizer que eu sou um bandido sortudo e feliz por ter uma família como a nossa — selo nossos labios —
Nessa altura eu pude perceber que a gente foi feito um para o outro, sofremos juntos, metemos o orgulho no meio, ele com um coração frio e sem sentimentos e eu uma boba de coração partido, juntos construímos a nossa felicidade.
Me chamo Isabella,tenho 20 anos, fui mãe aos 16 por uma simples ilusão da vida, sofri muito no passado e saí de São Paulo com um e só objetivo: Recomeçar a viver e batalhar no dia a dia para ver a felicidade da minha folha, mas aqui acabei encontrado o amor da minha vida.
Fim!
#vemepilogo
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro