Capítulo 66
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Kevin Pedro narrando...
Fiquei no transe encarando ela sem ligar se tinha gente a volta ou não, era como se eu quisesse matar a saudade de longe, faz cota que eu não a via.
Claramente é impossível eu negar ou tentar omitir, a Thayane sempre vai ser a mulher que eu amei de verdade e ainda amo, a mulher que me insinuou várias coisas, que aprendeu a me conhecer, me mudou.
O tempo pode passar, as coisas podem mudar, o seu amor por mim pode ter acabado mas eu nunca irei esquecer essa mulher, pprt construí a minha vida ao lado dela...
Isabella: Kevin, ela está chamando por você - me sacode de maneira a me tirar do transe -
Dou um beijo na bochecha gorda da Ágata e da Bárbara em seguida encarei Thayane.
Ela parecia não acreditar nas minhas condições, seu olhar era de alguém que estava sentindo pena, queria dar de costas e ignorar ela mas não consegui, empurrei minha cadeira de rodas em sua direção.
Kevin: Tá fazendo o quê aqui - digo observando seu rosto -
Ver essas hematomas de perto fizeram com que eu sentisse raiva, lhe espancaram a cara, senti um aperto no cotação, vontade de matar a pessoa que fez isso.
Thayane: Eu queria falar com você...- diz em um tom baixo e calmo - Se você quiser é claro - completa -
KP: Aquele dia eu também queria trocar um lero contigo e tu deixou? Não, me tratou feito cachorro, falou pá de coisas e me te esquecer - disse e seus olhos ficaram mais lacrimejados que já estavam -
Thayane: Eu sei disso... - diz - Entendo e respeito a sua vontade - dá de costas e começa andar -
Não estava sendo orgulhoso porra nenhuma, sei que errei bastante, fiz ela chorar, humilhei, bati mas no final reconheci meus erros mas Thayane não me deu a chance de me explicar, de pedir perdão!
Muito acham que as coisas que eu fiz foram erradas, mereço morrer sozinho, não mereço o amor dela mas como muitos dizem por aí, errar é humano perdoar é preciso, e correr atrás daquilo que realmente queremos é uma obrigação.
Quero ver um pnc dizer que nunca errou, nunca magoou a pessoa que amava, nunca traiu numa relação ou amizade...
Olhei para trás e Juliana mais Isabella me lançavam um olhar furioso, pareciam querer me comer com os olhos, Isa sussurou " seu frouxa, não deixa ela partir " e Juliana " mete esse orgulho no cu seu veado ", desviei o olhar e me xinguei mentalmente.
KP: Aí Thay - a chamo e ela se retorna - Vêm nós brota a praça aí de cima - digo e ela abre um sorriso fraco -
* * *
Brotamos em uma pracinha abandonada no topo do morro, ninguém vinha aqui só de vez em quando que alguns trafica vêm fumar, curtir o sol ou algo do tipo mas hoje não tinha ninguém.
Empurrei a cadeira de rodas e fiquei de costas para a Thayane, a melhor coisa dessa pracinha é que tu têm vista pra favela inteira, tu pode ver cada ponto do Chapadão.
KP: Porquê você voltou pró Chapadão... Quer dizer porquê você quer falar comigo? - pergunto e escuto os passos dela atrás de mim -
Thayane: Primeiramente quero dizer auê eu sinto muito por você, devo imaginar o quanto está sendo difícil, principalmente para uma pessoa que sempre amou adrenalina, e segundamente queria saber como você está? - diz se sentando num banco que havia ao lado -
KP: Ram - coço a garganta - Não precisa ter pena de mim não Thayane, pprt pra você preferia ter morrido do que andar nessa porra aqui, só de pensar que nunca mais vou andar minha vontade é de pegar um oitão e mirar na minha cabeça tlgd, humilhação ver os outros fazendo tudo e você inválido não pode nem sequer levantar.
Thayane: Para de falar isso Kevin, deve ser difícil mas agradece a deus por te ter deixado em vida, eu sei que não sou ninguém pra falar isso pois não estou no seu lugar mas com certeza você vai se habituar, tem muito gente que gosta de você e está do seu lado - diz e eu a encaro dentro dos olhos -
KP: Aquela que eu queria que estivesse do meu lado desistiu de mim! - ela desvia o olhar - Ram, quem foi o filho da puta que relou a mão em ti e no teu cabelo!
Thayane: É mais ou menos sobre isso que eu vim aqui, tenho algo pra te contar - diz -
KP: Tô na escuta, fala aí!
Thayane: Deve ser tarde demais pra eu te contar isso, errei em omitir a verdade pra você, agi como uma criança mas também foi em um momento onde eu queria você fora da minha vida... Não foi uma maneira de me vingar ou fazer você de idiota mas eu simplesmente queria viver a minha vida em paz e depois daquilo que você me fez eu não teria mais coragem de ser feliz contigo nem dizer que eu ainda te amo como antes! - sinto uma pontada no coração ao ouvir ela dizer aquilo - Têm mais ou menos três semanas que eu estava acorrentada dentro de casa feito animal, sendo maltratada, abatida, violada e humilhada pelo Adriano, ele me fez conhecer o inferno nesses últimos dias, cortou meu cabelo em frente de milhares de pessoas me xingando de puta, traíra, interesseira... - sinto meu sangue ferver de ódio -
Ao mesmo tempo eu tinha raiva dessa pnc, vontade de descer a bala nele mas também eu não estava entendendo o rumo da conversa, Thayane me escondeu alguma coisa mas que coisa é essa.
KP: Na moral, nem vou te dizer que eu já sabia que mais tarde ou mais cedo esse Adriano ia mostrar quem realmente ele é tlgd mas eu não entendi porquê ele fez isso tudo sendo que da última vez você tinha dito que estava feliz ao lado dele.
Lágrimas desciam pelo seu rosto e Thay tentava se controlar para não chorar, eu ficava todo cuzão vendo ela desse jeito, nunca gostei de ver ela triste, ela sabe que não suporto a ver chorar desse jeito.
Thayane: A verdade é que ele ouviu uma conversa minha e da minha amiga, ouviu não alguém foi lhe contar - disse chorando -
KP: Que conversa é essa Thayane, Lara de enrolar o bagulho!
Thayane: Eu confessando que o pai do meu filho não é o Adriano mas sim você - dispara as palavras - Esse filho não é dele, ele é seu mas eu te menti!
Dei uma risada nervosa pensando que ela estava mentindo, estava brincando comigo, mas assim que eu encarei profundamente seus olhos a Thayane desviou o olhar, nesses anos que eu passei ao lado dela eu passei a saber quando els mente ou fala a verdade mas naquele dia, eu estava cego de raiva e tristeza, não liguei.
Pprt não era verdade, ela não foi capaz de fazer isso comigo, esconder e mentir a existência dessa criança só pra eu não me aproximar dela.
KP: Na moral Thayane... Me fala que essa parada não é verdade - digo sentindo a raiva na flor da pele - Me fala que essa porra não é verdade caralho - grito -
Thayane: Me desculpa Kevin - diz entre choro - Eu não queria que fosse assim...
KP: Não queria é uma porra Thayane, uma porra filha da mãe! Tu sabe o quanto eu queria ter filhos com você, o quanto eu queria construir uma familia, tu jogou na minha cara que se o filho fosse meu ia abortar, me senti um lixo de merda por ter entregado a mulher que eu amava de bandeja a um filho da puta e um filho também, você deixa meses e meses passarem pra vir me contar que o filho que você está esperando é meu! - tentei ser forte em frente dela mas não consegui, me senti derrotado pela lágrima solitária que desceu pelo rosto e caiu em cima das minhas pernas -
Ela sempre soube que eu sou doido por crianças, sempre quis ter um filho com ela, sempre quis formar uma família, desde menor eu disse que o dia que nós tivéssemos o nosso baguri ele ia se chamar Lorenzo e caso fosse uma menina Thaís!
Thayane: Eu sei que eu errei Kevin, percebi esse erro quando eu estava quase perdendo o bebê mas você não é o perfeito dessa história não, errei como eu. Mete na sua cabeça que no momento aonde você me expulsou da favela sem sequer me deixar vestir eu percebi que durante 7 anos da minha vida inteira me iludi dizendo que você era diferente, nosso amor era diferente e que nunca ninguém nos separaria mas por trás disso tudo o vacilão era você, eu dei a minha vida por você, deixei minha família pra viver um amor louco e cheio de adrenalina, ignorei os conselhos da minha mãe por você... E o que eu ganhei em troca?
KP: Isso não justifica você ter mentido sobre o pai dessa criança, e o pior decidiu me contar depois que quase ia perder ela, mas imagina você tivesse perdido o bebê não iria me contar pois não - digo limpando as lágrimas que insistiam em descer - Eu sempre te amei que nunca escondi isso de você, errei, trai e te bati mas reconheci meu erro e tentei te pedir uma nova chance Thayane mas tu é orgulhosa demais, desde que eu estou nessa porra de cadeira de rodas percebi que posso ter mil putas ao meu lado, milhares de amigos mas na hora que eu precisar ninguém brota só teu lado pra te ajudar - tento empurrar minha cadeira de rodas para trás mas a mesma estava travada, caí de costas pró chão -
Thayane: Kevin, Kevin você está bem! - se levanta e corre na minha direção ainda chorando - Eu te ajudo.
KP: Não rela em mim Thayane, sai - tento tirar a mão dela mas a mesma não recua -
Thayane: Deixa de ser orgulhoso Kevin - diz tentando levantar a cadeira em seguida pra me levantar -
Pá de coisas estavam passando na minha mente, saber que ela estava grávida dr mim aliviou meu coração, me senti feliz mas o fato de Thayane me mentir a respeito sobre isso, estragou o bagulho todo.
Queria sentir raiva, ódio dela mas era impossível, era algo que eu nunca seria capaz de sentir por essa mulher, no fundo talvez eu estivesse me iludindo mas eu tinha um pouco de esperança que um dia a gente volte.
Mas a Thayane não iria querer ficar ao lado de um deficiente, um lixo de paraplégico!
Oie amores!
Já estávamos na reta final do livro, parte o coração de pensar nisso!
Pra quem está me perguntando se depois de MNR vou parar de escrever... Não, vocês não vão se livrar de mim tão facilmente hein, estou escrevendo mais um livro e tenho a certeza que vocês vão gostar.
Se bater a meta hoje vou postar mais um capítulo que já está pronto!
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