Novos Rumos
Taehyung
— Eu preciso ficar por aqui hoje. Tenho um compromisso esta noite. Prometo que amanhã estarei de volta.
— Eu vou sentir sua falta. Sempre sinto quando está longe.
— O que eu mais queria era poder dormir com você esta noite. — fecho a porta do escritório e aceno para minha secretária ao me dirigir para o elevador. — Amanhã sairei daqui o mais cedo possível para te ver, não tenha dúvida disso.
— Não diga isso, senão vou cobrar. — Alison ri espontânea do outro lado da minha.
— Adoraria que fizesse isso. — foi minha vez de sorrir feito um bobo.
— Tudo bem. Resolva suas pendências e volte pra mim.
— Eu sempre voltarei pra você! — ela ficou muda, mas eu consigo ouvir seu suspiro animado do outro lado. — Até amanhã, Ali.
— Até amanhã, Tae!
Desliguei o celular e coloquei no bolso da calça. Alison sempre consegue elevar o meu humor, não importa o quão infernal seja o meu dia. Essa é a melhor parte de tê-la ao meu lado outra vez.
Cheguei ao restaurante e fui acompanhado até uma mesa particular e aguardei minha companhia da noite.
Confesso que fiquei surpreso com a ligação dessa tarde. Não fui realmente convidado para esse jantar, e sim convocado para ele. Mas isso não me surpreende, eu deveria mesmo esperar que isso acontecesse uma hora ou outra. Já a conheço o suficiente para saber que as coisas não ficariam por isso mesmo por tanto tempo.
Mal tive tempo de sentar e me acomodar quando ela chegou. Vestida impecavelmente em um azul royal, com um salto tão fino quanto um palito de dentes, os cabelos soltos em ondas graciosas sobre o ombro e segurando uma bolsa minúscula preta, Melanie se aproximou rapidamente. Levantei para cumprimenta-lá, mas ela sequer me olhou no rosto. Puxou a própria cadeira e se acomodou.
— Desculpe se me atrasei, não foi intencional. — dispara objetiva.
— Não se preocupe com isso, também acabei de chegar. — forço um sorriso para tentar deixar as coisas mais amenas, mas não ajuda em nada, ela parece furiosa.
— Bem, eu não pretendo tomar muito do seu tempo, então vou direto ao assunto. Você ainda me-
— Tudo bem, não precisa se apressar. Não tenho nenhum outro compromisso esta noite. Podemos jantar tranquilamente.
— Então agora você tem tempo para uma conversa? — me lança um olhar frio. — Porque nas últimas semanas você apenas me ignorou.
— Me desculpe. Eu realmente estava ocupado. precisei ficar fora da cidade por algumas noites resolvendo algumas coisas. — ela está inexpressiva, seu olhos focados em mim e seu rosto impassível. Não sei o que ela está pensando.
Não é totalmente mentira o que eu disse. Na verdade, não há nada de contraditório no que eu disse, estive mesmo ocupado. Alison tem tido toda a minha atenção nas últimas semanas. Pelo menos à noite.
Me vi obrigado a levantar muito cedo, pegar um helicóptero e vir trabalhar. Fazer o mesmo trajeto e voltar para ela todas as noites. Não que ela quisesse que eu fizesse isso, mas eu precisava. Não podia ficar uma noite sequer longe dela. Precisava dividir a cama com ela, sentir seu corpo entre meus braços e beijar sua testa antes de dormir. Eu precisava.
Claro que isso gerou certo atrito com Namjoon e com Jungkook. Como eles mesmo diziam, ela estava me deixando disperso e avoado. No entanto, nada poderia me fazer mais feliz do que cada noite que compartilhamos o calor de nossos corpos. Nenhuma reunião esquecida ou visita em outras sedes me faria tão bem quanto isso. Porém, agora estamos nos entendendo bem, meus compromissos estão em ordem e todos estão felizes. Principalmente eu.
Bem, acho que nem todos nós estamos felizes...
— Soube que está praticamente morando em um hotel...? — ela cobre as pernas com o guardanapo e pega o cardápio, olhando vagamente para as opções.
— É algo temporário. Até que eu resolva tudo o que preciso. — repito seu gesto com o guardanapo.
— Há tantas pendências assim na empresa que precise que você fique tanto tempo fora da cidade e morando em um hotel? — ela se atenta na parte inferior direita do cardápio.
— Na verdade, eu não estive esse tempo todo fora da cidade. Vinha trabalhar durante o dia e voltava à noite. — seus olhos se detém em mim. Ela fecha o cardápio e coloca sobre a mesa.
— Então eram problemas pessoais? — engulo em seco.
— Digamos que...sim. — ela desvia o olhar e corta o suspiro, baixando a cabeça.
Por algum tempo ela não diz nada, apenas pensa a respeito.
A última coisa que eu queria era magoá-la, mas não acho que qualquer forma de dizer isso poderá minimizar o efeito da verdade.
— É...ela? — ela pergunta tão baixo, que mal consigo ouvir. — Você está saindo com ela outra vez?
Eu não consigo responder, apenas abaixo a cabeça e travo o maxilar.
Queria ter tido tempo suficiente para lhe contar sobre a Alison, evitar que as coisas tomassem proporções tão dolorosas.
Melanie foi, por muito tempo, a única pessoa com quem eu podia contar, que entendia meu silêncio, que me dava o espaço que eu precisava para absorver todas as minhas perdas. Ela estava ao meu lado, me dando apoio e o suporte que eu precisei, sem nunca me cobrar uma única vírgula numa frase.
Lamentei por muito tempo que seus sentimentos por mim não chegaram a ser recíprocos, porque eu sei que ela merecia. Eu devo tudo de mim hoje a ela. Sei bem disso. Mas meu coração não conseguiu dar a ela o espaço que ela merece no peito de qualquer cara.
— Eu... — hesitei em responder.
— Taehyung, por favor, não faça isso comigo. Não importa o quão doloroso seja, me diga sempre a verdade. É o mínimo que eu mereço. — seu olhos grandes e delineados estão focados em mim. Eu consigo ver a expectativa se transformando em dor.
— Sim...eu estou vendo a Alison outra vez. — ela solta bem devagar o ar pela boca. Quando franziu os lábios e desviou o olhar eu vi seu coração partindo em milhares de pedacinhos. Me odeio por isso, mas não pude evitar.
— Entendo.
Eu procuro seus olhos na tentativa de expressar sem palavras o quanto eu sinto muito por isso. Mas ela não me encara outra vez. Fica em silêncio e imóvel.
Somos interrompidos por uma garçonete que se aproxima para retirar nosso pedido.
— Já sabem o que vão pedir?
— Eu não estou-
— Duas saladas de rúcula com tomate seco e queijo branco, por favor. — finalmente ela me olha. Jantamos juntos incontáveis vezes para eu saber exatamente a salada que ela prefere de entrada. Devo confessar que eu passei a gostar muito disso durante esse tempo. — Ainda não decidimos o prato principal. — a garçonete acena sutilmente. — Vamos querer também uma garrafa de vinho tinto.
— Sim, Sr. — a garçonete se retira.
— Eu não estou com fome. — ela enrola o guardanapo e coloca sobre a mesa.
— Eu sei que está. Não seja rude consigo mesma. Nem comigo.
— Você está brincando comigo? — indaga incrédula. — Você me ignorou por semanas, me deixou às cegas e se eu não insistisse nesse encontro, permaneceria sendo feita de tola.
— Eu não planejei nada disso, não tive a intenção de deixá-la esperando por uma resposta minha. Só não sabia o melhor jeito de fazer isso. Você sabe que eu jamais quis te magoar, e sei que ficaria magoada, como está agora.
— Eu não estou magoada. Estou irritada por você ter me feito esperar todo esse tempo para agora me dizer isso.
— Eu não pedi por nada disso. Não fui eu quem pediu para darmos um tempo. — sinto uma leve irritação ganhar espaço dentro de mim.
— Então foi por isso que você me deixou esperando todo esse tempo? Por que estava chateado por eu ter dado um tempo no nosso... — ela se interrompe.
Fiquei curioso em saber como ela definia nossa relação. Nunca chegamos a estabelecê-la de alguma forma. E parando para pensar, isso está se tornando bem comum na minha vida, pois, também não sei como definir o que Alison e eu temos agora.
— Sinto muito, eu não deveria dizer nada, apenas ouvir o que você tem a dizer. Sei que tudo isso é culpa minha.
A garçonete volta com o vinho e nossas saladas. Nos serve e se retira em seguida. Melanie permanece em silêncio, sei que está remoendo toda essa situação.
Pego a garrafa de vinho e começo a servir a taça dela, mas ela apenas empurra o prato para o centro da mesa. Está decidida mesmo a não comer.
Assim que termino de servir sua taça, ela a pega e vira de uma vez só. A noite não está sendo nada agradável para ela.
— Eu fiz uma viagem a trabalho. — volto a servir vinho em sua taça, ela ainda não me olha, mas sei que está me ouvindo. — Eu tinha planejado voltar e resolver tudo entre nós dois, fazer da Alison meu passado concreto. — finalmente me encara. Está cética, mas não me interrompe. — Ainda assim, eu precisaria conversar com ela uma última vez.
— Foi aí que você decidiu procurá-la? — ela encosta na cadeira, sua expressão como antes, indecifrável.
— Não. — tomei um gole mínimo de vinho e coloquei a taça no exato lugar que estava, observando sua base. — Eu a encontrei por acidente.
— Então foi um acaso do destino vocês dois estarem no mesmo lugar depois de tantos anos? — zomba.
— Também não. — deu outro gole. — Nunca nos encontramos antes porque eu evitei a todo custo esbarrar com ela nos últimos anos. Nunca quis forçá-la a se submeter a minha companhia. — Ela fica séria e morde o interior da bochecha.
— O que você fez de tão ruim para fugir dela desse jeito?
Finalmente chegou o momento de expor as velhas feridas para Melanie. Esse passado não dói mais como doía antes. Não depois de estarmos juntos outra vez; não depois de cultivar novamente a semente da esperança.
— Eu matei o nosso filho. — os olhos da Melanie parecem ficar o dobro do tamanho. Realmente não era algo que ela esperava ouvir. — Na verdade, sempre me senti culpado pelo acidente que ela sofreu há alguns anos, e ela ter perdido nosso filho. — ela desvia o olhar e toma mais um gole da taça. Está visivelmente chocada. — Na noite em que ela me contou sobre a gravidez, minha reação foi a pior possível. O que desencadeou uma briga e ela ter ido embora da minha casa. — ela parece assimilar alguma coisa, então questiona:
— É aquela casa que você colocou à venda? — assenti. — Por isso nunca quis me levar lá?
— Exatamente. — suspirei cansado. — Eu não tinha condições psicológicas de pisar lá outra vez. Segurei o quanto pude, mas quando decidi deixar tudo isso para trás, entrei em contato com uma imobiliária.
A reação a Melanie muda completamente seu comportamento. Ela fica inquieta, como se algo a perturbasse.
— Essa era a rachadura que eu carregava na alma. A cicatriz, a dor, a angústia. Toda essa culpa me cegava dia e noite. — ainda observo a taça sobre a mesa, mas minha mente está longe demais para focar no objeto que tenho entre os dedos. — E não apenas por ter matado nosso filho, mas também, por tirar a chance dela conceber outra vez. Ela conheceu outra pessoa. Se casou, mas eles não tiveram filhos, e isso era o maior sonho da vida dela.
Sinto minha pele arrepiar só de pensar em tudo o que ela já deve ter passado, ou sentido, sempre que tentava seguir em frente.
— Inicialmente, quando a procurei para uma conversa, ela se mostrou rancorosa, jogou na minha cara as dores que enfrentou por minha causa, mas, alguma coisa mudou.
— Entendo. Deve ter sido uma conversa e tanto, já que depois disso a vida de vocês praticamente voltou a ser uma só.
— Para falar a verdade, ainda estamos desenvolvendo isso. É uma bagunça muito grande para arrumar.
Ela volta a pegar o guardanapo e colocar sobre o colo. Então puxa o prato de salada e começa a comer. Tudo isso sem me olhar uma única vez.
— Sinto muito. Pelo seu...filho. — não respondo. Ela entende minha posição e a falta de palavras.
Peguei meus talheres e começamos a comer. Não havia o que ser dito ou comentando, e isso era uma das coisas que eu mais gostava nela enquanto estávamos juntos, ela sabia exatamente quando não falar de um assunto.
Por mais que Alison e eu estejamos nos entendendo, esse assunto ainda não foi encerrado entre nós. Não era uma gravidez planejada, e eu muito menos desejava ser pai na época, mas não significa que não dói saber que, indiretamente, fui responsável por ele — ou ela — não estar aqui hoje. Ainda pesa.
Conversar com a Melanie na noite passada, mesmo que só tenha sido parte de uma conversa, me trouxe um alívio enorme. Eu precisava deixá-la ciente de que não há um futuro para nós. E ver o quanto ela foi compreensiva, me faz crer que estou fazendo as coisas do modo certo agora.
Depois da minha corrida matinal, voltei para casa e tomei banho. Saí do quarto e cheguei à porta do quarto que a Melanie costumava ficar nas noites que passava aqui. Não eram todas as noites que ela vinha, mas algumas poucas ela dormiu ali. Sem contar que era bom ela ter o espaço dela, principalmente quando tínhamos eventos para ir. Um espaço para ela ter o tempo que precisasse para se organizar.
Bati levemente na porta e a abri. Encontrei a Melanie adicionando algumas coisas em sua mala.
— Café da manhã? — ela sorriu minimamente.
— Por que não?
Segui pelo corredor e ela veio logo depois. Assim que ela puxou uma cadeira, enquanto eu passava a toalha para secar mais meus cabelos, a campainha tocou. Eu não esperava ninguém àquela hora. Como Melanie estava mais próxima da porta, antes mesmo de se sentar, ela foi até a porta. Ao abri-la, ouvi uma voz inconfundível. Apressei os poucos passos que me distanciavam da Melanie e conferi quem estava do outro lado.
— Alison? — seus olhos encontraram os meus, e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ele voltaram para a Melanie, conferindo-a de cima a baixo. Depois me observou também.
Obviamente estar usando apenas uma bermuda e Melanie estar coberta apenas por um robe que sobrepunha sua camisola, não lhe deixaria margem a pensar em qualquer outra coisa.
— Me...me desculpe, eu não queria incomodar.
— Alison, espera! — passei na frente da Melanie e puxei a porta.
— Taehyung! — Melanie segurou meu braço. — Acho melhor você vestir alguma coisa antes de sair.
Corri até o quarto e vesti uma camisa o mais rápido que eu pude. Eu precisava alcançar a Alison, precisava esclarecer o que havia acontecido. Não podia deixar ela pensar que havia acontecido algo entre Melanie e eu. Não podia perdê-la.
Saí às pressas do elevador e encontrei John na entrada.
— Alison...— tentei recuperar o fôlego. — Onde está a Alison?
— Ela estava lá fora, Sr, tentando pegar um táxi.
Assim que saí na calçada, Alison abriu a porta de um táxi.
— Alison, espera! — ela hesitou ao olhar pra mim, mas entrou no carro. — Alison, por favor, vamos conversar.
— Não temos o que conversar, Taehyung. Eu não deveria ter vindo.
— Alison, pelo amor de Deus... Nossa história já é cheia de mal entendido, e já passamos por infortúnios suficientes para saber que não devemos deixar qualquer situação gerar conclusões precipitadas. — ela ia dizer alguma coisa, mas se calou. — Por favor, me deixe explicar o que está acontecendo. Não vamos cometer os mesmos erros. — eu estava praticamente pendurado na janela do carro, faria o que fosse preciso, mas não a deixaria ir sem resolvermos isso.
— Tudo bem. Eu vou ouvir o que você tem a dizer. — ela abriu a porta e saiu do táxi. Nem consigo mensurar o alívio que isso me deu.
— Alison, a Melanie só está aqui por causa de um pequeno acidente, mas que acabou se tornando fortuito. — ela não disse nada, apenas arqueou as sobrancelhas. — No jantar de ontem, acabou ocorrendo de uma taça-
— Era com ela o seu compromisso de ontem?
— Sim, mas foi apenas para esclarecer as coisas. Deixar bem claro que agora eu estou com você. — fui rápido em responder. Não queria ela criando teorias na cabeça agora.
— Entendi. — ela baixou a cabeça e abraçou mais o corpo.
Eu pedi que subissemos e conversaremos no meu apartamento, mas ela se negou a ir. Preferiu a sala de espera do condomínio. Confesso que não me sinto confortável em ter uma conversa particular aqui, mas não podia obriga-la a subir. Muito menos deixá-la ir embora sem conversarmos.
— Enquanto jantavamos e tomávamos uma taça de vinho...— ela se move inquieta. — e eu afirmava para ela que estava com você...— deixar isso bem claro não pareceu deixá-la menos inquieta. — uma das taças virou na mesa, manchando o vestido dela. Ela não queria vir pra cá, mas como havia roupas dela aqui, eu insistir. Depois de pensar um pouco sobre isso, ela chegou a conclusão que seria melhor vir, assim ela poderia recolher seus pertences que ainda estavam aqui e levá-los. Ela tem uma viagem essa tarde, não achei correto fazer ela sair daqui a noite, procurar por um hotel e fazer check in apenas para dormir uma única noite. Mas eu juro, dormimos em quartos separados e eu, sequer, toquei nela. Eu juro. — seus olhos confusos prescrutam os meus. Ela sabe que não estou mentindo, ainda assim, não está satisfeita.
— Me desculpe por ter vindo assim, sem avisar. Eu só... — ela não termina a frase.
— Devo supor que veio até aqui porque sentiu minha falta? — abri um leve sorriso ao imaginar que sua resposta me deixaria nas nuvens, mas seus olhos estavam cercados de preocupação. Tinha algo neles que eu não soube decifrar. — Alison, aconteceu alguma coisa? — comecei a ficar preocupado.
— Não é...nada. — ela baixa a cabeça e força um sorriso. — Não se preocupe, está tudo bem.
— Alison, o que fez você vir até aqui? — eu senti ela hesitar quando segurei levemente seus ombros. Toquei seu queixo e levantei suavemente, obrogando-a a me encarar. — O que há de errado?
— Taehyung, eu... — engoliu em seco. — Só estou muito constrangida pelo que houve. Obriguei você a deixar sua visita sozinha. — devo confessar que agora me senti envergonhado também. Apesar de não dever nenhuma explicação para Melanie, não foi correto deixá-la sozinha daquele jeito.
— É, pensando por esse lado... — Alison me abraçou forte. Foi um abraço inesperado, cheio de dúvidas e receios. — Tem certeza de que está bem?
— Tenho sim. — ela permaneceu ali, entre meus braços. Eu não queria solta-la, só desejava que o tempo pudesse parar por alguns instantes e pudéssemos ficar um pouco mais assim, juntos. — É melhor você ir.
— Mas...
— Não se preocupe, nós nos vemos à noite, certo? — ela se afasta o suficiente para olhar em meus olhos.
— Claro!
Ela tocou meus lábios com um beijo suave e carinhoso.
Não sei porquê, mas tive uma sensação ruim com essa despedida. Porém, talvez seja pelo fato de eu não ter passado tanto tempo longe dela nas últimas semanas, e isso tenho contribuído para me deixar mais vulnerável a qualquer período a mais que passássemos longe um do outro.
— Espero que você tenha um ótimo dia. — ela beijou meu rosto, sorriu genuinamente carinhosa e se afastou.
Eu não queria soltar sua mão. Já sabia que meu coração jamais a soltaria outra vez, mas a ausência do nosso contanto, quando ela se afastou o suficiente para não termos mais chance desse toque, deixou meu corpo arrepiado. E não era um arrepio bom.
Alguma coisa estava errada.
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