Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Início De Uma Tempestade


Kim Hana

Dei uma breve olhada em um pequeno espelho que carrego na bolsa. Nada seria pior do que chegar toda amarrotada e aparentando o cansaço que se instalou em meus ossos nessa viagem. Sem falar que ninguém precisa saber o quanto eu fico desgostosa com essas viagens em jatinhos tão apertados.

Assim que o motorista parou o carro, guardei o espelho na bolsa, coloquei meus óculos escuros e dei uma leve borrifada do meu perfume nos pulsos e um leve suspiro determinado me escapou aos lábios.

O motorista abriu a porta para mim e a primeira coisa que fitei foi o chão no qual eu "deveria" pisar.

— Saltos tão caros quanto os meus, não foram feitos para pisar nesse cascalho horrendo. — comentei a esmo.

— Sinto muito, Sra. — o Boomer praticamente se desculpava por algo que não era culpa dele. No entanto, ele sabia bem o quanto eu era exigente.

Andei poucos metros e já estava sob uma passarela de madeira. Outra coisa que acho desproporcional em uma casa como esta. Não estamos na praia para ter uma passarela dessa feita com madeiras usadas em decks. Lamentável que meu filho não tenha feito uma reforma por aqui. Creio que terei muitas observações para fazer enquanto estiver por perto. Afinal, alguém precisa ter bom gosto nessa família.

Logo adiante, havia uma jovem com uma criança no colo. Ela me encarava desconfiada. Baixei o óculos bem devagar e observei atenciosamente a criança em seus braços.

Meu coração deu um pulo no peito e meu couro cabeludo formigou. Não era possível que ele fosse capaz de esconder algo assim de mim.

— Bom dia! — uma outra jovem, de cabelos loiros e olhos castanhos, descia as escadas da entrada, com outra criança nos braços. — Em que posso ajudar, Sra?

— Taehyung, eu vou matar você...— murmurei entre dentes.




— Mãe?

— Ah, querido...! — mesmo reticente, Taehyung se aproxima e me abraça.

— Eu não sabia que a senhora viria tão "cedo".

— Eu deveria ter chegado há uma hora, no mínimo.

— Não era a esse "cedo" que me referia.

— Quem o ouve falar assim, pensa que ele não está acostumado a conviver com mulheres. — Melanie acrescenta logo atrás dele.

— Melanie...é muito bom vê-la! — nos cumprimentamos com um abraço simbólico. Ela sabe que não sou uma mulher de muito sentimentalismo, e manter a compostura é essencial.

— Eu tive alguns imprevistos, por isso só consegui chegar hoje.

— Não se preocupe, Hana, você chegou a tempo de dar sua opinião. — Melanie põe uma mão no ombro de Taehyung e levanta os pés, deixando um beijo no rosto dele. Assim como eu, ele também se sente desconfortável. — Vejo você mais tarde, Tae. Até breve, Hana.

— Tchau, querida.

Eu sei que as coisas que a Melanie faz não são trabalho, ainda assim, ela deveria estar disponível o tempo todo para cuidar de todos os detalhes do casamento que se aproxima.

Melanie não é mulher que sonhei para se casar com meu filho, mas não posso negar que ela tem requinte, classe e, principalmente, berço. Mas meu filho não aparenta estar nas nuvens com o futuro matrimônio.

— Nós temos que conversar! — encarei determinada os olhos confusos dele.

— Mãe, agora eu não posso, ou acabarei chegando atrasado.

— O que tenho para falar com você é mais importante do que seu trabalho. — ouvi ele bufar atrás de mim, assim que adentrei mais aquele ovo que eles chamam de apartamento.


— Por que não me disse que tinha filhos?! — ele mal tinha fechado a porta e seus olhos arregalados já estavam sobre mim.

— Do que está falando? — ele se aproximou do centro do cômodo, puxando uma cadeira da escrivaninha para se sentar. Havia um sofá que, no mínimo, parecia confortável. Mas eu preferi ficar de pé. Aquela conversa me deixava muito inquieta.

— Não ouse bancar o sínico comigo. — o encarei com olhos duros. — Deixe essa parte para sua noiva. — comecei a andar de um lado para o outro, minha mente estava um comichão. — Além de não me dizer que já era pai, conseguiu esconder que era pai de gêmeos! — o descarado ainda ousou rir de minha consternação. — Como se atreve a ainda rir da minha cara, Kim Taehyung?!

— Mãe, eu não sei de onde a senhora tirou essa história, mas confesso que há um tom de humor em tudo isso.

— Não sabe de onde eu "tirei isso"? Acho que você não contava que eu descobriria que você mantém uma mulher com duas crianças na sua casa cercada de mato e cheia de mosquitos, não é? — ele soltou um longo suspiro e apoiou a cabeça no recosto da cadeira.

— Eu não tenho filhos, mãe. Muito menos escondo a sete chaves a mãe deles em casa alguma.

— Mas eu vi...

— Aquela casa não é mais minha. — perdi a voz, literalmente. — Eu vendi a casa há uns 5 anos.

— Por que não me contou isso?

— Porque não falo com você sobre todos os investimentos imobiliários que faço. Muito menos dos quais me desfaço.

Não tenho como argumentar algo desse tipo, quando se trata da verdade. Não sou uma mãe que fica a par dos negócios que o filho faz.

— Sem falar que...— ele me olha e seus olhos estão neutros, mas seu rosto está sério. — Não é como se nos tratassémos realmente como mãe e filho. Nem sei dizer ao certo o que somos um do outro, fora o sangue que corre em nossas veias.

— Não vamos falar sobre isso. — o cortei duramente.

— Claro que não. — ele se levantou e abotoou o terno. — Não é como se de uma hora para outra, você realmente passasse a se importar.

— Taehyung, não ouse! — alertei.

— Ousar o que? — ele colocou as mãos no bolso e ficou lá, parado, me encarando friamente. — Eu não entendo como é que você ousa vir aqui me cobrar alguma coisa. Afinal, que diferença faria se eu tivesse filhos ou não? Por acaso você agiria como avó? — debochou com asco. — Não faça essa cena, não seria engraçado, na verdade, seria patético de tão ridículo.

— Já chega, Taehyung.

— Claro, agora não sou mais o garoto que insiste em falar sobre esse assunto e é completamente ignorado. Agora sou um homem. — ele puxa levemente a manga do terno e observa o relógio. — Muito ocupado, e por sinal, atrasado. — suspirei sentindo ainda o peso da culpa sobre meus ombros. Ao abrir a porta ele se virou para mim e disse: — Você não precisava ter se dado ao trabalho de ter feito essa viagem tão longa. Assim que estiver descansada, você pode partir outra vez. Sei que a Melanie vai entender sua ausência, e eu, já estou acostumado não ter você por perto em momentos importantes da minha vida. Não fará falta alguma no meu casamento também.

Ele saiu pela porta e me deixou sozinha, remoendo meus próprios pecados.

Minha relação com Taehyung sempre foi... conturbada.

Depois que ele nasceu, eu tive depressão pós-parto, o que gerou uma instabilidade no meu relacionamento com o pai dele. De uma relação cheia de compreensão e companheirismo que tínhamos, viramos dois desconhecidos dentro da própria casa. Nos afastamos de tal forma, que eu ficava dias trancada no quarto e era como se eu não tivesse dado a luz a um menino saudável e cheio de vida.

Conforme o tempo passava, Taehyung crescia emanando energia e disposição. Eu enfrentava um longo tratamento e o afastamento do meu companheiro. O que piorou mais a minha situação no meio disso tudo, foi descobrir que o homem que eu amava, finalmente havia encontrado calor e entrega nos braços de outra. Aquilo me tirou completamente do eixo.

Eu abandonei minha casa, o amor que eu jurava que seria para a vida inteira e um filho que eu mal conhecia.

Para infelicidade de Roan, o destino não foi bondoso com ele. Quando Taehyung estava com 13 anos, seu pai foi diagnosticado com câncer. Aos 14, estava indo viver em uma casa diferente, com alguém que ele não conhecia: sua própria mãe.

Algumas vezes, eu tentei me aproximar, mas olhar para Taehyung era difícil. Tudo nele me lembrava o seu pai. Desde o sorriso mais simples, até o jeito como me olhava de canto de olho. Era como viver uma tortura diária estando na presença dele.

Quando terminou o colegial, ele se mudou para a faculdade e, desde então, nossas vidas nunca mais cruzaram o mesmo caminho. Eu ainda ligava no seu aniversário, natal e sempre que ele obtinha alguma conquista, mas nunca estive ao lado dele para dizer o quanto ele me deixava orgulhosa.

Para falar a verdade, nunca conseguia expressar, fosse em gestos ou palavras, os sentimentos que tinha por ele, afinal de contas, ele é meu filho, eu fico feliz com tudo o que o deixa feliz. Mas não fui capaz de demonstrar isso.

Nos últimos 3 anos eu tenho tentado me aproximar. Os fantasmas do passado ficaram no passado, e eu finalmente pude entender isso. Tenho ligado para ele com mais frequência e sempre que me sinto um tanto eufórica, eu apareço na cidade e consigo que ele, ao menos, almoce ou jantei comigo. Ainda assim, está longe de ser a relação de mãe e filho que as outras pessoas costumam ter.

Hoje, assim que vi aquelas crianças no colo daquelas jovens, não pude deixar de reparar na semelhança absurda que ambos têm com o meu menino Taehyung. Sem falar que, assim que mencionei o nome dele, a jovem loira me pareceu muito nervosa e agitada.

Será que se conhecem? Algo na minha intuição me diz que sim. Mas por que Taehyung negaria algo desse nível de forma tão imperiosa?

— Eu preciso tirar isso à limpo antes de qualquer coisa. — sussurrei baixo, com os pensamentos imersos no ocorrido pela manhã.




Me hospedei em um hotel digamos...adequado. Se farei minha própria investigação, quero parecer o menos concentrada possível no meu filho. Ele não é bobo, sei bem de sua sagacidade, então melhor manter certa distância, para ter um alcance certeiro dos meus alvos.

Claro que convidar a Melanie para um jantar não seria nada suspeito, já que ela é noiva do meu filho, e a tentativa de uma relação próxima não seria encarada com desconfiança. Pelo menos não para ela.

Melanie é elegante, uma mulher que sabe como se vestir bem para a ocasião certa.

Começamos o jantar com poucas palavras depois dos cumprimentos. Achei que ela seria mais aberta ao diálogo. Mas estava enganada. Ela não fala muito. Pelo menos não comigo. Na presença do meu filho ela é mais falante. Não sei se ele a instiga ou se é por eu não ser tão próxima do "casal do ano".

Fiquei bastante desapontada quando soube do noivado do meu filho. Não que eu desaprove, de fato, a mulher que escolheu, e sim por não ter sido devidamente informada sobre o futuro matrimônio. Nenhuma mãe fica satisfeita em saber que o filho ficou noivo através de uma coluna de fofoca. Denominados como o casal do ano, não posso discordar que os dois ficam muito bem juntos.

Ainda assim, sei que está faltando alguma coisa. Os olhos do meu Taehyung não brilham intensamente quando ele fala de seu casamento.

Será que está sendo chantageado a assumir esse compromisso? Será que... Melanie está grávida, e isso o colocou em uma situação complicada, assumindo assim tal posicionamento? Ainda não sei as respostas dessas perguntas, mas até o fim desse jantar, eu saberei.

— ... Como Taehyung não tem uma preferência, então optei pelos crisântemos na decoração. — ela acrescentou assim que finalizou seu jantar, colocando o guardanapo ao lado do prato vazio.

— Crisântemos não são muito românticos. — finalizei minha taça de água.

— Não creio que ele queira nada romântico. Ele não é assim.

— Entendo. — não creio que Taehyung seja exatamente como ela descreve. Ele sempre teve tanta paixão por tudo o que fazia em sua vida, como isso seria tão irrelevante em um casamento? — Quantos filhos pretendem ter? — ela literalmente se engasgou com um gole do vinho. — Este é um assunto que lhe incomoda? — agucei meu faro para detectar qualquer discrepância em sua resposta. — Vocês estão se casando por algo do tipo?

— O quê? — ela ficou surpresa, um sinal claro de que esse não é o caso. Se fosse, além de se engasgar, ela evitaria meu olhar, sentiria vergonha. — Sra Kim, não estamos nos casando por esse motivo. — ela arrumou a postura na cadeira, ficando mais confiante ao falar do assunto. — Ainda não falamos a respeito do assunto, mas chegaremos lá em algum momento. Não estamos com pressa nesse quesito.

— Imagino que sim. Ainda assim, meu filho não é mais um garoto, já está com 37 anos, não acredito que seja coerente ele ser pai quando puder facilmente se passar por avô da criança.

— O que a Sra está insinuando com isso? — me encarou com olhos firmes e sobrancelhas arqueadas.

— Não estou insinuando nada. — forcei um sorriso amigável. — Apenas fico surpresa que ele não tenha nenhum filho com essa idade. Homens como ele sempre estão sujeitos a esbarrar com moças que querem garantir o próprio futuro. — ela ficou mais tranquila com a minha devolutiva.

— Bem, creio que a Sra saiba que eu não precisaria recorrer a isso para ter o futuro que quero.

— Sem dúvida que não precisa, minha querida. — ela não disse mais nada. Mas eu ainda precisava descobrir mais. — Mas... — comecei de um jeito que atraiu a atenção dela. — Talvez você devesse ficar de olho na secretária dele.

— A Mandie?

— Sabemos que elas são as mais perigosas nesses casos.

— Mandie é casada. Aliás, ela tem família, e já trabalha com o Taehyung há anos.

— Pode até ser, mas são com elas que mulheres oportunistas costumam ter o primeiro contato. — me curvei diante da mesa e sussurrei: — Ou reestabelecer algum depois de tempos.

— Onde quer chegar, Sra Kim ?

— Ora, Melanie, não seja tão inocente. Homens na posição do meu filho podem ter a mulher que quiser, quando quiser. Não se preocupa com isso? — ela soltou uma risada nasalada, aquilo significava certeza de algo. Ela sabia de alguma coisa.

— Não quando se trata do seu filho. Ele não tem olhos para nenhum outra mulher nesse mundo. Mesmo que ela não o queira. — ela soltou a informação rápido demais, pude ver o desconforto em seu rosto. O sorriso de conter alguma vantagem morreu rápido nos lábios dela.

Ainda que ela tenha ficado desgostosa com o que acabou de revelar, não posso achar de todo ruim. Era o que eu precisava saber.

Ele tinha alguém em seu coração, isso era certo. Só me restava descobrir se a descrição dela batia com a jovem que conheci mais cedo.

— Desculpe, eu... — a se moveu desconfortável na cadeira. — Eu me excedi em minhas palavras.

— Tudo bem, querida, todo homem tem um passado. Ele não é uma exceção. — cobri suavemente sua mão sobre a mesa e lhe ofereci um sorriso solidário, mesmo me sentindo eufórica por dentro.

Bingo!
Próximo alvo, John!
Ninguém saberia mais sobre a vida particular do meu filho do que ele.



Cheguei ao edifício da sede empresarial a qual meu filho é sócio, pouco depois das 10h da manhã.

Não avisei a ele que viria. Nem teria porquê fazer isso. Meu objetivo não é vê-lo, e sim seu braço direito.

Na recepção do lobby, não foi preciso muito mais que um cartão de visita para saberem quem eu sou. Assim que a recepcionista declarou que avisaria a secretária do meu filho que eu estava ali, disse-lhe que não seria necessário, só que precisaria de uma sala particular e que era de grande importância a presença de John. Não fui questionada a respeito. Além do mais, eu sou a mãe de Taehyung, e John é o homem de confiança dele. Seria muito lógico se tivéssemos assuntos a tratar. Mesmo que isso não seja bem a verdade.

Aguardei por poucos minutos na sala, e antes que john entrasse, fui obrigada a recusar o chá que me serviram. Era de péssima qualidade. Minha garganta chegou a fechar com o gosto artificial que aquela água suja tinha.

— Com licença , Sra Kim. — ele entrou e fechou a porta. — Em que posso ajudá-la? — ele parou a poucos passos depois da porta, ereto e com as mãos para trás.

Ele ao menos sabe bem o cargo que ocupa, pois se veste de acordo. Terno bem alinhado, cabelo bem aparado e postura condizente. Gosto dos empregados que sabem sua posição e portam como tal.

— Bom dia, John. — levantei calmamente da cadeira. Ele deu um leve aceno com a cabeça. — Eu preciso de informações e você as dará a mim de bom grado, estou certa? — parei diante dele. Semblante sério e olhar firme.

— No que posso ajudar, Sra Kim? — suas palavras eram brandas, mas sua expressão deixava evidente que ele não seria fácil de manipular. Então eu teria que aderir a uma abordagem direta e incisiva.

Abri minha bolsa que estava sobre a mesa e empunhei algumas fotos, entregando nas mãos dele.

Na noite passada, depois do jantar com a Melanie, entrei em contato com um detetive particular e pedi um serviço em caráter de urgência. Dinheiro não seria problema se ele me desse exatamente o que eu queria. E foi o que eu obtive em um maravilhoso desjejum  essa manhã.

Ele olhou para as imagens e não alterou um músculo em sua expressão. Mas engoliu em seco. Ele sabia de coisas, e eu queria saber que coisas eram essas.

— Bom, como você já deve ter uma noção, eu sei de... coisas. — não seria sábio revelar o que eu realmente sabia. — Isso significa que, independente de qualquer coisa, eu também posso obter minhas informações de algum jeito. Então, cabe a você me explicar o que eu quero de um modo fácil ou eu posso dificultar tudo para todo mundo. — ele levantou o olhar e me encarou. — E o que eu quero que você explique é: como, quando, onde,  por que e por quais circunstâncias Alison Pines entrou e saiu da vida do meu filho? — voltei para minha cadeira, sentei, cruzei as pernas e fixei meus olhos em John, com um sorriso nada vacilante no rosto.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro