Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Amargor

Alison


— Alison!

Me virei rápido ao ouvir a voz dele. Por alguns instantes ficamos em silêncio, apenas encarando os olhos um do outro. Ele se curvou para frente e se apoiou nos joelhos, visivelmente cansado e ofegante.

— Está tudo bem? — primeiro negou com a cabeça, depois se aproximou, parando a poucos metros de mim.

— Não...eu... — fez uma pausa para retomar o fôlego. — Eu... — engoliu em seco.

Ele tinha algo para me dizer, mas, obviamente, não sabia como. Esperei. Seja lá o que tivesse para me dizer, fosse bom ou ruim, doloroso ou reconfortante, essa seria a última vez que nos veríamos. Nada poderia ser mais triste ou perturbador que isso.

Esse momento ainda nem terminou, e eu já sabia que sentiria falta de sua presença. Afinal, não seria a primeira vez que voltaríamos a ficar afastados. Porém, saber que era perpétuo, doía um pouco mais.

— Eu só queria dizer que...desejo que você seja feliz também.

Um sentimento de decepção me invadiu por dentro, e refletiu por fora. Meu ombros caíram e minha expressão esmoreceu. Infelizmente não haveria redenção para nós dois.

— Obrigada. — minha voz quase não saiu.

— Merda! — exclamou baixo, colocando as mãos na cintura, baixando o rosto e evitando me olhar. Não era realmente isso que ele queria me dizer, tenho certeza.

— Apenas diga o que veio dizer, Taehyung. — me encarou com olhos aflitos. — Você não desceu todas aquelas escadas para me dizer isso, não é? — dei alguns passos até ele, olhando fixo em seus olhos.

— Não.

— E o que queria me dizer? — ficou em dúvida.

— Nada.

A princípio fiquei confusa com sua confissão. Se não tinha nada a me dizer, por que veio atrás de mim?

No entanto, quando seus olhos baixaram até meus lábios, eu soube o que realmente queria.
Ele estava a poucos dias de se casar, e me tirar de uma vez por todas de sua vida. Não era o tipo de despedida sensata. Ninguém em seu juízo perfeito pensa em beijar outra pessoa quando está pronto para se comprometer de tal maneira com outra. Mas ele não a ama como a mim.

Passei a mão pelo seu rosto e acarinhei sua bochecha com meu polegar. Era bom demais sentir seu calor sob minha pele. Aproximei meu rosto dele, ainda temendo estar errada, e se ele quisesse se afastar, poderia fazê-lo. Mas não fez. Toquei levemente os lábios dele com os meus e o senti ofegar. Não, eu não estava errada. 

Com os lábios juntos, apenas sentindo o calor um do outro, pousei minhas mãos em seus ombros, levantando os pés para ter mais firmeza naquele toque. Foi quando senti suas mãos em minha cintura, me puxando para mais perto. Ele estava hesitante, era óbvio, já que não sou sua noiva, a quem fará seus votos diante do altar e de testemunhas. Mas consigo conviver com isso. E essa será a última vez.

Uma de suas mãos subiu por minhas costas, alcançando minha nuca. Ah, Deus, eu sei exatamente o que isso significa.

Sua língua mansa e cuidadosa adentrou minha boca, suprimindo um arfar que desejei emitir. Era incrível como nossas bocas se encaixavam e conhecia cada movimento do outro. Eu queria esse beijo por toda a minha. Em todos os dias da minha existência. No entanto, ele não poderia mais ser meu.

Sei que deixei ele escapar de mim muitas vezes. Sei que sou culpada dele escolher outra. E não poderia estar mais arrependida do que agora. Saber que ele tem alguém que o ama tanto quanto eu, me fragiliza. Eu permiti que isso acontecesse. Eu o entreguei a ela. E não posso mais reaver essa perda. Só me resta fazer desse último beijo, o mais inesquecível de sua vida.

Enfiei os dedos em seus cabelos da nuca e puxei levemente. Ele grunhiu baixo, mas não soltou minha boca. Pelo contrário, me apertou em seus braços, encaixando-me em seu corpo como peças perfeitamente feitas uma para a outra.

Eu nunca neguei que o amava. Amo mais do que consigo explicar. Só não tinha consciência absoluta de que ele era sim, e continua sendo, o homem da minha vida. Fugir só deixou mais claro, conforme o tempo passava, que eu não poderia viver sem ele. Ainda assim, fui imprudente.

Ele deixou meus lábios, mas não me soltou. Apenas por tempo suficiente para recuperarmos o fôlego, ele beijou meu pescoço e me sentiu em seus braços, cada vez mais firmes em volta do meu corpo. Eu adorava senti-lo tão necessitado de mim, pois eu jamais poderia negar que necessitava dele com a mesma intensidade.
Beijou outra vez minha boca, desta vez, sem hesitação, sem compaixão, sem piedade. Sua língua me invadia com fome e urgência. Fazia de mim uma mera receptora de um desejo resguardado e contido. A mão em minha nuca me guiava a um precipício de sensações. Minhas pernas não suportariam me manter de pé por muito tempo se ele projetasse em mim sua euforia anestésica. O desejo crescia não apenas em nossos corações, mas em nossos corpos também. O calor aumentava, os toques eram mais intensos e a razão pela qual não deveríamos estar fazendo aquilo ficava menos importante a cada minuto.

— Alison... — ofegou entre meus lábios.

— Não diga nada, apenas me beije.

Esse momento não duraria a vida toda, então por que perder tempo com palavras ou conversas desnecessárias?

Em meus lábios, ele entregava respostas nunca dadas.
Em minha boca, o gosto do whisky favorito dele me embriagava e me corrompia. Ah, eu nunca deveria tê-lo deixado. Nunca.

— Taehyung?!

Os lábios dele deixaram os meus tão rápido, que eu me senti zonza. Mas suas mãos em minha cintura me deram tempo suficiente para retomar o equilíbrio, e me situar no que estava acontecendo.

— Melanie! — assim que ouvi esse nome, o calor de seu corpo e suas mãos deram lugar a um frio absurdo.

Quando olhei para o lado, lá estava ela, parada, completamente imóvel e com um olhar que não soube definir. Se estava furiosa, só podia ter um autocontrole que nunca vi em alguém antes. Se estava decepcionada, não transparecia. Se queria arrancar a cabeça de um de nós dois, eu jamais teria como saber.

Como uma mulher pode ser tão polida dessa forma? Mesmo depois de pegar seu noivo, o homem com quem dividirá o resto de sua vida em alguns dias, ainda consegue se manter com uma postura tão impecável e inabalável? Sinceramente, não sei se tenho inveja ou pena.

— Melanie, eu posso explicar...

— Taehyung, nós vamos conversar sim, mas não aqui.

Com uma frieza imaculada, ela entrou no prédio sem dizer mais nada e sem olhar para ele.

— Alison, me desculpe por isso.

— Está se desculpando por ter me beijado? — sem resposta. — Se arrepende mesmo do nosso beijo? Porque não está me convencendo.

— Eu tenho que ir.

Assim como Melanie, ele entrou e não olhou para mim.

Eu não sei qual é o problema desses dois. Essa relação seca, fria e assentimental não parece nada saudável. Eles agem como se fosse normal se comportarem como dois robôs programados para permanecerem juntos, que nada pode descinvula-los, mas não passam de duas pessoas frustradas e morrendo por dentro aos poucos.

No entanto, isso não é problema meu. Eles escolheram encarar as coisas assim, e eu, já estou mais do que descartada da vida deles.

Fiz sinal e um táxi parou. Entrei no carro e segui para casa.

Por mais que eu saiba que Melanie está disposta a enfrentar qualquer coisa para ficar com Taehyung, confesso que lá no fundo, eu torcia mentalmente para ela dar um basta nesse relacionamento e desistir do casamento. Infelizmente, há sentimentos que não podemos controlar. E eu ficaria mais do que satisfeita com a ruína desse casamento.



Melanie

Com tantas coisas na cabeça para resolver ainda, tantos detalhes para finalizar, e Taehyung se comporta feito um adolescente cheio de hormônios que não consegue controlar. Era só o que me faltava.

Eu sabia que deixar essa mulher longe dele era o mínimo para manter nosso casamento linear. Ainda assim, ela teima em vir até aqui e balançar a estrutura que eu estou, a todo custo, tentando manter firme.

Joguei a bolsa no sofá e preparei uma bebida. Essa que finalizei com um único gole. Só estando mais leve para conseguir suportar aquela mulher tentando tomar o que é meu.

Quando terminei de preparar uma segunda dose, ele entrou. Me virei para ele, que estava com uma cara de espanto e pelas mãos inquietas que guardou no bolso, percebi que estava nervoso também. É bom que ele saiba que esse tipo de situação não tolerarei.

— O que ela veio fazer aqui? — comecei com uma pergunta simples, assim ele saberia quando era hora de realmente se preocupar.

— Veio me agradecer por ceder a guarda das crianças. —falou tão baixo, que pode sentir sua hesitação em cada palavra.

— Ela parecia mesmo ser muito grata. — dei um gole mínimo na bebida.

— Melanie, ela não...

— Sério? Você vai defendê-la depois do que eu vi? — nada poderia ser pior do que isso.

É insuportável relembrar do que vi. Dos dois agarrados, envolvidos naquele beijo, no desejo e paixão que compartilhavam. E pior que isso, é saber que ele nunca me beijou assim, e que nunca o fará.

Porém, por mais que eu nunca desperte nele o que ele sentiu toda vez que estiveram juntos, sou capaz de continuar tentando e aceito que essa intensidade nunca surja entre nós. Posso me contentar com menos do que ele já deu a ela, mas o que houve entre eles um dia, jamais voltará a florescer.

— Não estou defendendo ela, estou sendo justo.

— E onde está esse seu senso de justiça quando você deveria cumprir o que me prometeu?

Quando ele me disse que daria a guarda das crianças para ela, no intuito de não ter que vê-la outra vez, que faria as coisas do jeito mais formal possível, eu realmente confiei que essa relação inconstante dos dois finalmente acabaria de vez. Que eu nunca teria de me preocupar com ela perto dele outra vez. Mas poucas semanas depois, aqui estão eles, se vendo e compartilhando desejo. Argh, que mulherzinha irritante.

— Sinceramente, espero que você me perdoe pelo que houve.

— Essa é, de longe, a pior coisa que você já fez. Estamos a poucos dias do casamento e você não consegue se manter poucos metros longe dela? Pelo amor de Deus, Taehyung, seja racional. Por mais que a gente tente mantê-la afastada, ela sempre dará um jeito de se aproximar de você. E é isso que eu não consigo entender.

— Como assim? — suspirei entediada. Sentei no sofá e o observei.

— Não faz sentido uma pessoa estar sempre se afastando de quem diz amar, quando essa está livre e desimpedida. Mas insiste em estar perto quando finalmente decidiu um rumo para seguir. Parece que ela não quer que você seja feliz. Porque nem fica contigo quando pode, mas não o deixa em paz quando deve.

Ele ficou calado, estava assimilando toda a trajetória dos dois, e provavelmente chegando a conclusão que eu estava certa.

— Sim, você está certa. — não pude evitar um sorriso de satisfação.

— Eu sei que estou. E só não enxerga isso quem não quer. — os olhos dele fitaram os meus, e eu não gostei muito de como eles fizeram eu me sentir.

— Ela nunca mais será um problema pra você. Eu prometo.

— Acho que isso é o mínimo que eu mereço.

— E a minha fraqueza por ela também não será. — seu tom determinado me acendeu um alerta.

— Isso é bom...muito bom. — com cautela, me aproximei dele, temendo o que seus olhos escondiam, mas sem demonstrar. — Eu só quero que nosso futuro tenha a paz que precisamos. — exibi meu melhor sorriso.

— Não haverá um futuro para nós, Melanie. — recuei um passo. Precisava ter certeza que aquilo era uma brincadeira. E de muito mal gosto.

— Taehyung, não é hora para brincar com isso.

— Eu não estou brincando. — puxei o ar com força. — Não posso me casar com você.

— Taehyung...

— Melanie, não. — o tom frio em suas palavras demonstrava que falava sério. — Vamos cancelar o casamento.

— Não! — com um certo desespero, as palavras saíram mais rápido do que pude processar. — Não podemos adiar mais o casamento. Está tudo pronto para a cerimônia e a recepção. Recebemos a confirmação de todos os convidados.

— Eu não me importo com nada disso, Melanie.

— Não se atreva a me fazer passar por esse ridículo! — praticamente gritei a frase. Apesar de surpreso, sua postura não mudou, se manteve imóvel.

Eu nunca gritei com ele ou alterei meu tom de voz dessa forma, mesmo com todas as mancadas e deslizes com aquela Alison. Mas isso era demais para me manter imperturbavél. Ele não podia fazer isso. Não podia. E eu faria o que fosse possível para deixar as coisas percorrem o caminho que tracei tão meticulosamente.

— Melanie...

— Nada disso, o que houve hoje foi apenas mais um deslize, e podemos seguir como se nada tivesse acontecido, desse que você me prometa nunca mais vê-la. — ele franziu as sobrancelhas, seja lá o que estava passando na cabeça dele, eu não queria saber, desde que eu pudesse ter tudo como planejado.

— Por que você insiste tanto nesse casamento, Melanie? Você sabe que haverá um momento ou outro que precisaremos estar juntos, temos dois filhos juntos, e é impossível me afastar completamente.

— Dane-se que vocês têm dois filhos juntos, eu não a quero perto de você! — eu sabia que estava perdendo o controle, e isso já não me importava mais. O que eu não podia era perdê-lo. Não para ela.

— Melanie, tem idea do que acabou de dizer?

— Ah, acredite, eu sei exatamente o que digo. Você não voltará para ela, de jeito algum. — incrédulo, ele se afastou mais de mim. Eu não estava apenas perdendo a compostura, estava perdendo ele também. — Eu sei bem como funciona a relação de pais divorciados, e saberei como você deve conduzir a relação entre vocês dois.

Meus pais não são divorciados, mas tenho contatos que passaram por isso e lidaram com a situação da melhor maneira possível, se afastando completamente um do outro. Não era nenhum bicho de sete cabeças.

— Eu não posso prometer nada a você, Melanie.

— Por que não?

— Porque eu não quero ficar longe dela! — as coisas estavam ficando cada vez pior. — Eu não...consigo.

— Não me venha com o absurdo de atração e...

— Não tem a ver com isso. — ele estava sério demais para quem poderia estar delirando ou incerto do que dizia. E isso era o que eu temia. — Eu a amo.

Merda!
Eu sabia que esse sentimento ainda existia, mas ele nunca me disse isso com tantas palavras.

— Existem muitos casamentos que não há amor entre as duas partes, e eles deram certo. Com o tempo, você pode me amar como deseja.

— Você está errada.

— Estou? — não pude deixar de desdenhar.

— Está, porque eu não quero deixar de amá-la. — eu nunca me senti tão humilhada em toda a minha vida.

Segundo meu instinto, dei passos rápidos e quando dei por mim, minha mão já tinha atingido com força seu rosto.

Ele me olhou com pena, o que só aumentou minha raiva. Aquele tipo de sentimento era desprezível demais para ser dirigido a mim. As lágrimas intrusas e quente despencaram de meus olhos, transbordando uma insignificância que não me pertencia.

— Não faça isso!

— Sinto muito, Melanie, mas eu já estou decidido. E sei que em algum momento você entendará que foi a melhor decisão que tomamos.

— Você não pode decidir isso por mim!

— Não posso, por isso estou decidindo por mim mesmo. Não posso te dar um casamento feliz, uma relação tranquila e o amor que deseja. Não posso. — ele cruzou a sala e pegou as chaves.

— Aonde está indo? Não pode me deixar aqui assim.

— Eu preciso sair, pensar um pouco.

— Ahh, claro! — carregado de escárnio, minhas palavras finalmente o acertaram de alguma forma. — Como todo homem, você precisa de uma despedida de solteiro, e essa discussão é a desculpa perfeita que você usará para correr até a cama daquela vagabunda!

— Chega, Melanie! — ele gritou com tanta raiva, que meu corpo tremeu. — Recomponha-se e entenda que esse casamento não vai acontecer. Goste você ou não, crendo que tudo isso é por ela ou não, pouco me importo. Mas chega dessa situação ridícula e indesejável. Nenhum de nós precisa de toda essa turbulência. O casamento está cancelado e nossa relação termina aqui. Essa é minha decisão final.

Sem mais delongas, ele saiu e não disse mais nada. Sequer olhou para trás.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro